Acordo no meio da noite, a janela do meu quarto fazia muito barulho, olho pro despertador, são 3 da manhã, vou até a janela pra descobrir o porque do barulho, era Theodore, ele deve ter conseguido escalar até minha janela devido a Hera que tem por toda aquela parede, abro a janela e ele se joga pra dentro.
- Mas que bosta que você está fazendo aqui?
- Você saiu da sala de modo tão estranho, fiquei curioso.
- Saí por que você brinca com uma coisa tão séria, como se uma arma não fosse nada. - Algumas lágrimas começam a cair, droga.
- Ei, o que foi?, porque chora? - Ele parecia mesmo preocupado, como se quisesse mesmo me ouvir, diferente de outras pessoas que só parecem te ouvir, mas na verdade estão esperando sua propria vez de falar.
- Quando eu tinha 9 anos, minha amiga, que era minha vizinha, me levou na casa dela, ela me conduziu ate o quarto dos pais, abriu a gaveta e pegou a arma do pai, ela parecia tão fascinada com aquela coisa, parecia acostumada, como se pegasse ela escondido sempre, mas dessa vez foi diferente, o pai dela apareceu na porta de repente, gritou pra minha amiga largar a arma, ela se assustou, e acabou atirando, a bala pegou na sua barriga, saiu muito sangue, fiquei encharcada, o pai dela chorava enquanto pegava minha amiga.... Ela morreu no caminho do hospital.
- Pobre garota. - Não sei porque contei tudo pra ele, mal o conheço, mas ele passa essa sensação que eu posso deixar tudo nas mãos dele, que ele vai me proteger.
Theodore me abraça, eu me sinto destruída, o choro começa como um tsunami, perco as forças, ele me coloca na cama e me abraça de novo, seu calor me faz sentir segura, que eu posso chorar o quanto eu quiser, ele fala repetidas vezes, baixinho "está tudo bem", choro até dormir.
Acordo, lembro do que aconteceu noite passada, olho devagar pra ele, mas Theodore já está acordado e sorri pra mim, fico vermelha,azul, arco-íris de vergonha.
- Meu Deus, me desculpa por ontem, eu não sei o que deu em mim. - Ele apenas ri, enquanto eu peço desculpas seguidamente.
- Escute, Eduarda, você tá agindo como se tivéssemos feito algo inapropriado ontem, a menos que....você queria que algo acontecesse? - Ele abre um sorriso malicioso.
- Olha, eu tenho namorada e você também. - Será que aquela loira vai querer tirar satisfação comigo sobre isso?
- Namorada?, ahhhhh, Elizabeth não é minha namorada.
- Se Elizabeth é a garota loira que conheci na sala, como ela não é sua namorada?, ela te beijou e tudo mais.
- Olha, você se lembra né?, eu sou bipolar, ela namora o Edgar, eu não gosto dela desse jeito.
- Isso não me parece certo, então só porque outra personalidade sua namora, você sai por aí pegando outras garotas na cara dura?
- Não fale isso, de nós quatro. - Ele aponta pra própria cabeça. - Eu fui o único que nunca teve nenhum tipo de relação, sei que fisicamente não sou virgem de nada, mas como eu não tenho memória nenhuma das coisas que eles fazem - aponta de novo pra própria cabeça.- Me considero virgem de tudo.
- Mesmo que isso faça sentido pra alguém, isso não muda que eu tenho namorada, então não pense coisas erradas.
- Claro, Se você já se acalmou , venha comigo, tem um lugar pra te mostrar.
- Que lugar?, pera, hoje tem aula. - Procuro meu despertador, encontro ele debaixo da cama, com suas pilhas pro lado de fora, devo ter derrubado ontem e nem percebi, olho no relógio e vejo que já são 9:30.- Como eu posso ter dormido tanto?
- Quando se dorme de tanto chorar, as pessoas praticamente entram em coma.
- Já que não dá mais pra ir na aula eu vou com você sim, mas é longe?
- uns 4 quilômetros.
- Vamos com meu motorista então.
Descemos as escadas e saímos pela portao, não faço idéia de como Theodore passou pelo portão, mas vou perguntar depois. O carro ainda está lá, Rodrigo está dormindo, bato no vidro pra ele acordar, ele olha pro vidro, percebe que sou eu e se arruma rápido, abre a porta.
- Um pouco atrasada, senhorita. - Quando ele vê Theodore entrando no carro, fica branco, Theodore o vê e solta um riso.
- Se conhecem?- Eu pergunto.
- Já nos vimos por aí, Rodrigo, certo?, leve a gente para Antônio da Silva vendas, número 160.
- devo? - Rodrigo me olha.
- Sim.
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