História Mensageiro do Futuro - XXIV

Bertrand transformou a mão, olhando para as costas do desavisado Ragus que observava a sociedade humana de cima, sentindo-se superior. Mal sabia ele sobre o traidor corrupto, pronto para atacá-lo pelas costas.

            Antes que ele tentasse, um aura ponderosa e ameaçadora reverberou pelo prédio, alarmando ele e Ragus, que olhou para trás, para a origem daquilo. Caminhando na direção deles, uma figura tenebrosa vinha:

“Muzaka…?!!” Bertrand tinha uma expressão espantada.

“Yo.” O antigo lorde cumprimentou com o semblante sério.

“O que um traidor como você estaria fazendo aqui?!” o lobo rosnou.

“Bertrand, cuidado com a língua, ele merece respeito. Ele pode ser um traidor, mas é o antigo lorde da sua espécie.” Ragus retrucou.

“Não pode reclamar, Ragus, você também era condescendente com seu antigo Lorde!”

Ele deixou escapar em irritação. Ver o antigo lorde diante de seus olhos o fazia inflamar por dentro, enquanto uma fúria pura consumia seus sentidos, ele não aguentava olhar para aquele lobisomem.

“……………” Muzaka assistiu calado a discussão “De qualquer forma… Tenho uma pergunta a fazer…” os olhos dele ficaram sérios ao fitar os dois sujeitos “O que fazem aqui?”

“Humph…” o outro lobisomem bufou com desdém “Por que eu deveria dizê-lo, Lorde?”

“Entendo… Você sempre teve uma personalidade difícil de lidar, Bertrand…” Muzaka suspirou pesadamente “Bem, devo perguntar de uma maneira diferente?”

            O olhos dele se afiaram e aquilo marcou o confronto entre duas criaturas poderosas. Bertrand iniciou a luta se transformando completamente num lobisomem. O antigo lorde dos lobisomens não fez o mesmo, para a irritação de Bertrand.

            O lobisomem de rank menor se lançou em direção ao antigo lorde, com uma intenção assassina, Muzaka pulou para se desviar, e o lobisomem colidiu com o chão, fazendo uma nuvem de poeira subir ao ar, mas um corte preciso veio de dentro da fumaça, Muzaka transformou os braços e desviou o golpe.

            Quando a nuvem se dissipou, Betrand rosnou enfurecido. Muzaka não se abalou; ele meramente olhou com altivez a besta mostrando as presas para ele.

“O Maduke te mandou vir atrás de mim de novo…?” ele suspirou pesadamente e os olhos dele foram sinceros “Ele nunca desiste…”

“Hah, a um traidor como você merece uma punição justa!” com um pulo ágil, ele socou Muzaka, que defendeu com uma mão apenas.

“Ele continua contando as mesmas mentiras…” Muzaka franziu o cenho sutilmente, irritado com as acusações.

“Mentiras?” o sorriso perverso de Bertrand se alargou “Você tem razão… Porém, algumas mentiras são necessárias para se adquirir o poder!”

            As palavras dele surpreenderam Muzaka, que foi atingido por um forte chute na lateral em seu momento de distração. O corpo dele colidiu com o chão quando, mas isso engendrou sua transformação completa em lobisomem, fazendo com que toda a estrutura do prédio tremesse.

“O que… Quer dizer?” o antigo Lorde estava abismado.

“Estou dizendo que nem todos eram ingênuos o bastante para acreditar nas mentiras que nosso Lorde nos contou?” o sorriso vil dele perturbou Muzaka.

“Bertrand… Está insinuando que sabia o tempo todo que eu não era um traidor? ” as sobrancelhas dele se curvaram obtusamente, sua face se transformou em uma fúria pura.

“Eu? Hehe… Você é tão tolo, Muzaka…” ele zombou “Mesmo naquela época você não tinha muitos aliados na nossa família… Acreditou mesmo que só havia idiotas que engoliriam essa mentira descarada? Alguns deles já sabiam o que o Lorde Maduke estava planejando, os únicos que ainda acreditavam em honra e nessas merdas eram os tradicionalistas que ficaram às margens dessa era que está mudando! Nossa família não é mais a mesma, e isso tudo é por causa da sua ausência! Uma nova era chegou, você é só um velho que precisa aceitar os fatos e morrer!”

            A boca de Muzaka se curvou para baixo, o coração dele acelerou tomado por angústia e decepção. Isso era tudo que havia refletido em seus olhos, decepção para com aquele que um dia o servira, um lobisomem inteligente e bestial que havia voltados as costas para ele.

“Bertrand!” ele vociferou um grito aflito e irado, pulando e uivando para os céus, deixando seus poderes incontroláveis saírem para atacar seu oponente.

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Enquanto isso,

Na casa de Frankenstein…

            Victor sentiu o tremor gerado pela colisão de poderes, ele reconheceu o dono de tal poder.

“Muzaka-nim!”

            Ele engasgou-se nervoso. Não seria bom se Raizel ou o pai dele se encontrassem Muzaka, eles não estavam com boas relações naquele tempo, isso afligia Victor, porque ele admirava e respeitava o antigo Lorde dos lobisomens. Ele levantou-se apressadamente e franziu o cenho.

“Qual o problema?” Regis cruzou os braços.

“Muzaka-nim está lutando…” Victor engoliu em seco fitando o jovem vampiro. “Eu-”

“Aquele homem foi claro, você deve permanecer aqui.” Rael desconsiderou o olhar suplicante do mestiço. “Você nem está totalmente recuperado.”

“Ei, devia ouví-lo, o que pode fazer com esse corpo ferido?” o líder dos Landegre apoiou o companheiro vampiro.

“Regis, Rael, não precisam ser tão severos,” Karias tocou nos ombros dos companheiros despreocupadamente “O garoto deve ter suas próprias razões, certo?”

“Sim, eu tenho.” Ele assumiu quase juntando as sobrancelhas. “Muzaka-nim não deveria estar confrontando sua família ainda… Se ele lutar agora, então os lobisomens traidores não vão…” ele pausou e os olhos dele vagaram para um lugar distante.

“O futuro está mudando de novo?” desta vez foi Seira quem perguntou.

“Seira?!” Regis foi pego de surpresa pela voz estranhamente calma dela.

“Sim, está mudando agora, e se não fizermos algo sobre isso, então…” ele cerrou os punhos.

“Ora, ora, você recebeu ordens para ficar porque estava machucado, não foi?” Karias perguntou com seu sorriso brilhante.

“Sim, eu acho… Meu pai foi muito rígido quanto ao quesito de me envolver em lutas que eu não posso vencer… Mesmo no futuro…”

“Se for somente porque ele está preocupado com sua segurança, não te preocupes!” ele declarou galantemente.

“H-hein?” Victor deu um passo para trás com uma gota de suor no rosto “O que quer dizer?”

“Bem, eu não vim aqui para ficar parado em casa, eu vim para ajudar nas lutas, claro, e se por algum acaso eu te escoltasse e assumisse a responsabilidade pela sua segurança, ele não teria nenhuma reclamação, estou certo?” um brilho de astúcia passou pelos olhos dele ao elaborar a desculpa para sair.

“Karias-nim?!” Regis falou novamente num tom de repreensão.

“Seira e Regis bastam para fazer as tarefas domésticas, então, nós podemos ir, jovem lobo.”

“Jovem lobo…?” a gota de suor escorreu pelo rosto de Victor enquanto pensava no título esquisito que acabara de receber.

“Karias-nim, entendo que queira ajudar, mas tente compreender os sentimentos dele também…” Regis tentava dissuadir o líder de clã.

“Regis,” quando ele encarou o jovem nobre, a face dele era séria e firme “O rapaz disse que é importante, o futuro está em jogo, certo? Que outra razão você precisa para ir?”

“……….”

“Karias-nim, obrigado!”

            Victor se curvou e eles saíram da casa, deixando para trás um Regis discordante e uma Seira silenciosa. Rael manifestou sua opinião imediatamente:

“O que vocês dois estão fazendo? Precisamos ir também! O noblesse e aquele homem estão lá, não podemos simplesmente sentar aqui e esperar!”

“Mas-” Regis estava preocupado e inquieto, ele hesitou ao ponderar sobre as palavras para contra-argumentar seu companheiro.

            Seira deu um passo à frente, seguindo o nobre loiro e surpreendendo o Landegre que os seguiu instantaneamente.

“S-Seira…”

“Não podemos permitir que o que houve na batalha anterior se repita, Regis… Nem podemos permitir que Raizel-nim lute, podemos usar nossos poderes, se for necessário…”

            Assim, os três jovens líderes de clã se encaminharam ao campo de batalha.

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Instalações da KSA

“Isso é péssimo … Eles já começaram a lutar…” Tao suou preocupado após sentir a colisão de poderes.

“Agente Sangeen, nos informe sobrea área na qual estão lutando…” Takeo exigiu.

“Enviamos pessoal para evacuar a área, não se preocupe, o problema é, a destruição que estão causando de novo…”

“O chefe está indo para lá, ele vai interceptar os inimigos!” Tao disse confiante. “De qualquer jeito, você viu um líder de clã além do lobisomem, correto?”

“Sim, foi Ragus Tradio, ele deve estar em busca de vingança.”

“Tch… Os cidadãos são nossa prioridade, ouvimos do chefe que aquele cara pode absorver a energia vital das pessoas … Precisamos nos apressar…” Tao franziu o cenho irriquieto.

“Neste caso, eu vou na frente, tenho certeza de que ele não deixará Raizel-nim lutar também… Devemos dar suporte a ele desta vez.” M-21 estava determinado.

“Certo. M-21, quando terminarmos nossas preparações lá, vamos logo atrás de você.” Takeo deu um leve tapa no ombro do companheiro.

“Estou indo, então.”

            Eles apressaram o passo em direção ao prédio da KSA.

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            Ragus observou enquanto os dois lobisomens batalhavam. Ele sorriu maldosamente ao ver Muzaka concentrado, era a hora perfeita para um ataque surpresa.

“Maduke vai me deixar estudar mais lobisomens se eu lhe presentear com o cadáver  de Muzaka… Garda não é o suficiente, talvez ele me deixe fazer experimentos naqueles traidores… Mas utilizar o antigo lorde dos lobisomens como cobaia seria formidável…” a personalidade maligna dele emergiu “O ódio dele é tão profundo que ele faria qualquer coisa para tirar até o último pingo de orgulho que o antigo lorde possui…”

            Satisfeito com a imagem de sua recompense após matar Muzaka, deixando a imaginação correr livre enquanto pensava que tipo de testes poderia fazer com aquela cobaia interessante, ele se preparou para interferir na luta e atacar Muzaka pelas costas enquanto o outro estava ocupado.

            Ele usou os fragmentos da bloodstone para infundir seu corpo com poder e o reuniu na palma das mãos. Quando havia energia o suficiente para explodir a cabeça de Muzaka, ele lançou.

            A única coisa que Muzaka e Bertrand perceberam foi a energia que vinha para engolir ambos. A luz vermelha enviada para matá-los ofuscou o topo do prédio e um sorriso apareceu nos lábios do nobre.

            O sorriso dele sumiu quando viu a luz sendo dirigida para ima. Quem? O Muzaka tinha defendido seu ataque? Quando a luz cessou, ele viua face de seu oponente.

“Frankenstein!” ele rosnou.

“Que feio, atacar um oponente pelas costas não é justo, Ragus…” to loiro tinha um tom de escárnio “Mas duvido que tenha algum orgulho restando para se arrepender disso…” seu tom se transformou em cólera.

“Frankenstein?” o cenho dele franziu, irritado com a presença do cientista. Logo, os olhos dele se abriram de susto ao ver a figura de pé ao lado de Frankenstein.

“Cadis Etrama di Raizel?!” ele engoliu em seco.

            Naquele momento, Muzaka e Bertrand estavam tão confusos quanto ele e tinham parado de lutar.

“Raizel…” Muzaka possuía um brilho entristecido nos olhos.

“Tch! Sabia que trazer aquele cara junto iria me causar problemas…” Bertrand pensou, cerrando os dentes, mas logo seus lábios se curvaram para cima quando pensou no seguinte “Não que isso estivesse fora dos meus planos… Será ainda melhor se o noblesse está aqui…”

            Os olhos dele mostravam a satisfação que sentia em assistir àquela cena, talvez ele estivesse louco, mas ele não parecia nem um pouco fora de sua sanidade.

            Raizel deu um passo adiante, mas seu servo imediatamente se pôs em frente a ele, e curvando-se levemente, se dirigiu ao mestre com um tom extremamente educado:

“Mestre, deixe-me cuidar disso, por favor…” havia um sinal de preocupação nos olhos dele “Você não está muito saudável…”

“…………..” as sobrancelhas do noblesse se contorceram em consternação.

“Permita-me cuidar disso, afinal,” os olhos dele mudaram para um ar mais ameaçador e medonho quando ele direcionou o olhar para o ex-líder de clã. “Ainda tenho assuntos para tartar com aquele cara…”

“Frankenstein continua tão rebelde como sempre, Raizel…” Muzaka se aproximou comentando “Não queria te envolver nessa luta, mas vamos fazer um acordo, pode cuidar do vampiro, e eu cuido do lobisomem aqui atrás de mim…” ele apontou o dedão para trás. “Será justo se cada um de nós tiver que lidar com a própria espécie, certo?”

 “…… Muzaka…” os olhos vermelhos dele lançaram um breve olhar para o lorde, te depois se voltaram para a luta de seu servo que estava prestes a começar, encarando inexpressivamente.

“Você parece preocupado… Bem, se for ele, não acho que precise se preocupar… Ou será que está se preocupando com outra coisa…?” o velho lorde franziu o cenho com seriedade.

“Ei, lorde, se esqueceu de mim?!” Bertrand lançou um ataque para o lugar onde as duas ponderosas existências conversavam pacificamente.

            Os homens se desviaram do ataque facilmente, pulando cada um para um lado diferente, e quando aterrissaram, Muzaka torceu as sobrancelhas em irritação.

“Parece que se esqueceu de como respeitar os outros… Você se tornou bem arrogante, não é?”

“Arrogante? Era você quem sempre tinha uma estima muito alta sobre si, mas os tempos mudaram, e já é hora de você retornar ao seu sono eterno!”

            Ele pulou agilmente na direção de Muzaka. Desferindo um forte soco, contudo, o Lorde segurou os punhos dele sem sequer titubear. E contra-atacou com outro soco, Bertrand defendeu-se com um braço, mas isso não foi o suficiente e ele foi mandado para longe.

            Enquanto isso, Frankenstein materializou sua aura negra em forma de estacas e atirou-as em Ragus, que pulou para trás, para a beira do edifício, com um sorriso convencido.

“Acha que vai ser o suficiente? Você viu meus poderes antes…”

“Sim, você está certo.” Ele cobriu o face com uma mão e, com a outra, invocou a dark-spear, “Mas, sabe Ragus, você está exatamente no lugar que eu queria!”

“Hã?”

             Uma matéria negra jorrou do chão, quebrando-o enquanto um sorriso maléfico nasceu no rosto do loiro. Ragus começou a cair com os pedaços de concreto, ainda assim, ele não entendia por que o humano achava aquilo tão impressionante. Ele simplesmente pulou mais alto para pousar em chão sólido, mas quando chegou ao topo, Frankenstein já esperava por ele e arremessou a dark-spear.

            O vampire se desviou velozmente, se tivesse atrasado um minuto, certamente teria perfurado e consumido ele, transtornado com o modo brutal de lutar de Frankenstein, ele franziu o cenho, o loiro caiu, passando por ele. Quando ele girou no meio do ar, o loiro estava novamente com a lança nas mãos, pronto para matá-lo.

            Ragus usou suas vinhas de sangue e agarrou o braço de Franky, o sorriso do loiro se alargou quando ele espalhou a matéria negra pelas vinhas até que chegasse a Ragus que imediatamente cortou as vinhas ligando os dois.

“Humph… Dando dores de cabeça aos nobres, como sempre… Você nunca muda, Frankenstein…”

“Eu ainda sou melhor do que alguém que mudou tanto que nem pode mais ser chamado de nobre, Ragus!” ele provocou, arremessando a dark-spear de novo.

            O nobre desviou, cansado de brincar, mas os breves segundos que se distraiu desviando foram o bastante, quando ele se deu conta, Frankenstein estava flutuando no ar com dúzias de estacas negras ao redor dele, e ele as lançou na direção de Ragus, causando uma explosão de poderes.

            O loirofinalmente pousou no topo do arranha-céu novamente, olhando para a fumaça que era carregada pelo vento, apreciando a vista do traidor que devia estar cheio de buracos no momento.

            Repentinamente, os olhos dele se assustaram com uma presença que se aproximou, ele virou-se a tempo de defender o ataque vindo em sua direção, era Ragus, enfurecido usando as vinhas. Uma das tiras de sangue quase perfurou o braço de Franky, mas ele usou sua matéria negra para proteger-se, e deu um passo para trás para se afastar das ameaçadoras vinhas de sangue.

            Era inútil, havia outro chicote de sangue vindo por trás, ele estreitou os olhos apurados e pulou, mas o chicote foi destruído por outra pessoa. Um objeto que atingiu a raiz de sangue a destruiu, tanto Frankenstein quanto Ragus estavam perplexos.

            A apenas alguns metros de distância deles uma silhueta familiar estava de pé, era Karias e…

“Victor?!” o cientista franziu o cenho.

“Olá.” Karias cumprimentou acenando animado “Eu vim na hora certa, não foi?” havia um brilho de orgulho em seus olhos.

“Ah…” os olhos de Franken escureceream quando ele fitou o nobre.

“De qualquer maneira, eu vim para ajudar.” O sorriso dele tinha um ar sério quando ele mirou e retesou o arco para o vampiro “Traidor Ragus Tradio,”

“É hora da sua condenação”