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História "Memórias de Nina Garbo" - Prólogo


Escrita por: ValentinaEli

Capítulo 1 - Prólogo



Nina Garbo  - Eliane Giardini
Otávio César Finnegan - Werner Schunemann


Rio de Janeiro, 1996


Nina era uma bela mulher, uma daquelas raras criaturas, não que seja pelos motivos comuns como bondade, caridade, ou fé (que ela havia perdido a alguns anos), mas pelo seu temperamento e personalidade, que eram, em todos os detalhes, a bebida mais forte que alguém poderia experimentar.

No auge dos seus 27 anos exalava sensualidade, um vigor juvenil e uma marca importantíssima e que todos conheciam muito bem, era geniosa, mimada. Perto de suas discretas qualidades isso a deixava com toque amargo, como quem toma um whisky sem malte; Seu olhar penetrante era capaz de lançar desgraças ou felicidades, isso dependia de seu humor e de quem entrasse em seu caminho.

Mesmo com seu gênio forte, era cercada de muitos colegas, todos com muito dinheiro e muita paciência para aguenta-la. Apesar de tudo, sempre tinha por perto uma grande amiga da adolescência que não a abandonara nem em seus dias de azedume. Marcela merecia aplausos por ser tão paciente. Era um ano mais nova que Nina, era também linda, inteligente, corpo escultural, de parar o trânsito. Era pomposa e irritantemente boa com as pessoas, o que deixava Nina com raiva as vezes. Nina dizia que quanto mais você se doa para alguém mais pedras você carregará em suas costas, como um fardo. Ela odeia pessoas boas demais, mesmo já tendo sido, num passado distante, a personificação da doçura. As mágoas e o ódio minavam sua paz interior e o que ela mais queria era ser livre de toda as amarras de sentimentos. Seu único desejo era se divertir, gastar fortunas em roupas de marca e viajar para todos os lugares que tinha vontade. E acima de tudo, não importava como, ser idolatrada ou temida, contanto que não a tirassem do sério. 

Nina, a muito tempo, deixou de  demonstrar seu lado mais humano com medo de a acharem fraca, indigna. Havia prometido a si mesma que ninguém a faria chorar novamente, ninguém a iria humilhar de novo e acima de tudo, nenhum homem alcançaria seu coração. Quem iria brincar agora seria ela.

Seu espírito, era livre como um pássaro, porém aprisionado em uma gaiola invisível, que só ela podia ver. Havia algo dentro dela, uma voz, um grito, um espelho em estilhaços. Sua menina interior era assustada muito doente de alma. Sua casca por fora era como um concreto e sempre repetia para si mesma "Eu sou uma Garbo. Quem ousa me derrubar?" Sentia tanta dor que as vezes até seu lado mais grotesco se esfacelava, ninguém sabia, só ela...quando sozinha, a solidão a consumia, chorava até não poder mais respirar e corria para a sacada de seu apartamento em busca do sopro que a libertaria daquela angústia. Estava em pedaços, sua alma dilacerada, inflamada de tristeza. Corria para o banheiro e ligava o chuveiro na água fria a fim de espantar todo e qualquer vestígio que remetesse ao seu passado. Que os fantasmas continuem por lá.

Sua vida sempre foi fácil, desde pequena (até que algumas coisas começaram a sair do lugar). Estudou em bons colégios, frequentou a faculdade mais cara do Rio, dirigia uma BMW e nunca lhe faltou nada.
Era formada em direito, e se especializou em direito penal. Conhecida com a alcunha de "Venenosa" ou "Advogada do Diabo" tanto pela sua sua arrogância e pelo seu enorme talento. Não perdia uma causa. Apesar de jovem na profissão, nunca se viu alguém tão empenhada e que causasse tanta inveja. Começou como estrela na carreira e isso deixou deixou seu ego explodindo. 

Entretanto, o que ninguém sabia era que o veneno que exalava até pelo seu olhar era regado de dor, sofrimento, saudade. O que mal podiam conceber e muito menos sonhar era o que havia acontecido na vida daquela mulher para que ela se tornasse essa peça de um quebra cabeça, difícil de montar.


Não se dava muito bem com a família, depois de um período muito fatídico, se distanciou ainda mais. Tinha dois irmãos que a adoravam e que depois do ocorrido foram morar nos EUA, só voltando ao Brasil as vezes...seu pai tornara-se seu grande inimigo, sua mãe, bem, era uma mulher paciente, boa e que ensinou à filha tudo o que ela deveria saber sobre ser uma pessoa digna....o que a filha fez? Se voltou contra a mãe por inúmeras razões...se voltou contra toda a família pois confiava em um amor, um homem, aquele com quem iria se casar, aquele com quem ela descobriu o que era o amor...sua vida se resumia a ele. Até que um dia seu pai se intrometeu.
 
 



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