História Mercy (Hiatus) - He is back

Selena On

As vezes agradeço por trabalhar e assim ocupo um pouco minha mente. Eu trabalho em um restaurante retro como garçonete. Obviamente é temporário, eu não quero ser uma garçonete para a vida toda, eu quero ser psicóloga, mas isso não vem ao caso. As vezes dá para atender os clientes com um sorriso escancarado, mas saiba que você corre o risco de ganhar algo bem rude principalmente quando são pessoas mais velhas, então eu tento manter um equilíbrio. Eu trabalho aqui desde quando Wesley foi embora enquanto eu dormia, eu sinceramente espero nunca mais o ver, e mesmo com 2 anos trabalhando tem coisas com as quais eu nunca vou me acostumar daqui são: Caras que dão em cima de mim, e a minha colega de trabalho, Mary. Ela vem com roupas, ou com resto delas, e não ajuda, só atrapalha. Mas fazer o que? Quando eu conseguir algo melhor, eu falo tudo que sinto pra ela. Não faço isso pelo simples fato dela ser filha do chefe, e sim, ele aprova as decisões da garota. Eu nunca soube o que é ter um pai de verdade, porque no meu ver pai cria, protege e não abandona seus filhos. A parte boa é que ela trabalha das três as cinco, sim, apenas duas horas... Porque o meu chefe faz o que ela quer. Acho que ele também não sabe ser pai.

Janet, a cozinheira, é como uma segunda mãe pra mim, ela é adorável... E também não gosta muito da Mary. Jane, como é chamada aqui, não tem mais de 40, morena, ela deve ter sido uma mulher muito bonita, mas o tempo deixa suas marcas. Tem o Wellington, ele é australiano, um garoto simpático, engraçado, "perfeito" e gay. É a realidade de hoje em dia, a maioria dos caras bonitos são gays. Vesti o avental, que era o nosso uniforme, e amarrei o cabelo, para não reclamarem ao meu chefe.

Janet: Olá querida. -Falou enquanto eu dei um beijo no rosto dela. -Como foi na escola?

Eu: Ah... -Soltei enquanto procurava o bloco para anotar os pedidos. -Bem, eu acho. -Cade o meu bloco? Jesus! -Wellin!

Wellington: O que? -Perguntou colocando alguns copo em uma bandeja. -Já sei, eu acabei derrubando dentro na jarra de café, usa o meu. -Falou entregando o bloco dele. Tinha que ser o Wellington. -Algum gato novo? -Perguntou colocando uma jarra de suco na mesma bandeja com os copos.

É eu pensei no novato, Harry, chego até a suspirar em pensamentos, ele era bonito, com a voz grossa e olhos verdes hipnotizantes... Um garoto "burro" que deu levemente em cima de mim. Logo passa esse encantamento, sempre passa.

Eu: Não... –Menti.

Wellington: Ah não! Pode falar! -Fez uma birra atraindo alguns olhares dos clientes. Tampei sua boca.

Eu: Não tem ninguém! -Cochichei a ele que lambeu minha mão. –Nojento.

Wellington: Odeio mentiras. –Disse cruzando os braços.

Eu: Odeio bichas que se metem na minha vida. –Janet riu.

Wellington: Ai Sel, essa machucou. -Disse de uma forma engraçada, ri junto com a Janet. Wellin era um dos poucos que me faziam rir, me esquecer da realidade por segundos. -Vocês só me magoam.

Eu: Já pensou em ser ator?  -Perguntei cruzando os braços.

Wellington: Pois é, já pensei sim. -Disse de uma maneira esnobe.

Eu: Seria ótimo, você pegando uma garota...

Wellington: Eca, estou fora. –Disse fazendo cara de nojo e nós rimos.

Max: Vamos trabalhar? -Meu chefe apareceu na porta da sua sala.

Wellin fez sinal de rendido e eu empurrei ele em direção das mesas. Voltamos ao trabalho, minha cabeça estava che já, eram muitos pedidos, eu nem vi Mary chegar, mas ela estava lá no caixa. Juro que hoje não encontrei nem um tecido no corpo dela.

Wellin fingiu vomitar quando ela passou do lado dele do outro lado da bancada. Ri internamente daquela cena. Por volta das 4:30 enquanto eu ajudava na louça Wellington foi até a cozinha para contar do "deus grego" que havia sentado na minha mesa.

Wellington: Alto, musculoso, carinha de santo, moreno... Mas as roupas, misericórdia, acho que é mais interessante sem elas.

Revirei meus olhos e sequei a minhas mãos. A maioria das coisas que o Wellin fala são exageradas, então não dei crédito para ele. Peguei o bloco e a caneta das mãos dele e procurei com os olhos alguém do jeito que ele havia falado. Até encontrar... Céus! Meu coração acelerou sem motivo. O que ele está fazendo aqui? Pensei e repensei se devia atender ele.

Wellington: Anda mamacita. -Me incentivou desesperado.

Eu: É que eu não sei se quero atende-lo.

Janet: Como assim?

Eu: Ele é novo na escola e... –A bicha passiva me interrompeu.

Wellington: Era ele o novato bonito? -Maliciosamente perguntou. -Hum, Selenita!

Respirei fundo e fui até a mesa dele. Mary estava apoiada com uma mão na mesa enquanto a outra mexia no cabelo.

Eu: Obrigada Mary, eu já posso atender a minha mesa.–Disse educadamente e ela sorriu forçado. –Olá, o que vai querer?

Harry: Ah, quero um capuchino. –Disse com o rosto tampado pelo cardápio.

Eu: Mais alguma coisa? –Perguntei anotando o pedido. O olhei e o vi me olhando, ele sorriu e se ajeitou na mesa.  –Mais alguma coisa? –Repeti e ele saiu de transe.

Harry: A garçonete, talvez.

Harry On

Juro que não sabia que ela trabalhava, muito menos que era aqui. Confesso só ter vindo por ser o lugar mais perto do trabalho, a minha chefe que me recomendou... Mas francamente, acho que isso é muito bom, não vou negar. Ela sorriu fraco e logo tentou ficar seria. Deus estava inspirado em...

Selena: Estou falando sério.

Eu: Quem disse que eu não estou?

Ela conteve o sorriso e olhou pro papel, arcando as sobrancelhas.

Selena: Pra viagem ou vai tomar aqui?

Eu: Está falando do capuchino né? –Perguntei e ela riu fraco da minha insistência.

Selena: Se me respondesse ficaria grata.

Eu: Vou tomar aqui. –Disse finalmente.

Gomez foi para a cozinha, que ficava do outro lado do balcão, segui ela com o olhar, que corpo era aquele? Controle-se Styles. Vi um garoto com cabelo loiro que fez uma cara engraçada ao olhar pra mim. Parecia que ele estava me secando. É engraçado, mas isso não quer dizer que eu gosto de garotos me querendo.

-Já foi atendido? –Olhei pro lado e vi uma garota com um enorme decote.

Eu: Ah... –Eu tentei não olhar para as roupas dela que eram pequenas. –Sim.

-Bem atendido? –Perguntou se apoiando na mesa.

Eu: Melhor impossível.

-Mary! –Ouvi uma voz masculina. –Me ajuda no caixa. –Vi o garoto que estava meio que me secando tocando a garota.

Peguei meu celular para mandar uma mensagem para Cece. "Harry:Como você tem a coragem de indicar a sua escola para minha mãe, sendo que sua amiga estuda nela?" "Cece: O que foi? Apaixonou?" "Harry: Putz, Cece, ainda me chamo Harry Styles." "Cece: E Harry Styles não se apaixona por ninguém."

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Selena On

O professor de Biologia estava passando o conteúdo da prova. Mas eu não conseguia entender não entrava na minha cabeça o conteúdo, o jeito é estudar em casa. Ontem Wesley me ligou, o cara que eu deveria chamar de pai, mas não consigo pelo simples fato de sua ausência, mas eu não entendi.

Sr. Gwent: E então se vocês entenderam isso, a prova não poderia estar mais fácil.

Oh droga! Não fala isso! O sinal bateu e os alunos começaram a pegar o material. Fiz o mesmo e olhei pro Logan fazendo uma careta mostrando meu desespero. Fui até o meu armário com a Cece. Eu contei das gracinhas do Harry pra ela. Eu achava fofo, mas não quero alimentar isso, já tenho problemas de mais.

Joyce: Ele está afim de você!

Eu: Cece, ele não pode estar afim de mim, ele chegou na escola ontem... -Disse entre dentes.

Joyce: Mas ele parece te conhecer.

Eu: Ele parece ser tarado.

Joyce: Qual é? Vai me dizer que não achou ele interessante.

Eu: Ele é bonito, mas não! Não vai acontecer nada. 

Joyce: Mamacita...

Eu: Cece, eu não consigo gostar de alguém que acabei de conhecer. -Disse irritada.

Meu celular começou a tocar. Meu Deus! Será que não entendem que estou no meio da aula?! Olhei o visor, era um número desconhecido, obviamente já que mais da metade das poucas pessoas que se importam comigo estavam no meu campo de visão, Joyce, Logan e Joshua. Só pode ser cobrança. 

Joyce: Não vai atender?

Eu: Vou. –Disse pegando o celular e atendendo. -Alo?! 

-Até que em enfim! -Meu estomago revirou, meu coração disparou de desespero.-Garota abra a porta! Estamos trancados pra fora de casa.

Eu: Estão trancados? –Perguntei confusa. –Que eu saiba só você...

Wesley: Tá burra? -Perguntou de uma maneira hostil. -Eu, Molly, Adam e Sierra estamos esperando você abrir a porta.

Eu: Quem são esses três? -Perguntei revirando os olhos.

Wesley: ABRA A PORTA!

Eu: Wesley, eu estou no colégio. -Disse contando até dez. 

Wesley: Você acha que eu nasci ontem? –Perguntou retoricamente.

Eu: Eu não faço questão nem uma de compartilhar a mesma residencia que você.

Wesley: Abra essa porta.

Eu: Está de brincadeira com a minha cara, né? Só pode, eu estou sendo paciente com você, eu só vou chegar ai por volta do meio dia, não encha o meu saco.

Minha vontade era de tacar o celular contra a parede, descontar minha raiva em algo, calma Selena. Percebi que Harry e Logan olhavam para mim discretamente. Joyce me encarava incrédula.

Joyce: Você estava falando com...

Eu: Wesley... –Disse com raiva. –Eu vou pra casa. –Disse pegando todo meu material e guardando na minha bolsa.

Joyce: Como assim? Selena, já estão passando conteúdo de prova.

Ignorei ela e fui pro fundo da escola, o muro é mais baixo lá. Me preparei para pular o mesmo, mesmo ele tendo bem menos de dois metros, é meio difícil, acho que é fobia. Finalmente livre da escola... Corri pra minha casa, podia pegar ônibus, mas demoraria muito, meu Deus, eu vou matar o Wesley!