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História Mercy - Vll


Escrita por: maliaya

Notas do Autor


Confesso que tinha esquecido da fanfic, mil desculpas! Aproveitei o feriado e postei, espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 7 - Vll


Fanfic / Fanfiction Mercy - Vll

Anteriormente em Mercy:

Sua carta não passava de um papel vazio, sem nada escrito. Pois era assim que ele se sentia após o rompimento do casamento. Nada.

Tudo o que eu sei nesse momento é: que ser feliz hoje é muito mais importante do que ser feliz para sempre.

Mercy — Capítulo VII — Abotoaduras

Hoje era o baile de aniversario de 16 anos de Josie, e o palácio estava um caos. Os funcionários arrumando o grande salão, a rainha preocupada com os preparativos, o rei recepcionando os convidados de outros países junto com os príncipes. E eu estava em meu quarto com Yvla escolhendo um vestido.

— Esse vermelho está magnífico Eadlyn — disse Yvla ao pegar o 13º vestido de dentro do armário.

— Vermelho é a cor da Josie, não posso usar — eu disse e ela revirou os olhos e retirou um vestido preto.

— É um baile, não um funeral — eu disse e ela bufou, voltando a escolher outro vestido — Eadlyn vai ser esse ou você vai nua, os outros são vestidos do seu dia a dia, e não tenho tempo para fazer outro vestido.

Sorri com a sua última escolha, era um vestido azul claro com a parte de cima inteiramente trabalhada com pedras preciosas, como não sabia da existência dele antes? Não precisei nem experimentá-lo para saber que ele era perfeito.

— Você vai também, minha dama de companhia — eu disse e Yvla soltou um gritinho. Desde o inicio havia pensado em um vestido que ficaria perfeito nela, retirei do armário um vestido cor creme e entreguei em suas mão — Esteja pronta às 19h30min.

Minha conversa com Yvla foi interrompida por duas batidas na porta. Eu pedi para entrar e um guarda abriu a porta e duas gêmeas com faixas de princesas do Canadá estavam ao seu lado.

— Georgia e Phoebe Price desejam entrar em seus aposentos, vossa alteza — disse e eu assenti e abri um sorriso enorme ao ver as minhas duas e únicas amigas.

— Georgia! — gritei ao abraça-la — Eu estava com saudades de vocês — disse ao abraçar minha outra amiga. — O que vocês estão fazendo aqui?

— Fomos convidadas para o baile de Josie — disse Phoebe como se fosse obvio — Acabamos de chegar e pensamos “Por que não dar uma passada com a nossa antiga amiga Eadlyn?”.

Phoebe e Georgia eram irmãs gêmeas, filhas do irmão do rei Nicolas do Canadá, e por estarem longe da linha de sucessão, preferiam não usar muito o titulo de princesas e ficam bem longe da mídia, assim podem viajar o mundo sem serem descobertas, meu número de vestidos é menor do que às vezes em que elas iam para casas noturnas.

— Eu sei que você é noiva dele, mas Eadlyn meu deus que homem era aquele? Você deu muita sorte — disse Georgia e eu comecei a rir para disfarçar meu rosto ruborizado — Chegamos e ele estava mostrando o palácio para a Olivia — disse e fez uma cara feia. Olivia Bryant, princesa da Rússia, e nossa inimiga de infância, que eu não via há anos, e poderia viver mais anos sem vê-la.

— Encontramos Erick no caminho até seu quarto, deram o que para ele? Lembro-me do aniversário de 50 anos do meu tio e ele parecia um esquilo. Eu o vi e acho que estou desidratada de tanta baba que babei. — Phoebe disse e Georgia concordou — Quem é aquela? — perguntou e eu olhei para trás e Yvla estava sentada em uma cadeira extremamente tímida e deslocada. Briguei comigo mesma por ter me esquecido de sua presença.

— Meninas essa é Yvla, minha dama de companhia. Yvla essas são Georgia e Phoebe, princesas do Canadá. — disse pegando-a pelo braço e a levando até onde minhas amigas estavam. Ela não ia demorar em saber como diferenciar as duas, era meio claro. Georgia tinha olhos castanhos, e Phoebe possuía olhos azuis.

— Oi, tudo bem? Eu queria dizer que amei seu cabelo e que vamos nos divertir muito nesse final de semana — disse Georgia abraçando-a e Yvla se assustou com tal gesto.

— Quero passear pelo palácio e encontrar príncipes bonitos. Vai tomar banho Eadlyn, são 11h12min e você ainda está de pijama? Que vergonha. Passa agora para o banheiro — disse Phoebe e revirei os olhos.

No banheiro, Yvla ajudou-me a tirar meu pijama e preparou a banheira para o meu banho. Assim que saiu, entrei na banheira e senti meus músculos relaxarem ao entrarem em contato com a água quente.

Realmente eu estava muito feliz com a visita das meninas e o baile de Josie. Meus dias eram tão monótonos, era sempre a mesma coisa. Acordar, tomar café, estudar, almoçar, estudar, jantar e dormir. Ilusão de quem pensava que eu passava o dia com Kile vivendo uma história de amor.

Após a minha quase partida de Portugal, passamos dois dias inteiros juntos, até dormi na mesma cama que ele, sem ninguém saber é claro. Mas a partir do terceiro dia, era como se tudo tivesse voltado ao normal. Eu o via só no café da manhã, almoço e janta, ou às vezes pelos corredores do palácio, o máximo que dizíamos um para o outro era “Oi tudo bem?”.

Não vou mentir ao dizer que isso não me afetou e que não fiquei triste, pois fiquei. Toda vez que batiam na porta do meu quarto eu criava uma expectativa enorme de ser ele, mas todas às vezes era somente Yvla querendo ser educada. Chegava a ser frustrante o fato de que até seu irmão dava mais atenção para mim do que ele.

Erick chegou até me convidar para ir a Milão com seus amigos, ele disse que a Itália tinha as melhores casas noturnas, e que eu não teria problemas, uma vez que ninguém me reconheceria, e justificou dizendo que adorava ir e que nunca foi reconhecido, mas eu neguei. Não era certo a meu ver, sair com Erick, sendo ele irmão de Kile.

No dia seguinte quando não nos falamos novamente, arrependi-me de não ter saído com Erick, pensei que se fosse ele no meu lugar, ele não pensaria como eu pensei. A partir desse dia eu comecei a nutrir um orgulho enorme em relação à Kile. Não falaria com ele se ele não falasse comigo, e assim, eu não falo com meu noivo há oito dias.

— Eadlyn você morrei aí dentro? — perguntou Yvla e eu ri.

— Não, estou bem — disse e voltei a me concentrar no meu banho.

— Vou para o jardim com as meninas, se apressa, estaremos a sua espera lá — disse Georgia e eu disse que estava tudo bem. Nos poucos minutos que estava no banho elas já viraram amigas, canadenses são as melhores pessoas.

Sai da banheira e enrolei-me em um roupão. Como previsto, as meninas já não estavam no quarto e me deixaram o desafio de me arrumar sozinha, eu era um desastre sem Yvla e virei dependente dela, conclui isso ao abrir meu armário e não encontrar nada de bom para usar agora.

No final eu vesti um vestido preto tomara que caia de mangas compridas e detalhes dourados, normalmente eu usaria uma sapatilha por se tratar de um dia comum, mas hoje o palácio estava cheio de visitas internacionais, então calcei um salto alto preto. A pior parte era o meu cabelo, eu não sabia fazer nada.

Hoje talvez seria meu dia de sorte, meu cabelo estava bonito mesmo sem Yvla ter feito nada nele ao acordar, então apenas coloquei uma das minhas tiaras e sorri ao notar que estava bonita. Arrisquei em não passar nenhuma maquiagem, eu realmente não sabia fazer nada.

Na caixa em que se encontrava minha coroa, estava também minha faixa de princesa de Illéa com as cores da bandeira, a retirei com muito cuidado e a coloquei em mim, por se tratar de um dia com realezas internacionais, eu tinha que usar para ser identificada.

Bati na porta do meu quarto e um guarda a abriu, sorri para ele e sai do meu quarto a caminho do jardim. Ao dar alguns passos dos meus aposentos, pisei em um botão que quase me fez perder o equilíbrio, peguei e vi que se tratava de uma abotoadura de ouro, deveria ser de Kile ou Erick, pensei em deixar de voltar no chão, mas vi outra logo mais na frente, e mais outra.

Ao total peguei sete abotoaduras de ouro de um dos meninos, o terno deles estava descosturado? Para cair essa quantidade é somente essa a explicação. Caminhei até o guarda que estava na frente do quarto de Kile para perguntar se era dele, afinal, ele passava o dia na porta do quarto dele.

— Com licença — disse a ele que fez uma reverencia — São de Kile?

— Sim alteza, entretanto perdoe-me, não posso deixa-la saber o motivo de estarem no chão — disse e eu o olhei confusa, pensei em usar meu título de princesa para tirar tal informação dele, mas resolvi descobrir o motivo por conta própria.

Bati na porta de Kile e após alguns segundos, o mesmo a abre fica surpreso a me ver. Seu cabelo estava mais bagunçado que o normal e seu terno estava aberto, sem as abotoaduras que havia achado no chão.

— Desculpe-me incomodar, eu as achei no chão e vim trazê-las para você — disse e abri minha mãe revelando os pequenos círculos de ouro.

— Eadlyn, se você quiser falar comigo em meu quarto, você tem que ser primeiramente anunciada pelo meu guarda, e eu tenho várias dessas e não era necessário que você as trouxesse até mim, está perdendo seu tempo — disse de uma maneira grossa.

— Com quem você está? — perguntei quando caiu minha ficha, e senti uma dor no peito antes de ele completar o que eu havia perguntado.

— Se você quiser ser rainha um dia, tem que saber que um rei nunca responde sua rainha — disse e fechou a porta do quarto na minha cara.

Não sabia o que fazer ou dizer, não havia nada o que dizer e nem ser feito. Erro meu ter pensado que hoje seria meu dia de sorte. Peguei as abotoaduras e as joguei no chão de volta. Senti uma enorme falta de ar e encostei-me na parede, fechei os olhos e concentrei-me em não chorar.

Mas já era tarde demais quando senti minha pele molhada, sentia-me mais culpada do que nunca, eu fiz uma enorme besteira de não ter ido embora, assim eu não estaria sendo traída pelo meu próprio noivo.

Respirei fundo e pensei em minha mãe, America Schreave, a qual me teve em seu ventre durante nove meses e sentiu uma enorme dor ao dar a luz, e deu muito duro para me criar e cuidar de um país ao mesmo tempo, e eu não ia decepcioná-la ao chorar no corredor por conta de alguém que não me ama e nunca me amou.

Se era assim que Kile queria, que nós fossemos apenas uma aliança, assim será.

Respirei fundo e limpei minhas lágrimas, eu era Eadlyn Schreave, e não iria chorar por homem.

Continuei a andar até o jardim, como eu estava fazendo há minutos atrás. Ao chegar no primeiro andar, senti de perto a movimentação do dia. Funcionários andavam de um lado para o outro, e logo na grande porta de entrada a rainha estava junto com o rei recepcionando os hóspedes da noite, era para Kile estar junto com eles os ajudando, porém está ocupado demais tendo relações com alguma criada.

As meninas não iriam se importar se eu não comparecesse ao jardim. Aproximei-me de Marlee que soltou um suspiro a me ver.

— Muito obrigada por ter vindo nos ajudar, Kile foi apresentar o palácio para Olivia e não voltou mais — então era com ela que ele estava, e não com uma criada, suspirei fundo segurando-me para não chorar de novo, dessa vez eu não estava só — Não se preocupe, falta só sua família e a família real da Austrália.

Estava tão atormentada pensando em eu mesma e em Kile que por um momento esqueci-me completamente que minha família viria, só de pensar em minha mãe e meu pai, meu humor mudou completamente.

E foi só pensar neles que eles apareceram.

As trombetas anunciaram a chegada de mais uma família e essa agora era a minha, não pude conter minha felicidade ao ver meus pais e meus irmãos, fiquei um pouco triste por Osten não ter vindo, mas ele ainda não tem idade para comparecer em eventos como esses.

Não liguei para nenhuma regra de etiqueta e corri para abraçar Ahren, era como se eu estivesse me sentindo incompleta todo esse tempo, e ao abraça-lo eu me sentia completa de novo. Pela primeira vez eu não reclamei do seu abraço apertado, era dele que eu mais estava precisando no momento.

— Tenho que confessar para você — ele disse me soltando — Eu estava com muita saudade.

— Está vendo Maxon? Passei nove meses sofrendo, para nascer e ligar só para o irmão gêmeo — disse minha mãe e a abracei, estava com tanta saudade do seu abraço, somente nele eu me sentia segura, como se nada pudesse me atingir. Seu cheiro era único, assim como seu sorriso, a cor do seu cabelo

— Eu te amo mãe — eu disse ainda abraçada com ela, por mim passaria o dia inteiro assim.

— Será se ela se lembra de que tem outro irmão e um pai? — perguntou Kaden e eu o abracei, quando morava com ele em Illéa meu passatempo era encher sua paciência, agora que não moramos mais juntos eu não sei como sobrevivo sem encher a paciência de ninguém.

— Antes que você fale alguma coisa, eu te amo também pai — eu disse ao deixar os braços de Kaden e ele sorriu — Está morrendo de saudades de minha companhia durante o dia, certo?

— As reuniões são mais chatas do que nunca — ele disse e eu o abracei forte. Minha rotina era passar o dia com meu pai em reuniões e mais reuniões, era somente assim que eu aprenderia a como governar um país, vivendo na pele o que um rei faz. Mas você não vai ser rainha? Eu queria muito mais do que ser apenas uma rainha, minha mãe ajudava meu pai cuidando da educação do país e projetos que facilitam a vida do povo, mas eu queria cuidar do país da maneira que meu pai fazia.

Não desvalorizando minha mãe, eu admirava muito seu trabalho, com o passar dos anos o numero de analfabetos em Illéa diminui, tanto os totais como os funcionais, isso custou dela muitas noites em claro. Mas o que eu quero dizer é que eu não queria só isso para mim.

— Que honra recebê-los em nosso palácio — disse Erick se aproximando e fazendo uma reverencia para a minha família — Pode ir Eadlyn, eu fico no seu lugar agora, mostre os aposentos de seus pais para eles — disse eu sorri e o abracei como agradecimento.

—Você é o Kile? — perguntou Kaden ao Erick que arregalou os olhos e eu comecei a rir

— Não, o cara que vai se casar com a sua irmã é o meu irmão, eu sou só o Erick — esclareceu.

— America quanto tempo! — disse a rainha Marlee ao ver minha mãe que sorriu de orelha a orelha ao ver a antiga amiga — Não aguento mais ficar aqui em pé, fica ai Carter e Erick que eu vou colocar o papo em dia com minha amiga — disse puxou minha mãe pela mão levando-a para dentro do palácio.

— Se ela pode eu também posso — disse o rei Carter — Vamos Maxon — disse e logo ele e meu pai sumiram de vista. Sobrando apenas eu, Erick, Ahren e Kaden na entrada no palácio.

— Foi sua família que te largou não eu — disse Erick rindo — O meu professor de esgrima deve esta já no palácio, vocês querem treinar comigo? — perguntou e meus irmãos toparam na hora e eu o fuzilei com o olhar.

— Mil beijos irmãzinha — disse Ahren ao sair com eles, deixando-me sozinha. Como se eu realmente fosse ficar, virei-me para ir embora, mas na mesma hora as trombetas reais tocaram avisando que a última família rela havia chegado.

Bufei e dei o meu melhor sorriso para receber os australianos, logo as portas foram abertas e revelaram o rei, a rainha, juntamente com a princesa e o príncipe — que eu tentei não olhar por questões que aconteceram na minha pré-adolescência, como uma simples ficada no baile de aniversário da minha mãe —. Aproximei-me e fiz uma reverencia e eles também.

— Sejam bem vindos a Portugal e ao palácio, sou Eadlyn Schreave, princesa de Illéa e vim recepciona-los, uma vez que o rei e a rainha não podem, espero que não haja problema algum — eu disse nervosa, repeti sempre o que meus pais diziam em Illéa, eu só acompanhava, nunca falava.

— Não tem problema algum querida — disse a rainha Cora se eu não me engano — Agora eu só quero descansar, a viagem fora muito cansativa. — eu gelei por um momento, pois eu não sabia onde eles iriam ficar, como se escutasse meu grito de socorro, uma criada chegou para leva-los ate seus aposentos.

— Eadlyn? — perguntou o príncipe australiano, Peter, e eu tentei parecer normal e não extremamente sem graça ou nervosa — Só queria dizer que eu fiquei muito triste quando soube que já estava comprometida, ainda tinha esperança de reproduzir o que aconteceu há anos atrás.

— Estou comprometida — eu disse baixo em seu ouvido — Não morta.

Peter sorriu de lado e caminhou até sua família que estava logo na frente.

Kile deu início a um jogo poderoso, mal sabe ele que eu era uma ótima jogadora também.  


Notas Finais


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