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História Memories And Letters - Aspectabund


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Aspectabund (nome do capítulo) significa ser capaz de deixar a emoção ser expressada facilmente através do rosto e dos olhos.

1k de visualizações, não acredito que amo vocês demais!!!

obs: O símbolo (✎) significa que o trecho não se inclui como parte da carta, mas sim
como uma narração do momento a partir do ponto de vista da escritora. O símbolo (/✎) significa o fim de tal trecho.
obs: O símbolo [Ѫ] significa uma quebra de tempo.

Capítulo 23 - Aspectabund


Novembro finalmente chegara ao fim e Jin e eu havíamos passado em todas as cadeiras do semestre. Um alívio enorme para nós. A tão desejada ferias finalmente havia chegado e eu poderia aproveitar cada dia ao teu lado, sem mais desculpas de estudo ou de cansaço: seria apenas eu e você. 

Dezembro. Era uma sexta feira. Em tal dia, eu havia saído com seus amigos, entre eles, Namjoon, e acabei tendo uma ideia diferente sobre aquela sua turma de amigos, os quais não me pareciam tão perigosos do que deveriam ser.

Eu voltava pra casa em uma noite nublada mas que chovia fino. Eu estava de fones, ouvindo alguma música brasileira leve. Eu já estava próximo da minha casa, procurando as chaves da porta em meus bolsos, quando ouço alguém gritar pelo meu nome. Ao tirar meu fone e olhar para trás, acabo sendo surpreendido com um soco que me levou ao chão. Confesso, aquilo realmente me pegou de surpresa. 

Risadas. Várias risadas fazendo um conjunto sonoro diabólico. Ao mirar para cima, com a mão sobre o queixo, me vejo diante de Suga. O tal Suga. Ele se aproximou de mim, se agachando.

- Então você é a cadelinha do Taehyung, né? - mais risadas diabólicas.

- O que você quer? - perguntei segurando meu dolorido queixo.

- O que eu quero? - perguntou, rindo ironicamente e tornando-se sério, continuou - Quero que ele sofra, mas, pra que ele possa sofrer, tenho que machucar alguém que ele ama. Isso tem lógica, né? - continuou a rir ironicamente, tornando a se levantar e, afastando-se, continuou - É com vocês, rapazes.

Dito isso, aquele pequeno grupo de garotos vieram para cima de mim e começaram a me chutar e me machucar com alguns bastões enquanto riam.

(✎) POV Escritora

Vovó Tsunade, ao ouvir um barulho incomum de gritos no lado de fora da sua casa, olhou pela janela e avistou Jungkook, seu neto precioso, sendo espancado por um grupo de garotos. Não pensou duas vezes e saiu correndo para socorrê-lo, sem nem sequer pensar na possibilidade de ser atacada também.

- PAREM, PAREM COM ISSO!! ESTE É O MEU NETO - ela desceu a escadaria gritando.

Tal grupo de gangue, ao ouvir a mesma gritar, saíram correndo, mas um ficou imóvel. Min Yoongi. Mais conhecido como Suga. Ele havia ficado imóvel ao notar naquela senhora socorrendo o garoto. Seu corpo estava tomado pela surpresa. Ele não poderia acreditar que aquilo estava acontecendo.

Vovó Tsunade abraçou Jungkook, já inconsciente, e, ao mirar para Suga, que ainda estava imóvel, ela não deixou de ficar surpresa também.

- Você? – ela indagou em meio às lágrimas.

Um dos rapazes que estavam fugindo voltou e arrastou Suga dali enquanto gritava.

- Anda Suga, a polícia vai chegar a qualquer momento - e mesmo sem acreditar, eles fugiram dali juntamente com os outros garotos.

(/✎) POV Jungkook

Depois de tal dia, lembro-me apenas de ter acordado no hospital. Vovó Tsunade estava ao meu lado, monitorando cada dosagem de analgésico e verificando meu quadro médico a cada instante. Talvez seja sorte que eu tenha uma vó que já fora enfermeira. 

- Vovó - falei com dificuldade, liberando um sorriso.

- Meu filho - ela falou, um pouco emocionada em seu timbre - Fiquei tão preocupada - completou, tornando a acariciar meu cabelo. Quando olhei em volta, avistei você dormindo de um jeito engonçado na poltrona daquele quarto. 

- Ele tem dormido aqui todas as noites - ela falara e aquilo fez meu coração queimar de emoção, até que algo na fala dela me chamou atenção.

- Todas as noites? Faz quanto tempo que estou aqui? – indaguei curioso.

- 3 dias – ela falara.

- Chincha? - falei surpreso.

- Você ficou em rápido coma induzido porque você teve a perna esquerda fraturada e alguns hematomas no corpo.

- Isso porque a senhora não viu o outro cara - falei, o que fez nós dois rirmos.

Com tal barulheira, acabamos acordando você. Quando ela percebeu, olhou pra mim com um olhar de "vou deixar vocês a sós" e saiu do quarto. 

Você veio até mim com uma expressão confusa, talvez uma mistura de alegria e tristeza. Sorriu ao liberar uma lágrima, enquanto entrelaçava nossas mãos.

- Kookie, me perdoa – você falou, baixando sua cabeça por sentir-se desapontado consigo mesmo - Eu te coloquei nessa situação e vou entender se você não me perdoar, porque nem eu consigo perdoar a mim mesmo.

Silêncio. Apenas carinhos trocados entre nossas mãos.

- Senti sua falta – falei enquanto liberava um sorriso.

- Você.. ouviu o que eu disse? – ele perguntou confuso.

- É o que eu disse pra minha vó, você devia ter visto o outro cara – falei rindo fraco.

- Kookie.. – você falou ainda com o mesmo semblante culpado.

- Tae, sério. Não aconteceu nada muito grave.

- Uma perna quebrada não é grave? - ele falou apontando para minha perna engessada.

- Pensa bem, eu poderia nem estar tendo essa conversa com você se fosse mais grave, mas eu tô aqui, vivo e me recuperando – expliquei meu ponto de vista positivo. 

Você se silenciou, acariciando minha mão sem ter palavras para expressar tamanha culpa.

- Acho que é impossível, mas eu achei uma saída para recompensar o que houve com você - você falou um pouco triste.

- Qual saída? Comprar sorvete pra mim todo dia? – comentei rindo, esperando que você também respondesse no mesmo nível de maturidade, como de costume.

- Me afastando de você – você respondeu seco, o que me pegou de surpresa.

- Que? – questionei e você se afastou da cama, tornando a ficar de costas, talvez por não conseguir lidar com tudo aquilo.

- Eu não posso te colocar em risco, eu não aguentaria se eu te perdesse.

- Você não pode cogitar nessa ideia, Taehyung.

- É o único jeito – falaste fraco.

- Não é! - falei exaltado, o que me fez sentir uma forte dor na região do peito, a qual ainda estava se recuperando - Não é, Tae. E você sabe muito bem disso.

- Que outra saída eu tenho? – você perguntou enquanto se virava, tornando a me olhar com os olhos um pouco vermelhos, os quais clamavam para liberar as lágrimas que estavam presas.

- Mudar de vida. Se você não quer me colocar em risco, não fica mais se metendo em briga de gangue. 

- Kookie, essa conversa de novo? – falaste suspirando.

- Tae, eu nunca falei tão serio na minha vida. Você quer escolher a saída mais fácil? Tudo bem, vai em frente e termina comigo, me machuca mais do que eu já tô. Você que sabe, Taehyung. 

Você abriu a boca para se pronunciar mas a porta se abriu e você interrompeu a si mesmo. A enfermeira viera trocar os enfaixes do meu peito, o qual estava marcado por vários hematomas, e você se afastou, sentando-se na poltrona e observando tudo silenciosamente com um pensamento longe. Era possível imaginar no que você estava pensando. Antes que a enfermeira terminasse seu serviço, você saiu da sala enquanto esfregava sua mão em seu rosto, limpando uma lágrima rebelde que caira sem ter permissão. 

(✎) POV Escritora

Ao deixar aquele quarto, Taehyung foi até a parte externa do hospital. Estava próximo de anoitecer e aquilo havia feito Taehyung lembrar de Jungkook. Taehyung nunca foi bom em ser pontual, e talvez, por isso, ele sempre quis um relógio. Não qualquer relógio, mas um que tenha um valor significativo. Por vezes, se atrasava em encontrar Jungkook, mas nunca se atrasava em esperar Jungkook sair do trabalho. O pôr do sol era o seu guia. Sempre que estava próximo de anoitecer, ele sabia que era a hora de ir pra casa, se arrumar e esperar dar a hora certa pra ir até o restaurante. Apenas para esperar Jungkook no lado de fora e acompanhá-lo para casa. 

Aquele mesmo anoitecer no lado de fora do hospital o fez sorrir ao recordar tal fato. Taehyung estava tento um árduo combate em seu ser. Desapontaria Namjoon ou Jungkook? Amizade antes de amor? Ou amor antes de amizade?

Ele não sabia se decidir mas precisou levar em conta a sanidade que ainda restava em seu ser. Talvez um pouco do antigo "Taehyung" ainda vivia nele. Aquele Taehyung centrado, correto. Ele não gostava de tal personalidade e temia que, com a responsabilidade que Jungkook o pressionava a ter, ele voltasse a ser o mesmo tedioso e infeliz Taehyung que era. 

Contudo, pensou consigo mesmo que talvez não seria tão infeliz, já que teria Jungkook ao seu lado. Será que valia a pena arriscar? Ele sabia que uma hora, ele teria que deixar de lado suas aventuras de adolescente e começar a crescer, só não imaginou que seria tão rápido..

(/✎) POV Jungkook

Enquanto fiquei a sós com minha vó na sua saída, ela havia comentado que você estava se sentindo muito mal com toda aquela situação e isso me fez perceber que fiz você tomar uma decisão em um momento errôneo. Não queria ser o motivo de fazer você mudar de vida: queria que você, por livre arbítrio, escolhesse tal caminho.

Quando você voltou, foram poucas as vezes que ficamos sozinhos, já que minha vó, à meu pedido, mal saia do quarto. Eu queria discutir tal assunto em outro momento, com mais calma, e, pelo visto, você desejou o mesmo, limitando nossas conversas em preocupações e descontrações variadas, como se nada tivesse acontecido.

Havia se completado uma semana e, em tais dias, havia recebido visitas do Jin e do Jimin. Quando Jin me visitou, foi muito confortável, já que eu, você e Jin nos conhecíamos muito bem. Contudo, foi estranho quando Jimin veio me ver. Você ficou totalmente indiferente e não hesitou em sair do quarto na mesma hora que ele me visitou. No momento, eu não tinha ideia do motivo de tanta indiferença por parte dos dois, já que ambos não se conheciam. Pelo menos, era isso o que eu achava.

- E ai, no que você se meteu? – Jimin falou, liberando um simpático e amigável eye smile.

- Não foi nada, só tropecei na escadaria de casa – ri enquanto falava de tal assunto como se não fosse nada demais.

- Tropeçou, né? Quantos foram? – ele falou cruzando os braços.

- Uns 5, talvez 6 – respondi enquanto tentava me lembrar sobre tal noite.

- Aish! Se eu pego um deles na rua, não vou ter piedade – falou atuando com coragem e vovó Tsunade, que estava atrás dele, riu levemente, provavelmente pensando “essa criança...” enquanto balançava a cabeça negativamente e eu ri daquilo porque concordava plenamente com ela.

Não demorou muito para que Jimin terminasse de falar sobre sua coragem e a porta do quarto fosse aberta. Alguém com touca e máscara havia entrado, mas quando o mesmo tirou a máscara, um calafrio subiu na espinha: era Suga. Completamente diferente do que eu me lembrava. Além de estar mais pálido que o normal, também carregava consigo um hematoma roxo em um de seus olhos.

Vovó Tsunade, que estava sentada na poltrona, ao ver Suga, veio rapidamente para mais próximo da cama e segurou minha mão.

- O que você quer aqui? – questionei frio.

Ele ficou em silencio e falou direcionando-se à minha vó.

- Perdão – ele se curvou, continuando a falar ainda curvado – Se eu soubesse que ele era seu parente, eu jamais teria feito isso – ao terminar, levantou seu olhar para minha vó e finalizou – Creio que a senhora sabe disso..

Eu não estava entendendo nada. Que conversa era aquela? Mais perdido que eu, só o Jimin, que ficou calado tentando entender tudo.

- Do que você está falando? Se vai pedir desculpas, tem que ser pra mim – falei um pouco irritado, apesar de não entender bem o que ele queria dizer com aquilo.

Suga olhou para mim e, lançando um sorriso leve, se pronunciou.

- Me perdoe – falara curvando-se – Se houver algum jeito de me redimir ou de lhe ajudar, eu.. – antes que ele continuasse, vovó Tsunade o interrompeu.

- Basta, Min Yoongi. Você já fez suficiente, não acha?

Ele olhou para baixo e falara um “tudo bem” pouco audível e, depois de se curvar em forma de despedida, se retirou do quarto.

Silêncio tomou conta do quarto. Vovó Tsunade saira do quarto chorando um pouco e me deixou ali com Jimin, juntamente com vários questionamentos me rodeando.

- Então.. – falou Jimin – Aquele cara é quem eu tô pensando?

- Se você está pensando no cara que me espancou, sim. A gangue dele me atacou porque ele mandou – Ao falar, ouvi um leve “Oh” baixinho de Jimin e continuei – Ué, o que aconteceu com o Jimin que ia socar se visse um deles? – falei rindo.

- Ya! Eu não tinha certeza, né? Ele me pareceu nem um pouco perigoso.

- É, se ele fosse perigoso mesmo, eu provavelmente estaria numa cadeira de rodas.

- Mas, afinal, por que ele te espancou?

- Eu não sei – respondi um pouco pensativo - Só sei que tem a ver com o Tae.

- O que?! – Jimin exclamou surpreso.

- É, ele só me atacou pra atingir o Tae – continuei e Jimin aparentava mais confuso que antes – É uma longa história – complementei.

- Jungkook, isso é loucura.. Isso não é nada saudável pra você, ele te expõe ao perigo.

Me calei por uns segundos. Jimin não estava errado. Estar com você era sinônimo de perigo.

- Eu sei mas talvez isso não dure mais – falei um pouco receoso em minhas palavras.

- O perigo ou o namoro? – ele questionou.

- Os dois. Cabe ao Tae decidir.

Vovó Tsunade voltou ao quarto e, depois de mais um pouco de conversa descontraída, Jimin foi embora.

(✎) POV escritora

[Flashback ON] 

Alguns anos atrás..

Já eram 23h e, por mais que Tsunade quisesse ficar no hospital trabalhando mais um turno, seu chefe mandou que ela fosse embora para casa descansar. Tsunade havia pego alguns turnos extras apenas para que pudesse ocupar seu tempo. Ficar em casa a fazia lembrar do seu falecido marido.

Em tal dia, ela pegou o metrô, como de costume, e desceu na estação mais próxima da sua casa, que ficava a dois quarteirões. Enquanto já estava indo para casa, ela encontrara um garoto deitado em uma poça de sangue. Ela não sabia por quanto tempo mais aquele garoto aguentaria, então o levou até sua casa. Ela cuidou do garoto, apesar de todo o cansaço que percorria sobre seu corpo. Descobrira que o tal garoto fora espancado devido sua sexualidade e, a partir de tal dia, Tsunade abriu sua mente em relação à tal assunto. Ela acolheu o jovem garoto até que ele melhorasse. O nome de tal garoto era Min Yoongi.


Notas Finais


1- Chincha é um termo coreano de surpresa, que pode ser traduzido como "Sério? De verdade?".
2- "Eye smile" é quando a pessoa sorri e seus olhos ficam menores.


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