História Mercy - Dezessete

O rosto de Justin estava sem reação, ele não movia um músculo do lugar com a mesma expressão ah minutos, eu começo a ficar assustada.

Ele não age.

— Justin você está bem?

Pergunto. Ele pisca alguma vezes antes de abrir a boca e fechar de novo, ele tenta falar de novo mas como da outra vez, nada sai.

Eu esperava um grito, objetos voando por todo o canto, ele rir, tentar me matar não sei, qualquer coisa.

Ele devia está feliz não é? Agora pode viver a vida de pegador sem culpa, ou receio, de eu descobrir.

— você não vai falar nada? -pergunto.

Um rugido sai de sua garganta e eu suspiro aliviada, ele tá respirando, finalmente.

— eu tô esperando você falar que é uma brincadeira de mal gosto — ele fala com a voz entre-cortada.

— você não está falando sério não é? Você me ama né? Eu te amo fica comigo — ele gagueja com os olhos brilhando. Ele vai chorar de novo. Ah não.

— Justin, não — digo.

A dor na minha cabeça volta com força me fazendo bambear. Que merda tá acontecendo comigo?

—acabou.

Eu juro que não entendi todo esse drama, por que ele está fazendo isso comigo?, ele quer provar o quê? Eu tô confusa com toda a lágrima derramada e lamúrios incrédulos dele, e fico dividida entre acreditar ou rir de tamanho fingimento.

Então decido não apostar minha fé de novo, sem jogos, agora é tudo preto no branco.

É melhor pra minha sanidade, ou o resto que sobrou dela.

Eu sou nova demais pra tanto drama em minha vida, eu devia está na faculdade, se bem que eu tô, mas sem compromissos tão sérios, como um casamento arranjado aos dezoito anos. Eu sou louca.

—por favor - ele tenta me abraçar, mas eu travo.

—para Justin, já chega. Eu não entendo porquê você está fazendo isso. -admito. — você agora pode fazer o que quiser, eu não vou te impedir, eu só cansei desse casamento fracassado.

— nosso casamento não é fracassado — ele fala alto. — como você pode falar isso? A gente é feliz!

— por favor né Justin, cala a boca, como você pode dizer que eu era feliz? Você acabou com tudo que a gente construiu, você mentia pra mim, quantas vezes eu te esperei na cama preocupada enquanto você dizia está trabalhando e estava com outra mulher? Você sabe o tamanho da minha decepção? Você tinha prometido droga!

— eu me arrependi! - ele diz.

— você se arrependeu merda nenhuma, só está fazendo esse drama todo porquê não suporta perder nada, você é mesquinho.

— é isso o que você pensa de mim? — ele murmura.

Justin tinha parado de chorar, sua atenção estava completamente focada em mim, e ele estava com raiva, muita raiva.

— não Justin, é isso que eu sei.

— você está errada.

—eu duvido.

— eu vou provar pra você - ele diz decidido.

— você não precisa me provar nada, a gente já terminou.

Minhas pernas estão doendo pelo tempo que fiquei em pé, quanto isso durou?

Eu forço meu corpo a relaxar, um banho pra aliviar a tensão, é isso que eu preciso.

Respiro fundo, uma duas vezes e estou pronta pra isso.

— você disse que não ia me deixar -

Ele diz me fazendo parar.

— você disse que não ia me decepcionar Justin. Parece que nenhum dos dois prometeu o que cumpriu.

— você tem certeza disso? - Ally fala do outro lado da linha.

Eu tenho?

— eu não sei, eu quero ter Ally — gemo e me jogo de costas na cama.

— tudo bem, amanhã nós pegamos suas coisas — ela suspira.

—obrigada Ally, eu... Não sei o que faria sem você.

Praguejo amaldiçoando por chorar com tanta facilidade.

— nem eu -ela rir — era a ideia desde o começo, você lembra?

— lembro -rio.

— um ano e meio depois você vem morar comigo - ela chincha — eu tô tão animada!

Sorrio contente por uma parte de mim está segura, eu sei que ela não me decepcionaria.

— você não me contou o que aconteceu com o loirinho da boate - provoco.

Eu estava tão preocupada em lamentar pela minha vida e meu casamento fracassado que acabei não dando a atenção que Ally merecia,  ela era boa demais pra mim, e nunca me cobrou.

Eu sou uma péssima amiga.

— Ethan - ela diz, e eu sei que ela está sorrindo pra parede. — ele é incrível Acácia! Quer dizer — ela pigarreia. Lá vem merda. — a língua dele é incrível.

Eu não disse?

Gargalho — você não tem jeito.

— deixa eu contar - ela fala quase explodindo de excitação. — ele me levou em um restaurante, daqueles cheio de frescura, ele sabe falar francês fluente, você acredita? Eu descobri enquanto a gente transava no banheiro do restaurante, ele começou a sussurrar putaria em francês pra mim.

— informação demais Allison, informação demais. — falo

— acho que estou apaixonada - ela suspira.

Ally e paixão não combina na mesma frase, com certeza não.

—  você o quê? — pergunto incrédula.

— calma, eu tô apaixonada pela língua dele - ela diz. — aquele garoto com carinha de anjo surpreende.

Rio.

— Harry me obrigou a eu dar seu número — ela murmura maliciosa, acabando com o assunto do barman loirinho.

Então eu lembro do encontro em menos de uma hora e meia. Ai caralho.

— puta que pariu — xingo e levanto da cama num pulo arrancando as roupas e correndo pro banheiro. — vou te por em viva voz.

— por quê?

—eu tô atrasada, tenho que tomar banho.

Entro embaixo do chuveiro e grito com a água fria, sem reclamações, vai assim mesmo.

— atrasada pra quê? — ouço alguma coisa bater do outro lado da linha.

— meio que Harry me chamou pra sair - digo incerta, ele quase me intimou.

— eu não acredito! - ela grita.

O sabão deslizava por todo meu corpo numa cascata com a ajuda da água gelada. O que merda aconteceu com esse chuveiro?

— porquê você me disse agora?

—eu esqueci — falo e corro pra longe do banheiro com a toalha no corpo e o celular na mão.

Procuro pelos cabides alguma roupa decente enquanto Ally tagarela o quanto Harry é quente com todas as suas tatuagens entranhas, eu rio com sua empolgação.

— põe aquele vestido tubinho branco de alcinha o que vem perto do joelho, com seus scarpin vermelho. - ela diz — eu fico de pau duro quando você usa eles.

Levanto uma sobrancelha e visto um conjunto de lingerie — você não tem pau Ally.

— exatamente.

— credo.

Me espremo pra entrar no vestido, ele é justo do início ao fim e o zíper na lateral não que colaborar comigo.

— você já está vestida? -ela pergunta.

—sim, acabei.

Suspiro com aquela coisa me apertando.

— prende o cabelo — ela indica e assim o faço.

— por quê eu tô te obedecendo mesmo?

— porque eu sei que você não fazia a minha ideia do o que usar, e você sabe que eu vou te deixar um arraso, agora, para de perder tempo e vai rebocar a cara.

Reviro os olhos — tá bom mamãe.

Ando de volta pro banheiro com a maleta de maquiagem.

— faz um risco com o delineador nos seus olhos, põe o batom vinho e cai na fé com o rímel, você não precisa de mais reboco, sua pele é perfeita sua cretina.

Gargalho e alguns minutos mais tarde com o desafio da minha vida cumprido, encaixo meus pés nos saltos e sorriu.

—obrigada Ally.

— de nada - ela rir — boa sorte.

Ela diz e desliga, no tempo perfeito que a campainha toca, olho pro relógio no meu celular, oito em ponto. Caralho o homem é pontual.

Eu desço as escadas e minha barriga gela com a sena de Justin e Harry se encarando prestes a se matarem. Justin estava com os braços cruzados e tenso, Harry tinha um sorriso debochado na boca que se abriu mais ainda quando me viu parada no meio da sala. Ai merda.

— você está linda - Harry diz me fitando, ignorando o loiro na sua frente que olha rápido pra trás quase tropeçando quando me ver.

— obrigada - sorrio pra ele.

— valeu a pena ter esperado por - ele olha pro relógio no seu pulso — um minuto - rir e anda até mim me agarrando pela cintura e tendo certeza que bateu com o ombro no de Justin quando andava.

Ele joga com a provocação, e sabe que é bom nesse jogo de quem pode mais.

— ma belle - ele sussurra com o sotaque carregado.

Puta merda, ele também fala francês?

— foi por ele que você quis separação? - Justin me olhava incrédulo e com a cara nada boa.

— me diz? Você me crucifica a dias, e estava fazendo a mesma coisa o tempo todo! — ele fala alto e Harry aperta minha cintura. Ele deve está confuso.

—eu não te trai seu babaca! Eu não te devo mais nenhuma satisfação, mas é minha honra aqui, eu conheci o Harry um dia atrás, eu não sou como você, não queira me comparar.

— você é inacreditável Acácia. - ele diz. — você não perde tempo.

— você tá errado — cuspo — eu perdi tempo com você.

— vem, vamos embora - Harry diz baixo no meu ouvido, eu estou furiosa.

Ele segura minha mão e me leva pra fora de casa.

— isso foi... - ele diz

— tenso - completo com um sorriso sem graça — olha me desculpa por isso.

— tá tudo bem - ele diz e aperta minha mão me confortando antes de abrir a porta do seu carro pra mim entrar.

— eu devia ter te falado - digo — que eu... Você sabe.

— não, é sério tá tudo bem — ele rir e liga o carro — eu vi sua aliança quando você estava na boate - ele fala — eu preferi arriscar.

Olho surpresa e constrangida pra ele.

Preferi ficar calada, mas sorri, fechei meus olhos por um instante e respirei o seu cheiro que estava por todo o carro.

— desculpe por não ter dito antes - sorrio — mas você está gostoso.

Harry solta uma gargalhada gostosa que me fez sem querer, rir com ele.

— e você fala francês! — guincho e bato palmas. — Ally me disse que Ethan também fala.

— estudamos juntos - ele diz.

— você fala outra língua?

— espanhol e italiano - ele sorrir, eu o admiro impressionada, eu mal falo minha língua mãe, e ainda falo errado.

—por que tantas línguas? - pergunto

— segredo - ele pisca pra mim.

O carro para em um restaurante lindo, com a fachada chamativa e muito brilho. Eu especialmente​ gostei.

— eu gostei - falo.

— você vai adorar a comida desse lugar - ele sai do carro e eu o imito.

—eu ia abrir a porta pra você — ele resmunga.

— ops -gargalho.

— engraçadinha — ele me amarra com seus braços pela cintura, ele juntou nossas bocas tão rápido quanto o corpo.

Ele terminou o beijo mais rápido ainda, eu me impressiono com a vontade de quero mais que veio de mim.

Choramingo baixinho e aperto sua camisa azul petróleo entre os dedos.

— eu vou te beijar muito mais depois - ele garante e me leva consigo pra dentro daquele lugar.

Você está usando o garoto. Meu subconsciente diz, que cretina.Eu sinto que no fundo, isso é errado, os lamúrios de arrependimento. Eu repreendo o que minha cabeça diz, bem rápido, eu não estou usando Harry. Pelomenos quero acreditar assim.