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História Meramente Korrasami - Puro instinto


Escrita por: Cotinha

Notas do Autor


Oie. Bom, eu estou amando escrever as ones e ver que vocês estão gostando. Muito obrigada por todos os comentários e pelo apoio gente, sério, vocês são pessoas sensacionais :3

Capítulo 14 - Puro instinto


Fanfic / Fanfiction Meramente Korrasami - Puro instinto

É hoje. Korra constatou, animada, enquanto enfiava um misto quente goela abaixo como desjejum. Que eu pego aquela menina com todas as minhas forças e não solto mais! A Avatar estava agitada. Não tinha sido fácil convidar a engenheira para um jantar, Korra nem sabia como tinha arranjado forças para empurrar as palavras garganta afora, mas ela havia conseguido e agora estava pronta para não deixar Asami escapar, ou pelo menos sentia que estava.

Depois de comer tudo como um furacão, Korra correu para fora da cozinha onde alguns acólitos sovavam pão e engoliu um último gole do suco de laranja que tinha na mão antes de se livrar da embalagem na lixeira mais próxima. Ela tinha muitas tarefas para hoje e não pretendia se atrasar em nenhuma delas, assim poderia sair no horário para se arrumar para uma das melhores noites dela.

Tenzin, Mako, Bolin, Jinora, Ikki e finalmente Asami. A menina repassava mentalmente as pessoas que encontraria naquele dia e suas devidas ações com cada uma delas.

Iria meditar com Tenzin pela manhã e pouco antes do almoço repassaria alguns planos de ação da polícia. Mako estava no encargo já que Beifong tinha sido forçada a tirar férias. Bolin almoçaria com ela e disse que tinha um assunto interessante que precisava ser debatido. Encontraria Jinora um pouco depois de descansar do almoço e as duas trabalhariam no lado espiritual de Korra. Depois da última batalha com Kuvira a menina havia desenvolvido bastante esse seu lado, mas ela aprendeu que precisava de constante aprimoramento. Por último iria ajudar Ikki a alimentar os bisões da ilha e então poderia finalmente se arrumar para o jantar com sua amiga. “Amiga” a mulata sorriu maliciosamente. Rindo internamente ela apertou o passo e encontrou Tenzin se sentando de perna de índio na área de meditação.

        - Bom dia, Avatar.

        - Bom dia.

        - Estamos com bom humor hoje ou é impressão minha?

        - Estamos com bom humor hoje. – Korra se sentou e corrigiu a postura. – Podemos?

        - Claro. – Ambos se concentraram em suas respirações e o silêncio se fez presente.

Há tempos que Tenzin não precisava mais ditar para Korra todos os passos do exercício. Os dois praticavam em seus próprios universos, procurando se acalmar dos problemas da vida. O ambiente estava calmo e as horas passaram tão rápido que Korra nem percebeu.

A mulata só saiu do transe ao levar um cutucão no ombro. Abrindo os olhos preguiçosamente, ela jogou a cabeça para frente, fazendo os fios penderem pela lateral da cabeça:

        - Sim? – Korra ainda não havia feito contato visual com Mako, então não sabia que era o amigo que estava tirando-a da concentração.

        - Você se esqueceu do nosso compromisso? – O dominador de fogo parecia um pouco irritado, mas controlava a voz num sussurro baixo, dada as circunstâncias, para não atrapalhar o nômade que ainda praticava a meditação. – Estou esperando por você há um tempão.

        - Um tempão quanto? – Por conta do exercício a menina ainda estava relaxada, não percebendo a seriedade do atraso.

        - Faz duas horas que deveria ter me encontrado.

      - Duas horas? – Os olhos azuis se arregalaram. – Puta merda, eu tô super atrasada. – Disse encarando o pulso, como se ali tivesse um relógio. – Dá para adiarmos?

        - Não, claro que não. Lin está em Zaofu e eu não quero que ela descubra que tudo ficou uma zona por aqui. – Mako ficou cabisbaixo. – Depois vira tudo culpa minha. – O jovem ajeitou a postura e encarou firme a amiga.

        - Tudo bem, mas vamos ter a companhia do seu irmão. Prometi que almoçaria com ele hoje.

        - Por que Bolin marcou um almoço com você?

        - Ele disse que tem um assunto para tratar comigo. – A jovem deu de ombros. – Fiquei curiosa e marquei o mais rápido possível.

        - Não estou com fome!

        - Ah, mas é claro que você vai comer. Tá todo magrinho aí. – Korra apontou para ele. – Tá parecendo um raquítico.

Todos tinham percebi o quanto Mako havia emagrecido de uns tempos para cá. O jovem sempre desconversava, dizendo ser ilusão das pessoas, mas o menino havia tido uma mudança considerável na aparência. Antes tinha um corpo saudável, forte e com músculos bem definidos. Esse corpo saudável foi substituído por um monte de ossos. Os músculos pareciam ter atrofiados, ficando pequenos e frouxos. Os ossos do rosto do menino tinham ficado mais salientes e mesmo que alguém não reparasse em nada disso, suas roupas o entregariam. Elas caiam frouxas pelo corpo do menino que nem tinha se dado ao trabalho de comprar novas que coubessem melhor em sua nova forma.

        - Eu não tô parecendo um raquítico, não exagera. – Ele cruzou os braços sobre o peito, constrangido.

        - Tá parecendo um anêmico. Pensando bem, não duvido nada que esteja.

        - Para com isso. – Ele esbravejou, perdendo parte do controle que tentava manter em respeito à Tenzin.

        - Tudo bem. – Ela deu de ombros. – Sei que vai me contar o que é quando se sentir pronto. – O homem revirou os olhos. – Ou não. – A mulata completou.

        - Vamos com isso. – Ele indicou para que ela tomasse a frente.

Os dois seguiram em direção ao refeitório e os olfatos se aguçaram com o maravilhoso cheiro de comida.

Os acólitos continuavam na tradição vegetariana, porém sabiam cozinhar carnes, visto que tinham que atender pessoas de outras culturas, como os guardas da Lótus Branca e a própria Avatar, além dos turistas que vinham visitar um pedaço da cultura nômade.

        - Os carecas estão ficando cada dia mais especializados em preparar animaizinhos. – Mako brincou.

        - Realmente. Cada dia o cheiro fica mais maravilhoso.

      - Carne é maravilhoso. – Os dois se voltaram ao contemplar Bolin entrando com os braços abertos, dirigindo um abraço para Korra.

        - Bom dia, Bolin. – Korra cumprimentou alegremente. – Dormiu bem?

       - Como um anjo. – O mais novo soltou o abraço e juntou as mãos do lado esquerdo da cabeça, simulando um travesseiro. Se ninou por alguns segundos ganhando uma risada de Korra em aprovação da piada. – E você, maninho? O que faz aqui?

        - Fui convidado pela Korra. – Apontou para a menina que deu de ombros. – Temos assuntos a tratar.

      - Eba, todos juntos para conversar, ótimo. – O dobrador dos olhos verdes bateu palmas. – Enquanto a comida não é servida, vamos sentar. – Ele indicou uma mesa grande no canto. – O que vocês precisam conversar é importante?

        - É sobre trabalho. – Mako deu de ombros. – Essas coisas.

        - Essas coisas chatas. – Korra fez aspas com dedo. – Sabe como é.

        - Eu imagi... – Mako o interrompeu.

        - Não são chatas. São de interesse primordial para todo cidadão de bem.

        - ...no que seja o esperado da Avatar. – O dobrador completou, tentando ignorar a chateação por ter sido interrompido.

      - Eu sei, só estou tentando descontrair. – A menina soltou um sorriso. – Estou com um humor tão bom hoje que nada vai me chatear.

       - E qual seria o motivo? – Bolin a encarou sugestivamente, lançando um cotovelo para cima da mesa e passando a mão pelo queixo enquanto balançava as sobrancelhas loucamente.

        - Nada demais. – Korra assumiu uma pose como se estivesse se defendendo.

        - Podemos tratar do assunto, já que não vai nos contar? – Mako perguntou decepcionado. Ele também estava curioso para saber o que era que tinha deixado a amiga tão feliz, mas não daria esse gostinho para ela.

Um consentimento silencioso foi dado e Mako continuou:

        - Como você sabe, a polícia anda fazendo um trabalho intensivo contra as tríades.

        - Que estão controladas. – Korra informou, mostrando que não estava alienada ao assunto.

        - Certamente, quanto a isso tudo corre bem. O nosso maior problema agora é que descobrimos que dinheiro público está sendo desviado. – Bolin assumiu uma expressão de surpresa. – Nossas investigações inicias nos leva a acreditar que o dinheiro está sendo retirado diretamente da conta responsável por cuidar do saneamento básico da cidade. – Mako completou enquanto observava os pratos começaram a ser servidos. Voltando o olhar para o irmão disse: – Não ficaria surpresa se o lixo começasse a se acumular pelos bairros mais pobres dentro de duas semanas.

        - Isso é um problema. – A mulata analisou com a mão no queixo.

Os três se levantaram para pegarem a comida enquanto discutiam sobre possíveis atitudes quanto ao caso. Voltando a se sentar, a menina de olhos azuis completou:

        - Nós vamos dar um jeito nisso. Só precisamos analisar da onde vem essa corrupção. Não deve ser muito difícil. Possuímos meios de descobrir quem anda mentindo, sem contar que posso investigar por conta própria esses desvios.

        - Sei que fará um bom trabalho. – Bolin a elogiou. Ela corou.

        - Obrigada, Bolin. – Ela garfou a comida. – E o seu assunto? O que quer nos contar?

        - Não seria nos contar. – Mako comentou, melancólico. – Ele só queria falar com você. – Desviou o olhar para a amiga.

        - Não se magoe com isso, maninho. Eu iria falar com você hoje à noite, no nosso apartamento.

Os irmãos dobradores haviam voltado a dividir um apartamento. A Cidade República estava ajudando financeiramente todo os problemas que a ditadura de Kuvira tinha gerado e isso gerava uma certa crise na cidade. O governo foi bem discreto com a crise, não querendo preocupar a população e enfatizando que qualquer corte seria por uma causa maior. A polícia agora suspeitava que nem toda a crise se devia a ajuda financeira. Algum espertinho tinha se aproveitado de todo esse movimento de dinheiro e começou a burlar o sistema.

        - Relaxa, senhor quente. – Korra brincou. – Seu irmão te ama tanto quanto qualquer um de nós.

        - Sei. – Mako não se deu por convencido e garfou a comida com vigor. Engolindo-a em seco, produzindo um barulho rude com a garganta.

        - Sem drama. – Bolin moveu as mãos por cima do tampo da mesa. – É até bom que estamos juntos, poupo saliva.

        - Desembucha, pirralho. – Mako rosnou, embora parecesse mais calmo.

      - Eu pretendo pedir Opal em casamento. – Bolin completou, esticando as mãos no ar como se estivesse abrindo uma faixa invisível. – E o mais rápido possível.

        - Nossa, Bolin, que maravilhoso. – Os olhos azuis brilharam. – Desejo toda a sorte do mundo para vocês.

        - Obrigada. – Bolin sentiu os olhos marejarem.

        - Irmãozinho, você mandou muito bem nessa. – Mako esqueceu totalmente a pose séria que deveria estar assumindo e bateu na mão do irmão. – Nada de enrolar a moça. – Apontou com o dedo para o irmão e piscou. – Esse manja. – Riu.

        - Eu sabia que iam adorar a notícia. Agora, eu preciso que me ajudem com o pedido. Eu estou planejando a coisa mais romântica desse mundo. – Ele começou a ter um devaneio enquanto os outros dois riam da cara de apaixonado do dobrador de terra.

        - Você sonha demais. – Mako disse.

       - Ixi, romance não é comigo, já falo. – Korra limpou o prato e o empurrou para frente, tomando um gole do copo de suco que tinha em sua frente.

        - Eu só preciso que façam algumas coisinhas... – Bolin então começou a explicar toda a sua ideia.

Se perdeu nos detalhes e os três ficaram sentados na mesa conversando. Quando Bolin finalmente se aquietou e olhou para o prato dele percebeu que mal havia tocado na comida, que agora já estava toda fria e se sentiu desanimado a retomar o almoço. Os outros dois jovens que já tinham repetido até a sobremesa, riram da cara do mais novo e continuaram a conversar, se atentando a todos os detalhes que julgavam precisar de ajustes.

        - Korra, Jinora está chamando pela senhora.

        - Eita. – Korra deu um tapa em sua cabeça.

        - Parece que está se perdendo muito no horário hoje, tonta. – Mako já estava bem mais descontraído e tinha comido tanto que surpreendeu todos.

Talvez ele só precisasse de um tempo como os velhos dias. Korra pensou, olhando para toda a louça suja em cima da mesa.

        - Acho que sim. – Korra se levantou e deu tapas no pano da roupa. – Bom, estou indo nessa gente. Podemos conversar mais se quiserem depois. Marquem qualquer coisa e me avisem. – Lançou um beijo no ar e piscou, saindo rapidamente do refeitório.

Correu como o Usain Bolt até a pedra que Jinora gostava de usar para entrar no mundo espiritual.

        - Por que o atraso?

        - Bolin vai se casar e estávamos conversando sobre isso. – Korra copiou a posição da mais nova. – Me desculpe por deixa-la esperando. O papo estava tão bom que nem reparei quanto tempo fiquei lá.

        - Tudo bem, vejo que foi por um bom motivo. – Jinora finalmente abriu os olhos e sorriu amigavelmente para a Avatar. – Se não se importar, acho melhor começarmos, já perdemos muito tempo. – Korra se remexeu. – Entendo se quiser tirar alguns minutos para se acalmar.

        - Não precisa, só estava preocupada com o horário.

        - Não fique. Eu controlarei ele para você. Percebo que está muito agitada, deve ser por isso que está se perdendo.

        - Sim, está certa. – Korra sorriu. – Eu tenho um encontro e acho que me preocupei tanto com o negócio de não poder me atrasar que agora é a única coisa que estou fazendo.

Aquilo saiu mais rápido do que o pensamento de Korra e ela percebeu que havia se aberto repentinamente com a adolescente.

        - Um encontro, você disse? – Jinora levantou as sobrancelhas.

        - É, acho que foi essa palavra que usei. – A mais velha coçou a nuca, nervosa.

        - Não precisa ficar tímida. Pode falar sobre essas coisas comigo. – Jinora usava um tom calmo e terminou ajeitando os cabelos atrás das orelhas. – Somos amigas, afinal.

        - Eu sei, é que costumo ser bem reservada com esses assuntos.

        - É, eu percebo. Contudo, sinta-se à vontade para me contar tudo. – Jinora se levantou e começou a fazer carinho da cabeça da mulata. – Acho que podemos tirar uma folga hoje. – Ela virou a menina pelos ombros e encarou-a. – Conte-me tudo. A curiosidade está me matando. Você não vê ninguém desde Mako e isso faz séculos.

        - Ei, não é verdade. – A Avatar observou a mais nova sentar em sua frente e apoiar a cabeça nos joelhos, como uma criança pronta para uma história de contos de fadas. – Eu tive meus momentos com Iroh.

        - Nem me lembre desse panaca.

        - Ele não tem culpa de nada.

        - Ele te deu um bolo.

        - O mundo tinha acabado de ser atacado. Kuvira tinha explodido a cidade naquela mesma noite.

        - Isso não é motivo. – Jinora levantou a cabeça para falar, desenterrando os lábios das coxas, para depois voltar a posição.

        - Pra mim é. Mas ele também foi só uma fase.

        - Ainda bem. Me conta aí qual a da vez. – A conversa tomou um ritmo mais descontraído.

        - Lembra-se de minha viagem com Asami?

        - Passaram cerca de um mês fora, não tem como não lembrar. Sentimos falta de vocês.

        - Eu sei que sim, mas ambas precisávamos daquele tempo.

        - Nada melhor que férias. – Jinora desenlaçou seus braços das pernas e balançou-os no ar, ganhando risadas da amiga.

        - Sim. Foi então que percebi que tinha sentimentos confusos em relação à...bem, à Sami.

        - Nossa. – Jinora ficou surpresa. Percebendo que Korra talvez visse isso como um sinal de preconceito ela tratou logo de se corrigir. – Digo, vocês fazem um casal muito fofo.

        - Meu cérebro também insiste que sim. Foi por isso que arranjei forças do quinto dos infernos para chamar ela pra sair.

        - Que fofas. – Jinora correu e envolveu a mais velha. – Adoro histórias de amor.

        - Não sei como Kai aguenta sua melação. – Brincou ganhando uma expressão franzida da adolescente. – Bom, tanto faz.

        - Tanto faz nada. Me conta tudo, agora. – Ela pediu decisivamente.

Mais horas se passaram e Korra se abriu tanto com Jinora que sentiu que não tinha mais segredos para compartilhar. Expôs seus sentimentos e descobriu que sentia muito mais coisas do que tinha parado para refletir. Aquela constatação alegrou mais ainda o dia dela. Se perdendo na narrativa as duas não perceberam que já tinham excedido em duas horas o período que era reservado para a conexão com os espíritos.

        - Korra, Korra, Korra. – Um grito fino foi ouvido se aproximando. A menina se levantou da grama e aguardou quem quer que fosse se aproximar.

        - Ikki? – Jinora disse. – Como sabia que estávamos aqui?

        - Você acha que seu refúgio espiritual é invisível e só o conhece quem tu permite? – Ikki alfinetou. – Seja menos convencida.

        - Seja menos boba. – Jinora cruzou os braços e desviou o olhar, levando consigo fios do cabelo curto.

        - Me poupe as duas. – Korra alternou o olhar entre as irmãs. – Ikki, não me fala que estou atrasada.

        - Tá bom, não falo. – Ikki riu. – Mentira, está atrasada há duas horas, pra ser exata.

        - Meu deus, hoje é o dia.

        - Você ainda vai me ajudar? – A mais nova das três perguntou, meio cabisbaixa.

Korra tocou seus ombros e abaixou os olhos até ficar na mesma altura que os da menina. Prendendo o contato disse:

        - Claro que eu vou. Aqueles bisões não se alimentam sozinhos. – As duas riram e a nômade bateu palmas enquanto saltitava feliz.

        - Jinora vem também?

        - Quer minha presença? – A adolescente perguntou indiferente.

        - Tanto faz.

Vendo que as duas meninas estavam se provocando a dobradora de água decidiu se pronunciar:

        - Quanto mais mãos, mais rápido, você vem. – Korra a puxou e começou a correr, forçando as meninas a acompanharem seu ritmo.

Como as três eram dobradoras de ar, usaram do elemento para acelerar o ritmo. Depois de pegarem a comida na despensa destinada aos animais da ilha, elas amarraram as sacas na cintura e começaram a planar em direção do bando de bisões que eram cuidados pelos acólitos. Não demoraram muito para alimetá-los porém a brincadeira com os bichanos se estendeu e as três jovens se perderam com toda a movimentação dos bisões. 

        - O sol já está quase terminando de se pôr, olhem que lindo. – Ikki apontou para o horizonte.    

        - Maravilhoso. – As írises azuis diminuíram por conta da claridade.

        - Eu poderia ficar aqui para sempre.

        - Eu não, tenho mais o que fazer. – Korra brincou, arregalando os olhos depois.

        - Ah não, não vai dizer que perdeu o horário mais uma vez!

        - No meu planejamento o sol estaria se pondo quando eu estivesse pra sair de casa. Não acredito. Nem banho eu tomei.

        - Korra, como você é desatenta. – Jinora esfregou uma mão na testa e riu.

        - Quem vai me explicar? – Ikki se intrometeu.

        - Sua irmã. – Korra correu até onde seu planador estava abandonado. – Eu preciso ir nessa. Um beijo meninas.

        - Até. – Elas acenaram.

        - Vai falando. – Ikki falou.

        - Não sou obrigada.

        - Ah não? – Ikki perguntou desafiadoramente, enquanto começavam uma briga de lufadas de ar.

Korra já havia se afastado bastante, mas voltou a cabeça para trás vendo os movimentos de dominação e riu. Mesmo toda atrasada você ainda tá de bom humor. Que porra de alien é você?

Korra correu com o banho. Correu com a escolha da roupa. Correu com os últimos detalhes. Correu com a checada no espelho e correu com as pernas para chegar logo a barca.

        - Pode entrar. – O moço que fazia a travessia informou.

        - Obrigada. – A Avatar sorriu amarelo e se apressou para dentro do veículo.

A travessia demorou mais do que Korra queria e mesmo assim ela não conseguiu tirar o sorriso do rosto e a felicidade de dentro de si.

Assim que colocou os pés na cidade, ela viu que tinha dado um pouco de sorte. O trânsito na cidade parecia estar muito intenso e como Asami se locomovia de carro, tinha uma pequena chance de Korra não chegar tão atrasada, embora estivesse uma hora e meia fora do combinado já.

Se apressou e conseguiu chegar ao restaurante em vinte minutos, observando uma Asami se sentando na mesa. Não acredito que consegui.

        - Me desculpe a demora. – Korra soltou.

        - Não se preocupe, eu também peguei o trânsito.

        - Sim... o trânsito. – Korra mexeu nos cabelos atrás da nuca.

Seu cabelo havia crescido de novo e ela já podia amarrá-lo como fazia antes de cortar. Asami jogou os seus para o lado e as duas começaram a conversar.

Comeram e riram durante as duas horas que ficaram dentro do restaurante. Ao saírem perceberam que o trânsito já tinha se esvaído por completo e as ruas estavam bem mais desertas. Korra começou a acompanhar Asami até o carro, ao chegar no veículo a mais velha virou para a mulata:

        - Aceita uma carona?

        - Claro. – Korra riu com os dentes.

As duas continuaram o assunto dentro do carro até a barca.

        - Entregue. – Asami brincou.

        - Obrigada. – Korra abriu a porta e saiu do carro, se amaldiçoando por ser tão mole.

Era pra você dar em cima dela. Era pra você ter beijado ela. Você é uma bunda mole de primeira. Burra, burra, burra. Korra não parava de se praguejar mentalmente e só percebeu que Asami havia descido do carro quando a mesma lhe tocou no braço.

        - Sim?

        - Você esqueceu uma coisa.

        - Eu? O quê? – Ótimo, além de burra você é tapada a ponto de nem se lembrar o que perdeu. Por que não se mata e faz um bem para a humanidade que ganhará um Avatar melhor? A pele morena começou a queimar com a aproximação da mais velha.

Korra só conseguia olhar para os lábios vermelhos da mulher em sua frente, esperando por uma resposta ao mesmo tempo que os apreciava e desejava.

        - Isso. – Asami avançou a capturou os lábios de Korra.

Os dois se encaixaram perfeitamente e uma onda de tremor percorreu o corpo de ambas. Já de olhos fechados uma felicidade começou a transbordar de Korra. Não aguentando toda a alegria que imanava de suas células a mais nova lufou ar no chão. Não sabia de onde aquela ideia tinha surgido. Julgava ser pura necessidade de descarregar aquela energia toda. Elas permaneceram no ar por alguns segundos, sendo sustentadas pela dobra, até que Korra foi diminuindo a intensidade do vento e elas voltaram a sentir o chão nos pés.

        - Da onde veio isso? – Asami brincou ao separar suas bocas.

        - Não sei. Instinto. – Korra brincou, arqueando a cabeça para trás enquanto mantinha um enlaço na cintura da mais velha.

        - Gostei dos seus instintos. – Aquilo arrepiou a mulata de um jeito que ela nunca pensou que poderia acontecer. Sentiu sua pelugem eriçando mais e mais e sorriu para a mais velha. Ela realmente estava feliz. Completa e feliz. Que dia, garota!


Notas Finais


Obrigada por ler e espero que tenha gostado.
Até o próximo e tudo de bom sempre :3


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