1. Spirit Fanfics >
  2. Memories in the Wind >
  3. Hopelessness

História Memories in the Wind - Hopelessness


Escrita por: vishimariia e crzyvvian

Notas do Autor


Sou dessas que só brota pra desejar uma boa leitura~

Capítulo 2 - Hopelessness


Yoongi segurava a mão de Hoseok, lembra-se bem de ter sido a esquerda, as falanges já encontravam-se gélidas. E, por pior que possa parecer, o Min não sentia-se triste pela morte do motorista irresponsável, uma vez que fora por causa dele que seu amado se encontrava no chão, fora por causa dele que Yoongi corrompia aos poucos a sua felicidade.

O caucasiano saiu dos seus pensamentos com o alto som da sirene. A ambulância finalmente havia chegado. Ao avistar os enfermeiros vindo em sua direção, até tentou, mas não conseguiu conter seus gritos:

— Por favor, ajudem ele! — mais uma vez os soluços fizeram-se presentes ali. — Não o deixe morrer...

A tarefa de não chorar nunca foi tão difícil de ser realiza. Proferir tais palavras o machucava absurdamente e seu pavor apenas aumentava. Não queria perdê-lo. O medo de nunca mais vê-lo sorrir, de acordar e não sentir os lábios de seu amado roçando aos seus pela manhã e não ouvir um amável "bom dia" poderia ser considerado surreal. Além de não desejar, não podia perdê-lo; ele era tudo para si. Sempre foi e sempre será.

Os enfermeiros desviaram o caminho, indo diretamente para onde o caminhão localizava-se, deixando apenas um foi na direção do casal. Yoongi abaixou seu tom de voz, pois sua garganta achava-se com um nó e existia uma sensação extremamente sufocante. Era assim que o Min encontrava-se. Como se já não bastasse seu coração estar acelerado, este batia com tanta força que causava uma dor indescritível e era tanta que até cogitou a ideia de morrer ali mesmo, todavia não poderia dar-se tal luxo; ainda havia algo existente no mundo para receber todo o amor e carinho deste. Um alguém para ser mais específico, pois, apesar de ser bastante independente, Hoseok almejava a presença do outro.

Após retirarem todos os equipamentos da ambulância, os enfermeiros correram em direção a Hoseok que já estava quase sem vida, com o rosto e os lábios secos e em um tom esbranquiçado, pálido, como se estivesse totalmente sem sangue. Ao decorrer da situação, o moreno recusou-se a acreditar que teria de se afastar do marido, somente aumentando a pressão na mão alheia e desesperando-se cada vez mais.

— Solte-o, senhor — disse o primeiro auxiliar cirúrgico calmamente. Min arregalou os olhos.

— Não! — gritou — Eu não irei soltá-lo, eu...eu prometi... — por mais que estivesse diminuído seu timbre, ainda era possível sentir desespero e lamentação em sua voz.

— Solte-o, senhor — insistiu o outro, mesmo tendo em sua consciência que o moreno não soltaria a mão da inocente vítima de toda aquela confusão. Então, no mesmo instante pegou no braço de Yoongi, este que realizou o que a sua mente mais clamava, mas seu corpo o impedira de fazer antes: gritar com todas suas forças, tentando de algum modo fazer o enfermeiro parar de tentar levá-lo para longe, mas de nada adiantou.

O enfermeiro, com a ajuda do colega de trabalho, pegou em ambos os braços de Yoongi que tentou se segurar por mais tempo, porém infelizmente aqueles dois enfermeiros eram fortes demais e arrancaram-no dali de uma só vez com tanta brutalidade que as pessoas ali presentes passaram de preocupadas para incrédulas.

Min debateu-se. Apenas queria voltar a ficar segurando a mão do seu amado, sentir o calor de Hoseok. Apenas queria ter a certeza de que o outro continuava vivo, que não iria deixá-lo sozinho. Que cuidaria de si e o deixasse ser cuidado.

Enquanto tolerava a situação com os homens, sentiu a visão ficar embaçada e as pálpebras pesarem. Não demorou muito e já encontrava-se caído sobre o chão, ao lado de Hoseok.

 

A cada agonizante segundo — que estavam mais para horas na concepção do Min — o sufoco apenas aumentava, como se o ar atmosférico não fosse o suficiente para encher os seus pulmões de ar e a mínima quantidade inspirada obliterasse ao chegar na traqueia e em sequer um momento Yoongi deixou de pensar nas consequências que o maldito acidente poderia trazer para a sua vida, como seu amado ficaria e como seria tudo dali em diante.

Por mais que estivesse permitindo que os pensamentos negativos encherem a sua cabeça, Yoongi ainda possuía uma sombra de expectativa de que tudo acabaria bem e nunca esperou tanto estar certo.

Hoseok não tinha culpa. Nunca teve. O moreno questionava internamente o porquê do marido ter sido a vítima de tudo, de aquilo acontecer justamente no vigésimo aniversário de casamento dos dois e a razão de ter sido seu marido novamente. As principais questões que batiam fortemente em sua cabeça eram estas, pois existiam tantas que pelo visto nenhuma explicação seria encontrada. Afinal, nada sempre seria bom, certo?

Para ser sincero, mais do que já é normalmente, ainda podia sentir o efeito do calmante aplicado em si ir embora aos poucos.

Yoongi encontrava-se desleixadamente deitado naquele banco duro e cinza do hospital existiam mais de quarenta minutos. Observava o teto branco e bastante iluminado pelas lâmpadas próximas, pensando no que faria se perdesse Hoseok, se ele o deixasse, se partisse. O que faria sem seu amado, se naquele momento sua felicidade de vez morresse. Pensava nessas condições e ao mesmo tempo xingava-se pelo ato. Mesmo sabendo que não poderia, era, ele querendo ou não, uma hipótese e nessas horas não pensar nestas possibilidades chegava a ser impossível.

— Senhor Min, vejo que aparentemente já está mais calmo. Gostaria de acompanhar-me para ir ver seu esposo? — perguntou o médico jovem e de fios loiros que atendeu-o minutos atrás, adentrando a sala de espera na qual Yoongi estava. O Min nem deu-se o trabalho de aprender o nome do rapaz.

Somente afirmou com a cabeça. Havia ficado, de certa forma, feliz ao ouvir a pergunta, porém ao mesmo tempo sentiu uma sensação estranha, algo parecido com angústia ou medo, ou uma associação de ambas. Não sabia decifrar qual era, mas nem por isso desfez o pequeno sorriso que nem havia percebido ter formado em seu rosto. Ao seguir o médico, Yoongi notou que estava prendendo a respiração conforme suas pernas moviam-se e julgara ser somente nervosismo.

Após tanto caminhar pelos longos corredores daquele enorme hospital, Yoongi pôde avistar a porta de um quarto onde logo na frente estava escrito o nome de Hoseok. O médico não demorou em retirar-se dali, deixando o moreno que encarava a porta com um resquício de tranquilidade — logo substituída por alvoroço novamente — e certa culpa. Min girou lentamente a maçaneta, e quando adentrou aquele quarto gélido viu uma das piores cenas de sua vida.

Hoseok encontrava-se com tantos tubos espalhados pelo corpo e aparelhos no rosto que mal dava para ver-lhe a face. Seu marido, perplexo, sentou-se na cadeira ao lado da cama e segurou a mão do marido delicadamente e beijou-a.

Permitindo que as lágrimas (que antes não havia notado terem se acumulado) caíssem em diversas intensidades, não deixou de lembrar de como se conheceram, se assim pudesse definir, logo em seguida levando sua cabeça em direção à mão do amado.

 

01/01/1997

Yoongi revirava a geladeira em busca de algo para comer, deparando-se com ela contendo somente algumas garrafas de água e cubos de gelo. Respirou fundo. Seguiu em direção ao seu quarto na intenção de achar uma blusa para ir ao mercado comprar algo comestível. Apesar de ser terrivelmente caseiro — saía apenas quando era algo extremamente importante — havia, por mais incrível que soasse, disposição de sobra quando o assunto era alimentação.

O caminho não chegava a ser comprido, porém também não curto. O suficiente para ele reclamar assim que pôs os pés no ambiente. Comprou tudo o que precisava com o resto de dinheiro guardado e resolveu andar um pouco pelo parque perto do estabelecimento. Não que a sua preguiça para andar havia passado, longe disso, apenas aproveitou que já estava andando para ir ao parque que tanto gostava (ou não havia ido antes por preguiça, ou por indisposição).

Ao chegar no local, logo sentou-se num banco próximo e lá ficou, observando as pessoas. Haviam tantas. Aquele parque possuía algo de especial, por isso gostava de permanecer ali. Sem querer acabou por deixar uma de suas sacolas cair e ao se abaixar para pegá-la, Yoongi foi empurrado, caindo de bunda no chão. E era exatamente por estas e outras situações que não gostava de crianças, pois de alguma forma elas amavam irritá-lo. Tentando mentalmente acalmar-se, Yoongi capturou fôlego o suficiente para tacar uma bronca na criança.

— Moleque, olha por onde você anda, caralho! — levantou-se do chão indignado.

— Desculpa, senhor estressadinho — retrucou a pobre criança. Yoongi preparou-se para dar um peteleco na testa do menino, mas uma mão impediu-o de continuar. A mão de quem aparentava ser maior e bem mais velho que o segundo personagem.

— Encoste um dedo nele e você morre — disse o dono da mão. Era um lindo garoto ruivo. Yoongi, que ainda se apresentava chateado, puxou seu braço com força da mão do desconhecido.

— Se você o desse mais educação isso não aconteceria.

— Calma, hyung. Eu só fiz isso pra você tomar coragem e falar com esse moço que cê tava secando. Agora pronto, já pode beijar ele — mesmo impressionado com o que a criança havia proferido, Yoongi não expressou-se fisicamente.

— Kim Taehyung! — o alaranjado gritou desta vez. A criança empurrou-o para cima de Yoongi, que apenas ficou parado que nem uma pedra, sentindo algo estranho no âmago.

O responsável da criança afastou-se rapidamente, com a mão sobre a boca. — Puta merda, eu acabei de te beijar!

— Sério?

— Nossa, hyung, cê tá tão vermelho quanto seu cabelo! — riu. — Só porque beijou o moço. Ah, moço, o nome do meu hyung é Hoseok. Jung Hoseok. Tchau, moço! — e após terminar de falar, Taehyung passou a correr. De início Yoongi não entendeu o porquê, contudo depois de ver o mais velho correr atrás do menino, entendeu a razão da criança. Nem dando-se conta de ter tocado nos próprios lábios, desejando mais daquele beijo que sequer havia notado ter recebido, mesmo que sem querer.

 

Yoongi é arrancado de seus devaneios com um barulho perturbador. O som indicava que o coração de Hoseok havia parado. Desesperou-se e começou a apertar todos os botões que tinham no controle que servia para chamar ajuda. O médico no mesmo instante entrou no quarto com um olhar assustado, e logo depois veio uma enfermeira com um desfibrilador em mãos. O loiro pegou o aparelho das mãos da mulher e o Min desesperou-se mais ainda ao perceber que havia começado a sessão de choques.


Notas Finais


LEVANTA A MÃO QUEM ACHA O TAE O MAIOR CUPIDO!
Hoseok coradinho melhor visão

P.S.: as partes em itálico significam flashback*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...