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História Memórias Póstumas de Kim Taehyung - O dia em que me perdi


Escrita por: blvevelvett

Notas do Autor


Oioi :)

Peço perdão por atualizar tão tarde, minha vida ta muito corrida.
Nem tenho o que dizer porque meu tempo ta muito curto, então apenas espero que gostem do capítulo <3

Capítulo 10 - O dia em que me perdi


A faculdade se acabou em pouco tempo. Nem vimos quando terminamos, só sabia que agora precisaríamos de um emprego. Bom... Eu precisaria, porque Jimin já estava praticamente se tornando um coreógrafo junto ao Hoseok.

Não precisávamos mais trabalhar na livraria, e agradeci imensamente à Seoyeon, abraçando-a várias vezes antes de ir embora. Ela tinha nos salvado quando precisávamos, e isso me fazia adorá-la, como eu disse anteriormente.

Eu ainda não havia encontrado emprego, mas tinha uma entrevista marcada, então apenas dependíamos do salário de Jimin.

Lembro-me do dia em que ia para a entrevista. Estava sozinho, porque ele já havia saído para trabalhar, e também estava nervoso. Assustado, para dizer melhor. Não sabia se a roupa estava certa, não sabia se estava seguro o bastante e não sabia se me aceitariam. Mas lembro que fui aceito. E não, não me lembro de como a entrevista foi, porque estava muito assustado para me lembrar de qualquer coisa.

Sei que me disseram que iria trabalhar na segunda, já que a entrevista fora no sábado. Me recordo que me entregaram uns papéis, e me aconselharam esperar em um ambiente para que um dos superiores falasse comigo e me entregasse mais papéis.

E é aqui que a minha confusão se tornou imensa.

Esperei por cerca de quinze minutos, e vi uma mulher sair da sala do “superior”. Ela era bonita, devo admitir, mas tinha rosto sério e até um olhar de... não sei identificar o que era, mas a palavra que define melhor era arrogância. Mas não chegava a ser, ela parecia apenas decidida. Não sei, talvez eu esteja antecipando demais as coisas.

Vocês entenderão meus motivos.

Ela apenas me olhou, como se dissesse que era para eu entrar na sala, pois era minha vez. E eu o fiz, fechando a porta logo atrás de mim.

E digo a vocês que o que vi foi a maior ironia da minha vida.

Meu superior era ninguém menos que Kim Seokjin, e fiquei tão surpreso que não conseguia nem mesmo piscar direito. Ele, ao me ver, fez o mesmo. E ficamos daquele jeito por alguns minutos, até que ele recuperou parcialmente a postura de chefe e me entregou uma pasta com alguns papeis.

— Você tem que preencher alguns desses papéis até segunda, e então vai poder trabalhar aqui definitivamente.

Acenei com a cabeça, pois não estava em condições de responder com palavras. Me surpreendi imensamente quando ia me virar para sair, mas ele me interrompeu. Somente senti seus braços me envolverem do jeito que tanto senti falta, e percebi que estávamos com a mesma altura. Ele segurou meu rosto com as duas mãos e colou nossas testas.

— Eu senti tanto a sua falta, Tae... — murmurou.

Eu senti que ele queria me beijar, mas algo o impedia. E o que me impedia era o relacionamento que eu tinha com Minnie. Não seria nem um pouco justo com ele se eu o fizesse, então apenas me afastei, concordando com o que ele disse.

— Então... Nos vemos na segunda. — completei, sentindo meu rosto queimar.

Saí e fechei a porta atrás de mim, mordendo os lábios fortemente. Logo depois, tomei meu caminho para casa, e não me surpreendi nem um pouco ao não encontrar meu namorado no local. Sabia que ele estava com Hoseok.

Me joguei no sofá, afrouxando a gravata e suspirando alto. Estava completamente perdido. Meu namorado saia com outro e ficava com ele praticamente o dia todo e eu acabara de reencontrar o amor da minha vida em meu lugar de trabalho. Como disse, a vida é irônica.

Eu não achava que Jimin me traia. Não, eu o conhecia bem demais para cogitar essa ideia. O que me corroía era saber que ele não me amava mais como fazia. Claro que não. Ele tinha a companhia de Jung Hoseok, o cara sorridente e responsável que compartilhava dos mesmos gostos e interesses que ele. E era óbvio que ele estava apaixonado. Eu só não queria aceitar isso. Não sei quando foi que meu namorado deixou de me amar, só sei que, um dia, quando ele chegou em casa mais uma vez falando do quão bom era ter Hoseok, eu apenas liguei os fatos. E estava tudo lá, em baixo do meu nariz.

E eu apenas precisaria abrir meus olhos e ter a coragem de entender o que estava acontecendo.

Mas eu simplesmente não podia acabar com aquele relacionamento. Lembram-se que eu disse que não queria que ninguém o tirasse de mim? Pois então... Minha vontade falhou.

Jimin já não era mais meu, e eu fui um tolo ao demorar a perceber isso.

Eu apenas não conseguiria acabar com aquilo. Eu tinha de pensar.

Por isso, somente fui ao banheiro, numa cena que me lembrava a minha adolescência. Tirei minhas roupas e passei a encarar meu corpo no espelho. Será que Jimin não me amava mais porque eu não tinha músculos tão definidos quanto os dele, e provavelmente os de Hoseok? Será que ele não me amava mais porque eu não ria tanto quanto Hoseok? O que Hoseok tinha que eu não tinha?

Porém, infelizmente, a culpa não era de nenhum dos dois.

Era minha.

Somente minha. Porque eu iniciei esse relacionamento sabendo que nos amávamos como melhores amigos. Eu o beijei pela primeira vez. Eu o incentivei a continuar com a dança, e, no futuro, se apaixonar por Hobi.

E eu era a causa de Jimin parar de me amar.

Com esses pensamentos, me deitei na banheira, tal como fazia quando tinha quinze anos, e chorei. Chorei como não fazia há alguns anos. Chorei, porque finalmente havia aceitado que eu era a causa de meu próprio sofrimento, e ninguém poderia fazer nada quanto a isso. Chorei, porque eu sabia que, no final, acabaria sozinho.

Devem se perguntar o que eu faria quanto a Seokjin.

A resposta é simples: eu não sabia.

Eu não sabia se ele ainda me amava, mesmo quando me lembrava da cena de mais cedo. Não sabia se ele tinha namorado, ou namorada, o que provavelmente o impediu de beijar-me. Não sabia se ele poderia me dar outra chance, devido à posição de status que conquistara.

Eu não sabia de mais nada.

Por isso, chorei mais ainda.

Logo terminei minha dose de sofrimento, que se tornaria diário, e me vesti com uma das roupas largas que eu, sem motivo, evitava usar. Fui até a cozinha e comi alguma coisa, já que estava com fome, e abri uma das gavetas, tirando de lá uma faca, das que Jimin usava para cozinhar de vez em quando.

Foi a primeira vez, desde que saíra de casa, que tentei me matar.

E não era apenas por causa de Jimin. O tempo que passei na banheira me trouxe de volta todo o sentimento de vazio, de insuficiência e de desprezo que eu tinha guardados dentro de mim. E, ali, eu soube que eles nunca foram embora, apenas se esconderam em um lugar profundo o suficiente para que eu não os encontrasse.

Porém, não tive coragem de fazê-lo. Por isso, apenas segurei o objeto e passei por um de meus pulsos, somente forte o suficiente para que arrancasse sangue. Não me importei com a dor, ela era menor que a emocional, e, no fim, apenas desinfetei o ferimento e enfaixei. Deitei-me na cama com os olhos marejados, e tentei dormir, sem sucesso algum.

Diria a Jimin que cortara as costas da mão tentando cozinhar, e sabia que ele acreditaria. Não porque não me conhecia, mas porque confiava em mim. E eu...

Eu estava perdido.


Notas Finais


Como disse mais acima, meu tempo ta corrido. Desculpa.
Mas espero que tenham gostado, e muito obrigada por estarem lendo <3
Beijos e até o próximo :*


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