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História Memórias Rasgadas - Capítulo XLII


Escrita por: Imagination

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários, mensagens, favoritos e a todos os que acompanham a fic!

Peço desculpa pelos atrasos nas atualizações, mas tenho tido pouco tempo livre por isso, o tamanho dos capítulos também tem sido diferentes.

Capítulo 42 - Capítulo XLII


Capítulo XLII

 

As trocas de mensagens não mudaram e isso era um conforto para o jovem que deitado no sofá, fechava mais uma mensagem de Eren. Este tinha acabado de mencionar a festa de despedida de solteiro de Farlan. Estava inclusive a convidá-lo e Eduardo prometeu pensar no assunto. Se fosse por Eren ou mesmo por Farlan não pensaria muito antes de aceitar. Só que também teria que conviver com Levi, que era atualmente a razão para o sorriso no rosto do moreno. Mesmo que estivesse feliz por Eren, não era tão fácil digerir toda a situação. Aliás, era até mais fácil quando sabia que não tinham que se ver.

No entanto, aceitar aquele convite pressupunha não só falar com Levi, como também ser testemunha do sentimento que o unia a Eren.

– Não ser correspondido é uma merda… – Murmurou, colocando o braço sobre os olhos.

Ele estava novamente a recordar a noite em que decidiu ser honesto acerca dos seus sentimentos.

 

Flashback

– Menos tensão no braço. – Dizia Eren, corrigindo mais um dos passos, que estava a tentar ensinar. – Pareces menos focado hoje. – Acrescentou, vendo que Eduardo após esse comentário distanciava-se.

– Preciso falar contigo sobre uma coisa. – Admitiu Eduardo. – Será que podemos sentar-nos por um bocado?

– Claro. – Respondeu, desligando a música e juntando-se ao amigo no sofá.

Os olhos verdes não estavam habituados a ver aquela tensão e nervosismo em alguém que por norma parecia sempre tão descontraído. Já Eduardo procurava a melhor forma de tocar no assunto. Imaginou o cenário várias vezes, mas a realidade mostrava-se mais difícil. Principalmente quando sabia qual seria a resposta que ia ter. Porém, mesmo assim queria ser sincero. Queria tirar aquelas palavras que se encontravam presas dentro dele.

– Eren, sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas aquilo que tenho contigo, faz-me feliz e eu precisava dizer que és alguém especial para mim.

O que tinha dito era uma mistura de várias frases ensaiadas que no momento, acabaram por sair daquela forma. Não era perfeito. Não era o que tinha imaginado que saísse, mas acabava por resumir o que sentia. Embora não tivesse a certeza que se na última vez que se tinha declarado a alguém, tivesse ficado tão nervoso. Cada caso era um caso e nenhuma vez ficava mais fácil. Afinal de contas, falar de sentimentos tinha esse efeito.

Eren desviou o olhar por alguns momentos e Eduardo chegou a ter medo que o outro simplesmente fosse embora. Porém, os olhos verdes voltaram aos dele.

– Eduardo… – O moreno hesitou no que devia dizer.

– Eu sei. – Interrompeu. – Estás apaixonado e tens a sorte de ser correspondido, mas eu precisava falar. Colocar as cartas na mesa e só espero que as coisas não fiquem estranhas entre nós.

– Mais do que já são? – Brincou Eren e Eduardo riu um pouco, sentindo-se aliviado por ver que o amigo não estava a ter uma má reação à declaração. – É verdade que gosto de alguém, mas espero também que nada mude… gosto de falar e passar tempo contigo. Acho que se não existisse outra pessoa, acabaria também por gostar de ti de um modo especial.

– É realmente uma pena que não te tenha conhecido antes.

– Por um lado, ainda bem que não porque não penso que fosses gostar de mim. Nem eu gostava… – Forçou um sorriso ao ver que tinha falado a última frase sem pensar. – Aliás, nem entendo muito bem o que vês em mim.

– Aparentemente vejo muito mais do que tu. – Retrucou Eduardo.

Fim do Flashback

 

– Espero que o Levi também te faça enxergar aquilo que tu não consegues ver… – Murmurou.

 

*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

 

O homem de cabelos castanhos retirou os óculos, passando a mão pelos cabelos com um semblante cansado. Pensava que as coisas estavam a encaminhar-se de outra forma, mas como de costume, nem sempre conseguia acompanhar o raciocínio da esposa.

– Pensava que fosse algo útil e não um presente. – Comentou Grisha num tom que não escondia o desagrado.

Completamente indiferente ao tom do marido, Dina respondeu:

– Já disse mais do que uma vez que trabalhei de perto com ele e sei que não posso arriscar com algum aparelho perto daquele tablet. Do pouco que tive a oportunidade de ver enquanto a Bianca me mostrava fotos dos pais, aquilo tem várias camadas de segurança. – Falou pensativa. – Detetava os telemóveis por perto, portanto, iria detetar e alertar para algum aparelho permanentemente próximo, que estivesse por exemplo na pulseira. Os sistemas de segurança que ele cria não podem ser quebrados assim.

– Então para que serviu exatamente o que aconteceu? – Perguntou Zeke. – O Levi pode estar mais próximo de ti, mas continua a manter distância de mim. Não posso dizer que tenha existido qualquer progresso da minha parte.

– Continuo a achar que raptar a pirralha seria mais eficiente. – Comentou Grisha.

Dina suspirou, abanando a cabeça.

– Párem para pensar. Por que razão, por mais cauteloso e génio que seja, ele colocaria uma tecnologia tão avançada nas mãos da filha? Não acham que é muito estranho deixar algo aparentemente tão valioso nas mãos de uma criança? – Questionou.

– Se pensarmos bem, seria o último lugar onde alguém iria procurar. – Comentou o filho. – Pode ser mais seguro ter algo à vista de toda a gente do que escondido. Atrai menos atenção, se todos pensarem que é só um brinquedo. É uma boa estratégia. – Concluiu.

– Concordo com o Zeke. – Falou Grisha. – Mas tendo em conta que dizes ser quase impossível extrair informação dali sem dar nas vistas, o que ganhamos em voltar a esse assunto? Nem temos a certeza que há mesmo algo de relevante ali que valha a pena investigar. Podemos correr riscos de desnecessários e pode ser só um brinquedo caro.

O olhar da esposa dizia que ela teimava em não concordar.

– Há qualquer coisa que não bate certo. – Insistiu a mulher de cabelos loiros. – Não penso que ele seja do tipo que usaria a filha para uma estratégia de esconder a informação. Não… – Parou por alguns instantes. – Aquilo está demasiado bem guardado. E se tiver uma função? Não de segurança, mas… – Algo passou pela cabeça da mulher. – O que sabem acerca do estado de saúde da pirralha?

Grisha e Zeke trocaram olhares.

– Até onde eu ou o pai sabemos, ela é perfeitamente saudável. – Respondeu o filho. – No entanto, ela não é vista por nenhum de nós e sim por uma médica, a Dra. Rico.

– Dina, se a pirralha tivesse algum problema de saúde grave ao ponto de recorrer a uma tecnologia de ponta exterior ao corpo, penso que teríamos sido informados. – Começou Grisha por explicar. – Tendo em conta a idade dela, seria um procedimento de alto risco. Teria que ser assistida por vários médicos e uma coisa assim não passaria despercebida.

– Ela sempre foi atendida pela Dra. Rico. Uma boa pediatra, mas se algo fugisse ao padrão, ela teria que consultar pelo menos o pai. – Acrescentou o Zeke.

– O dinheiro pode encobrir muita coisa. – Disse Dina ainda com uma expressão pensativa. – Quero que confirmem que ela está bem de saúde. Encontrem uma forma de ter acesso ao processo dela. Quero eliminar esta suspeita. O ideal até seria que fosse examinada por um de vocês, mas isso pode ser mais complicado, portanto, vou contentar-me com isto por enquanto. Encontrem e analisem o processo dela.

 

*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

 

– É uma boa proposta.

– Se não pararmos para pensar durante mais de dois segundos. – Foi a resposta do homem de cabelos negros. – Eu já devia saber que isto seria uma perda de tempo para os dois. Eu de facto nunca me interessei pela indústria ligada à extração de minerais, mas isso não significa que não esteja atento à atualidade no seu essencial. – Ergueu-se da cadeira. – Sei bem, assim como qualquer pessoa atenta ao mercado, que fizeste um investimento ruinoso e agora estás em busca de um bote salva-vidas. Alguém que faça frente ao prejuízo de milhões. – Olhou para o outro homem na sala. – Só isso te faria aparecer aqui na minha frente.

– A proposta seria benéfica para os dois. – Insistiu.

– Benéfico para ti significa que o buraco da dívida viria todo para mim? – Perguntou Levi. – Eu não sei se pensas que sou algum ingénuo nestas coisas, Nile, mas eu posso assegurar-te que não. Aprendi com o melhor e se ele ainda cá estivesse, provavelmente responderia o mesmo. É um:  “não estou minimamente interessado”. Até podia comprar eu o negócio e não precisaria de ti como sócio, mas como já referi antes, não é uma área do meu interesse.

– Não saberias gerir sem o sócio certo. – Respondeu entre os dentes.

– Eu estou a gerir aquilo que muitos chamam de um império. – Respondeu o homem de olhos cinza. – O que eu sei fazer melhor é ganhar dinheiro e não perdê-lo, portanto, tenho a certeza que faria um bom trabalho. – Viu o outro levantar-se.

– Não tens o direito de falar assim para mim, Ackerman! Pensas que vales mais do que eu?!

Com um ar nada impressionado perante a tentativa de intimidação do outro que se colocou à sua frente, respondeu:

– Disse apenas que sou competente, Dok e o meu nome é Smith. É incrível como estás sempre a esquecer.

– Nunca vais deixar de ser um Ackerman.

– Pelo menos não tenho o descaramento de vir pedir aos outros para pagar dívidas feitas por incompetência. – Retrucou e antes que o outro pudesse responder fisicamente, Levi garrou no punho que vinha na direção do seu rosto, virou-o de costas e esfregou a cara do outro na mesa. – Tens que descer mesmo muito baixo para pedir dinheiro a alguém que odeias tanto. – Viu Reiner entrar na sala. – Nunca entendi o porquê desse ódio e admito que estou a ficar cada vez menos curioso porque não quero ter nada a ver com alguém assim. – Largou o homem, empurrando-o na direção de Reiner. – Podes levar essa figurinha patética para fora daqui. – Virou as costas.

– Com certeza, Sr. Smith.

Aos olhos do homem que era levado para fora do local, ele deixou de ver o empresário e viu claramente, a silhueta feminina com os longos cabelos negros caídos pelas costas. Antes de lhe virar as costas, ela também lhe dirigiu um olhar de desprezo e chamou-o de patético. Era como se o destino estivesse a rir dele à medida que o fazia “reviver” o momento. O filho agia exatamente como a mãe e se não fosse o desespero de precisar de dinheiro, jamais se teria rebaixado a procurar dinheiro ali.

Contudo, aquilo apenas reforçou mais o ódio que nutria por aquela família que arruinou a vida dele. Nile continuava a acreditar que tudo podia ter sido muito diferente, se Kuchel nunca tivesse tido aquele filho. Bastava que ele nunca tivesse existido e tudo poderia ter resultado.

Quando mais tarde soube a vida de lixo que a criança teve, Nile pensou que afinal a vida era justa. Ele merecia pagar. Ser castigado por existir, mas infelizmente não foi o suficiente para que desaparecesse. Em vez disso sobreviveu e pior, encontrou apoio e uma vida distante do lixo ao lado de Erwin. Este último que assim como Eren desdenhou a filha dele. Nile sempre quis que ela fizesse um bom casamento, mas Erwin recusou sempre qualquer sugestão nesse sentido e depois Grisha não conseguiu controlar suficientemente o filho, que era uma nódoa naquela família para que aceitasse o casamento. Nada funcionou como queria e no fim, via-se a ser pisado novamente por mais um membro daquela maldita família que odiava há anos.

Essa tua vida perfeita vai acabar… vais entender que nunca devias ter saído daquele lixo e devias ter apodrecido e morrido lá”.

Depois de Nile sair, o empresário consultou a agenda para aquele dia. À medida que via o que ainda tinha pela frente, concluiu que Petra estava a melhorar imenso, agora que Isabel só vinha à empresa por poucas horas. A ruiva estava a poucos dias do casamento e mesmo assim, teve que haver muita insistência para que deixasse o trabalho e se concentrasse mais nos preparativos para o grande dia.

Isabel sempre foi muito focada no trabalho e essa dedicação aumentou mais depois da morte de Erwin. Ela ajudou muito e mostrou um apoio incansável. Levi valorizava e reconhecia a importância que ela teve na empresa e na vida dele, mas mais do que uma vez, sentiu-se culpado por não conseguir convencê-la a tirar férias e tempo para ela e Farlan. Ele era consciente que essa era uma razão importante por detrás das discussões que ocorreram entre o casal.

Portanto, tendo em conta que atualmente, até Isabel reconheceu que precisava de algum tempo para ela e Farlan, Levi estava feliz pelos dois. Ainda mais porque decidiram dar o passo tão aguardado. Claro que com isso, a ruiva estaria novamente dispensada para uma merecida lua-de-mel. Ele até esperava que em breve ela e o amigo começassem uma família. Levi conhecia muito bem o impacto que isso trazia à vida de alguém e desejava-lhes a mesma felicidade que sentiu, quando Bianca entrou na vida dele.

– Sr. Smith?

– Podes entrar, Petra. – Respondeu.

– Com licença. – A mulher entrou no gabinete. – Vi o Reiner levar o Sr. Dok e como não sabia exatamente o que aconteceu…

– Ficaste preocupada. – Concluiu com um pequeno sorriso. – Está tudo bem, Petra. Foi apenas um momento decadente de alguém que me odeia, mas estava tão desesperado por dinheiro que veio fazer-me uma proposta em que basicamente, eu resolvia o problema dele a troco de nada.

– Mas ele odeia-te porquê? – Questionou confusa. – Alguma vez discutiram?

– Não faço ideia. – Respondeu. – Nem sequer temos negócios em comum.

– Talvez seja inveja. – Apontou Petra.

– Seja o que for não me interessa. – Descartou. – Não quero continuar a falar dele.

– Certo. – Concordou a funcionária. – Eu vim aqui confirmar que estava tudo bem, mas também para anunciar um pequeno imprevisto na agenda.

– Se me disseres que é o Grisha ou o Zeke, acho que salto da janela. – Falou e Petra riu um pouco.

– Não. – Negou em seguida. – Esta é uma boa visita. Posso deixar entrar?

Um pouco curioso, Levi acenou afirmativamente e então sorriu ao ver que Sasha entrava com Estela nos braços.

– Podemos interromper o padrinho?

– Sempre. – Respondeu. – Olá princesa. Posso?

– Claro. – Respondeu Sasha, deixando a filha ir para os braços do homem de cabelos negros.

– Sempre bastante dorminhoca. – Comentou, acariciando os cabelos da bebé. – O Connie não veio?

– Veio, mas ficou lá em baixo com alguém que disse que podia resolver o problema do carro.

– Precisam de ajuda? Eu posso pedir ao Reiner que…

– Não, não. – Negou de imediato. – É só uma coisa de macho alfa que acha que tem que resolver o problema sem pedir ajuda. – Explicou Sasha, revirando os olhos e o empresário riu. – Hoje vens experimentar o meu bolo novo?

– Sasha, eu não sei se é humanamente possível, eu continuar a comer tanto. – Brincou, recordando todas as últimas visitas em que acabava sempre por sair dali com a sensação que ia rebentar.

– Tu queimas as calorias na piscina ou com o namorado. – Insinuou com um meio sorriso. – Aquele jantar lá em casa do Mike e da Nina… aquela troca de olhares não engana ninguém. – Continuou a provocar, vendo um ligeiro rubor no rosto do amigo. – Estás tão caidinho…

– Parece que sim. – Admitiu.

– É bom ver-te reencontrar o amor de novo depois do Erwin. Tenho a certeza que ele também iria querer ver-te a ser feliz. – Disse Sasha com um sorriso.

 

*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

 

– Foi bem mais pacífico do que imaginava. – Comentou Armin, vendo que Farlan ao lado dele já ressonava no banco de trás juntamente com Connie.

Eren ia sentado no lugar da frente com Levi que mudava a música que tocava no carro.

– Estavas à espera do quê? Eles casam amanhã. Não podíamos aparecer todos ressacados. – Explicava Levi. – O noivo tem que estar em condições.

– Eu acho que houve diversão suficiente sobretudo quando o Connie começou a gaguejar na frente do stripper. – Disse Eren divertido e tanto Levi como Armin riram ao recordar o momento.

– Não sei do que estava à espera. É óbvio que não podiam ser só mulheres. É preciso respeitar todos os gostos. – Acrescentou Levi.

– Sim e aquele da tatuagem do tigre? – Perguntou o moreno, olhando para Armin.

Puta que pariu, foi o momento em que quis perguntar à Annie, se ela tem alguma coisa contra ménages.

– Acho que pagava para ver. – Disse Eren e queixou-se em seguida ao receber uma palmada na coxa. – Hei!

– Já reparei que gostas bastante de tatuagens, mas se quiseres ver alguma coisa, é só comigo.

– Hum… só contigo? – Perguntou Eren num tom insinuante e uma das mãos passeou-se por uma das pernas de Levi.

– Ahm, ahm. – Armin aclarou a garganta. – Por muito que eu pudesse apreciar o vosso show, não quero morrer num acidente de carro só porque querem tirar a roupa um do outro.

Puta que pariu, acho que bebi demais… – Disse Eren, passando as mãos pela cara.

– Queres que pare o carro? – Perguntou Levi um pouco preocupado. – Se precisares de apanhar ar.

– Não, acho que sobrevivo até casa… – Respondeu o moreno. – Armin tens a certeza que consegues curar a ressaca? Vamos todos parecer mortos-vivos amanhã.

– Serias o morto-vivo mais sexy do casamento. – Disse Levi e mais uma vez, Armin resolveu estalar os dedos entre os dois.

– Foco! Sem olhares apaixonados ou pervertidos quando estás a conduzir! – Reclamou o loiro. – Eu vou colocar-nos a todos decentes para amanhã, mas para isso temos que chegar vivos a casa.

– Mas ele está a dizer que sou sexy, Armin. – Argumentou Eren num tom que ironicamente parecia demasiado infantil. – Eu quero…

– Foco! – Falou Armin novamente, batendo na testa de Eren e beliscando o braço de Levi. – Quando estivermos em casa, podem fazer o que quiserem.

– O Armin é mau… – Queixou-se o moreno de olhos verdes e o loiro revirou os olhos enquanto o empresário começava a rir e concluiu:

– Parece que alguém bebeu mesmo demais.

– Podes estar mais sóbrio, mas está igualmente hormonal. – Apontou Armin. – Olhos na estrada, Levi.

– O Eren tem razão. És mau.

– Sim, muito mau. – Ironizou Armin. – Sou muito mau por querer que cheguemos todos inteiros a casa.

Depois de chegarem à residência Smith, Armin desistiu de pedir ajuda a Eren para ajudá-lo a tirar Farlan e Connie do carro. O moreno decidiu também adormecer e só acordar para atrapalhar Levi que tentava levar Farlan, quando quase caiu no momento em que Eren o agarrou de surpresa. Seria uma cena até cómica, se Armin não estivesse a perder a paciência com os amigos.

No fim, todos quase até perderam o sono quando tomaram o chá preparado por Armin. Mesmo Levi que era um apreciador dessa bebida, não conseguia compreender como o médico conseguiu transformar aquilo em algo abominável. Ainda assim, pediu que Armin preparasse mais, não para eles, mas porque tinha a certeza que com Hanji envolvida na outra despedida de solteira do lado de Isabel, as mulheres também iriam precisar de algo forte.

Foi nesse instante que Eren pareceu recuperar a sobriedade, juntando-se à preocupação de Armin. Com as frases desconexas e insanas entre os dois, Levi acabou por descobrir que Annie estava grávida. Ele tentou tranquilizar os dois, dizendo que com certeza a loira seria cuidadosa, mas ainda assim Armin acabou por sair juntamente com Connie para irem buscar as respetivas companheiras e comprovar com os próprios olhos que estavam bem. Para trás, ficou Farlan que acabou por cair no sono no sofá enquanto Levi tentava ajudar Eren a subir os degraus em direção ao quarto.

– Não me deixes dormir, Levi. Preciso saber que a Annie está bem. – Não parava de repetir.

– Sim, eu não te deixo dormir. Cuidado com o degrau.

– Não posso dormir saber da Annie… ugh, este gosto terrível na boca não passa.

– Eu sei. – Falou Levi. – Acho que vou passar o elixir dentário 3 vezes para garantir que consigo esquecer o gosto desta merda. – Teve que segurar o moreno que quase tropeçou novamente nos degraus. – Cuidado, Eren.

– Cheiras tão bem.

Levi sorriu.

– Vá, só mais uns degraus e depois podes ficar perto de mim o quanto quiseres.

Contudo ao contrário do que Eren pensava, o rumo não foi direto para o quarto e sim, para a casa de banho. Num primeiro momento ele reclamou, acabando posteriormente por concordar que não podia dormir com o gosto daquele chá intragável na boca. Assim depois de insistirem bastante no elixir dentário foram para o quarto em que Levi continuava a servir de apoio ao moreno. Este acabou sentado na cama com o homem de olhos cinza a tirar os sapatos dele, aconselhando-o a dormir e prometendo que o avisaria se soubesse de alguma coisa sobre Annie.

Quando ao fim de pouco tempo, viu o moreno aconchegar-se na cama, Levi decidiu que podia ligar para Mike e confirmar que Bianca já estaria a dormir. O amigo ia ao casamento no dia seguinte, mas dispensou a participação na despedida de solteiro. Em vez de considerar o convite disse que resolveria o problema de Levi, que não podia levar a pequena para aquele tipo de festa.

A chamada para Mike não foi muito longa, mas assim que desligou, sorriu ao receber várias fotos da filha a jantar, a brincar com o amigo na sala e por fim, a dormir. Eld e Gunther estavam por perto como medida preventiva, só que Levi sabia que estando a filha com o amigo, não havia razão para ficar preocupado.

Em seguida, Levi recebeu uma mensagem de Armin a confirmar que as mulheres definitivamente precisavam também do chá demoníaco porque a festa organizada por Hanji parecia ter atingido proporções diferentes. De certo modo, isso não o surpreendia, mas ficou descansado ao saber que tanto Annie como Sasha eram das poucas, possivelmente as únicas, que não tocaram em álcool.

Espero que aquela desmiolada se lembre que a noiva tem que conseguir andar até ao altar amanhã”, pousou o telemóvel sobre a mesinha de cabeceira.

Os olhos cinzentos voltaram a observar Eren, que assim como tinha previsto já estava a dormir. Afagou os cabelos castanhos recordando como o dono de olhos verdes estava sorridente durante a festa e em que mais uma vez, teve a oportunidade de apreciar a forma hipnotizante e atraente como dançava. Como se a própria postura e confiança mudassem e Levi gostava de ver. Gostava até de ajudar Eren a ir atrás desse sonho de que desistiu.

– Não podes desistir de uma coisa que te faz feliz. – Murmurou, beijando o rosto do moreno antes de se deitar ao lado dele e pouco depois, acabou por juntar-se a ele num sono tranquilo.

Horas mais tarde, os olhos verdes foram os primeiros a abrir-se. Ainda com bastante sono, o moreno roçou o rosto contra os fios negros à sua frente. Conforme ia focando no cenário, viu que tinha um braço sobre a cintura de Levi e que as pernas dos dois se tocavam. Não quis mover-se muito para não acordar o empresário, mas queria ver o rosto que estava contra o ombro dele. Porém, assim que se moveu um pouco em vez de acordar Levi ou mudar a posição, notou que sentia outra coisa contra a perna dele. Ao deduzir o que seria, sentiu o rosto quente.

Não, não, não… é o dia de casamento. Não sei que horas são, mas não podemos! Ok, pensa em coisas que cortam o tesão, Eren! Pensa, pensa!”, dizia a assim mesmo enquanto notava que Levi decidiu dormir em tronco nu e ver a tatuagem naquele corpo… “Outra vez com pensamentos errados! Puta que pariu…”, passou uma das mãos da cintura para as costas de Levi e depois voltou a descer, “Não consigo mesmo evitar… quero tocar nele”.

O moreno arranhou um pouco uma das coxas do outro, que se moveu pouco, mas assim que agarrou e começou a massajar sobre o tecido o membro duro, ouviu um suspiro. Não teve que esperar muito para ver o rosto de Levi mover-se e os olhos cinzentos focaram-se nos dele.

– Eren… – A voz soava ainda ensonada.

– Não consegui resistir à tentação. – Murmurou Eren próximo aos lábios do outro, que ergueu uma das mãos até segurar o queixo dele e encostar a sua boca na dele.

O toque simples foi curto até a língua do homem de cabelos negros pedir passagem. A mão do moreno parou por alguns instantes de massajar o outro ao ser distraído com aquele beijo que ia crescendo de intensidade.

Levi sentia-se cada vez mais acordado e foi dominando mais e cada vez mais o beijo, colocando-se sobre o moreno enquanto as suas mãos percorriam o peito do moreno. A determinada altura, ainda com a troca de beijos longos, foi pondo os braços de Eren ao lado da cabeça deste. Pressionou-os quando viu que o dono dos olhos verdes queria tocar nele e dessa forma, estava a impedir os seus movimentos.

No entanto, mesmo no meio dos pensamentos de luxúria, Levi notou alguma tensão no corpo debaixo dele e retirou a pressão dos braços. Parou com os beijos, acabando sentado sobre Eren, segurando numa das mãos e beijando-a. Viu que o rubor no rosto do moreno aumentava ainda mais, se é que isso era possível.

– Desculpa. – Murmurou. – Podes e deves dizer quando faço qualquer coisa que te deixe desconfortável.

– Eu é que peço desculpa. Sei que não vais fazer-me mal, mas…

– Shh, nada de pedir desculpas. – Sorriu um pouco, ainda segurando na mão do moreno roçou o rosto contra ela. – Queres parar ou posso…? – Trouxe um dos dedos da mão de Eren até à boca e chupou-o, arrepiando o companheiro.

Puta que pariu… – Sussurrou até que uma ideia passou pela cabeça dele. – Espera, tu agora és passivo?

Levi chegou mesmo a largar a mão de Eren enquanto deixava escapar uma gargalhada.

– O que achas que estava a sugerir? – Perguntou divertido. – Eu aqui a oferecer-me para chupar com gosto e vontade e tu a pensar que eu ia dar outra coisa. – Debruçou-se um pouco para olhar o moreno olhos nos olhos. – Lamento, delícia mas como disse antes, eu não sou passivo.

– Sei lá… – Disse um pouco defensivo. – Nem mesmo com o Erwin?

– Hum, gostavas de saber, não é? – Perguntou, mantendo o sorriso divertido. – A curiosidade matou o gato.

– Que sorte que eu não sou um gato. – Ironizou Eren incapaz de conter o rubor ao ver que Levi passava a sentar-se sobre as pernas dele, puxando as calças e boxers para baixo.

– Eu não acho que esse ditado popular seja um aviso para os gatos. Ainda que tu sejas um… – Piscou o olho enquanto masturbava Eren com uma das mãos.

– Hum… por falar em gatos, onde está o Kuro?

– Queres que o chame para ver? – Questionou Levi, arqueando uma das sobrancelhas.

– O quê?! Não! – Respondeu, vendo que Levi mantinha o sorriso divertido. – E se ele…?

– Estiver a ver? – Concluiu o homem de olhos cinza. – Vai ser um bom espetáculo. Eu não me importo com a audiência.

– Ele está no quarto?! – Perguntou, olhando em volta até sentir algo quente e molhado que o fez gemer e focar novamente no outro.

– Ele não está aqui, bebé. – Lambeu novamente, arrepiando o moreno. – Foca só em mim.

Como se a partir daquele momento fosse possível para Eren concentrar-se em outra coisa, que não fosse no olhar repleto de malícia dirigido a ele. Isso à medida que tanto as mãos como a boca espalhavam sons obscenos pelo quarto que se aliavam aos gemidos altos de Eren e àqueles abafados da parte de Levi.

O moreno não sabia se segurava os cabelos negros ou se amachucava os lençóis. Arqueou as costas mais uma vez, ao sentir que o vai e vem daquela boca quente aumentava. Saliva ia deslizando, lambuzando e criando ainda mais sons indecentes sobretudo quando Eren passou a segurar a cabeça do outro até que o clímax chegou. Todo o corpo estremeceu acompanhado de gemidos intensos.

– Nunca me vou cansar de te ver assim, Eren… – Murmurou Levi, debruçando-se sobre o moreno que ainda arfava e masturbando-se a si mesmo, não teve que esperar muito para que atingisse o seu orgasmo sobre a pele morena.

– Temos que ver as horas… – Murmurou Eren um pouco mais calmo. – Imagina que chega o Mike com a Bianca e nós aqui…

Merda, é melhor ires tu primeiro tomar banho. – Disse e ter-se-ia afastado, mas o moreno segurou um dos braços dele.

– Ou vamos os dois para poupar tempo. – Sugeriu o moreno.

– Eu não acho que isso seja uma boa ideia. – Respondeu, sentindo-se tentado pela ideia até que ambos ouviram vozes no piso inferior da casa. – Merda, merda… vá, vai tu primeiro. Eu vou vestir qualquer coisa e tentar não matar o Mike e a Nina por chegarem tão cedo.

Eren começou a rir.

– Acho que nós é que dormimos um pouco mais do que devíamos.

– Lembra-me outra vez porque deixo as chaves de casa com os meus amigos? – Perguntou Levi, praguejando mais um pouco enquanto tentava vestir-se com rapidez.

O moreno decidiu seguir o conselho e ir para o chuveiro primeiro, deixando apenas Levi passar água nos cabelos e rosto antes de sair. Assim que o empresário abriu a porta do quarto, viu a filha correr na direção dele.

– Hei… bom dia, princesa. – Sorriu e viu um meio sorriso no rosto de Nina.

– Exercício de manhã?

– Não preciso de gracinhas, Nina.

– Estavas a namorar com o Eren, pai? – Perguntou Bianca.

– Ah… sim, mais ou menos. Não importa! – Disse, vendo que Mike também ria ao fundo do corredor. – Eu não tenho amigos. – Acrescentou entre os dentes. – Vá, deixem de tentar envergonhar-me de manhã e vamos preparar-nos para sair daqui a pouco. O Farlan ainda está a dormir?

– Tentei acordá-lo, mas chamou-me cria do demónio. – Disse Mike divertido. – Suponho que os teus métodos sejam mais efetivos.

– Foste muito brando, Mike. Com ele, só violência funciona. – Respondeu Levi.

– Eu quero ver! – Disse Bianca, sabendo que seria sem dúvida divertido a cena que se seguiria.

 


Notas Finais


Até ao próximo capítulo!


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