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História Memories And Letters - Marcid


Escrita por: feeljhn

Notas do Autor


Marcid (nome do capítulo) é o adjetivo que se dá para alguém que está extremamente exausto ou enfraquecido.

Capítulo 8 - Marcid


Naquela noite, apesar das minhas preocupações, eu fiz questão de procurar esquecer cada uma. Entre elas, você, Taehyung. Jimin havia me apresentado, logo de início, uma bebida coreana muito conhecida chamada Soju e, já no primeiro gole, me deu uma vontade enorme de querer cuspir aquilo. “Como alguém pode gostar de uma bebida dessa?”, pensei. Mas, depois de um tempo não muito longo, fui me acostumando com o sabor. Eu e Jimin passamos boa parte da noite conversando e relembrando momentos de nossa viagem.

- E aquela vez que você me confundiu com aquela menina? – Jimin disse rindo ao relembrar do fato.

- Aish, já disse que o cabelo era praticamente o mesmo – falei rindo enquanto lhe socava no ombro, por ter já ter sido a milésima vez que ele relembrara aquele momento. Confesso que ela não parecia nem um pouco com Jimin, mas ela estava de costas e, além disso, sou meio míope, então dá pra relevar. Mas Jimin não relevou. Ele sempre fazia questão de lembrar e lembrar aquilo várias vezes.

- Mas, agora que você tá de cabelo preto, não vou mais confundir – eu concluí, não querendo mais prolongar aquela memória.

- Acho que pior do que isso foi quando estávamos em Incheon e você ficou... – no momento em que ele falou a palavra-chave “Incheon”, estourou na minha cabeça a sua imagem, Taehyung. Como você era belo. Tudo em que eu pensava naquela hora era no quanto eu queria te ver mais uma vez, poder tocar naquela pele macia, poder selar meus lábios nos teus, mesmo que por uma única vez.

Jimin notou que o meu sorriso de bêbado havia se tornado em uma face triste, por isso interrompeu sua fala assim que notou essa diferença. Eu estava tentando segurar o choro mas parece que o álcool em minhas veias estavam forçando meu corpo a liberar todos meus sentimentos para fora, seja em choro, seja em grito, seja em qualquer atitude rebelde escondida no interior do meu ser. O arrependimento de não ter perguntado pelo maldito número era algo que constantemente vinha em mente. Antes que eu pudesse libertar minha primeira lágrima de tal arrependimento, Jimin pegou no meu ombro e disse:

- Jungkook-ah, por que você continua pensando nele? Por que você não tenta algo real com alguém diferente? – disse em um tom sério, mostrando-se bastante preocupado com aquele meu quadro desesperador.

- Eu não sei se conseguiria. Por mais que nada tenha acontecido entre nós, eu sinto que eu preciso encontrá-lo, a qualquer custo – disse rindo ao ouvir minha loucura, deixando que as minhas lágrimas presas caíssem. Jimin se aproximou de mim a fim alcançar meus ouvidos e sussurrou:

- Mas você tem que tentar seguir em frente – Ao dizer isso, voltou sua face frente à minha e beijou-me. Quando minha consciência, retardada pelo álcool, processou que Jimin estava me beijando, eu encerrei tal beijo no mesmo momento, empurrando-o para longe de mim.

- Por que você fez isso? – disse, enquanto levava minha mão à boca, sem saber o que havia sido aquilo.

- Jungkook-ah, eu posso fazer você esquecer ele – disse aproximando-se, pegando nas minhas mãos, que estavam constantemente fugindo das mãos de Jimin.

- Não, Jimin – balancei minha cabeça negativamente – Quem disse que eu quero esquecê-lo? – Peguei meu celular que estava no balcão e saí. Eu estava confuso ao extremo. Digo, mais do que eu já estava desde Incheon. A bebida parecia piorar mais ainda meus pensamentos, liberando sentimentos que eu fazia questão de prender. Meu estado mental estava mais ferrado do que nunca.

Por sorte, eu não havia bebido tanto naquela noite, então, boa parte de mim ainda estava consciente o suficiente para ligar para o táxi. Minha vontade era sair andando até minha casa, mas eu não conhecia nem 1% de Seul. Enquanto eu me distanciava o bar, procurava algum local mais reservado para esperar o táxi sem que Jimin me seguisse.

Depois de andar alguns quarteirões, achei um parque que tinha, em boa parte, brinquedos infantis. Sentei-me, então, em um balanço e liguei para o taxista. Depois de ter dado o endereço de onde eu estava, guardei o celular e me balancei de leve, começando, então, a analisar cada momento que já havia acontecido até aquele dia.

Cheguei à conclusão que eu estava realmente ferrado emocionalmente. E, ainda, pelas pessoas erradas. Tudo bem, se eu ao menos tivesse beijado você, Taehyung, eu entenderia melhor os motivos de ter me ligado tanto à você. Mas, não. Nada aconteceu senão uma boa conversa interessante e divertida.

“Provavelmente, tudo isso aconteceu porque eu sempre fui carente, em todos os sentidos. E, quando apareceu alguém, extremamente belo, que me deu atenção como nunca, acabei me encantando. Tudo agora faz sentido. Talvez eu não goste mesmo de Taehyung. Talvez isso tenha acontecido pelo fato de eu estar emocionalmente frágil no momento que nos conhecemos”, concluí em pensamento.

Essa conclusão soou tão estupida na minha cabeça que eu sentia vontade de explodir. Pensei que, me baseando nesse fato, seria mais fácil de te esquecer. Na teoria, eu conseguiria esquecer o garoto de Incheon com grande facilidade. Na prática, era outra história. 

Primeira conclusão da noite já foi feita. Voltei-me então, para o caso de Jimin: o que foi aquilo? Eu não imaginaria em séculos que aquilo fosse acontecer. Pode até ter sido inocência da minha parte, já que eu nunca tinha explorado esse sentimento novo, mas eu realmente não esperava aquilo. Eu o considero um irmão e ele, do nada, me beija. Talvez a bebida tenha despertado um lado que Jimin escondia em si. “Será, então, que ele gosta de mim? Aish”, concluí em pensamento.

Enquanto eu gritava em pensamentos, o táxi havia chegado e eu voltei ao mundo real. Entrei, então, no táxi, e, durante todo o caminho, refleti sobre tudo o que eu havia concluído. Chegando em casa, eu nada quis pensar: estava cansado demais para recomeçar as minhas filosofias perturbadas sobre a minha situação, sem contar as dores de cabeça que já começavam a alarmar no meu cérebro. Então, eu dormi na esperança de que o próximo dia não fosse uma tragédia.


Notas Finais


1- Soju é uma bebida sul coreana. É a bebida destilada mais consumida no mundo.


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