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História Memories And Letters - Elmosolyodni


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Elmosolyodni (nome do capítulo) é quando nós, lentamente, desencadeamos um sorriso genuíno ao estarmos tomados pela emoção, pelo amor ou pela felicidade absoluta.

Capítulo 10 - Elmosolyodni


Meu querido Taehyung, se tem uma coisa que eu posso te afirmar com toda certeza é que, naquele momento, a minha vontade de te socar foi tão grande quanto à vontade que tive de te abraçar. Contudo, como um cara que não tem a mínima atitude para agir, eu nada fiz além de rir nervosamente, como quem acabara de achar um pote de ouro no fim do arco-íris. Estava travado, ainda não acreditando que aquilo estava acontecendo de verdade.

- Então você trabalha com meu pai, né? – você perguntou, quebrando a quietude que pairava sobre nós.

- S..sim, o que é uma coincidência... maravilhosa – falei pausadamente, ainda surpreso, falhando em esconder o notável sorriso bobo do meu rosto. 

- Toma – você me dera um copinho de sundae que estava num saco de supermercado que você segurava, como se o sundae tivesse sido comprado a pouco tempo – Parece que foi ontem que estávamos tomando sorvete juntos assim, né? – disseste rindo ao relembrar aquele bom momento.

Peguei então o sorvete, ainda tremendo por não acreditar que isso estava acontecendo. Aquele momento não foi especial só pelo fato de eu ter lhe visto novamente: você fez com que esse momento fosse mais inesquecível ainda por causa do sorvete, que remetia à primeira vez que nos conhecemos. Você não faz ideia do quão preciosa essa sua ideia foi para mim (sem contar que, pelo fato de estar nervoso, eu estava faminto, ou seja, aquele sundae veio em uma ótima hora).

- Por falar nisso, você tingiu o seu cabelo faz tempo? – disse enquanto abria o pote de sundae, relembrando o seu cabelo, que era castanho claro mas que havia se tornado castanho escuro com algumas mechas verdes.

- Ah, bem notado. Precisei tingir quando vim pra cá. Você gostou? – você disse enquanto fazia aegyo, como quem não quer ouvir um ‘não’ como resposta.

- Sim, eu adorei – falei rindo, encantado em ter presenciado um aegyo vindo de você – Você, por acaso, também me viu no supermercado? – continuei, a fim de descobrir se, naquele dia, eu estava delirando ou não.

- Isso mesmo. Loucura, né? – você falou rindo, levando suas mãos à nuca – Parece até que o destino quer que nós fiquemos...

“JUNTOS! JUNTOS!”, clamei em pensamento para que tal palavra saísse de sua boca.

- Próximos – continuou, levando-me ao delírio com tais afirmações, que eram, possivelmente, verdadeiras.

- Então.. – mudei de assunto, por ter ficado ligeiramente envergonhado – Você roubou aquelas cervejas?

- É.. – você baixou sua cabeça, decepcionado com sua própria atitude – Não queria que você conhecesse esse meu lado, mas, pelo visto, é inevitável. Até mesmo em Incheon, eu mostrei um pouco desse meu lado.

- Mas você.. – fui interrompido pelo meu celular que tocava desesperadamente. Era a vovó Tsunade.

[celular atendido]

- Jeon, já são 23h30, você já está vindo?

- Sim, ocorreu um imprevisto aqui no restaurante – disse, enquanto voltava minha vista para você, que era o tal imprevisto – Mas eu já estou à caminho. Não precisa me esperar, eu tenho a chave reserva.

- Tudo bem, então. Só não demore muito.

- Pode deixar.

[celular desligado]

“Aish! Mais uma vez, uma ligação interrompe nossa conversa”, pensei enraivado.

- Eu preciso ir pra casa, já está muito tarde – declarei infeliz em minhas palavras.

- Você mora perto?

- Sim, uns 10 minutos à pé.

- Você se incomodaria se eu acompanhasse você? – você perguntou com uma cara inocente, a qual é proeza que você dominava (e ainda domina) muito bem.

“MAS QUE PERGUNTA, TAEHYUNG!”, meu consciente se expressava agitado com tal pergunta deveras desnecessária, por eu não me sentir capaz de negar tal desejo.

- Imagina, sem problemas – falei demonstrando calma, por mais que eu estivesse gritando de alegria por dentro.

Enquanto andávamos, quis aproveitar aquele vasto tempo que ainda nos restava e não permaneci calado nem por um minuto sequer.

- Você pode me tirar uma dúvida? – perguntei dando continuidade à conversa com outro assunto.

- Quantas você quiser.

- Por que você me procurou no albergue em Incheon? - perguntei rapidamente.

- Eu queria te ver mais uma vez - você respondeu, sem hesitar em suas palavras.

Quanto mais você falava, mais você me dava tiros, os quais faziam meu coração saltitar como um cervo.

- E você chegou a bater na porta do meu quarto? Porque eu juro, eu não ouvi nada - falei com uma certa culpa pelo acontecido.

O silêncio tomara lugar em nossa conversa por alguns segundos. Fora uma pergunta tão simples, o que custava respondê-la logo?

- Uma coisa de cada vez. Você disse que queria tirar apenas uma dúvida, não duas – disse rindo, desviando-se da minha pergunta.

- Aish! Esses coreanos e suas manias de colocar uma pitada de drama em tudo – bufei inconformado, por ser um curioso que queria seus questionamentos respondidos logo de imediato. Sua resposta diante ao meu comentário foi uma risada. Aquela sua risada quadrada que eu tanto amo. Não vou mentir: não existiria resposta melhor do que aquela.

De repente, uma chuva fraca começara, mas ela logo tomara força, engrossando-se cada vez mais. Fomos, então, correndo e nos divertindo com aquela situação. Não foi uma corrida longa, já que minha casa estava consideravelmente próxima. Ao chegarmos, fomos até a varanda da minha casa, onde havia uma coberta que impedia que nos molhássemos na chuva.

- É aqui – falei apontando para a porta da minha casa – Agora que você sabe onde eu moro, pode vir me visitar quantas vezes quiser – falei ainda risonho com tudo o que acabara de acontecer.

- Com certeza virei – você falou aproximando-se de mim, olhando fixamente para a minha boca enquanto umedecia seus lábios com sua língua. Tal atitude havia quebrado cada pedaço da minha alma. Argh, por que você era assim, Taehyung? Eu conseguia fazer o impossível: amá-lo e odiá-lo ao mesmo tempo.

Eu, imóvel, permaneci. Estava esperando o momento com o qual eu mais sonhava: o nosso primeiro beijo. Quando você estava próximo de mim, a ponto de eu poder sentir o calor de sua respiração, você desviou sua boca até meus ouvidos e sussurrou:

- Eu estava pensando.. Posso te chamar de Kookie? – perguntou, afastando-se logo após a pergunta, fazendo uma carinha deveras fofa, fazendo eu me questionar sobre como você podia ser capaz de conseguir se transformar do vinho para a água.

- C..claro – disse rindo nervoso, pelo belo ‘olé’ que havia acabado de acontecer.

- Parece que a chuva já parou – você disse enquanto olhava inocentemente para o céu.

- Verdade. Te vejo depois, então? – perguntei, já pronto para me despedir.

- Com certeza – você respondeu, mas, enquanto eu estava me preparando para entrar, você continuou – Antes de você entrar, pode me dar seu número? Se você quiser, claro - perguntou, complementando com uma frase bem desnecessária, já que era bastante óbvio que eu queria dar meu número.

E assim se procedeu. Trocamos os números e nos despedimos cordialmente com um boa noite seguido de sorrisos bobos. Quando fechei a porta, sucumbi, sentando-me ali mesmo, diante daqueles acontecimentos. “Aquilo tudo fora um sonho? Será que ainda estou delirando?”, refleti. Não procurei responder aquelas perguntas: se aquilo fora mesmo um sonho, eu preferia continuar sonhando.


Notas Finais


1- Sundae é uma sobremesa norte-americana coberta com calda cremosa e, eventualmente, castanhas, frutas ou confeitos.
2- Aegyo refere-se a um comportamento fofo de afeto, muitas vezes expressado através de uma voz bonita, de expressões faciais ou de gestos.


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