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História Mermaid - Larry Stylinson - O tritão que não resistiu à tentação humana


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Só tenho uma coisa a dizer: preparem-se.
Boa leitura!

Capítulo 16 - O tritão que não resistiu à tentação humana


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Larry Stylinson - O tritão que não resistiu à tentação humana

Não estava sendo fácil. Nos últimos dias estava me dedicando ao máximo em aproveitar tudo o que a colônia tinha a me oferecer. Niall e eu pegamos o maior número de missões possível, passamos praticamente todos os segundos juntos.

Eu tentava não pensar que podia não ouvir sua gargalhada por um longo tempo. Que podia não ver o sorriso gentil que Anne me dava sempre que me via ou nos olhares amáveis que Maura lançava a Niall sempre que ele embalava seu ovo como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. 

Também me concentrei em ficar junto do clã Styles, aproveitando refeições e reuniões que eu sempre julguei entediantes. Agora, até as coisas que eu sempre odiei fazer se tornavam importantes e conforme os dias iam passando, sorrir naturalmente ficava mais difícil. 

Para piorar, conforme minha partida se aproximava, todo esse estresse e essa pressão faziam com que eu não me alimentasse direito e passasse mal algumas vezes. Tive uma vertigem durante minha última missão com Niall e se não fosse por sua agilidade, teríamos feito um barco de pesca bater contra uma rocha. Para piorar, ainda tive que aguentar o olhar preocupado de Niall durante o restante do dia. 

Toda essa dedicação à colônia fez com que eu negligenciasse Louis por alguns dias, o que me deixava muito triste e fez com que ele achasse estranho o fato de que eu não iria vê-lo mais todas as noites.

– Eu fiz algo de errado? – Ele me olhou receoso, os olhos azuis brilhantes e curiosos. 

– Não, claro que não. – Eu segurei seu rosto entre minhas mãos. – Eu só estou um pouco ocupado com a colônia, prometo que vai passar e eu vou ter todo o tempo o mundo para você. 

Essa era a verdade, eu tinha três semanas para a colônia e depois teria a vida toda para Louis e para nosso amor. 

– Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou preocupado. – Eu posso ajudar de alguma forma? 

– Não, amor, está tudo bem, é só por um tempo. Prometo que quando arrumar um tempinho, eu vou te buscar e passamos a noite juntos, mas não vou conseguir ir sempre. 

Eu não iria contar a ele que estava deixando minha colônia para sempre, isso pesaria sua consciência e eu não queria que ele se sentisse culpado por algo inevitável. E contar algo assim era dizer o motivo pelo qual eu estava deixando tudo isso para trás e Louis, definitivamente, não deveria saber que eu havia sido escolhido para o ritual. Após a escolha de Niall, ele já havia cogitado a hipótese e eu vi o medo em seus olhos. Eu não iria apavorá-lo com isso.  

Ele iria saber no momento certo.

– Tudo bem, só me avise se precisar de qualquer coisa e me dê notícias, não gosto de ficar sem notícias suas. – Sorri apaixonado. 

– Eu vou aparecer sempre, nem vai dar tempo de sentir saudade. 

– Impossível. – Ele acariciou minha bochecha e logo depois me beijou. 

Nos vimos apenas por algumas noites, aquelas em que Niall estava cansado demais e sorria para mim, dizendo que eu deveria ir vê-lo. Relaxava em seus braços e logo pela manhã, voltava até a colônia. 

– Louis disse que é tio. – Eu disse baixinho para Niall enquanto estávamos no canto da incubadora e ele acariciava seu ovo lentamente.  

– O quê? – Ele me olhou confuso. 

– Eu perguntei ao Louis o que eu seria do seu bebê e ele disse que eu seria tio. 

– Tio? – Ele repetiu, achando a palavra estranha. 

– Você é o pai dele, porque você o gerou. E eu sou o tio, porque somos muito próximos, do tipo melhor amigo. – Havia uma ruga na testa dele, ainda aparentava estar confuso. – Na verdade, ele disse que tio é o irmão do pai, sabe, duas pessoas quando são geradas pela mesma pessoa são irmãs, então o filho de um irmão é um sobrinho e o irmão de um pai é tio. 

– Isso é muito confuso, não fomos gerados pela mesma pessoa. – Ele riu. 

– Eu também pensei nisso, mas Louis disse que, apesar de ser não sermos gerados pelos mesmos pais, nós somos como irmãos e nos amamos como irmãos, então eu posso ser tio do seu bebê. – Sorri para ele e ele fez o mesmo. – Ele disse que tem um amigo muito próximo e que se esse amigo tiver um bebê, ele vai ser o tio do bebê dele.

– Louis é esquisito.

– Ei! – protestei e gargalhamos, recebendo um olhar severo de Maura, que nos lembrava que ela nos expulsaria dali caso não calássemos a boca.

Nunca era fácil para Niall sair da incubadora, normalmente, ele suspirava triste, mas hoje ele só olhou para mim e sorriu, tentando parecer animado. 

– Sabe que vai ter uma chuva de meteoros amanhã? Nós podíamos ir até aquele rochedo para assistir, o que acha? – Dizia distraído, olhando para mim, tanto que não percebeu quando bateu contra outro tritão. 

– Oi, Niall. – O tritão amparou meu amigo com os braços, mas mantinha-se sério.

– Ah, oi, Josh. – Niall se afastou logo. 

– Estava fazendo uma visita à Maura. – Ele apontou para a entrada da incubadora e senti Niall ficar desconfortável. 

– Sim. – Disse sério e um clima pesado se instalou.

– Como está? – Josh tentou.

– Bem? – Niall respondeu com uma pergunta. 

– Eu me refiro a outra coisa. – Olhamos confuso para o tritão. - Aquilo. - Ele apontou para os ovos que ocupavam a incubadora. 

– Coisa? Aquilo? – Eu disse chocado. Como ele podia se referir desse jeito a outro ser, ainda mais um bebê. E pior, o seu próprio bebê.

– Harry tem toda razão. Coisa? Qual o seu problema? – Niall o encarou. – Olha, se quer um conselho, só fique longe. 

– Eu digo o mesmo. – Ele rebateu. – Fique longe daquilo. 

– Olha aqui... – Niall estava pronto para brigar e eu o apoiaria totalmente, mas fomos interrompidos pela voz imponente de Bobby. 

– Niall. – Bastou essa palavra dita por Bobby e Niall parou. – Achei que tinha que se preparar para sua missão, Josh. Não terá uma tarefa fácil amanhã. – Disse altivo.

– Eu vou, senhor. – Josh sempre foi muito obediente, não fazia seu tipo desobedecer ou retrucar um líder. 

– E, Josh, não diga ao Niall o que ele deve ou não fazer. Você não tem autoridade para isso. 

Provavelmente, eu e Niall tínhamos um sorriso vitorioso no rosto enquanto o outro simplesmente assentiu e partiu. 

– Sabe que não pode brigar com outro membro da colônia, não é? – Bobby o repreendeu.

– E como você mesmo disse, ele não pode me dizer o que fazer ou não. 

– Mas eu posso e, Niall, talvez ele tenha razão, não é bom que fique fazendo essas visitas, os outros já estão começando a desconfiar. 

– Acha que ninguém desconfia de suas preferências, Bobby? – Maura surgiu, erguendo uma sobrancelha para o tritão, defendendo Niall. 

– Isso é diferente. – Ele se defendeu. – Mas, enfim, eu vim até aqui para passar um recado. – Ele se virou para mim. – Desmond pediu para que eu o avisasse que vocês dois sairão em uma missão juntos. – Arregalei os olhos. 

– O que foi que eu fiz? – Perguntei apavorado e Bobby riu. 

– Ele só quer passar um tempo com você, não se preocupe. Nós não somos do tipo que conversamos sobre isso, mas sei pelo que ele está passando. Não é fácil vê-los crescer. – Bobby olhou de relance para Niall. – No fim, isso é um lembrete do quanto nós estamos ficando velhos.

– E quando é a missão? 

– Em dois dias. 

– Dois dias? – Perguntei apavorado. 

Em dois dias seria meu ritual. Em dois dias eu planejava estar longe, em nossa ilha, nos braços de Louis, aguardando uma noite para que a lua cheia voltasse e pudéssemos nos amar novamente. Eu não tinha dois dias. 

Fiquei chocado, olhando para o horizonte sem ter reação alguma, tanto que nem percebi que Niall e eu voltamos a ficar sozinhos. 

– Ele só quer fazer você não pensar no ritual. – Meu amigo tentou me consolar. – Bobby pediu para que Maura fizesse o mesmo comigo. 

– Eu não posso fazer isso. Em dois dias eu já tenho que estar longe daqui. Amanhã seria o último. – Olhei para Niall em desespero. 

– Então mantenha seus planos. – Ele me abraçou de lado, consolando. – Quanto antes você for, mas seguro será.

– Não. – Soei decidido. – Eu vou dar a Des uma última missão. Posso partir pouco antes do ritual. Eu irei com ele pela última vez. 

No dia seguinte, andei por toda a colônia e falei com todas as pessoas. Internamente eu estava me despedindo de tudo, estava desolado, mas me agarrava à ideia de uma vida toda ao lado de Louis. Eu estava deixando uma grande e bela parte de mim para trás, mas estava caminhando para uma parte muito mais bonita e infinitamente mais feliz. Louis era minha felicidade. Louis era todo o meu amor. 

Chamei Anne e Maura para que nos acompanhasse até o rochedo para ver a chuva de meteoros e comemorei internamente quando nós quatro nos deitamos sobre as pedras juntos. Era assim que eu gostaria que os três se lembrassem de mim: junto de todos, aproveitando o melhor de minha natureza e feliz. 

Foi ainda mais especial poder encostar minha cabeça ao ombro de Anne, vendo as luzes cortando o céu. 

– Eu sempre estarei aqui para você. – Ela comentou baixinho e eu a olhei. – Sei que não quer conversar sobre isso, mas quero que saiba que sempre vou te apoiar e estarei de braços abertos para te receber quando precisar, eu também não ligo em quebrar as regras. – Juntos abrimos sorrisos genuínos, fazendo nossas covinhas se formarem, como um lembrete do quanto éramos próximos.

Ainda assim, senti meu coração apertar, ela não sabia o peso que aquelas palavras estavam tendo agora. Eu queria poder ter Anne ao meu lado para sempre, queria correr para seus braços sempre que pudesse. Mas eu sabia que essa era a última vez, então me aconcheguei ainda mais a ela.

Des já me esperava quando voltamos para a colônia e, diferente do que eu imaginava, sorriu ao meu ver junto dos outros. Pedi um tempo para me preparar, mas utilizei para me despedir adequadamente, já que não teria tempo mais tarde. Peguei Anne de surpresa em um abraço, mas fui devidamente correspondido, depois deixei um beijo em sua bochecha e ela me olhou confusa, mas eu apenas sorri. Por fim, me aproximei de Niall e o abracei forte. 

– Isso não é um adeus. – Ele disse baixinho em meu ouvido. 

– Não é um adeus. Eu vou te ver assim que as coisas melhorarem. – Trocamos um olhar significativo e eu finalmente fui atrás de Des.

Ele me levou para uma parte bem distante da costa, uma parte escura e agitada do Mediterrâneo, eu sabia que era uma missão de elite, da qual ele e os líderes se ocupavam, na maioria das vezes. 

– Eu vi o quanto se envolveu com a colônia nos últimos dias, Harry. – Ele iniciou. – Isso me faz muito feliz, desde nossa última conversa, você tem sido outro tritão, um orgulho muito grande cresce em mim. Eu sabia que você precisava apenas de uma conversa, alguns conselhos e entenderia quais são os meus planos para você no futuro. – Eu estava calado, totalmente amargurado por escutar ele dizer que se orgulhava de mim, quando tudo o que iria fazer era decepcioná-lo. – Você é o meu descendente, está destinado a estar entre os melhores, a liderar. Está destinado a ser o líder do clã Styles... – Senti minha visão embaçar e meu estômago se revirar. 

Tinha planejado fugir na calada da noite, sem alardes, sem despedidas chorosas e longe da visão de todos. Seria simples para que eu mantivesse as boas lembranças e causasse o mínimo de dano possível. 

Eu sabia que não havia uma forma boa para fugir, mas isso era o mais próximo que eu chegaria de uma paz. Causaria o mínimo possível de mal a Des, Anne ou Niall. Já houve casos de desertores antes, alguns tritões que foram exilados por má conduta ou que, simplesmente, desapareceram sem maiores explicações. Esse era para ser o meu caso.

Mas agora, eu estava junto de Des em um local desconhecido e do qual irradiava uma magia incrível, recebendo a notícia de que iria ser líder do meu clã. Nada poderia ser pior. 

– Está destinado a ser o líder da colônia. – Senti o ácido subir até minha boca, mas segurei para não piorar tudo. – Está destinado a conhecer Poseidon! 

Foi apenas dizer o nome e as águas ao redor tremularam. Eu sentia as ondas de poder percorrerem meu corpo piorando minha náusea. Forcei-me a ficar firme, mas quando a figura de homem surgiu à minha frente, foi difícil encará-la. 

– Senhor. – Des fez uma reverência. – Eu fiz minha escolha. – Ele encarou o homem e eu finalmente tomei coragem para fazê-lo. 

Poseidon estava realmente a minha frente. 

Ele era bonito, forte e altivo, olhava para nós dois com uma superioridade arrogante, seu rosto era severo, mas isso não parecia surpreender Des, então julguei ser seu estado de espírito frequente.

– E qual é sua escolha? – Sua voz soou e um calafrio percorreu meu corpo.

– Meu descendente. Harry, do clã Styles. – Des me apresentou e eu senti que não aguentaria por muito mais tempo. Meu corpo todo queria ceder e desfalecer diante daquele homem. 

E tudo piorou quando sua gargalhada preencheu o ambiente. Sim, Poseidon estava gargalhando. E, embora fosse realmente um riso de divertimento e não do tipo sádico, eu e Des não sentíamos humor algum. 

– Você está me oferecendo como líder o tritão que vem te enganando todo esse tempo? O tritão que traiu o meu povo? Aquele que não resistiu à tentação humana? - Senti minhas entranhas se revirarem a cada palavra proferida. Ele sabia. Poseidon sabia de tudo. – Está me oferecendo o tritão que carrega no ventre o filho de um humano? 

E então eu cedi. Desfaleci, entregando-me ao inconsciente. 

 


Notas Finais


Podem gritar, podem comemorar, podem chorar. Extravasem! A história começa a ganhar novos rumos, percebem?
Harry está grávido sim. Poseidon apareceu sim. Des ficou sabendo da gravidez sim. E o mundo vai virar de cabeça para baixo sim.
Acho que não é muita novidade o Harry estar grávido, a maioria de vocês já sabia ou já desconfiava, não é? Mas acho que é novidade terem descoberto assim rsrs'
Espero do fundo do meu coração que tenham gostado, porque foi o capítulo que eu mais gostei de escrever até agora e estou louca para ver a reação de todos vocês.
XO


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