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História Memories And Letters - Eleutheromania


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Eleutheromania (nome do capítulo) é definida como um intenso e irresistível desejo de ser livre.

obs: vale avisar que é uma história meio clichê mas por favor!! me entendam!! é minha primeira fic, ok? kkkkkk boa leitura!!

Capítulo 1 - Eleutheromania


Para Kim Taehyung

Hoje, nessa bela manhã de domingo, ao som dos pássaros criando melodias tão lindas quanto a 9ª sinfonia de Beethoven, venho escrever-te por carta uma história que é muito bem conhecida por ambos os dois: nossa história de amor. Sei que é deveras desnecessário relembrar-te algo que já é de nosso conhecimento, mas quero que relembres mais uma vez, a fim de que você possa meditar e refletir sobre um assunto que, mais na frente, irei falar.

Começarei falando por mim, Jeon Jungkook, afinal, o começo deve ser cativante e interessante, a fim de que você não perca a vontade de ler tais palavras ligeiramente tediosas, pelo meu modo de escrever formalmente (quem sabe eu seja bondoso e torne a escrever informalmente vez por outra, assim como em nossa juventude).

Lembro-me vagamente sobre minha infância. Por anos, vivi no Brasil, como bem sabes, pois meus pais, ambos administradores de uma empresa de cosméticos, se mudavam constantemente pelo fato da empresa ter crescido bastante ao passar dos anos. Contudo, quando nasci, decidiram fixar-se definitivamente em algum lugar, e eles se encantaram com o Brasil, mesmo com todos os defeitos políticos e econômicos.

Desde cedo, meus pais já contratavam professores de coreano pois eles não queriam, de modo algum, que eu perdesse meus vínculos com o meu país de origem. Como sempre, fui um filho exemplar e aluno esforçado, isso sem contar da minha timidez incontrolável, porque não me sentia encaixado em nenhum tipo de círculo social e não tinha muito sucesso nas minhas tentativas de interação social.

Sempre me viam como o filhinho de riquinhos que era esnobe e rude, e lia livros ouvindo músicas no fone de ouvido. Contudo, o que fazia eu me afastar de muitos que se aproximavam era o fato de eu não confiar totalmente em tais pessoas, tendo em vista que a maioria só eram meus “amigos” pelo fato da minha família ser rica.

Todavia, em contraposição à minha tragédia de comunicação social, eu me destacava no campo de artes, como pintura, dança, fotografia e canto. Claro que isso tudo era às escondidas, pois meu pai jamais deveria saber que o filho prodígio dele não queria seguir a carreira de um médico neurocirurgião. Eu nunca tomei coragem para me abrir com ele, apenas com minha mãe, Jeon Jisoo, que apesar de estar boa parte do tempo ausente, sempre se importou com tudo que acontecia de positivo ou de negativo comigo. Era bastante notável que ela não era feliz adotando aquela postura de mãe ausente, mas, ao invés de ser um filho rebelde com toda essa minha situação de solidão quase constante, eu sempre respondia seus carinhos cheios de ternura e amor. Isso tudo diferentemente do meu pai, claro, que só me via como um investimento pesado que fizera ao longo dos anos.

O planejamento que meus pais faziam para mim baseavam-se em eu tirar notas boas durante o ensino médio para conseguir uma bolsa escolar nas melhores universidades coreanas. Isso, de fato aconteceu, mas não do jeito que o meu pai quis. Minha mãe, como sempre do meu lado, acalmou a fera (lê-se Jeon Wook, meu pai) e convenceu ele a me deixar cursar na tão famosa Universidade Nacional de Artes da Coreia.

A despedida foi bastante comovente e difícil. Lembro-me que, além dos meus pais, apenas uma amiga, a qual eu fizera no meu último ano, esteve presente nesse passo tão importante da minha vida. Ela divertia-se ao me chamar de Jango, um ex-presidente brasileiro, pela pronúncia esquisita de Jungkook. Quando digo que foi comovente e difícil, foi principalmente por causa dela, Maria Clara, pois, além de uma amiga incondicional, também foi meu primeiro amor platônico.

- Olha lá hein Jango, não vai se perder nas ruas de Seul tá? Eu pesquisei e dizem que lá é tão movimentado quando as ruas daqui de São Paulo, então vai dá pra desenrolar bem. Mas ó, se cuida bem, tá? Olha, chegando lá, me manda mensagem, tá bom? – dizia ela me abraçando em seus braços curtos (e bem fortes, pra minha surpresa) enquanto segurava seu choro. Por mais que ela quisesse esconder seus sentimentos de saudade, suas bochechas róseas a traíam, pois elas sempre avermelhavam-se quando Clarinha sentia-se emocionada.

- Não se preocupa, po. Minha vó vai estar me esperando lá, eu não vou precisar me preocupar com muita coisa... Já vou chegar com a mente toda clareada. – disse rindo, pois já era de costume eu brincar com os vários modos de usar seu nome, como sendo verbo ou substantivo, por exemplo.

Ela socou meu ombro rindo e depois me deu mais um longo abraço. Depois me despedi dos meus pais. Um aperto de mãos e um leve abraço do meu pai, e um longo abraço e informações de precaução de minha mãe. Imaginei por um momento que Clarinha, futuramente, seria tão protetora quanto a minha mãe e pensando comigo mesmo: “quem dera eu estivesse por perto presenciando tal momento”. Retomei ao mundo real, respirei fundo, sem conseguir conter meu sorriso aberto, e embarquei nessa nova jornada da minha vida. Atravessando a porta, virei para trás e vi aquelas três figuras acenando para mim, fazendo um gesto de “fighting” para mim (até mesmo meu pai, que apenas o fez porque minha mãe o cutucou inúmeras vezes). Retribuí o “fighting” antes que as portas automáticas do aeroporto se fechassem, sabendo que pelo menos alguém estava torcendo por mim. A partir daí, começou minha nova história de vida. Minha história em Seul. Minha história com você, Kim Taehyung.


Notas Finais


1- "Fighting" é uma palavra de apoio usado com incentivo, encorajamento. É como dizer "Força".


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