No acampamento…
Cheguei pelo bosque e fui direto pro meu chalé. Nico estava deitado na minha cama, dormindo. Sorri e o cobri, estava frio e ele estava encolhido. Ele puxou o cobertor e continuou dormindo. Tomei um banho e quando sai ouvi alguém bater na porta. Corri para a porta e sai, para não acordar Nico.
Piper sorriu:
-Jay!
Ela pulou em mim e me abraçou. Eu fiz uma careta. Isso ia ser ruim. Ela me soltou:
-Onde estava? Por que não me avisou?
-Precisei ir, foi de última hora, não deu tempo de avisar.
-Você deixou uma carta para o Nico!
-O chalé dele é aqui do lado, o seu é longe, eu fui embora pelo bosque. Piper precisamos conversar.
-Jason.
-A gente não está sendo mais certo.
-Por sua culpa!
-Não, não é minha culpa. Sentimentos não são controláveis Piper, e você deveria saber disso.
-Achei que gostasse de mim.
-Gostava. Mas não gosto mais. Infelizmente. Me desculpe Piper. Você é maravilhosa, vai encontrar alguém pra você. Mas eu não posso mais.
Ela não chorava, mas segurava. Ela pressionou os lábios um contra o outro:
-Ok.
Ela se virou e foi embora correndo. Ok, eu tenho o ódio do chalé de Afrodite, e provavelmente da Annabeth.
Entrei no chalé de novo e Nico estava de olhos abertos me olhando. Sorri:
-Olá.
-Oi.
Me sentei na beira da cama. Ele sorriu:
-Como foi no Canadá?
-Foi ótimo.
-O que houve lá? Você está… diferente.
-Eu me sinto diferente.
-Me conte.
-Encontrei a Lupa e seus lobos. Eles são… interessantes.
-E por que a mudança?
-Eu cresci com eles. Eu treinei com eles. Sou um dos lobos da Lupa. Eu e uma menina… Sarah. Ambos crescemos no Júpiter. Éramos inseparáveis. Juntamente com três lobos. Damian, Lilly e Harry. Lupa divide seus lobos em grupos. Somos o Alfa. O principal grupo de Lupa, os mais importantes.
-Eles são legais?
-Lilly é fofa, Damian parece ser o responsável e Harry o brincalhão.
-E Sarah?
-Não a conheci. Lupa diz que ela morreu. Mas não sei se acredito muito nisso.
-Por que não?
-Tive um sonho com ela. E… eu não sei Nico, não foi familiar, não parecia algo que eu já tinha presenciado antes, parecia algo que vai acontecer sabe?
-Entendo. E agora?
-Lupa disse que tem um lago… O Lago de Narciso. Ele pode restaurar memórias. Vou falar com Rachel, preciso de uma missão.
-Vou com você.
-Não pedi ajuda
-Não perguntei se queria. Vamos.
Sorri e saímos do chalé, no meio do caminho vejo os lobos da Lupa e a Lupa conversando com Quíron. Senti um dos lobos passar pelas minhas pernas e cai em algo peludo, gargalhei:
-Harry!
O lobo virou menino:
-Oi Jay!
Olhei para trás:
-Damian.
Ele virou menino também:
-Jay.
Um outro lobo deitou em mim ao comprido, fiz carinho na cabeça dela:
-Oi Lilly. Damian vai ficar com ciúmes.
Ela se transformou e continuou deitada em mim:
-Ele que se cuide.
Eu ri:
-Gente, esse é o Nico. Ele vai comigo na missão do Lago do Narciso.
Ouvi uma voz dizer:
-Ah, que bom. Assim ficam 5. É o número da sorte dos lobos.
Me virei e Lupa sorria. Eu franzi a testa em confusão:
-5?
Damian: A gente vai. Uma vez um grupo sempre um grupo.
-Lupa, é um grupo muito grande. Normalmente vamos em três.
Lilly: Relaxa, a gente dá um jeito.
Harry: É, a gente sempre dá um jeito. E vai descobrir que nós lobos não atraímos tantos monstros como vocês. Fica calmo.
Lupa: E esqueci de avisar. O lago de narciso só funciona com um cálice especial, no caso, o cálice do seu pai divino. O cálice do seu pai. Vai ter de persuadi-lo a te emprestar. E não é algo muito fácil.
-Tudo bem. Então precisamos ir na Rachel.
Nico sorriu:
-Atrás de você.
Olhei para trás e Rachel sorria, ela se sentou:
-Olá. O oráculo quer falar com você. Então pode ser a qualquer momento.
“Ao leste deve seguir
Nos canais encontrar
E no lago desejar
Sua memória conseguir
Desafios a enfrentar
E todos juntos retornar”
Assim que a profecia acabou, ela desmaiou. Um menino de cabelos loiros surgiu e a pegou no colo:
-Levarei ela para seu quarto, não se preocupe. Sou Arthur. Prazer.
Rachel abriu os olhos devagar e abraçou o pescoço dele, dizendo:
-Odeio quando me salva.
Ele riu:
-Você odeia muitas coisas que eu faço querida.
Ele continuou andando com ela. Suspirei:
-Tudo bem. Então vamos.
Lupa estava calma. Me levantei e todos o fizeram também. Ela sorriu:
-Irão agora? Melhor ir depois do almoço.
Harry: Acho apropriado.
Quando saímos, Nico nos esperava com Argos. Franzi a testa em confusão, ele sorriu:
-Vamos pegar um avião contra minha vontade. Argos vai nos levar ao Olimpo primeiro, depois ao aeroporto.
Lilly: Avião?
Nico: Ao leste deve seguir, Nos canais encontrar. Canais a leste, iremos para Veneza. Minha cidade Natal. Vamos. Ainda temos que passar no Olimpo e convencer Zeus a nos dar o cálice.
Chegamos no Olimpo e Nico se debruçou no balcão:
-Lembra de mim?
O cara tremeu e entregou o cartão para ele. Ele riu:
-Longa história.
Entramos no elevador e subimos. Quando as portas se abriram, que vi tudo aquilo acima do céu, fiquei maravilhado. Andamos até o Salão Principal, olhei para eles:
-Me esperem aqui.
Damian: Não demore, ou vamos te resgatar.
Eu ri:
-Relaxem.
Entrei, não havia ninguém, um súbito cheiro de ozônio apareceu e em um clarão, o vi. Ele estava com 5 metros de altura. Ele sorriu:
-Feche os olhos.
Fechei, quando abri, ele estava do meu tamanho, andei até ele e me curvei gentilmente:
-Olá pai.
-Pode levantar filho. Está tudo bem?
-Mais ou menos. Preciso da sua ajuda.
-Depende do que vai me pedir.
-Seu cálice.
-Meu… Meu cálice sagrado?
-Sim.
-Não posso lhe dar assim.
-Irei lhe devolver. Mas preciso dele.
-Para que precisa dele?
-Para beber a água do lago de Narciso e recuperar minha memória.
-Filho, o lago de Narciso é uma lenda.
-Já tenho até uma profecia pai. E para os mortais, você também é uma lenda. Depende do ponto de vista não é mesmo?
Ele abriu a boca como quem ia falar e em seguida a fechou. Ele suspirou:
-Jason, o cálice é muito importante e especialmente frágil. É feito de ouro e prata e pedras preciosas mas é frágil e pode se quebrar.
-Tomarei cuidado. Mas preciso dele. Por favor. Eu preciso me descobrir e para isso preciso da minha memória de volta. Por favor.
-Tem que tomar muito muito cuidado. Vou colocar um feitiço nele para que crie uma proteção própria, você vai lutar contra monstros, a mochila vai cair ou você vai cair e não posso correr o risco. Na hora que usar, quando terminar, apenas o coloque na mochila de novo, ok?
-Ok.
-Me dê a mochila.
Tirei a mochila das costas e dei para ele. Ele sorriu e se virou, um cálice flutuava. (foto de capa) Era bonito e todo adornado com pedras. Ele recitou algumas palavras em latim e colocou dentro da minha mochila. Ele suspirou:
-O cheiro dos lobos pode afastar os monstros, mas virão atrás do cálice. Caso alguém que não seja você pegue a mochila, o cálice vai ficar invisível. Então reforce a ideia de que não está com você e que ele está doido. Fala que eu nunca lhe daria o cálice e que pediu, mas que não lhe dei e que está com raiva de mim por causa disso. Jogue o jogo deles.
-Ok. Farei isso.
-Tome cuidado filho.
-Tomarei. Obrigado pai.
-Disponha.
Ele piscou, eu sorri e me virei, indo embora. Eles me esperavam. Sorri:
-Tenho o cálice. Vamos.
Todos ficaram surpresos, revirei os olhos:
-Sou competente, desculpa se não acham isso. Vamos logo. Temos um avião para pegar.
Além de Nico, Damian e Lilly tremendo na cadeira, não aconteceu nada demais no voo.
Descemos em Veneza e Nico entregou os passaportes explicando a situação de por que estávamos ali. A menina riu para caramba quando Nico falou algo que não entendemos e me abraçou em seguida. Eu franzi a testa em confusão, ele falou outra coisa e ela riu ainda mais, carimbou os passaportes e nos devolveu. Saímos, me virei para ele:
-O que você falou?
-Que éramos dois casais e uma vela, que eu e você estávamos completando um ano de namoro mas que você ainda não sabia da surpresa que eu tinha na bolsa e sussurrei uma lingerie sexy e ela gargalhou, quando você franziu a testa eu falei que era bom você não saber italiano, assim não descobria a surpresa
Me virei pra ele:
-Como sabia que ela não ia ser preconceituosa?
-Ela tem a bandeira GAY tatuada atrás da orelha, não viu não? Tá escrito orgulho embaixo em italiano.
-Não eu não vi. Boa sacada.
-Eu sei. Vamos, ainda temos que pegar o trem.
-Não estamos em Veneza?
-Sim. Veneza Porto Maghera. Aqui pode aviões e carros. As ilhas aonde ficam os canais, precisa chegar de trem, não tem carros ou motos. Apenas bicicletas e pernas para andar. Ou gôndolas e vaporettos.
-Vaporettos?
-São os ônibus públicos. A única diferença é que são barcos. Andam pelos canais principais. Mas a maioria prefere andar a pé ou usa uma bicicleta. Está tudo bem?
-Sim. Por que?
-Está fazendo perguntas demais, costuma confiar em mim.
-Confio. Estou curioso sobre sua cidade Natal.
-Veneza é lindo. Fico feliz que esteja curioso.
-É sempre bom aprender mais sobre o que você gosta.
Ele riu de leve e me empurrou com o ombro de leve. Me virei e Lilly segurava o riso, assim como Harry, enquanto Damian olhava um mapa tentando entendê-lo. Nico arrancou o mapa da mão dele e rasgou jogando no lixo falando algo em italiano rápido e em seguida se virando irritado. Ficamos estáticos e daí Nico parou mais um pouco a frente:
-Não voltarei caso se percam!
Corremos atrás dele e fomos para a estação de trem.
Chegamos na casa de Nico era noite já. Colocamos as mochilas na sala, ele sorriu e tirou o casaco, abrindo um armário no Hall de entrada e pendurando em uma ponta e saiu entrando. A minha esquerda havia uma escada, a direita uma sala belíssima onde dava para ver tudo, sala, sala de jantar e cozinha. Nico chegou na cozinha e abriu as coisas, começando a tirar coisas e colocar na pia, me sentei na ilha no meio da cozinha:
-O que está fazendo?
Ele sorriu de leve, não parou, apenas respondeu:
-Cozinhando. Adoro macarrão. Querem qual molho?
Damian: Faz o seu preferido, você é o especialista.
Harry estava deitado no meu pé como lobo e Lilly no tapete da sala esfregando as costas. Nico sorriu:
-Papai deve ter mandando Berta vir limpar. Ela sempre deixa tudo limpo, adoro quando ela vem.
Eu suspirei:
-Gente, senta todo mundo aqui
Nico se virou:
-Vai falando, estou fazendo o jantar.
Lilly sentou do meu lado, Harry só se esfregou em mim eu ri:
-Ok, o que vamos fazer amanhã?
Nico: Como é a profecia mesmo?
Lilly: “Ao leste deve seguir
Nos canais encontrar
E no lago desejar
Sua memória conseguir
Desafios a enfrentar
E todos juntos retornar”
Nico: Lago em Veneza é difícil. Canais temos vários.
Damian: Pode ser um lago metafórico.
Lilly: Concordo com Damian. Talvez uma parte do mar meio fechada, talvez.
Nico: Ah, temos a Laguna Veneta, mas é muito, muito grande, não acho que seja isso sinceramente.
Harry: Talvez um canal específico?
Nico: Não, seria impossível apenas um canal ser encantado, todos são conectados, se um encantamento fosse colocado, todos os canais de Veneza seriam encantados. Se fossem, alguém já teria descoberto.
Lilly: Sim, ele tem razão, é algo pequeno e específico.
Damian: E se o lago não ficar aqui em Veneza?
Harry: Mas a profecia diz…
Eu suspirei, passando a mão pelo meu cabelo, o jogando para trás:
-Ele pode ter razão. A profecia diz Nos canais encontrar E no lago desejar. A profecia diz que iremos encontrar alguma coisa nos canais. Mas não diz que é o lago.
Damian: Acho que concordo com sua teoria Jason. Não quis contar para Lupa, mas também acho que Sarah está viva.
Lilly: Sarah morreu trem quase 3 anos, se estivesse viva, porque não voltou? Por que ela não veio ver a gente? Por que teria nos abandonado?
Harry: É Damian, porque ela teria feito isso?
Damian: Sarah sempre teve um bom motivo para tudo e acredito que também tenha um motivo para isso. Estou sendo sincero. Jason viu algo que… Eu jamais vi antes. Sarah nunca teve aquela casa, Sarah nunca teve aquelas roupas, e o cabelo dela… As pontas estavam negras. Ela pintou em algum momento e teve de deixar crescer. Sarah nunca pintou o cabelo Lilly.
Lilly: Ok, isso eu concordo. Jason, mostra pra gente a memória. Nico, segura a minha mão.
Lilly e Harry estenderam a mão para mim e Nico segurou a da Lilly. Me forcei na imagem, Lilly soltou minha mão, Harry em seguida, Harry olhou para Damian:
-Ela está…
Lilly: Diferente. Mais velha.
Damian: A gente veio para cá achar a Sarah. E depois acharemos o Lago. Juntos. Como uma família de novo.
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