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História Memories And Letters - Euphoria


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Euphoria (nome do capítulo) é um estado de intensa felicidade e auto-confiança.

Capítulo 7 - Euphoria


O dia amanhecera e eu precisava me levantar cedo senão alguém roubaria a minha vaga como ajudante de cozinha, então liguei o rádio e fui me arrumar às pressas. Depois de me arrumar, fui até a cozinha tomar o café da manhã e vovó Tsunade estava lá.

- Ô meu filho, acordou cedo, hein? – disse sorrindo surpresa, já ciente que eu era preguiçoso demais. Na verdade, era apenas uma consequência das férias.

- É, eu acho que vou tentar arrumar um emprego, o que a senhora acha? – perguntei, sentando-me na mesa que já estava cheia.

- Não é uma má ideia, muitos coreanos costumam conciliar estudo e emprego para poder pagar a faculdade. Mas, veja bem, você não precisa. Por que você quer trabalhar, então? – perguntou, entregando-me um prato para eu me servir.

- Acho que seria bom eu já começar a adquirir experiência desde cedo, sem contar que eu também iria gostar de ter um dinheiro extra pra ajudar nas despesas daqui – respondi mentindo, pois meus motivos eram bem mais complexos.

- Ah sim, esse é um bom motivo. – disse, enquanto sentava ao meu lado comendo uma banana – Você vai se candidatar hoje?

- Sim - quando olhei as horas no celular, vi que estava atrasado e que tinha que ir naquele exato momento - Na verdade, eu estou indo agora – disse rindo de lado enquanto me levantava da mesa.

- Negativo – levantou e, se esticando com muito esforço, pegou no meu ombro e me fez sentar novamente – você só vai sair depois de comer.

- Mas.. – eu tentava argumentar quando fui interrompido por ela.

- “Mas” nada, Jeon. Não adianta discutir com sua vó porque você só vai sair depois de comer – disse, dando-me um hashi disposta a me fazer engolir toda aquela comida. “Já sei a quem minha mãe puxou”, pensei, enquanto comia aquele tanto de comida que daria pra alimentar um batalhão.

Depois de ter comido tudo, me arrumei, dei um beijo de despedida na testa da vovó Tsunade e fui caminhando até o restaurante Neutinamu Seolleongtang. Chegando lá, avisei um senhor varrendo a calçada do restaurante e logo pressupus que ele provavelmente trabalhava lá. Como era meu primeiro trabalho, resolvi me informar com ele sobre a tal vaga.

- Com licença, senhor – disse, colocando-me em sua frente, curvando-me como sinal de respeito.

- Pois não, meu jovem – disse o senhor enquanto arrumava seu óculos para me ver melhor.

- O Senhor trabalha nesse restaurante? – perguntei, apontando na direção do estabelecimento.

- Trabalho, você deseja alguma coisa? Nós abrimos a partir das 16h – disse sorrindo, a fim de não desapontar a clientela, que, no caso, era eu.

- Não senhor, eu só gostaria de saber com quem devo falar sobre essa vaga de ajudante de cozinha – disse torcendo para que eu tivesse sido o primeiro a se candidatar.

- Ah! Finalmente – disse sorrindo, como se estivesse aliviado – Você chegou em boa hora. Vamos entrar e resolveremos isso – disse, guiando-me para o restaurante.

Ao entrar, deparei-me com um local bastante aconchegante e com uma arquitetura bem tradicional. Quando entramos, fomos até seu escritório. Depois que ele sentou-se na escrivaninha, puxou a gaveta e retirou uma papelada.

- Pois bem, eu sequer me apresentei – disse sorrindo, sabendo que estava transparecendo meio desesperado – Me chamo Kim Song, sou dono desse restaurante.

- Muito prazer, meu chamo Jeon Jungkook – disse sorrindo, feliz em saber que não havia mais pessoas procurando pela vaga.

- Pois bem, Jungkook – disse, entregando-me o formulário – Preencha tudo e, logo em seguida, explicarei passo a passo sobre sua função, certo? – acenei minha cabeça afirmando tudo o que ele falara.

- Perdoe-me se pareci um pouco desesperado – Sr. Song disse rindo, se envergonhando – Meu filho deveria me ajudar, mas ele não quer saber de estudar nem trabalhar. Ele vive me deixando aqui sozinho com uma atendente que, vez por outra, me ajuda na cozinha, mas eu precisava urgentemente de uma ajuda, sabe? – disse explicando sobre a situação que estava passando.

- Woo! – disse surpreso, não podendo acreditar como um filho seria capaz de fazer isso com um pai - Eu começo hoje, então? - continuei, já terminando de preencher aquela papelada.

- Não, hoje você só irá aprender algumas coisas básicas sobre o funcionamento da nossa cozinha.

- Tudo bem então - disse entregando o formulário para ele, juntamente com as cópias dos meus documentos. Depois que ele conferiu, guardou tudo na gaveta e me guiou até a cozinha.

Chegando lá, deparei-me com uma cozinha bem organizada e limpa. O Sr. Song mostrou onde ficava cada material, explicou que, como ele cozinhava, precisaria que eu mantivesse a cozinha sempre organizada e que eu também o ajudasse no preparo das comidas, cortando cebolas, lavando os legumes, coisas assim. Isso sem contar que, caso a atendente estivesse muito ocupada, eu teria que servir as comidas para ajudá-la. Discutimos ainda sobre o quanto eu ganharia e ele me sugeriu um preço levando em conta o fato de que eu não tinha nenhuma experiência na área, mas eu realmente não me importava em ganhar pouco. O que importava mesmo é que eu já não estaria totalmente ocupado pensando no garoto de Incheon.

Ao voltar para casa, conversei sobre tudo aquilo com a minha vó, que estava tão feliz quanto eu. Ela havia sugerido que eu saísse com algum amigo pra comemorar, então chamei o Jimin no KakaoTalk e combinamos de sair da minha casa às 18h. Quando deu 17:50h, o táxi havia chegado, então peguei minha carteira, meu celular e me dirigi até o carro. Ao entrar, Jimin estava explicando o novo endereço para o taxista, então afivelei o cinto e aguardei Jimin terminar de explicar o endereço para o motorista.

- Jimin, para onde vamos? - disse curioso, já que Jimin havia me dito que iríamos celebrar de um jeito especial.

- Você verá quando chegarmos - disse rindo, divertindo-se em me torturar com tanto drama. “Malditos coreanos, amam um draminha”, pensei.

Não demorou muito até chegarmos: creio que o fato de estarmos conversando fez com que nós não notássemos a demora. Quando saímos do carro, vi um estabelecimento que parecia um restaurante, mas, só depois de entrar, notei que era um bar.

- Jimin, eu ainda não tenho idade para beber - disse assustado, já que ele deveria saber isso mais do que ninguém, por termos a mesma idade.

- Isso não vale pra você. Você é brasileiro e lá é permitido beber à partir dos 18 anos, certo?

- Certo, mas e você? É bem capaz que eles te expulsem ao virem na sua identidade que você só tem 19 anos.

- Aqui é um dos poucos bares bons de Seul em que não pedem a identidade. Por que você acha que escolhi este? - disse rindo, sentando-se na cadeira do balcão.

Respirei fundo. Seria a primeira vez que eu colocaria álcool na minha boca. Era um sentimento novo, uma mistura de euforia com ansiedade e nervosismo. Sentei-me ao lado de Jimin e disse:

- Tudo bem, vamos fazer isso.


Notas Finais


1- "Hashi" ou 'palitinhos' são as varetas utilizadas como talheres em parte dos países do Extremo Oriente, como a China, a Coréia do Sul, etc.
2- Kimchi é um prato muito típico na Coréia e pode estar presente em todas as refeições, inclusive no café da manhã.


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