História Memories. - I. Prólogo.

[Sexta-Feira, 10 de Novembro de 2023, 05:40pm]

Fazia dois dias e meio que o acinzentado não saia do seu escritório, estava irritado por vários motivos, motivos esses que poderia preencher uma lista de cinco folhas A4 frente e verso, no topo da lista estava a suposta traição do mais alto, isso estava irritando-o tanto que está atrapalhando seu trabalho, no tempo em que estava no escritório, tentando, inutilmente, terminar os acordes da música de algum boygroup na qual estava trabalhando, o prazo de entrega era pra o dia de hoje, mas a decepção, magoa e irritação estava impedindo-o de concluir o trabalho. Com um suspiro longo, ele levanta da cadeira estofada, que por incrível que pareça, era dura, ele sai do escritório decidido a relaxar um pouco antes de tentar terminar o bendito - maldito - acorde, o que é melhor pra relaxar do que um copo de café amargo? Não conseguia pensar em nada melhor no momento, talvez um banho quente. 

Decidido a tomar seu amado café, ele pega o elevador descendo pro andar da cafeteria para preparar a bebida quente, colocou o pó e a água necessária pra fazer a bebida e ligou a cafeteira elétrica, a cozinha da cafeteria estava com um cheiro estranho, puxou a gola da camisa até o nariz, cheirando-a, definitivamente estava fedendo, mas não era dele que estava vindo o cheiro estranho, como não conseguiu identificar o que era, decidiu então ignorar, terminou de fazer o café bem forte, como gostava, e tomou lentamente apreciando o amargor descendo quente por sua garganta, se sentindo com forças renovadas, até seu humor parecia melhor só de apreciar a bebida quente, lavou a louçã usada e saiu rapidamente da cozinha incomodado com o cheiro, estava indo em direção ao elevador pra voltar pro seu escritório, cumprimentando a todos que passava por si, deu uma espiada no relógio de pulso, seis horas em ponto, pensava em tomar um banho e pedir para alguém preparar algo pra poder comer quando travou a frente da porta do elevado, ele se lembrou de onde conhece o cheiro estranho, "é gás", sussurrou ao mesmo tempo que se virava pra voltar pra cozinha, quando tudo explodiu, com o impacto da explosão ele foi jogado pra trás, no elevador já aberto a espera de alguém entrar; com a onda de fogo que vinha em sua direção, só teve tempo de tentar proteger o rosto com os braços antes de bater a cabeça com força na parede espelhada do elevador, ele ainda conseguiu ver as portas metálicas se fecharem antes de finalmente apagar com um único pensamento em mente, "Jungkook".

Já tinha cinco horas que a explosão tinha acontecido, o prédio ameaçava cair, e boa parte dele já tinha desmoronado, os bombeiros ainda tentavam apagar o fogo enquanto tentavam salvar os feridos, a contagem de mortos, infelizmente, já se passava de cem, setenta e cinco pessoas com feridas leves, sessenta e alguma coisa com feridas graves e mais de trezentas pessoas ainda desaparecidas, o fogo finalmente estava dando uma trégua, os bombeiros começaram a se arriscar nos andares superiores do - maldito - prédio de vinte andares e a abrir os elevadores, varias pessoas relataram que tinham outras pessoas no elevadores, mas por conta dos desmoronamentos, estava difícil chegar aos mesmos, e quando chegavam, normalmente as pessoas dentro já estavam mortas, tinha um elevador em especial, o do andar da explosão que estava muito difícil abrir, foram necessárias sete pessoas pra conseguir abrir o mesmo, tinha um homem caído no mesmo, ambas as mãos estavam com queimaduras graves, saía muito sangue de um ferimento em sua cabeça, seu rosto estava banhado com o liquido escarlate, os bombeiros desconfiavam que o rapaz já estava morto, mas com uma checagem pra conferir se estava mesmo ou não morto, perceberam que o rapaz tinha pulsação, pouca, mas tinha; o mais rápido que conseguiram e também com todo cuidado possível, tiraram o rapaz do cubículo, quando estavam a uma distancia de cinco metros do elevador, uma parte do prédio desmoronou em cima do mesmo, levantando uma cortina de poeira pra todo lado, o líder da equipe dos bombeiros olhou pra trás, mais três minutos dentro daquele elevador o rapaz não teria sobrevivido, ele certamente é abençoado por deus. 

Levaram o rapaz pro lado de fora do prédio e entregaram ele para a equipe medica que fez os primeiros socorros e colocaram ele numa ambulância, o mandando para algum dos quatro hospitais que estavam atendendo os feridos desse acidente.

[Sexta-Feira, 10 de Novembro de 2023, 05:30pm]

Fazia dois dias e meio que o moreno não saia de casa, estava preocupado, a exatos três dias um amigo havia se confessado pra si e o beijado a força, o mais velho viu a cena e achou que ele estava o traindo, tiveram uma briga muito feia, o mais velho expulsou o mais baixo da nossa casa e começou a grita consigo insultos e mais insultos, parecia que tinha enlouquecido, em certo momento o moreno não aguentou ser xingado daquela maneira e deixou a raiva o controlar, desferindo um soco certeiro na boca do acinzentado, derrubando-o, quando o mais velho se levantou, olhando-o indignado, no mesmo momento, sentiu a culpa o corroer, ele correu ao mais velho o abraçando com força, enquanto chorava, pedindo perdão e tentando explicar o ocorrido ao outro, mas ele parecia petrificado, nada disse ou se moveu, simplesmente esperou, e quando o moreno o soltou, ele pegou a carteira, chaves e o casaco e saiu de casa sem nem mesmo olhar na cara do moreno, o deixando se debulhar em lagrimas, jogado no chão, desde então o moreno se dividia entre dormir, chorar e pintar quadros e mais quadros do seu amado, ignorava seu celular, que estava cheio de ligações não atendidas de varias pessoas, mas nenhuma delas era de quem ele queria, o mais velho também não estava o atendendo, então ignorava o aparelho.

Estava cochilando quando acordou de supetão, chorava, sua cabeça doía e seus braços ardiam muito, como se estivessem queimando, seu coração doía e ele sabia que tinha algo errado e com quem, "hyung", sussurrou, estava tremendo de nervoso, olhou o relógio e eram 06:01pm, estava se sentindo desesperar, ficou alguns minutos tentando se acalmar, sem sucesso algum, quando se levantou correndo até a sala, algo lhe dizia que tinha que ligar a televisão e assim o fez, não sabia em que canal colocar, então simplesmente deixou no primeiro canal que passava noticias e esperou por algo, não foi preciso esperar muito e um homem com um semblante sério começou a relatar um comunicado urgente sobre um incêndio, estava completamente focado nas noticias, quando ele finalmente disse onde havia sido o acidente, neste momento o desespero bateu por completo, gritava o nome do amado com toda força que tinha em suas cordas vocais, chorava desesperadamente sem saber o que fazer, levantou-se decidido a ir até o local do acidente atrás de noticias, mas a vertigem lhe abateu, junto com a falta de ar, o fazendo desmaiar no mesmo instante.