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História Mercy - IV


Escrita por: maliaya

Notas do Autor


MIL DESCULPAS PELA DEMORA, realmente eu não queria ter demorado tanto assim, mas demorei, prometo nunca mais sumir assim.

Capítulo 4 - IV


Fanfic / Fanfiction Mercy - IV

Anteriormente em Mercy:

— O que foi sr. Gomes? — perguntou a rainha nervosa. Eu levantei a cabeça e vi sangue começar a pingar da minha boca.

— Isso é envenenamento 

Mercy — Capítulo IV — Britânicos.

Não sei quanto tempo eu passei deitada naquela maca. Poderiam ser horas, dias, ou até meses, eu não sei. Era como se meu corpo estivesse em um lugar e minha mente em outro. Eu escutava as pessoas falando, sentia os mínimos toques, mas eu não conseguia me mover e principalmente, não conseguia abrir os olhos. 

Até agora.

Era como se alguém tivesse ligado meu corpo novamente. Depois de muito tempo, a luz que entrava pela janela no meu quarto começou a me incomodar, com cautela, abri os olhos e depois de um tempo tentando me acostumar com a luz, olhei ao meu redor, eu estava no meu quarto, deitada na minha cama, eu poderia dizer que estava só dormindo, que tudo foi um sonho, mas ao olhar para o meu braço, notei o cano que levava soro até minha veia. Senti um incômodo no nariz e percebi que usava um aparelho para respirar. O que tinha acontecido comigo afinal?

Não tinha ninguém no quarto além de mim, estranho, afinal, eu sou uma princesa, deveria ter alguém ao meu lado. Sentei-me na cama e tirei o cano do meu braço, assim como tirei o aparelho do meu nariz, eu não precisava daquilo. Levantei-me e calcei um par de pantufas que estavam alinhados ao lado da cama, felizmente eu não usava aquelas roupas de hospital ridículas, e sim uma adaptada, um vestido rosa preso por fitas nas laterais. 

Abri a porta do quarto para sair e fiquei surpresa pelo fato de não ter nenhum guarda. Desci as escadas e somente do primeiro andar comecei a me deparar com os funcionários, que olhavam para mim com certa dúvida. Tentei disfarçar que não havia fugido do meu quarto, caminhei então mais naturalmente que eu consegui e cheguei até a sala de jantar, o sol estava forte então presumi que estava na hora do almoço. Os dois guardas que guardavam a porta olharam para mim como se fosse uma estranha, quando cheguei perto o suficiente, nenhum dos dois fizeram menção de abrir a porta.

— Você pode abrir? — perguntei com a voz falha, que saiu mais como um sussurro.

— Quem é você? Entrou no palácio com que permissão? — perguntou um deles e eu respirei fundo e ajeitei a postura.

— Vocês estão falando com a princesa de Illéa, abram essa porta agora — ordenei e eles se entreolharam e no final a abriram.

Como havia presumido, a família real estava almoçando, e foi para o espanto de todos me ver ali, adentrando no cômodo. Posicionei-me no final da mesa, em pé, para ficar cara a cara com o rei. Josie estava ocupada demais comendo, enquanto os outros 4 membros olhavam espantados para mim.

— No seu palácio eu fui envenenada — eu tentei dizer com firmeza mas minha voz era falha, mas não me abalei — Acordo e não tenho nenhuma assistência no meu cômodo, tive que me deslocar até aqui para falar com as vossas senhorias, e ainda por cima não tem nenhum guarda no meu quarto. É com imenso prazer que eu digo que estou retornando a Illéa.

Eu disse e todos, até mesmo Josie, ficaram me encarando pasmos, Erick deixou até seu talher cair no prato. 

— Você estaria violando o contrato — disse Kile quebrando o silêncio.

— No contrato diz que eu teria direito a comida, roupas, cômodos, entretenimento, aulas, e principalmente, a segurança, não fui a única a violar o contrato — eu disse e me retirei da sala, instantaneamente senti uma forte tontura e me desequilibrei, segurei-me na parede e a minha visão ficou escura. Respirei fundo mas parecia em vão, logo um alarme começou a soar, causando mais desespero em mim. 

"Calma Eadlyn, vai ficar tudo bem". Imaginei a voz da minha mãe dizendo isso, quero que seja verdade, que tudo ficará bem. 

Junto com o alarme, o som de várias pessoas correndo me causava um medo enorme. Com os olhos fechados, respirei fundo várias vezes para acalmar o meu coração. Fui surpreendida ao abrir os olhos e notar que estava enxergando novamente. O corredor estava infestado de criados e outros funcionários correndo de um lado para o outro.

— O que está acontecendo? — perguntei a uma criada que me olhou torto e voltou a correr. Eu estava fraca, se tentasse entrar na multidão eu poderia me dar muito mal. Então fiquei no meu canto até o corredor esvaziar com o alarme ainda a soar. Abaixei-me em um canto e esperei por bastante tempo, até que: 

— Eadlyn? — escutei alguém gritar meu nome, olhei pelo o canto do olho e era um guarda, comecei a soar frio quando notei seu uniforme diferente dos guardas portugueses, e o símbolo da corte britânica em seu uniforme. Olhei para o outro lado na tentativa de fugir, mas dois guardas britânicos estavam do outro lado, eu estava cercada. Tentei parecer o mais calma possível com a aproximação deles cada vez mais. — Criada! Diga aonde está a princesa — ele disse.

— Em seus aposentos senhor, no segundo andar — eu disse forçando um inglês sem sotaque de Illéa.

— Se você estiver mentindo, eu não terei pena de matá-la — disse outro guarda me segurando forte meu pulso. 

— Não estou — eu disse com firmeza, na verdade, eu estava morrendo de medo. Obviamente a princesa não estava no quarto, eu sou a princesa. Minha aparência deve estar horrível demais ou eles são péssimos guardas, ou os dois.

— Coloque algemas nela Louis — disse um guarda e logo depois eu estava com um objeto de metal prendendo minhas mãos. — Tivemos que vim aqui para matar a princesa, que porra que ela não morreu com o veneno, eu disse para o chefe para ser um mais forte.

— Vocês que tentaram me matar? — eu disse alto e todos os guardas britânicos viraram seus olhos para mim.

— Sua vadiazinha, então você é a princesa! Estava escondendo o jogo esse tempo todo. — disse Louis segurando o meu rosto e eu me arrepiei com o contato. — Levem-na para o quarto onde está o Príncipe, agora faltam quatro — ele disse e eu fui puxada bruscamente por um guarda. Ele não queria saber se estava doendo ou não, talvez o seu objetivo fosse que doesse mesmo. Subi as escadas com dois guardas segurando meus braços de maneira grossa, um certo momento eles andaram mais rápido para que eu caísse, e isso aconteceu. Eu cai escada abaixo, teria sido pior se um outro guarda não tivesse colocado seu pé para que eu não caísse de cara no chão.

— Leonard! O chefe quer eles todos inteiros — disse o guarda e ele me carregou. Meus joelhos ardiam, assim como o meu braço esquerdo, o qual tinha sido puxado bruscamente. — Meus pais são franceses, sempre falam da bondade do rei e da rainha de lá. Seu irmão será o próximo, vou honrar o meu país. Fica quieta por favor, vou tentar salvá-la — ele disse sussurrando muito baixo para que somente eu pudesse ouvir.  Eu não sabia se acreditava ou não, poderia ser outra armadinha não sei. 

— Olhem o George carregando a princesa, idiota — disse um dos dois guardas e eles começam a rir. Já no segundo andar, o tal guarda chamado George, Louis e o outro entraram no quarto Kile 

Nunca passou pela a minha cabeça como seria o quarto do Kile, para mim era um quarto normal, de um príncipe normal. Nos poucos segundos que eu ainda fiquei nos braços de George, consegui analisar todo o quarto. Paredes brancas, mobília preta, e vários, vários desenhos espalhados pelas paredes, não sabia que ele sabia desenhar, que era um artista.

— Coloca ela no lado dele — ordenou Louis e eu fui colocada ao lado de Kile, que estava amordaçado com as mãos presas na cabeceira da cama. — Que lindo, os noivos. Amarre-a também!

Mesmo termos brigados minutos atrás, não pude não sentir uma dor no coração ao ver Kile. Sua boca no canto superior estava sangrando, assim como sua bochecha, sem falar no olho roxo. Assim como ele, fui amarrada e amordaçada, e senti um medo enorme de fazerem comigo o que fizeram com ele. 

— Quero a princesa — disse Louis apontando para George — Eu quero a outra princesa, vá atrás dela junto com Leonard. 

Eles queriam Josie também. Senti uma dor no coração em pensar no que eles iriam fazer com ela, se iriam fazer as mesmas coisas que fizeram comigo. Olhei para Kile que estava com um horror nos olhos, e tentava a todo custo se soltar. Ele olhou para mim e revirou os olhos. Queria pedir desculpas por mais cedo mas eu estava amordaçada. 

Horror, ansiedade, angústia, medo, eu consegui sentir isso tudo só em uma vez. Mesmo não me dando muito bem com Josie, eu estava preocupada com ela, e o pensamento de que ela deve estar em algum abrigo com Erick e seus pais me acalmavam. 

Nunca pensei em nenhum momento que eu, Eadlyn Schreave, estaria algemada junto com a cabeceira da cama junto com Kile e preocupada com Josie Woodwork. 

Também nunca imaginei que eu fosse romper meu noivado com ele. Não foi um motivo idiota, fui envenenada em seu palácio, em suas terras. Estaria na mesma situação se não tivesse saído do quarto e arrancado todos os tubos conectados a mim, eu acabaria em uma cabeceira presa com Kile. 

Nessa hora que eu me pergunto, onde diabos estão os guardas desse palácio? Da vontade de falar um palavrão, mas um pano amarrado na minha boca e minhas aulas de etiqueta me impedem.

Pela primeira vez na minha vida eu fiquei feliz por estar suando, eu estava suando dentro do sutiã. Sorte a minha que Louis estava do lado de fora do quarto aguardando Josie. Sentei de joelhos na cama e consegui passar minha mão na parte molhada do meu corpo, Kile olhava-me como se eu fosse uma louca nojenta enquanto tirava uma das minhas mãos da algema. Com uma mão livre eu tirei o pano da minha boca e escorreguei minha outra mão da algema. Arranquei o pano da boca de Kile que sorriu.

— Minha mão não é pequena como a sua — sussurrou e eu pensei realmente em fugir sozinha e o deixar ali, mas não conseguiria fazer isso com ele.

— Calma — sussurrei e tirei um grampo do meu cabelo e sorri — Admita, eu sou muito esperta. 

Assim eu consegui tirar suas algemas, e logo que ele ficou com as mãos livres, puxou-me para perto de si e depositou um beijo em meus lábios.

— Desculpe-me por hoje mais cedo — ele disse e eu assenti. Eu também havia errado, era meu dever estar ali e casar com ele, não poderia colocar meus sentimentos à frente dos meus princípios.

— Olha olha vejo que interrompi vocês, posso voltar mais tarde se quiserem — disse Louis entrando no quarto, fiquei sem reação, meu coração bateu muito mais forte do que o normal, eu ia morrer. Kile jogou-se na minha frente e eu abracei suas costas. — Vou ignorar o que vocês tentaram fazer, podem ficar soltos, a pessoa que tem uma arma sou eu, e se quiser eu acabo com os dois em questão de segundos. 

Mesmo depois que Louis disse isso e se sentou em uma cadeira, Kile continuou na minha frente como forma de proteção. 

— Fui mandado pelo o rei da Inglaterra para executar você, Eadlyn, por sua causa a Princesa Sophie não vai se casar com Kile, isso ajudaria a economia do país a crescer novamente. Com você morta Illéa entra em crise e nós britânicos voltaremos a ser potência mundial — disse Louis se aproximando da cama e Kile se levantou o ficou frente a frente com ele.

— Eu nunca me casaria com Sophie, se você matar Eadlyn vai ser uma perda de tempo, terá que matar todas as outras mulheres disponíveis no mundo para que eu me case com Sophie Ophelia. — disse Kile e Louis tirou de dentro da calça sua arma e apontou para o peito de Kile.

— Então o problema não é Eadlyn, é você. Sabia que tentamos de tudo para separar vocês? Sabíamos que a princesa ia ficar furiosa se não tivesse nenhum guarda na sua porta, por isso atacamos a fronteira do país, para atrair quase todos as tropas que vocês têm — disse Louis e eu senti a raiva pulsando.

Depois disso tudo aconteceu tão rápido como um borrão. Comecei a ficar tonta, eu deveria estar no hospital, não aqui, novamente a minha visão ficou negra. Deitei na cama e respirei fundo, uma, duas, três vezes, mas nada adiantou dessa vez.

Mesmo com a visão comprometida e a forte tontura, consegui escutar o barulho de um tiro e a sensação de ter o meu corpo carregado por algo ou alguém. Quem era? Não sei. O ar fazia-me falta, fechei meus olhos e cai em um profundo sono nos braços de alguém. 


Notas Finais


Capitulo com vários acontecimentos não? Espero que tenham gostado! E eu queria dizer que amo os comentários de vocês, não tem nada melhor de se ler.


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