As luzes penetravam meu glóbulo ocular fazendo com que fossem abertos devagar,tentando ainda entender o que estava acontecendo assim que me recordei de toda a noite passada me levantei como reflexo,mais meu corpo doía muito parecia que eu havia levado uma surra,seja lá o que me deram fazia bastante efeito.
Ao passar os olhos por todo o quarto,avistei uma figura toda torta na poltrona ao lado da cama,eu poderia observa-lo dormir para sempre sua respiração era calma e tranquila,mais logo seus olhos se abriram se encontrando com os meus ,sem dizermos uma sequer palavra ele se levantou sentando na ponta da cama em que eu repousava e me abraçou.
— Eu sinto muito Lexi,pelo que teve e está tendo que passar.
Eu sentia suas lágrimas molhando meus ombros,se ele soubesse o quanto doía vê-lo sofrer por me ver sofrendo,não faria.
Pousei uma de minhas mãos em um de seus joelhos os apertando levemente,eu queria muito continuar em silêncio para não estragar aquele momento tão íntimo entre a gente,mais a curiosidade era maior e não me culpava por isso ,afinal Alan é meu irmão.
— Não se culpe amor,até porque nada disso é culpa sua mais agora eu preciso saber, como está o Alan?
Sua expressão mudou por completo,seu olhar agora se concentrava em qualquer coisa que não fosse eu,ele parecia pensar antes de poder finalmente me responder,meus olhos já estavam apostos para chorar,eu só precisava ouvir o inevitável.
— Lexi...
Bastou aquele simples chamado e meu rosto já estava cheios de pequenas gotículas que iam se engrossando a cada pontada que ia sentindo no coração,ele me olhava já se arrependendo de ter começado a falar,mais continuo mesmo assim,não poderia parar agora.
— Seu irmão passou por uma cirurgia que durou muitas horas,ele teve quatro paradas cardíacas na mesa de operação e conseguiram reanima -lo,acontece que ele voltou a respirar com ajuda de aparelhos está em coma a cinco dias e os médicos não sabem se ele vai voltar.
Me recostei na cabeceira da maca,fechando os olhos tentando absorver todas aquelas informações,que iam sendo processadas aos poucos,minha mente e meu corpo estavam inteiro aos pedaços parecia morrer a cada respiração a dor era muito maior do que podia aguentar,naquele momento desejei que os assassinos de meus pais entrassem e acabassem com tudo aquilo,Trevor segurava minha mão percebi que a que estava livre procurava por algo,abri os olhos dando de cara com os seus .
— Desculpe,preciso chamar uma enfermeira Lexi.
Ele dizia ainda procurando a companhia,desesperado como se fosse a ultima coisa que faria na vida .
— Por favor,não chame ninguém eles vão me dopar de novo e eu não quero, preciso vê-lo por favor.
Por mais que ele lutasse para tentar não fazer minhas vontades,aquela ele sentia que precisava faze-la,até porque se Alan viesse a óbito,ele se culparia para sempre por não ter me ajudado .
— Pedirei a seu médico para que te libere,espere aqui.- Ele sorriu já saindo a caminho do consultório.
Não demorou mais que 15 minutos para que voltasse,ao entrar eu como odeio perder tempo já estava vestida,até porque não sairia de jeito nenhum com uma camisola branca parecendo uma fugitiva do hospício,as vezes podia até ser um pouco sem noção mais não a esse ponto.
— E ai ,podemos ir agora ? - Perguntei já indo em direção a porta.
— Ele pediu para você esperar um pouco,ele vai vir aqui te ver afinal eles sedaram você por cinco dias,ele quer ter certeza que está bem.
Revirei os olhos em negação,mais resolvi espera-lo, mesmo que com receio de que me dessem mais uma vez um boa noite cinderela.
O Dr.Frederic me examinava por inteira,tirou pressão,mediu a febre,ouviu meus batimentos e mandou acompanhar uma luz com os olhos como se fosse um cachorro vidrado naqueles frangos assados rodando no forno,após todo esse ritual que sinceramente achei desnecessário já que estava me sentindo bem melhor,ele me deu alta me levando até a porta da UTI.
Ao me aproximar ele me deu uma roupa toda verde clara como se fosse uma enfermeira,máscara e sapatilhas de paninho brancas,dando as mesmas a Trevor,o Dr. Alegou que era para que não corressem risco de infecções ao chegar na porta do quarto minhas mãos suavam,meu coração parecia acelerar,mais eu precisava me manter calma e estar preparada.
— Por favor,quero entrar sozinha.
Disse olhando para Trevor e depois desviando para Frederic,os dois assentiram com a cabeça,enquanto eu abria a maçaneta.
Ao encarar aquele corpo que antes eram puro músculos e agora estava magro e debilitado,senti toda a espinha se arrepiando tentando ainda manter o controle da situação,puxei a cadeira que estava perto do banheiro sentando ao lado daquela maca.Diferente do quarto em que estava aquele era mais equipado,tinha diversas aparelhagens ligados a Alan cada um tendo uma função,um era para ajudar a respirar,o outro era para medir os batimentos cardíacos entre outros que eu não fazia ideia para que eram a única coisa que sabia era que o Alan estava morto e sofrendo com essa tentativa nossa de mante-lo vivo mesmo sabendo que não iria acordar nunca mais,ninguém entenderia se eu tentasse explicar porém eu sabia e isso bastava.Eu lutava com meus pensamentos para não lembrar daquilo,mais era errado ignorar um pacto,principalmente quando a outro pessoa cumpri sua parte sem questionar.
Antes de nossos pais morrerem Alan e eu erámos colados,depois do assassinato meu irmão se afastou de mim talvez ele me culpasse pela morte deles,eu me culpava também não poderia ser hipócrita e julga-lo por pensar assim.
Flashback
— Alexi desça logo,estou te esperando.
Gritava Alan na beira da escada,esperando-me para sumirmos por algumas horas.Não demorou para que eu aparecesse,desci as escadas encarando até começarmos a rir.
— Para de ser tão afoito?A floresta não vai sair do lugar .
— Não podemos chegar em casa tão tarde,para não levantarmos suspeitas de nossos paradeiros.
Ao chegarmos no local nos deitamos entre as folhas caídas da árvores,observando o céu que naquele dia estava azul e banhado pelo sol,eu e ele adorávamos admirar a natureza nos sentíamos livres e puros e foi naquele dia que resolvemos fazer um pacto.
— Lexi você tem medo de morrer ? - Ele perguntava ainda admirando o céu.
— Talvez,morrer parece ser doloroso,você não acha ?
Ele me olhou levantando uma das sobrancelhas e rindo.
— Não Alexi não acho,quando morremos deixaremos de viver em um mundo egoísta com pessoas que não pensam uma nas outras,acredito que ao morrermos evoluímos e deixamos esse plano partindo para um outro cheio de pessoas evoluídas.Nunca tinha parado para pensar para onde íamos quando morrer,nossos pais nunca foram religiosos mais tínhamos amigos e a maioria pensa que irá para o céu ou para o inferno.
— Alexi quero te pedir uma coisa ?
Ele me olhava sério agora esperando que eu desse um sinal verde.
— Pode pedir Alan.
— Me promete que se um dia você precisar tomar uma decisão em que eu esteja entre a vida e a morte,você acaba com meu sofrimento e me deixa ir ?
Meus olhos quase saltaram ao ouvir aquela frase,mais eu tinha que respeitar o seu pedido até porque também tinha o meu .
— Apesar de eu não concordar cumprirei com seu pedido se precisar,mais agora minha vez de te pedir algo,quero que você sempre deixe eu te proteger mesmo que isso fosse custar minha vida.
Ele balançou a cabeça ,sorriu e disse.
— Pois bem é justo ,mesmo eu não concordando com você e esse seu pedido ser uma metáfora ao meu,prometo.
Pegamos um galho pontiagudo ,fazendo um corte um na mão do outro,fizemos um pacto de sangue naquele dia e levamos essas coisas muito a sério.
Flashbackoff
Ao retornar a realidade ,peguei suas mãos e automaticamente as lágrimas começaram a escorrer.
— Mais que droga,porque tenho que fazer isso acorda por favor,não me obrigue a fazer isso, Alan eu te amo você é meu irmão gêmeo e vai doer ter que me olhar no espelho os restos de meus dias,parece egoísta mais sim é e não to nem ai.
E em um ataque de fúria entrei no banheiro dando um murro no espelho e quebrando ele em pedacinhos minhas mãos estavam toda ensanguentada,eu dizia a mim mesma que não era verdade que era só um pesadelo tentando me convencer de que quando abrisse os olhos ia suspirar em alívio,mais eu tinha que encarar que era a realidade e como uma boa irmã de palavra, eu deveria fazer minha parte comecei a desligar aparelho por aparelho,por último desliguei o que ajudava a respirar e aos poucos fui vendo seus batimentos diminuindo,abaixei-me dando um beijo na testa e esperando seus sinais vitais cessarem por completo,religuei todos novamente para não haver desconfiança tudo que fiz foi por lealdade a Alan,mais isso não quer dizer que aceitarei tão facilmente sai do quarto embriagada pela culpa,ódio,raiva,eu sentia tudo e ao mesmo tempo não sentia nada,assim que pisei do lado de fora não consegui dar mais que 5 passos cai no chão e fazendo com que todos os médicos entrassem no leito as pressas,Trevor assustado se ajoelhou ao meu lado pedindo para que eu ficasse calma,eu abracei ele com força pois não acreditava no que havia feito,ele via minhas mãos os sujando de sangue mais não se atreveu a perguntar.
Ainda abraçados naquele chão que já presenciou tantas mortes e agora presenciava a do meu espírito a de minha humanidade,mesmo em silêncio Trevor já imaginava o que tinha acontecido me afastei dele,colocando a cabeça no lugar e pegando celular em um dos bolsos da calça.
— Alô,tia Eloise preciso de você agora aqui no hospital.
Uma pausa entre nós estabeleceu-se,sendo ela a interromper.
— Ai meu deus,Lexi eu sinto muito to indo para ai.
Por mais que tentasse esconder espanto,conhecia ela muito bem para saber que ela estava arrasada.
— To ,te esperando.
O doutor Frederic e mais 5 enfermeiros saíram do quarto ,empurrando uma maca coberta por um lençol branco cobrindo o corpo.A vontade de chorar estava lá,mais as lágrimas não desciam continuavam ali presentes em meus olhos mesmo assim negando-se a rolarem.
Sentada em uma espécie de sala de espera,logo vi Eloise caminhando até mim e me abraçando como se quem fosse morrer fosse eu,vomitando um turbilhão de perguntas.
— Ai querida como está,o que houve com suas mãos ?
Bem é que não estou,acabei de perder meu irmão.Claro que não foi essa a resposta que dei a ela,não poderia ser tão ríspida não com ela.
— Estou bem,apesar de tudo e minhas mãos foram uma das consequências.
Como eu já havia imaginado Eloise foi quem preparou todo o funeral,a única coisa que fiz foi escolher a roupa que ele usaria pela ultima vez.O velório se iniciaria as 08 da manhã no dia seguinte e o enterro aconteceria as 15:00 voltei para casa já se passando das 21:00,Eloise ainda estava no hospital então eu não ouviria bronca,se é que ela fosse se importar com isso agora.
Ao destrancar a porta e entrar casa a dentro senti o vazio me invadindo,subi em passos pequenos e pesados a escada,o que mais desejava agora era poder me trancar no quarto e amenizar toda aquela dor me causando mais dor.
Já no ultimo degrau algo dentro de mim,me puxava para o quarto de Alan em outras circunstâncias eu não entraria sem bater ou até mesmo pedi-lo, mais como todos sabem ele não está mais aqui ao abrir a porta o cheiro de seu perfume ainda dominava o quarto,suas coisas se encontravam no mesmo lugar de quando saiu,eu precisava senti-lo ter a sensação de que ainda estava ali comigo queria nos sentir ligados novamente,deitei em sua cama em busca de meus últimos desejos adormecendo com a única coisa que restava dele,as lembranças.
As luzes penetravam meu glóbulo ocular fazendo com que fossem abertos devagar,tentando ainda entender o que estava acontecendo assim que me recordei de toda a noite passada me levantei como reflexo,mais meu corpo doía muito parecia que eu havia levado uma surra,seja lá o que me deram fazia bastante efeito.
Ao passar os olhos por todo o quarto,avistei uma figura toda torta na poltrona ao lado da cama,eu poderia observa-lo dormir para sempre sua respiração era calma e tranquila,mais logo seus olhos se abriram se encontrando com os meus ,sem dizermos uma sequer palavra ele se levantou sentando na ponta da cama em que eu repousava e me abraçou.
— Eu sinto muito Lexi,pelo que teve e está tendo que passar.
Eu sentia suas lágrimas molhando meus ombros,se ele soubesse o quanto doía vê-lo sofrer por me ver sofrendo,não faria.
Pousei uma de minhas mãos em um de seus joelhos os apertando levemente,eu queria muito continuar em silêncio para não estragar aquele momento tão íntimo entre a gente,mais a curiosidade era maior e não me culpava por isso ,afinal Alan é meu irmão.
— Não se culpe amor,até porque nada disso é culpa sua mais agora eu preciso saber, como está o Alan?
Sua expressão mudou por completo,seu olhar agora se concentrava em qualquer coisa que não fosse eu,ele parecia pensar antes de poder finalmente me responder,meus olhos já estavam apostos para chorar,eu só precisava ouvir o inevitável.
— Lexi...
Bastou aquele simples chamado e meu rosto já estava cheios de pequenas gotículas que iam se engrossando a cada pontada que ia sentindo no coração,ele me olhava já se arrependendo de ter começado a falar,mais continuo mesmo assim,não poderia parar agora.
— Seu irmão passou por uma cirurgia que durou muitas horas,ele teve quatro paradas cardíacas na mesa de operação e conseguiram reanima -lo,acontece que ele voltou a respirar com ajuda de aparelhos está em coma a cinco dias e os médicos não sabem se ele vai voltar.
Me recostei na cabeceira da maca,fechando os olhos tentando absorver todas aquelas informações,que iam sendo processadas aos poucos,minha mente e meu corpo estavam inteiro aos pedaços parecia morrer a cada respiração a dor era muito maior do que podia aguentar,naquele momento desejei que os assassinos de meus pais entrassem e acabassem com tudo aquilo,Trevor segurava minha mão percebi que a que estava livre procurava por algo,abri os olhos dando de cara com os seus .
— Desculpe,preciso chamar uma enfermeira Lexi.
Ele dizia ainda procurando a companhia,desesperado como se fosse a ultima coisa que faria na vida .
— Por favor,não chame ninguém eles vão me dopar de novo e eu não quero, preciso vê-lo por favor.
Por mais que ele lutasse para tentar não fazer minhas vontades,aquela ele sentia que precisava faze-la,até porque se Alan viesse a óbito,ele se culparia para sempre por não ter me ajudado .
— Pedirei a seu médico para que te libere,espere aqui.- Ele sorriu já saindo a caminho do consultório.
Não demorou mais que 15 minutos para que voltasse,ao entrar eu como odeio perder tempo já estava vestida,até porque não sairia de jeito nenhum com uma camisola branca parecendo uma fugitiva do hospício,as vezes podia até ser um pouco sem noção mais não a esse ponto.
— E ai ,podemos ir agora ? - Perguntei já indo em direção a porta.
— Ele pediu para você esperar um pouco,ele vai vir aqui te ver afinal eles sedaram você por cinco dias,ele quer ter certeza que está bem.
Revirei os olhos em negação,mais resolvi espera-lo, mesmo que com receio de que me dessem mais uma vez um boa noite cinderela.
O Dr.Frederic me examinava por inteira,tirou pressão,mediu a febre,ouviu meus batimentos e mandou acompanhar uma luz com os olhos como se fosse um cachorro vidrado naqueles frangos assados rodando no forno,após todo esse ritual que sinceramente achei desnecessário já que estava me sentindo bem melhor,ele me deu alta me levando até a porta da UTI.
Ao me aproximar ele me deu uma roupa toda verde clara como se fosse uma enfermeira,máscara e sapatilhas de paninho brancas,dando as mesmas a Trevor,o Dr. Alegou que era para que não corressem risco de infecções ao chegar na porta do quarto minhas mãos suavam,meu coração parecia acelerar,mais eu precisava me manter calma e estar preparada.
— Por favor,quero entrar sozinha.
Disse olhando para Trevor e depois desviando para Frederic,os dois assentiram com a cabeça,enquanto eu abria a maçaneta.
Ao encarar aquele corpo que antes eram puro músculos e agora estava magro e debilitado,senti toda a espinha se arrepiando tentando ainda manter o controle da situação,puxei a cadeira que estava perto do banheiro sentando ao lado daquela maca.Diferente do quarto em que estava aquele era mais equipado,tinha diversas aparelhagens ligados a Alan cada um tendo uma função,um era para ajudar a respirar,o outro era para medir os batimentos cardíacos entre outros que eu não fazia ideia para que eram a única coisa que sabia era que o Alan estava morto e sofrendo com essa tentativa nossa de mante-lo vivo mesmo sabendo que não iria acordar nunca mais,ninguém entenderia se eu tentasse explicar porém eu sabia e isso bastava.Eu lutava com meus pensamentos para não lembrar daquilo,mais era errado ignorar um pacto,principalmente quando a outro pessoa cumpri sua parte sem questionar.
Antes de nossos pais morrerem Alan e eu erámos colados,depois do assassinato meu irmão se afastou de mim talvez ele me culpasse pela morte deles,eu me culpava também não poderia ser hipócrita e julga-lo por pensar assim.
Flashback
— Alexi desça logo,estou te esperando.
Gritava Alan na beira da escada,esperando-me para sumirmos por algumas horas.Não demorou para que eu aparecesse,desci as escadas encarando até começarmos a rir.
— Para de ser tão afoito?A floresta não vai sair do lugar .
— Não podemos chegar em casa tão tarde,para não levantarmos suspeitas de nossos paradeiros.
Ao chegarmos no local nos deitamos entre as folhas caídas da árvores,observando o céu que naquele dia estava azul e banhado pelo sol,eu e ele adorávamos admirar a natureza nos sentíamos livres e puros e foi naquele dia que resolvemos fazer um pacto.
— Lexi você tem medo de morrer ? - Ele perguntava ainda admirando o céu.
— Talvez,morrer parece ser doloroso,você não acha ?
Ele me olhou levantando uma das sobrancelhas e rindo.
— Não Alexi não acho,quando morremos deixaremos de viver em um mundo egoísta com pessoas que não pensam uma nas outras,acredito que ao morrermos evoluímos e deixamos esse plano partindo para um outro cheio de pessoas evoluídas.Nunca tinha parado para pensar para onde íamos quando morrer,nossos pais nunca foram religiosos mais tínhamos amigos e a maioria pensa que irá para o céu ou para o inferno.
— Alexi quero te pedir uma coisa ?
Ele me olhava sério agora esperando que eu desse um sinal verde.
— Pode pedir Alan.
— Me promete que se um dia você precisar tomar uma decisão em que eu esteja entre a vida e a morte,você acaba com meu sofrimento e me deixa ir ?
Meus olhos quase saltaram ao ouvir aquela frase,mais eu tinha que respeitar o seu pedido até porque também tinha o meu .
— Apesar de eu não concordar cumprirei com seu pedido se precisar,mais agora minha vez de te pedir algo,quero que você sempre deixe eu te proteger mesmo que isso fosse custar minha vida.
Ele balançou a cabeça ,sorriu e disse.
— Pois bem é justo ,mesmo eu não concordando com você e esse seu pedido ser uma metáfora ao meu,prometo.
Pegamos um galho pontiagudo ,fazendo um corte um na mão do outro,fizemos um pacto de sangue naquele dia e levamos essas coisas muito a sério.
Flashbackoff
Ao retornar a realidade ,peguei suas mãos e automaticamente as lágrimas começaram a escorrer.
— Mais que droga,porque tenho que fazer isso acorda por favor,não me obrigue a fazer isso, Alan eu te amo você é meu irmão gêmeo e vai doer ter que me olhar no espelho os restos de meus dias,parece egoísta mais sim é e não to nem ai.
E em um ataque de fúria entrei no banheiro dando um murro no espelho e quebrando ele em pedacinhos minhas mãos estavam toda ensanguentada,eu dizia a mim mesma que não era verdade que era só um pesadelo tentando me convencer de que quando abrisse os olhos ia suspirar em alívio,mais eu tinha que encarar que era a realidade e como uma boa irmã de palavra, eu deveria fazer minha parte comecei a desligar aparelho por aparelho,por último desliguei o que ajudava a respirar e aos poucos fui vendo seus batimentos diminuindo,abaixei-me dando um beijo na testa e esperando seus sinais vitais cessarem por completo,religuei todos novamente para não haver desconfiança tudo que fiz foi por lealdade a Alan,mais isso não quer dizer que aceitarei tão facilmente sai do quarto embriagada pela culpa,ódio,raiva,eu sentia tudo e ao mesmo tempo não sentia nada,assim que pisei do lado de fora não consegui dar mais que 5 passos cai no chão e fazendo com que todos os médicos entrassem no leito as pressas,Trevor assustado se ajoelhou ao meu lado pedindo para que eu ficasse calma,eu abracei ele com força pois não acreditava no que havia feito,ele via minhas mãos os sujando de sangue mais não se atreveu a perguntar.
Ainda abraçados naquele chão que já presenciou tantas mortes e agora presenciava a do meu espírito a de minha humanidade,mesmo em silêncio Trevor já imaginava o que tinha acontecido me afastei dele,colocando a cabeça no lugar e pegando celular em um dos bolsos da calça.
— Alô,tia Eloise preciso de você agora aqui no hospital.
Uma pausa entre nós estabeleceu-se,sendo ela a interromper.
— Ai meu deus,Lexi eu sinto muito to indo para ai.
Por mais que tentasse esconder espanto,conhecia ela muito bem para saber que ela estava arrasada.
— To ,te esperando.
O doutor Frederic e mais 5 enfermeiros saíram do quarto ,empurrando uma maca coberta por um lençol branco cobrindo o corpo.A vontade de chorar estava lá,mais as lágrimas não desciam continuavam ali presentes em meus olhos mesmo assim negando-se a rolarem.
Sentada em uma espécie de sala de espera,logo vi Eloise caminhando até mim e me abraçando como se quem fosse morrer fosse eu,vomitando um turbilhão de perguntas.
— Ai querida como está,o que houve com suas mãos ?
Bem é que não estou,acabei de perder meu irmão.Claro que não foi essa a resposta que dei a ela,não poderia ser tão ríspida não com ela.
— Estou bem,apesar de tudo e minhas mãos foram uma das consequências.
Como eu já havia imaginado Eloise foi quem preparou todo o funeral,a única coisa que fiz foi escolher a roupa que ele usaria pela ultima vez.O velório se iniciaria as 08 da manhã no dia seguinte e o enterro aconteceria as 15:00 voltei para casa já se passando das 21:00,Eloise ainda estava no hospital então eu não ouviria bronca,se é que ela fosse se importar com isso agora.
Ao destrancar a porta e entrar casa a dentro senti o vazio me invadindo,subi em passos pequenos e pesados a escada,o que mais desejava agora era poder me trancar no quarto e amenizar toda aquela dor me causando mais dor.
Já no ultimo degrau algo dentro de mim,me puxava para o quarto de Alan em outras circunstâncias eu não entraria sem bater ou até mesmo pedi-lo, mais como todos sabem ele não está mais aqui ao abrir a porta o cheiro de seu perfume ainda dominava o quarto,suas coisas se encontravam no mesmo lugar de quando saiu,eu precisava senti-lo ter a sensação de que ainda estava ali comigo queria nos sentir ligados novamente,deitei em sua cama em busca de meus últimos desejos adormecendo com a única coisa que restava dele,as lembranças.
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