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História Memórias Póstumas de Kim Taehyung - A pior coisa que poderia acontecer


Escrita por: blvevelvett

Notas do Autor


Voltei <3

Hoje, como da outra vez, não tenho muito o que falar. Só to meio triste, aquela coisa de fim de ano :/

Enfim, boa leitura :)

Capítulo 6 - A pior coisa que poderia acontecer


Ao contrário do que imaginei, meu relacionamento com Seokjin não ficou estranho. Ele não me evitava e eu passei a achar que, na verdade, tudo havia melhorado. E realmente havia. Nossa confiança um no outro aumentou drasticamente, e nossa ajuda também. Juntos, continuávamos a estudar nas arquibancadas, mas sempre tentávamos acabar um pouco mais cedo para trocarmos beijos e abraços antes de irmos embora.

Era perfeito.

Jin era perfeito.

Nosso relacionamento durou quase um ano. E foi tudo que eu poderia pedir. Nossas brigas eram raríssimas, e quando aconteciam, quem quer que fosse o errado sempre iria atrás do outro para se desculpar. Sim, era assim que funcionávamos, porque nos amávamos mais que nosso orgulho tomava conta de nossos corpos.

Ele era meu, e eu era dele...

E sim, nos amávamos.

Ele disse isso pela primeira vez quatro meses depois do ocorrido no parque. Na verdade, ele não disse, mas sim escreveu em um papel vermelho em forma de coração que me entregou enquanto sorria, sentado no degrau debaixo, com a cabeça apoiada em meus joelhos. Seokjin era um desses românticos de nascença, e eu sempre amei essa qualidade que ele tinha.

Ele me contou que tinha se assumido para seus pais, e que passou a ter problemas por isso. Dizia que eles não aceitavam um homossexual na família e que procurariam uma mulher para ele se casar em breve. Ele me disse que queria se rebelar, porque não queria sofrer por isso. Eu lhe incentivei. E eu também lhe disse que Omma me criou para que me casasse e lhe trouxesse uma esposa, que ela trataria como filha.

E fizemos isso em meio a lágrimas. De ambas as partes. E lembro-me que, nesse dia, nos escondemos em uma parte que ninguém conhecia no colégio e nos beijamos como se não houvesse amanhã. Apenas não nos escondemos antes porque eram caricias mais discretas, mas dessa vez... Não digo que tivemos contato sexual, pois não tivemos. Jin respeitava meu espaço até que eu lhe dissesse que poderia dar um passo à frente. Mas nossos toques naquele dia foram desesperados.

Lembro-me de lhe puxar o cabelo e de ele me empurrar contra a parede mais próxima, sem nunca tirar seus lábios dos meus. Jin segurava minha cintura com força e eu lhe envolvia o pescoço com os braços, sempre retribuindo seus beijos. Não nos separamos na mesma intensidade com que começamos. Aos poucos, o fazíamos mais lentamente até que ele me tomou em um beijo intenso e que continha todo o amor que desenvolvemos um pelo outro. E, a essa altura, eu apenas apoiava minhas mãos em seus braços.

Jin separou nossos lábios lentamente, deixando-os a milímetros de distância, e murmurou um “Eu te amo” engasgado, e só então percebi que ele chorava. Passei meus dedos por suas bochechas, limpando suas lágrimas e colei nossas testas.

— Eu também amo você, hyung. — suspirei baixo e lhe selei.

O abracei forte depois, e ele o fez de volta ao perceber que sua camisa ficou molhada por minhas lágrimas. Entenda, caro leitor, era um momento em que a nossa sensibilidade estava no nível mais alto conhecido. Éramos dois rejeitados pela família e provavelmente por toda a sociedade, e apenas tínhamos conforto nos braços um do outro, e a pressão que sofríamos era tão grande que escorria pelos olhos.

Nos recompomos logo depois e ele me selou mais algumas vezes, passando a sorrir e agradecendo que eu apareci em sua vida. Dizia que eu lhe salvei, e eu disse que, na verdade, ele foi meu salvador. E, após isso, seguramos nossas mãos e fomos até a saída, nos despedindo com pesar no coração. Mesmo sabendo que nos veríamos no dia seguinte, ainda era ruim ter que deixar um ao outro.

Lembro que cheguei em casa e fui ao meu quarto. Na banheira, sorria como um bobo pensando em como Jin me fazia bem, e em como nossa convivência era pacífica. Eu o amava tanto... Ele sempre foi o único que entendia todos os meus defeitos, todos os meus problemas e todas as minhas inseguranças. E não digo isso menosprezando a importância que Park Jimin teve em minha vida, porque ele também foi, como verão mais à frente. Mas Jimin às vezes era distante, falando pouco comigo sobre meus sentimentos, o que me causava sensação de incompreensão.

Mas vou deixar meu relacionamento com Jimin para outra hora, ele também merece destaque em minha vida simplesmente por aturar todos os meus problemas, mesmo que não os entendesse e às vezes nem mesmo tivesse conhecimento deles.

Entretanto, continuando com a linearidade da história, foi depois de quase um ano que tudo se tornou caos.

Jin e eu continuamos a nos encontrar no lugar de sempre, e às vezes, ele se deitava nas arquibancadas e me deixava deitar sobre seu peito, entre suas pernas, enquanto líamos alguma coisa que nós dois entendíamos. Ás vezes, nos sentávamos um ao lado do outro, e eu apoiava a cabeça em seu ombro. E, às vezes, eu me sentava em seu colo enquanto ele apoiava a cabeça em meu ombro, e sempre o fazíamos para estudar e ler.

Só que, num dia específico em que eu estava em seu colo, uma surpresa completamente desagradável aconteceu. Omma apareceu. O motivo? Até hoje não sei. Ela nunca me buscava na escola, então não teria motivo algum para fazê-lo naquele dia. E não haveria como ela saber que eu estava ali, então era óbvio que alguém nos viu e lhe comunicou.

Apenas sei que não a vi entrar, mas senti quando seus dedos se enroscaram em meu cabelo e me puxaram para longe de Seokjin. Ela vomitava palavras vazias de ódio que nos atingiram como facas. E eu sabia disso apenas de olhar para os olhos de meu hyung.

Ela dizia o quanto éramos desprezíveis, que iríamos para o Inferno e que estávamos fazendo a sociedade piorar a cada toque que trocávamos. Disse que éramos aberrações e que gente como nós não deveria viver, mas disse que não podia fazer nada visto que assassinato ainda era crime. E, por fim, afirmou que estávamos nos mudando para Busan. Apontou o dedo para o rosto de Jin, que tinha filetes de lágrimas escorrendo pelos olhos, e disse que ele estragou a minha vida e a nossa família. Disse que graças a ele estávamos indo para outra cidade, e agradeceu que eu nunca mais o veria. E, claro, tudo isso em meio a meus gritos dizendo que era mentira e que ele foi a melhor coisa que me aconteceu.

No final, Omma levou sua mão ao meu rosto com força que eu não sabia que ela tinha, ganhando meu silêncio e gotas salgadas a escorrer de meus olhos. Segurou meu cabelo mais uma vez, me arrastando para fora do lugar. O caminho para casa foi feito em silencio, mas eu percebia o ódio emanando pelos olhos dela. E, agora, ela me odiava. Odiava o que eu “havia me tornado”, segundo ela. Mas a verdade é que, se ela odeia o que sabe que eu sou, odeia o que eu sempre fui. E, portanto, amou apenas a ilusão que criou de mim.

E foi nesse dia que tentei me matar pela segunda vez.

Porque eu nunca quis decepcionar minha Omma.


Notas Finais


Bom, espero que tenham gostado, mesmo sendo triste.
Até o próximo :*


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