Acordei com as bicadas da coruja na minha janela. Ainda era por volta de 7 horas da manhã de um domingo. Esfreguei os olhos e percebi que Harry não estava ao meu lado. Deve ter saído para caminhar. Nunca vi tamanha disposição para caminhadas!
A coruja trazia consigo um envelope bonito, letras bem trabalhadas e detalhes alternados entre verde e dourado. Quando li “Sr. e Sra. Potter” no verso do envelope, meu coração gelou. Percebi que o momento havia chegado. Era um convite de casamento. O convite de casamento do amor da minha vida.
Passei cerca de 15 minutos com o envelope na mão. Eu já sabia do que se tratava, os boatos correm, mas boatos não são nada comparados a fatos. Depois de titubear, com o coração apertado, resolvi confirmar minhas suspeitas. Lentamente, abri o envelope e, ao ler o nome deles ali, não consegui conter as lágrimas.
Por Merlin! Nunca me senti tão grata pelas caminhadas matinais do Harry. Como explicaria as lágrimas incontidas?
Passei o dedo lentamente sobre seu nome e lembrei dos nossos momentos juntas. Nosso primeiro beijo desajeitado, nossas tentativas mal sucedidas de nos afastarmos, nossas trocas de olhares tão cheias de ternura pelos corredores de Hogwarts, nosso namoro escondido com momentos únicos na Sala Precisa... E foi então que meu coração se apertou ainda mais. Lembrei de como nos aproximamos na Armada de Dumbledore enquanto Harry buscava as horcruxes e, na mesma intensidade, como acabamos nos afastando quando ele retornou.
Depois de muitas lágrimas, da memória viva do nosso último beijo, do olhar triste dela no meu casamento, fui obrigada a levantar. Lavei o rosto e suspirei. Agora era só aceitar os fatos. Ela era sim o amor da minha vida, mas nem sempre o amor da nossa vida é o amor para a nossa vida. Cuide bem dela, Scamander. Cuide bem dela.
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