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História Memories And Letters - Sabaism


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Sabaism (nome do capítulo) significa a adoração às estrelas.

obs: O símbolo [Ѫ] significa uma quebra de tempo

Coloquei uma foto extra pra vocês imaginarem melhor o momento deles. Boa leitura. AAAAA

Capítulo 19 - Sabaism


Fanfic / Fanfiction Memories And Letters - Sabaism

O grande dia finalmente havia chegado. Vovó Tsunade acordara cedo também, pois queria me acompanhar até a estação. Ao chegarmos, te avistei sentado lendo um livro, que, ao me aproximar, notei que era um livro de poemas. Inclusive, aquela fora a primeira vez que te vi usando óculos, o que me fez perceber que você podia ficar mais meigo do que o normal. Ao notar que eu e vovó Tsunade estávamos nos aproximando, você fechou o livro, pegou a mala e veio ao nosso encontro sorridente enquanto colocava o óculos na gola da blusa.

- Bom dia, Sra. Jeon. Tudo bem? – você falou sorridente enquanto cumprimentava em curvatura.

- Estou muito bem, obrigada. Fico feliz que você tenha se recuperado – ela falara enquanto apontava para o seu rosto totalmente curado.

- Sim, a Sra. Cuidou muito bem de mim – respondeste sorrindo amavelmente.

- O que lhe peço agora é que você cuide do Jeon por mim – vovó Tsunade falou.

- Vó – exclamei surpreso por estar me sentindo uma criança, o que fez ambos os dois rirem sincronizadamente.

- Pode deixar, vou cuidar muito bem dele – você falara enquanto desviava seu olhar dela para mim.

Ela se despediu de nós, desejando boa viagem, e nós tomamos rumo até o embarque para Incheon. No trem, estávamos meio inquietos, ansiosos pelo fim de semana. Tiramos milhares de selcas, conversamos sobre mais coisas aleatórias e brincamos de mímica como duas crianças. Adorava tais momentos. Era como se eu estivesse resgatando parte da minha infância que não foi aproveitada devidamente.

Ao chegarmos em Incheon, depois de uma hora de viagem, tomamos um táxi, o qual nos levou até o endereço que você havia indicado. Pareceu-me mais uma outra viagem, pois havíamos ido para a área serrana de Incheon, a qual fica nas extremidades da cidade. Depois de um certo tempo, entramos em uma estrada de pedras que era modelada com algumas árvores altas, até que, no fim de tal estrada, minha miopia permitiu que eu avistasse uma casa branca que tinha uma fonte inativa em frente a mesma.

O taxi, então, parou em frente à casa, ficando entre a casa e a tal fonte. Ao descermos, comecei retirando minha mala do carro e, após respirar fundo aquele ar serrano com fragrância de madeira, fiquei analisando os arredores daquela casa tão magnífica. Quando notei o barulho do carro sendo ligado, me virei e o taxista já estava saindo.

- Vamos? – você falou, pegando suas bagagens e começando a subir as escadas.

- Quanto custou? Eu pago metade – perguntei em relação à viagem do taxi enquanto subia as escadas juntamente com você.

 - Não precisa – você respondeu enquanto procurava a chave da porta.

- Mas Tae, foi uma viagem longa – argumentei.

- Nada disso, você é convidado aqui – falara, abrindo a porta logo em seguida.

Inconformado, o segui bufando. Ao entrar, me deparei com uma casa sofisticada e muito clara. Tal clareza se espalhava pela casa devido às enormes janelas que se encontravam em toda aquela residência. Não pude deixar de ficar boquiaberto com tamanha esplendecência em tal arquitetura. Você fizera um pequeno tour, me mostrando alguns outros cômodos importantes, afinal, eu iria ficar ali pelo fim de semana. Por fim, você me mostrara onde eu deveria ficar, abrindo a porta do quarto e direcionando-se até janela, que estava com as cortinas fechadas.

Quando você abriu tais cortinas, pude notar que ali era, na verdade, uma varanda. Enquanto você abria a varanda e arrumava as cortinas, eu estava já me fixando em tal local, colocando minha mala próxima da cama. Avistei, sobre o criado mudo que ficava ao lado da cama, um porta retrato que se apossava de uma fotografia sua mais jovem com um uniforme de futebol.

- Esse quarto é seu? – perguntei enquanto pegava tal porta retrato para analisar melhor o que minha miopia não me permitia ver.

- É, achei que você fosse ficar mais confortável aqui – você falara enquanto voltava-se para trás, analisando se havia algo fora de ordem.

- Onde você vai ficar, então? – questionei, depois de colocar a fotografia no seu devido canto.

- No quarto de hóspedes que fica aqui do lado – você apontou para o lado, indicando onde ficava.

- Ué, por que eu não fico lá?

- Lá é pequeno.

- Que besteira, Tae. Não me incomodo com isso – respondi enquanto rindo nasalmente por notar que você estava se importando com tal coisa.

- Não adianta falar, já disse: você é visita – você falara rindo, se retirando do quarto, levando suas mãos aos ouvidos, não me dando a chance de contra argumentar, o que me fez rir também. Antes que você saísse do quarto, você continuou – Ah, é melhor você se arrumar porque saímos daqui a meia hora.

- Aonde vamos? – perguntei enquanto tirava minhas botas, aliviando meus pés do calor.

- Ao supermercado comprar algumas coisas.

- Ah, você vai cozinhar?

- Eu não, você. Quero ver o que você aprendeu com o meu pai.

- É um teste, então? – cruzei meus braços sorrindo, como quem estava diante de um desafio interessante.

- Hmm, talvez – falara pensativo, rindo logo em seguida.

- E se eu me sair bem, o que ganho?

- Você escolhe.

- Desafio aceito – finalizei, deixando que ele saísse do meu quarto sem que eu o perturbasse mais ainda com minhas perguntas. Como não estava muito frio, peguei um casaco jeans e uma de minhas toucas beanie.

Ao sair da casa, vi você ao lado de uma caminhonete azul, analisando-a detalhadamente, provavelmente procurando por algum arranhão. Entramos e você dirigiu até a parte mais habitada daquela zona serrana, onde havia comércio e afins.

- Minha mãe nunca entendeu por que sempre eu neguei quando ela insistia em me dar um carro novo. Essa boneca é meu xodó – você explicava enquanto acariciava o volante, o que me fazia rir. Apesar de ser um automóvel meio antigo, era perceptível que você cuidava muito bem dela: afinal, você havia comprado com o dinheiro que ganhava enquanto trabalhava com o Sr. Song. Era, de fato, uma lata velha bem cuidada.

Fizemos a feira em divisões: eu ficaria com o almoço e você ficaria com o lanche e com o jantar do dia, então ficamos um bom tempo naquele supermercado. Quando, finalmente, estávamos no caixa passando algumas coisas para pagar, você havia esquecido de pegar um refrigerante e saiu correndo pra pegar. Enquanto isso, depois de já ter passado todas aquelas comidas, decidi pagar. Como você tinha pago o táxi sozinho, eu não podia deixar aquilo passar. Você então, voltou e pagou somente pelo refrigerante, dizendo que eu não deveria ter feito isso.

- Ya, isso foi pelo táxi – respondi satisfeito em ter feito tal ação.

[Ѫ] 

Na sua casa, distribuímos as compras naquela cozinha vazia de alimentos e comecei, então a me preparar para cozinhar.

- Já decidiu o que cozinhar? – você perguntou enquanto abria um pacote de biscoito, oferecendo logo em seguida pra mim.

- Bulgogi – respondi, pegando dois biscoitos do pacote.

- Chincha? – respondeste sorrindo quadrado animado com minha resposta.

- Sim – ri com sua empolgação – Por que?

- É a minha comida favorita – você falou sorrindo enquanto mastigava aqueles biscoitos.

- Não fica tão feliz porque eu já aviso logo que não cozinho bem.

- Eu te ajudo, relaxa – você falou, procurando um avental para se preparar também.

- Quero só ver.

Música ligada. Começamos então a cozinhar. “Cozinhar” entre aspas, na verdade. Usávamos algumas verduras como microfone, deixávamos a comida quase queimar por ficarmos no nosso próprio show particular e sujávamos o chão da cozinha com alguns molhos que caíam. Mesmo quando eu tentava continuar a cozinhar, minha atenção era tirada milhares de vezes por causa das suas brincadeiras mas aquilo não me incomodava. Foi uma bagunça, de fato, mas, por fim, o resultado não foi um dos piores.

- Até que não ficou ruim – você respondera depois de provar.

- Posso escolher qualquer coisa, então? – perguntei animado.

- Pode – sorriste reconhecendo ser derrotado por tal desafio.

- Quando eu decidir, te aviso.

Ficamos aquele início de tarde jogando sinuca e ping-pong ao som de algumas músicas que eram do agrado de ambos nós dois.

- Ya, vamos nos arrumar, temos que sair às 4h – você me alertou depois de ter visto as horas no celular.

- Certo – respondi enquanto desligava o rádio.

- Ah, não se esquece, faz frio, ok?

- Tá, vó – respondi por parecer a vovó Tsunade falando, o que fez você rir.

Fui até o quarto me preparar com um longo banho quente. Confesso, demorei bastante. Você apitou a buzina do carro algumas vezes para me apressar mas foi meio inútil: aquele frio agradável me deixava lento demais, ainda mais depois de tomar um banho refrescante. Escolhi um suéter e um short mas levava comigo uma calça moletom meio folgada pro caso de eu não aguentar o frio. Por mais que fizesse frio, eu amava tal clima e não me sentia tão incomodado com o mesmo, mas, por via das dúvidas, achei melhor ter que levar. Ao sair, me deparei com você escorado no carro enquanto mexia no celular. Enquanto descia pelas escadas, você percebeu minha presença e não deixou de comentar minha lerdeza.

- Finalmente, pensei que estivesse morto – falaste enquanto guardava seu celular no bolso e se direcionava até o banco do motorista.

- Só se for de preguiça – falei entrando no carro.

- Você vai mesmo de short? Com esse frio? – perguntou enquanto afivelava o cinto, analisando tal peça de roupa.

- Vou, mas vou levar uma calça moletom caso eu não suporte o frio – respondi mostrando o moletom dobrado em minha mão.

- Tudo bem, então – você riu, como se soubesse que eu não aguentaria tanto quanto eu imaginava.

Saímos e fomos, então, até uma parte mais alta daquela serra. Ao chegarmos, me vi diante de uma paisagem linda: era um campo gramíneo que tinha uma vista limpa e ampla da paisagem de Incheon. Enquanto você tirava algumas coisas da parte traseira da caminhonete, eu observava tal paisagem com minha câmera fotográfica, me certificando de guardar cada pedaço daquele momento. Quando me virei, depois de uma longa sessão fotográfica, vi que um piquenique estava posto e que você estava montando um tipo de fogueira ali próximo, banhando-a com querosene.

- Vem, já vai começar – você falou enquanto se sentava naquele pano quadriculado deveras clichê enquanto pegava alguma coisa pra comer.

- O que vai começar? – perguntei me sentando ao teu lado.

- O pôr do sol.

Ao notar que o pôr do sol já estava, de fato, se formando, retomei a fotografar tal momento. A iluminação do pôr do sol deixava tudo mais belo. Quando mirei para você observando atentamente tal paisagem com um leve sorriso no rosto, sua pele se tornara um bronzeado brilhante, como se você estivesse banhado de ouro. Era a criatura mais linda que meus olhos já tiveram o prazer de ter visto, e essa mesma obra estava bem ali, na minha frente. Eu não estaria surpreso se soubesse que você, em alguma outra vida, foi o rei Midas. De fato, sua pele bronzeada está no topo da lista de detalhes que amo em você.

- Não vai comer? – você questionou sem tirar seu foco no pôr do sol, interrompendo meu demorado transe.

- Ah, vou, claro – respondi rindo meio sem jeito por você provavelmente ter notado eu te encarando por um bom tempo.

Deixei minha câmera de lado e me coloquei a observar também tal acontecimento natural brilhante. Ao se pôr, você se levantou e ateou fogo próximo de onde você havia colocado querosene, acedendo tal fogueira. Eu apenas o observava. Estava ficando bom em fazer tal papel de observação. Logo em seguida, você pegou algumas cobertas que estavam na traseira da caminhonete e começou a estende-las ali mesmo, como se estivesse transformando-a em uma cama, colocando até travesseiros.

- Vem, agora é a melhor parte – você disse subindo na carroceria com algumas comidas do piquenique.

- Qual? – questionei enquanto colocava minha calça moletom por cima do meu short, subindo logo depois na carroceria.

- Ver as estrelas – você falou enquanto deitava sua cabeça no travesseiro, apontando para as estrelas, o que me fez olhar para cima. Apesar de estar um pouco nublado, era possível observar algumas estrelas. Depois de me acolchoar melhor no travesseiro, abri um pacote de jujubas.

- Wahh, eu amo – você falou olhando sorridente para o pacote que estava em minhas mãos.

- Ama mesmo? – perguntei.

- Hrum – acenou sua cabeça com um sorriso de orelha a orelha.

- Vamos ver se você gosta mesmo. Põe isso como uma venda e abre a boca quando eu pedir. Você vai ter que adivinhar os sabores – falei enquanto tirava minha touca beanie e colocava na sua cabeça, abaixando até os olhos - Abre – pedi e você abriu, o que fez eu colocar a primeira jujuba na sua boca.

- Morango – falou sem demorar muito.

- Essa foi fácil – falei derrotado, escolhendo outro sabor no pacote com o auxílio da luz da fogueira – Abre – você abriu e coloquei outro sabor.

- Hm.. Maçã verde? – você respondeu incerto.

- Aish, o ultimo agora – falei, o que fez você rir enquanto aguardava meu comando para você abrisse a boca. Contudo, ao invés disso, sem pensar duas vezes, dei-te um selinho. Não foi rápido nem demorado, mas, quando me afastei, a fim de separar meus lábios dos teus, seu corpo veio junto de mim por alguns centímetros, como se você fosse um imã, até que você também finalizou tal selinho, deitando novamente sua cabeça no travesseiro.

- Hmm.. Morango? – respondeste com um sorriso tímido, o que me fez rir.

- Acertou de novo – respondi ainda risonho, meio corado com tal situação.

Você riu quadrado, subindo a touca beanie, tornando a me olhar gentilmente enquanto inclinava sua cabeça para o lado onde eu estava.

- No que você está pensando? – perguntei, encarando-o de volta, já que, por estar meio escuro, eu não estava com tanta vergonha.

- Em você – você respondeu, o que me fez voltar a ter a vergonha que eu achava que não teria em tal momento, rindo tímido enquanto olhava para o chão.

- Tem coisas melhores para se pensar – respondi, ainda com um sorriso aberto, não conseguindo conter o mesmo.

- Não consigo imaginar em nada melhor – você respondeu, o que, definitivamente, me fez desmoronar internamente. Você deve ter percebido que eu estava corando mais que o normal e deitou-se reto, observando as estrelas, agora mais sorridente do que antes. Eu, então, fiz o mesmo, deixando que o silêncio fizesse presente por um tempo.

- Fiquei com medo de que você não gostasse de garotos – você falou depois de algum silêncio.

- Não sei bem se gosto – quando olhei de lado, percebi que você me olhava depois da minha resposta, então continuei – Só sei que gosto de você.

- Isso basta – respondeste sorrindo, voltando a olhar para as estrelas.

Silencio reinou novamente. Eu não conseguia desacelerar meu coração. Estava nervoso com o que estava para acontecer nos próximos segundos, minutos ou horas. Tudo dependia de nós dois e eu não queria estragar nada com a minha timidez, afinal, não sabia como eu ainda me sentia daquele jeito, mesmo quando eu te via quase todos os dias.

- Já decidi o que pedir – me pronunciei enquanto virava meu rosto em sua direção.

- O que vai ser, então? – você perguntou com um pequeno sorriso e com um olhar curioso de uma criança, virando-se também em minha direção, o que fez com que nossos rostos ficassem mais próximos.


Notas Finais


1- Selca é como são chamadas as "selfies" orientais. É um termo muito utilizado na Coréia do Sul.
2- Bulgogi é um prato típico da cozinha coreana, preparado de carne marinada grelhada em molho de soja, alho picado e semente de gergelim, e servido com verduras.
3- Chincha é um termo coreano de surpresa, que pode ser traduzido como "Sério?".
4- Midas ou rei Midas possui uma lenda que fala sobre a sua capacidade de tornar ouro tudo o que era tocado pelo mesmo.
5- Aish é um termo coreano que pode ser traduzido como "Que droga".
6- Beanie é um tipo de touca, um pouco similar à um gorro.


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