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História Memórias de um experiente - A vida e as suas dificuldades iniciais


Escrita por: Vitorgraziani

Notas do Autor


João de Deus nasce em um período conturbado e desde muito cedo já terá de lidar com as dificuldades de uma vida simples e interiorana.

Capítulo 1 - A vida e as suas dificuldades iniciais


Dez de novembro de um mil novecentos e trinta e sete, eu nascia. Uma quarta-feira que mal sabia eu, foi o dia em que o presidente que governava meu país há sete anos anunciou que a partir deste estavam canceladas as eleições e também a constituição que regia meu país à época, mas nada disso impediu que eu viesse a este mundo no casebre em que vivia lá no que hoje se chama sertão, muito longe do que ocorria na capital (mamãe até me disse depois que só tomou posse dos acontecimentos na política do pais uma semana após meu nascimento), não me lembro de nada, mas de tanto ouvir a história já decorei, meu pai estava na lida e minha mãe em casa com minha vovó Lucinda, enquanto as duas rezavam na porta da casinha de pau-a-pique onde viveria pelos próximos anos de minha vida, pedindo proteção a vida que logo surgiria, as contrações começaram em meio ao escaldante sol do sertão, com a ajuda de vovó e de uma parteira que vivia num outro casebre não tão longe vim ao mundo, segundo mamãe todos não se cabiam de felicidade, em uma vida de tanta desgraça e tantas incertezas na qual se tem cada dia terminado como uma vitória contra a morte, um nascimento era a festa, como nome mamãe escolhe João, em homenagem ao seu finado avô homônimo, mas como existiam várias pessoas com nome João, fiquei como o João da Maria, mas como existem muitos assim fiquei como o João da Maria do Zacarias, anos mais tarde, após conseguir uma vaga no seminário para estudar (não para padre) fiquei conhecido como João de Deus, e assim me chamam até hoje, quase oitenta anos depois de chegar nesta vida. Mas passados os dias, a alegria foi se tornando tristeza, vovô Cícero morreu de morte morrida, o que de tão comum não se chamava pelo verdadeiro fato, anos depois fui descobrir que na verdade morrer de morte morrida era morrer de fome, dias depois vovó Lucinda também padeceu, de tristeza, após perder seu amado de uma vida toda, papai não sabia o que fazer para consolar mamãe, era difícil para ele, porque se ficasse muito tempo longe da lida com o gado, o Coronel Jacinto podia castiga-lo ou fazer mal a nós. Minha vida já começava num caos, mas não um caos por conta daquele presidente que resolveu ser autoritário, aquilo não mudou em nada nas vidas de mamãe, de papai e de todos lá no Brejo da Cruz (como se chamava o local onde viva, no sertão), a vida continuou ruim porque sempre foi ruim mesmo, mas a gente nem achava muito ruim, porque a única vida que conhecíamos era aquela, até mesmo Coronel Jacinto e Dona Sinhá estavam penando naqueles anos ditosos, onde ficávamos mais de um dia sem beber água e semanas sem comer, ver gente morta, era realidade não só pra mim, mas também para os que sabiam que seriam os próximos a estar naquela situação.  O tempo passou como um moinho, quando me vi, tinha meus cinco anos de idade, com esperança de não muitos pela frente, mas sempre de cabeça erguida, ajudando mamãe na renda e aprendendo a lidar com o gado com papai. Até que um dia cheguei em casa do campo, papai vinha atrás, havia parado para falar com o jagunço Afrânio do Coronel Jacinto, fui entrando em casa, quando abri a porta, mamãe estava caída no chão. Tremi e desabei. 


Notas Finais


E agora? O que aconteceu com a mãe de João de Deus? Aguarde os próximos capítulos! :)


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