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História Mercy - I


Escrita por: maliaya

Notas do Autor


Oi gente tudo bem? Voltei agora com uma nova história, eu estou com ela em mente faz um tempo mas só agora tive coragem de postar, essa fanfic terá uma outra como continuação e é uma história muito querida por mim baseada em um livro que eu gosto bastante mas que não é conhecido (Não vou falar agora, pode ter spoiler). Enfim, espero que vocês gostem da fanfic pois eu estou muito animada com ela. Vocês vão perceber que são personagens um pouco diferentes do livro, eu atribui novas personalidades para eles, vou parar de falar então leiam!!!

Capítulo 1 - I


Fanfic / Fanfiction Mercy - I

— Eadlyn Schreave — Meu pai bate na porta do meu quarto e eu me aperto contra o travesseiro fingindo que estou dormindo — Preciso falar com você, sei que não está dormindo — dei tapas em meu rosto para que parecesse que eu estava dormindo. — Vou entrar.

— Pai eu estava dormindo — disse com uma falsa voz grogue. Joguei a coberta para o lado e descobri minhas pernas, e me sentei apoiada na cabeceira — Eu estou tão cansada, você não pode vim outra hora? 

— Eadlyn, pelo menos uma vez na sua vida, me escute — Ele disse se sentando ao meu lado. — Você está me evitando a semana inteira, seu aniversário de 19 anos foi há 2 semanas, não há nada que eu ou você possamos fazer. Chegou a hora. 

— Eu não quero me casar, muito menos ir para a corte Portuguesa atrás do meu noivo. Pai, eu posso tomar conta de Illéa sozinha, sem um rei ao meu lado dizendo o que eu devo ou não fazer. Escute-me, eu não preciso disso. Não quero e nem preciso ir para uma outra corte por causa do meu noivo — eu disse levantando o tom de voz.

— Desde que você nasceu esse casamento estava preparado! Você sempre soube disse e não venha quebrar o acordo justo na hora. Eadlyn eu te amo, sou o seu pai, mas além de ser minha filha você é princesa de Illéa e eu o rei. O carro já está esperando você. — ele disse e saiu do quarto.

Gritei e comecei a socar o travesseiro como se ele fosse um saco de pancadas. Penas começaram a voar pelo quarto, e assim eu destruí dois travesseiros. "O carro está esperando você". E vai ficar, eu sou Eadlyn Schreave, princesa de Illéa, se eu não quiser ir, eu não vou. 

— Eadlyn se arrume logo, ordens do rei e não questione — disse Neena entrando no quarto e tirando meu pijama — Eu sei que ele é o rei, mas ele quer que eu arrume você para uma viagem internacional em 30 minutos, isso é meio impossível mas vamos tentar. 

Entrei na banheira que estava com a água gelada, tive calafrios da ponta dos dedos até o fio de cabelo, Neena percebeu e deu uma risada. Não era sua culpa, meu pai que não a deixou fazer o serviço da maneira correta. Enquanto ela esfregava meu corpo, Giselle, outra criada chegou para ajudá-la comigo e lavou meus cabelos.

Levantei da banheira e Giselle me cobriu com um roupão. Segui até a minha penteadeira e sentei na cadeira, logo ela começou a secar meu cabelo e Neena a fazer minha maquiagem. Um puxão para lá, uma pincelada ali, em 10 minutos eu quase estava pronta

Meu armário ao ser aberto, exibia vários vestidos de tamanhos, cores, tipos, panos, malhas diferentes. Eu iria me reencontrar com meu noivo, o qual não vejo há 8 anos. Sou Eadlyn Schreave, não deveria me preocupar com isso. Mas o ego de aparecer deslumbrante falou mais alto. 

Dentre todos os vestidos, um me chamou a atenção, claro, ele é um dos meus favoritos, mas eu nunca o usei, esperava uma ocasião especial. Era o vestido que eu havia desenhado. Neena teve o imenso trabalho de fazê-lo idêntico ao da folha de papel, da renda até as costuras. 

— Você está magnífica Alteza — disse Giselle admirando-me enquanto eu observava meu reflexo no espelho. — Vou chamar os guardas para empacotarem seus pertences, com licença. 

Dourado representa riqueza, a nobreza e a inteligência superior. Três motivos para o meu vestido ser dessa cor. Sentia-me confiante vestido dourado. 

Enquanto os guardas empacotavam meus variados vestidos. Peguei debaixo da minha cama meu baú com minhas tiaras e joias preciosas, e o mais importante, onde estava minha coroa. Não queria usá-la, abri cuidadosamente o baú e admirei aquele objeto que me fazia tão importante, mas que ao mesmo tempo fazia-me tão dependente do meu povo. 

Anéis e brincos de diamantes, pulseiras de pedras preciosas. O que estava naquele baú custa mais do que a casa de um simples camponês. Para incrementar, peguei um anel de ouro puro e um colar que ganhei da minha mãe quando tinha 7 anos. Iria sentir uma imensa saudade dela e de meus irmãos. Só de pensar na despedida meus olhos lacrimejaram. Para finalizar, peguei uma fita com pedras e amarrei no meu cabelo. Pronto. 

— Alteza — disse um dos guardas que infestavam meu quarto e fez uma reverência — É necessário levar esse baú? — assenti. Olhei ao meu redor, eles tinham levado tudo. 

Sai do meu quarto atrás dos meus irmãos. Eles deveriam estar a minha espera no hall do palácio. Fechei a porta do meu quarto com o coração apertado, talvez eu nunca mais voltasse para aquele aposento. Enquanto descia a escada, minha mente se ocupou inteiramente com as memórias que ali foram construídas. Eu e Ahren brincando, eu e Ahren se jogando da escada, Osten quando não sabia subi-la. Seria uma difícil despedida, uma vez que eu era próxima dos meus três irmãos. 

— Alteza — disse uma criada fazendo uma reverência enquanto eu andava pelos corredores do palácio — Meu nome é Yvla e vou ser sua criada no palácio de Portugal. Você está bem? Precisa de algo? 

— Só me acompanhe, vá junto comigo no avião, não quero ir em um jatinho sozinha — eu disse e reparei que ela estava com um sorriso enorme no rosto e que levava uma mala consigo. Juntas caminhamos até a entrada do palácio. Durante o caminho recebi reverências de despedidas dos funcionários que passavam.

As grandes portas do palácio foram abertas. Desci as pequenas escadas com dificuldade, uma vez que meu vestido cobre meus pés. Minha mãe foi a primeira que veio ao meu encontro e me abraçou. Era indiscritível a maneira como eu me sentia ao abraçá-la, era como se nada no mundo fosse capaz de me machucar se eu estivesse em suas braços. Sem dizer nada, ela me soltou e deu a vez para Osten me abraçar, ele era pequeno demais para entender a situação, só me abraçou e correu de volta para o colo do meu pai. 

— Não demora muito tá? Futura rainha de Illéa — disse Kaden ao me abraçar, dei um tapa leve em sua braço e corri para os braços de Ahren. Esqueci as etiquetas e o modo ao vê-lo, nem o vestido longo me impediu de abraçá-lo fortemente, ele me rodopiou e eu ri para não chorar.

— Qualquer dia eu vou te visitar — disse me deixando no chão. Eu pensei que a despedida fosse mais melancólica, mas ficarei fora no maximo um ano, para me casar e ter um filho, era esse o acordo, me casar em Portugal e ter meu primogênito lá, e voltar para Illéa e ser coroada como rainha. 

— Não fique com raiva de mim, Ead, era necessário — disse meu pai ao me abraçar. Assenti e dei um outro abraço em minha mãe que estava com os olhos lagrimados.

— Mãe não me faça chorar por favor — disse enquanto beijava sua testa. 

— Eu te amo — ela disse e eu olhei para Yvla que chorava vendo a despedida, sorri e entrei junto com ela no carro que nos aguardava. Dei uma última olhada na minha família e minha mãe chorava abraçada no ombro do meu pai, enquanto Kaden acenava para o carro e Ahren estava com a cara emburrada. 

— Foi muito lindo — disse Yvla enxugando suas lágrimas com a manga do uniforme — Parecia cena de série. A senhora é coração de gelo por não ter se emocionado — ela disse e logo arregalou os olhos — Mil desculpas Alteza por ter chamado-a de coração de gelo, eu acho a senhora bondosa e tem um coração muito caloroso. 

— Já que você vai ser a única coisa de Illéa que eu irei ter nesse tempo, peço-lhe que não me chame de alteza ou que me trate como sua princesa, sem delongas — eu disse e ela abriu um sorriso.

— Alteza, quer dizer, Eadlyn, eu estou muito feliz por terem me dado essa oportunidade. Minha família é portuguesa e eu não os vejo faz 2 anos — ela disse e foi a minha vez de sorrir, então era esse o motivo de toda aquela felicidade.

— Então vou te propor algo, essa semana, você fica comigo no palácio durante o dia, a tarde você passa com a sua família e de noite eu quero você de volta de noite apenas — eu disse e seu sorriso de alargou ainda mais.

— Muito obrigada alteza — ela disse e eu sorri. 

Angeles passava depressa sob o meu olhar, dentro do carro não dava para ver nada, o motorista andava com o carro em alta velocidade, sendo escoltado por todos os lados. Todos sabiam que era alguém da realeza que estava a passar. Na rua todos paravam o que estavam fazendo para ver o carro com a insígnia do país e acenavam. 

Eles esperavam por um ato de quem estava dentro do carro, abaixei o vidro e acenei para o meu povo, mas depois de 1 minuto eu levantei o vidro novamente, o guarda que dirigia disse que era perigoso. 

Após um tempo, chegamos ao aeroporto. Ser da realeza tem inúmeros privilégios, o carro escoltado entrou por um portão principal e estacionou diretamente na pista dos aviões, para que não fosse preciso andar e atravessar o aeroporto inteiro. Mas não era uma maravilha completa, pois os paparazzis ainda tinham acesso a essa área. 

O guarda abriu a porta do carro para mim e fui minha visão foi coberta por flashs. Puxei Yvla junto comigo e juntas fomos dentro da pequena guerra entre meus guardas nos escoltando e os fotógrafos tentando tirar um pedacinho na princesa. O jatinho já estava pronto e subi as escadas com dificuldade, ao chegar no topo, sorri e acenei para os fotógrafos, mesmo sendo irritantes, esse é o trabalho deles e uma foto minha deve custar o sustento de uma família. Sorri e acenei por um bom tempo até que os meus guardas os afastassem. Entrei no jato e uma moça me acompanhou até meu assento. 

— Boa tarde princesa — disse a moça fazendo uma reverência — Eu irei acompanhar você nessa viagem, junto com o piloto e o co-piloto que estão nesse momento ajeitando as coisas para a decolagem. Me chamo Angel e qualquer coisa é só me chamar — ela disse e eu assenti. Yvla sentou na cadeira vaga que estava na minha frente e Angel a olhou feio — Empregados sentam lá atrás. — disse olhando-a dos pés as cabeça.

— Yvla é minha dama de companhia e não deve ser tratada assim, você também é minha empregada e deve sentar lá atrás junto com os outros. Não gostei na maneira que você a tratou, irei mandar uma carta para o seu chefe — eu disse e Angel fez uma reverência.

— Desculpe alteza, aperte seu cinto que o jato já vai decolar — disse fazendo outra reverência e saiu.

Senti aquele famoso frio na barriga e pressão nos ouvidos quando o jato decolou. Sorri aliviada quando olhei pela janela e vi que não estávamos mais em solo Illeano. 

— Obrigada — disse Yvla corada — Mas eu sou sua criada, e não sua dama de companhia. 

— Você é minha criada então você é o que eu quero que você seja — eu disse sorrindo, tirei meu cinto e me levantei — Venha — segurei sua mão e a guiei até uma porta estreita perto do banheiro. — Esse é o meu quarto — disse me deitando na cama sem se importar com o vestido amassado.

— Eu não sabia que dava para ter um quarto em um avião! — disse enquanto olhava admirada. 

— Olha só — disse me levantando na cama e abri um armário que lá tinha. Para emergências, sempre tinha uma roupa a mais. Um para cada. O terno de Ahren se destacava entre os dos meus irmãos e do meu pai, seu cheiro era incomparável. O vestido da minha mãe mal dava para enxergar de tão simples que era. Eu era exagerada e coloquei na última viagem quatro vestidos reservas. Retirei um deles, o mais exuberante e joguei sobre a cama. Encima do armário eu havia colocado várias caixas de sapatos e uma com acessórios. Peguei um par de sapatos qualquer e a pequena caixa com acessórios. Coloquei tudo sobre a cama e Yvla me olhava sem entender. 

— O que você está fazendo alteza? — perguntou observando atentamente a cada gesto meu.

— Tire a roupa — eu disse e ela arregalou os olhos — Confie em mim, tire a roupa. — receosa ela tirou o seu uniforme de criada. Primeiro os sapatos, o avental e depois o simples vestido, ficando apenas com suas peças íntimas, eu sorri com o fato de ela estar corada. — Deixe eu te ajudar a vestir isso — eu disse pegando o vestido de cima da cama.

Yvla era do meu tamanho e tinha menos que a minha idade. Então o vestido coube bem. Fiquei com inveja de ele ter ficado melhor nela do que em mim. Pedi a ela que sentasse na cama e tirei os grampos que prendiam seu cabelo em um coque. Seus cabelos castanhos caíram em seus ombros e eu apenas ajeitei com as mãos, ele era naturalmente bonito. Abri minha pequena caixa e tirei de dentro um par de brincos, um colar e um anel. Eu a arrumei como se fosse uma boneca gigante. Amava fazer isso com as minhas criadas quando era mais nova. Finalizei fazendo uma maquiagem leve em seu rosto. Levei ela até um espelho que tinha ao lado da cama e a mesma arregalou os olhos ao ver seu reflexo.

— Eu pareço uma princesa! — exclamou rodando o vestido azul rendado com pedras que havia lhe dado. — Obrigada — disse me abraçando e me surpreendi com o gesto, mas retribui.

Saímos do quarto e voltamos para os nossos assentos. Os guardas olhavam Yvla como se ela fosse outra pessoa, admirando-a sorrindo. Ela estava corada debaixo da maquiagem. Eu tive uma ideia. 

— Angel — gritei e ela saiu de dentro da cabine.

— Alteza — disse fazendo uma reverência.

— Traga um lanche para mim e para a Lady Yvla — eu disse e ela olhou para Yvla assustava e assentiu voltando para a cabine — Não gosto quando alguém trata minhas criadas mal, parece que tratam a mim mesma — disse me sentando e ela se sentou na minha frente.

Depois de um tempo Angel voltou com um carrinho trazendo um imenso lanche. Deixou tudo encima da mesa que separava minha cadeira e a de Yvla e se retirou sem dizer nada. Olhei para traz e três guardas conversavam animadamente entre si. 

— Guardas — os chamei autoritária e eles se levantam e ficaram sérios, eu sorri — Peguem — joguei três maçãs e eles as pegaram — Voltem a conversar, é um longo voo, enquanto um dorme, dois ficam de guarda, se decidam — eu disse e eles assentiram.

— O povo amaria você se mostrasse mais esse seu lado adolescente — disse Yvla enquanto se deliciava com uma banoffe.

— Não posso — eu disse e ela me olhou com duvida — Sou uma princesa, tenho que agir de acordo com as regras, mesmo que pareça chato. E meus funcionários sabem que eu sou desse meu jeito então não me importo muito com o que as outras pessoas acham.

Levantei-me do assento e segui até o quarto, traçando o mesmo caminho de antes. A viagem era demorada e eu dormi quase nada e nem almocei direito pensando que as minhas fugidas do meu pai não mudariam meu destino que foi escrito a muito tempo quando eu ainda estava na barriga da minha mãe.

Illéa possuía muitos aliados. Meu irmão gêmeo Ahren, está noivo da princesa da França, Camille. Meu irmão mais novo, Kaden, diz que namora com a princesa da Inglaterra. Tirando os aliados feitos por negociações que não envolvam eu e meus irmãos. 

Eu já conhecia o príncipe português, logo ele não era um completo estranho, mas continuava sendo um pouco estranho, uma vez que não o vejo faz 8 anos. Entretanto, isso torna a situação estranha. Eu não consigo desvendar meus sentimentos agora, parecerem que estão todos misturados. Estou ansiosa, com medo, triste, feliz, angustiada. Realmente não consigo ler minha própria mente. 

O que torna a situação um pouco constrangedora, é o fato de que o meu primeiro beijo foi na corte portuguesa e com o meu noivo, foi na última vez em que nos vimos, eu tinha 11 anos. A mídia o ama, então quase sempre o vejo na televisão por meio dos canais internacionais, e ele não mudou nada, a não ser por ter ficado mais bonito.

Sobre casar por aliança, minha mãe sempre disse que o amor vem com o tempo. Ela sempre conta a história sobre como se apaixonou rápido pelo meu pai, mas para ela era fácil, ela era linda e meu pai sempre teve olhos só para ela. Ela era princesa da Carolina, mas agora é rainha de Illéa e posteriormente eu herdarei seu cargo na corte. Minha prima, Astra, princesa da Carolina, está prestes a se casar com Daniel Lavezzo, príncipe da Itália. Isso ajudará indiretamente Illéa, pois minha mãe ainda é considerada princesa da Carolina. 

Não posso deixar meus sentimentos influenciarem nos meus princípios. Eu sei que a maioria dos reis traem, e dos príncipes também, sei que eles até tem amantes oficias, e as rainhas e princesas tem que aguentar isso. Já estou clara disso, mas, se for para eu ser traída, eu trairei também. 

Tirei a fita do cabelo com cuidado e os acessórios também. Com dificuldade consegui tirar meu vestido e o coloquei com cuidado no armário para não correr o risco de amassar. Tranquei a porta para que não tivesse problema de ninguém entrar e me ver só de peças íntimas. Tirei do armário o vestido da minha mãe, creio que ela não ficará chateada, ele era o mais simples e dava para dormir bem usando-o. 

A cama não chegava nem perto da minha do palácio, ela era dura e desconfortável, mas é tudo o que eu tenho para dormir, destranquei a porta e me deitei na cama e cai no sono rapidamente.

— Alteza — disse Yvla passando a mão pelo meu rosto — Acorda — ela disse e eu me sentei na cama — Chegamos. 


Notas Finais


O que acharam? Contem para mim


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