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História Mer - (a bercé mon coeur pour la vie)


Escrita por: ohmystress

Notas do Autor


Eu pensei em um trilhão de jeitos de começar essas notas sem fazer com que fique maior do que a fic, duvido que eu consiga.

Bruna, eu realmente queria te dar algo esplendoroso, lindo e digno de você e desse coração maravilhoso que você tem e eu não acho que isso chega perto do que você merece.
Eu escrevi de um jeito que nunca escrevi antes porque eu queria experimentar fazer algo diferente para você e deu nisso. De qualquer modo eu espero que você goste porque eu me diverti escrevendo e eu sei que você provavelmente leu umas 300 fanfics melhores e por mais que minha intenção seja te dar a melhor fanfic da sua vida eu não sou capaz disso, mas se eu for capaz de te fazer sorrir ou te deixar feliz já é um bom começo e eu já fico muito satisfeita. Obrigada por sempre ser tão compreensiva. Você é meio que o Sehun do meu Jongin só que sem a parte gay (mentira, porque a gente é gayzona sim) akdhjs
Te aminho, bastante, você sabe, não sabe?
(Só para você saber o quanto eu te aminho esse título do capítulo quer dizer "acalentou meu coração por toda a vida").

Eu não tenho certeza se é uma songfic mas me inspirei muito em Mer do Hyukoh para escreve-la, por isso vou deixar o link nas notas finais. ♡

Aos demais, boa leitura, é também muito bom tê-los por aqui. (:

Capítulo 1 - (a bercé mon coeur pour la vie)


"Nunca se apaixone por artistas. Cantoras, atrizes, bateristas, pintoras. Nenhuma delas. Nem sob ameaça, prometa-me."

Foi o que Baekhyun me disse um dia. E eu prometi. Não porque concordava ou algo semelhante, eu só queria que ele calasse a boca por dois segundos e não me era novidade que aquele discurso ressentido era por causa da guitarrista alta e orelhuda por quem ele havia se apaixonado e que estava de casamento marcado com o primo dele.

Um pobre coitado, o Baekhyun.

Talvez eu o compreendesse, talvez por isso eu tenha prometido sem nem prestar atenção. Mas eu já prometi tantas coisas, para tantas pessoas, inclusive para mim mesmo.

Prometi para minha mãe que não choraria com sua morte.

Prometi para minha avó que procuraria tratamento.

Prometi para mim mesmo que não iria à peça de teatro nenhuma sozinho, mesmo que Baekhyun entrasse em uma de suas crises por conta de Chanhee e se trancasse no quarto, não, eu me trancaria também no meu e não sairia de lá porque ele havia me convidado e eu estava meio farto das suas desfeitas, se é que assim pode ser chamada a situação em que eu me encontrava. E eu sou um tremendo de um mentiroso, principalmente comigo mesmo porque naquela quinta-feira fria eu estava sentado especificamente na quinta fileira do teatro, sozinho, e eu não sei dizer em que momento notei o contexto da peça já que não olhei os cartazes e nem nada disso, só sei que quando notei era meio que tarde demais.

Eu vivia submerso na minha própria tristeza e eu posso assegurar que ela era um oceano escuro e inabitado (pelo menos era assim que eu costumava pensar quando esse era o único oceano que eu conhecia). Era uma fobia estranha, as poucas pessoas que sabiam sobre não entendiam muito bem um garoto de vinte e dois anos que precisava do colega de apartamento dentro do banheiro consigo porque se se sentisse sozinho enquanto as gotas de água do chuveiro batiam contra sua cabeça sentia-se se afogando, com água entrando pelos pulmões e tudo o mais, que tremia apavorado com o som ou a menção do mar. Um tremendo de um doido, é o que eu era/sou.

Perdi meu pai para um frasco de remédios e uma banheira, mas eu nem era crescido o suficiente para me sentir totalmente afetado por isso. Perdi minha mãe entre as pedras e ondas de um mar que deveria apenas refrescar seu corpo e logo trazê-la de volta. Eu tinha só quinze anos.

E a água, o mar, a submersão nunca me trouxeram nada de bom, apenas dores, perdas, sufocos.

Lembranças palpáveis é o que carrego dentro de mim, todos os dias e noites. Aos nove anos de idade lembro-me de mergulhar em uma piscina qualquer, eu gostava de nadar como qualquer outro garoto, lembro-me de abrir os olhos e enxergar tudo completamente azul, um azul bonito que aqueceu-me o peito, lembro-me também de enxergar meu pai (que eu só conhecia por fotos), roxo e inchado, nadando em minha direção, lembro-me de ter desmaiado ao voltar para superfície e de não ter dormido naquela noite. Nem na outra. Nem na outra e nem na outra. E de depois de ter perdido minha mãe não lembrar mais o que eram cinco minutos de sono, porque se fechasse os olhos ouvia o barulho das ondas contra as rochas que destruíram seus ossos e corpo.

Bem, era um musical e talvez eu gostasse deles. Talvez eu gostasse da sereia de cabelo prata deitada sob uma pedra de papel machê muito mal feita e, céus, eu odiava o mar e tudo que se relacionava a ele e principalmente eu odiava descumprir promessas.

Desculpa Baekhyun, acho que estou apaixonado.

Ela tinha uma voz engraçada, era uma voz que não soava como uma voz dela e um corpo que não parecia ser um corpo dela. E não fora algo do tipo, "olha só, descobri minha sexualidade!", fora uma descoberta e tanto, claro, até porque minha vida amorosa se resumia a uns beijos atrás da quadra da escola com uma segundanista pequena e de olhos grandes chamada Kyungsook, quando eu tinha uns quatorze anos e era um menino meio normal. Fora algo meio "olha só, talvez eu esteja atraído por um cara vestido de sereia e tudo bem". E era legal assisti-lo mesmo que tudo ali me fizesse tremer carregando sentimentos ruins.

Lembro que um pouco antes das luzes apagarem por completo seus olhos encontraram os meus e era como se eles carregassem o brilho da lua, então, meu corpo submergiu. Submergiu tomado em uma sensação vertiginosa no mar de seus olhos, submergiu em algum sentimento que não era primeiro amor mesmo que pudesse receber esse nome, mesmo que fosse realmente semelhante. Acho que era porque as duas luas que ele carregava nos olhos refletiam bem no mar em que eu estava submerso, ou talvez ele também fosse uma criatura do mar. Que infortúnio.

Então veio o barulho das ondas, estava tudo tão completamente escuro, eu me agarrei ao meu assento, o barulho das ondas ficava cada vez mais baixo e meus dedos tremiam, suavam e eu sentia a morte soprando na minha nuca. Talvez, só talvez eu tenha desmaiado.

E só talvez eu tenha acordado sentado em uma cadeira completamente desconfortável do lado de fora do teatro.

E só talvez o garoto sereia estivesse de pé na minha frente, sem peruca, com a maquiagem escorrendo, aquela roupa brilhante de sereia e com cabelo curto e escuro completamente bagunçado pelas mãos e suor.

E só talvez ele tenha me dito em uma risada que seu nome era Oh Sehun quando perguntei.

E só talvez eu tenha lhe contado sobre meu medo do mar e da água como se ele fosse íntimo o suficiente para conhecer aquela tragédia toda que eu era.

E só talvez ele tenha dito que me ajudaria com aquilo porque, afinal, ele era uma sereia linda e rebelde.

Ele pediu para que eu o esperasse ali, para que eu tomasse ar e não me movesse nem um pouquinho e assim eu fiz, mesmo que tudo aquilo fizesse meu corpo e coração se agitar. Quinze minutos depois ele saiu de dentro do teatro com umas roupas que não eram marinhas ou algo parecido e não havia brilho espalhado por suas bochechas e olhos e nem uma maquiagem feminina. E mesmo que fosse um garoto normal Sehun ainda não parecia humano para mim, talvez ele fosse um tritão e talvez eu preferisse tritão à sereia. Péssimo trocadilho, eu sei.

Então ele me levou para casa no seu Impala realmente velho, me contou que também tinha vinte e dois anos, que era péssimo em tudo menos em atuar, que gostava do papel que tinha mesmo que ganhasse muito pouco, perguntou o que achei da peça e eu respondi sincero que não havia prestado atenção e ele riu, contou-me sobre o sonho de ir para Broadway e também me entregou o número de seu telefone quando me deixou na porta do meu apartamento. E eu liguei, liguei no dia seguinte e também no outro dia e por semanas.

Também o encontrei por diversas e diversas vezes e descobri que Sehun assim como eu também estava imerso em um mar.

Sehun procurava o fundo e eu procurava a superfície e foi nessa viagem, no meio do oceano enquanto eu lutava com meus braços e pernas para vencer a água e a falta de ar e Sehun lutava com braços e pernas para deixar para trás a superfície, foi ali que nos conhecemos e talvez tenha sido ali que nos apaixonamos.

Éramos criaturas distintas porém semelhantes, brigávamos centenas de vezes por dia e nem éramos um casal. Sehun tomava banho comigo sempre que ia me ver em casa porque sabia que eu não conseguiria sozinho e também me ajudou a procurar tratamento, foi um tremendo de um amigo. E nos beijamos pela primeira vez em uma terça-feira de chuva enquanto eu aquecia água na chaleira para fazer chá e ele por algum motivo decidiu que não queria mais assistir televisão e sim me beijar.

"Foi minha primeira vez beijando um cara."

"A minha também."

"Sehun, você se vestia de sereia!"

"É mesmo, eu me vestia de sereia."

Foi ali que eu senti meus receios serem postos de lado e meus dedos serem entrelaçados aos seus e foi ali também que decidi que queria ir para o fundo junto consigo porque, afinal, junto com Sehun eu descobri novos mares.

Então nós mergulhamos juntos e ainda não encontramos a profundeza das águas que são os nossos sonhos e projetos. Ainda. E a viagem tem sido longa, às vezes os braços e pernas doem mas nós damos o nosso jeito. 

Sehun carregou-me consigo para Nova York, ele tem atuado em uma peça realmente legal e mesmo que ainda não seja na Broadway ele sorri bonito e satisfeito por aí então eu também sorrio. 

Ainda estou em tratamento e fiz alguns avanços mesmo que eu não os ache totalmente significativos, consigo dormir e quando não consigo Sehun me faz companhia contando umas piadas ruins ou fazendo cafuné nos meus cabelos e mesmo que eu não precise mais ele ainda toma banho comigo, esfrega minhas bochechas com a esponja e diz que fico muito bonito quando molhado.

E eu estou encharcado, encharcado de bons sentimentos, de gratidão e de seu amor. 


Notas Finais


Mesmo que tenha muita coisa que eu queira dizer acho que meio que não consigo. De qualquer forma, ah, eu estou meio ansiosa. Enfim, te amo. Obrigada por ler. ♡

https://youtu.be/WPMaYkDwLGM

https://youtu.be/IIiYUvmung8


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