- Já que eu salvei sua vida, queria que respondesse as minhas perguntas. - Sei que é estranho, não sou íntima dele, não o conheço nem um pouco, mas preciso entender as coisas.
- Acho que eu devo isso também, mas não prometo responder todas.
- Seu nome é Theodore, mesmo?
- Sim, mas não vou dizer meu sobrenome.
- Porque disse, lá na sala, que seu nome é Edgar?
- Tenho bipolaridade, Esquizofrenia e TEPT, de certa forma, não era eu naquela hora. - Isso explica a mudança de comportamento brutal do garoto gentil para um fumante de cara fechada.
- Quantas personalidades?
- quatro, contando comigo.
- Como é cada um?
- Se você se manter por perto verá, quero que você seja minha amiga. - Por algum motivo não gostei da palavra "amiga". - Vejo que em algum lugar da sua mente, existe a loucura, vou fazer você soltá-la.
Eu já tentei, ano passado eu tentei mostrar aos meus pais que eu era diferente, que não era a princesa perfeita que eles queriam, que eu era bissexual, mas no fim eu perdi tudo, depois de mil anos de surras, palavrões e humilhações, meu pai fez a gente se mudar pra outro estado, e eu já estava no 3 ano, mas ele é louco, me prendeu no quarto pelos outros 6 meses, o que resultou em ter que refazer o 3 ano. Tudo que eu tinha era um celular que meu pai não sabia que existia, tinha ganhado de presente há dois anos e ele nunca o viu, com ele tive acesso a Internet, e no acaso conheci a Isabela, que era da escola que meu pai já tinha falado que eu iria frequentar.
- Vai por mim, com meu pai não existe lugar pra coisas diferentes.
- Dessa vez vai ser diferente, você não tinha a mim. - Não tinha como eu falar não, ele tem razão.
- Voce tem razao, eu quero soltar minha "loucura", ser eu mesma acima de tudo.
- Certo, então somos amigos?
- Claro que somos. - Isabela aperta minha mão.
- Eu vou embora, e acho que você deveria fazer o mesmo Eduarda. - Ela estava brava mesmo, sempre me chamou de Ed.
- Isa. - ela sai da sala, batendo a porta com força. - Ai ai, mais tarde, quando ela se acalmar, eu falo com ela.
- Acho que eu já comecei te dando problemas. - Theodore parece se culpar.
- Não, foi minha escolha que a irritou, falo com ela mais tarde.
Ficamos lá por horas, eu, Theodore e Mel conversando sobre músicas, séries e filmes que cada um estava vendo, menos a garota loira, ela não disse nada em nenhum momento, só ficava olhando para o teto e de vez em quando saía murmúrios de sua boca, algo a ver com números e valores de dinheiro, então ela se levanta calmamente, olha para Theodore.
- Preciso ir. - Ela não tem expressão nenhuma.
- Já? - Automaticamente ele faz já cara de cachorrinho abandonado.
- Preciso cuidar da boate. - Ela se aproxima dele e o beija. - Você não me deixou de gerente pra eu ficar fazendo nada.
- Certo, mas leve isso. - Theodore tira de sua cintura uma pistola, que até então estava coberta por sua camisa.
- Mas isso é pra sua proteção.
- É, mas se vão tentar me atingir, tentarão pelas pessoas que eu gosto, por favor, leve.
- Vou levar. - Ela pega a pistola e a guarda na cintura e a cobre com sua camisa. - Mas trate de conseguir outra pra você.
- Claro.
Ela sai da sala, e eu estou em choque, ele anda armado, e age como se fosse a coisa mais natural do mundo, mas com quem que eu estou me metendo?, devia ter escutado a Isa. Levanto e saio da sala sem me despedir, Theodore diz algo mas eu já estou mt longe pra entender. Vou pra casa e de lá eu tento falar com a Isa e pedir desculpas.
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