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História Mermaid - Larry Stylinson - Um futuro de incertezas


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Mil desculpas pela demora, eu acabei ficando super enrolada com a faculdade, provas e trabalhos e não tive tempo de escrever, mas estou de volta firme e forte u.u
Boa leitura!

Capítulo 17 - Um futuro de incertezas


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Larry Stylinson - Um futuro de incertezas

Desde que Harry havia partido junto de Desmond, eu havia começado a me sentir mal. Eu não sabia o porquê, talvez seja pelo fato de que eu não veria meu melhor amigo por muito tempo e, por mais que eu entendesse os motivos de Harry, eu sentia que não conseguiria aguentar tudo sozinho. 

Uma parte de mim queria poder ter a opção de deixar a colônia e todos os seus dogmas duvidáveis para traz para ter uma grande aventura, mas, como eu havia dito, eu não tinha um Louis, não tinha uma ilha e tinha um bebê

Um bebê que eu jamais deixaria para trás.

Estava olhando os pequenos filhotes terem o treinamento de batalha de Bobby quando fui desperto por Maura. Ela parou ao meu lado e colocou a mão em meu ombro, olhando com carinho para os filhotes. 

– Tentando imaginá-lo lá? 

– Sim, é por mais que eu tente, não consigo imaginá-lo ali, tão pequeno, tendo que ser preparado para matar pessoas. 

– Sei que não concorda com muita coisa que acontece por aqui, mas esse é o nosso dever, Niall... – Uma corrente de ar passou e ela aproveitou para acariciar meus cabelos acompanhando as ondas. – Ele vai ser tão especial quanto você, nós vamos ensiná-lo bem. Eu nunca vou deixar vocês dois se afastarem... 

– Pelos deuses! – Ouvimos a voz de Anne soar e olhamos para trás a tempo de vê-los. 

Desmond carregava Harry em seus braços. O tritão estava desfalecido, com a pele mais pálida do que o comum e um semblante aterrorizado no rosto. 

Des, por sua vez, parecia que carregava o peso do mundo sobre as costas e havia uma ruga tão funda em sua testa que parecia que nunca mais voltaria ao normal. Eu havia o visto há alguns horas, mas agora ele parecia muitos anos mais velho. 

Ele não respondeu a nenhum de nós, levando Harry até seus aposentos. Sem nem esperar um convite ou uma autorização, eu, Anne e Maura nadamos o mais rápido possível até ele. 

– O que aconteceu? – Anne se jogou contra o corpo de Harry.

Des não respondeu, ele nadava de um lado a outro, completamente irritado, de repente, em um rompante soltou um grito violento, do tipo que faria um grande navio tombar, me encolhi involuntariamente enquanto ele socava uma rocha, fazendo-a partir-se. Poucos segundos depois, Bobby apareceu.

– O que houve? – Ele olhou assustado para os cantos, provavelmente esperando a notícia de que estávamos sob ataque, mas quando viu Harry deitado ao chão frio, pareceu entender melhor a situação.

– Aconteceu de novo. – Des soou sombrio. – A lenda está se repetindo. Nossa colônia, mais uma vez, foi assolada pela desgraça que os humanos carregam. – Meu estômago se revirou em um loop nervoso e como se pudesse ler meus pensamentos, Des olhou diretamente para mim. – Você sabia, não é? – Instintivamente, Bobby se posicionou à minha frente. – Você sabia que Harry carrega no ventre o filho daquele humano.

Eu sabia sobre Louis, sabia sobre a ilha, sabia sobre os encontros e sabia sobre o amor, mas eu definitivamente não sabia sobre um filho. A notícia caiu sobre mim como uma bomba. Harry teria um bebê.

– E-eu... – Tentei dizer, mas não encontrei nada que soasse apropriado para a situação. Essa era uma notícia chocante até mesmo para mim. 

– Eu sabia que deveria ter feito algo. – Des continuou. – Quando eu os vi pela primeira vez. – Ergui o rosto para o tritão líder, tentando entender tudo o que ele dizia. – Eu deveria ter arrancado Harry de perto daquele humano, deveria tê-lo mandado para outra colônia se fosse necessário. 

– Você sabia... – Disse completamente chocado. 

– É claro que eu sabia. – Ele riu sem humor algum.  – Acha que eu não iria perceber o quanto ele estava relapso com a colônia ou então suas saídas noturnas? Eu o segui por mais de uma vez, mas por algum motivo, ele sumia de repente. Então eu tive a certeza, a ilha é real, toda a história está se repetindo. – Olhou para o tritão que ainda estava desacordado, agora tendo Anne acariciando seu rosto. – Cheguei a pensar que tudo isso tinha sido apenas uma fase, que depois de ser escolhido para o ritual ele havia mudado, não haviam mais fugas ou desaparecimentos, Harry tinha voltado a ser um de nós. – Olhei desesperado para Bobby, procurando algo para me agarrar, mas sua expressão era ilegível. – Mas é tarde demais...

– O que houve? – Anne perguntou com uma angústia desesperadora em sua voz. – Por que ele está assim? 

– Harry não aguentou estar na presença de Poseidon. 

– Você o levou até Poseidon?! – Quase gritei, sentindo o desespero tomar conta. 

Poseidon havia criado a ilha a pedido de Afrodite, mas não sabia para o que ela servia até que a deusa a escondeu de todos, cercando-a de sua magia para abrigar os dois amantes. O deus dos oceanos nunca havia superado tamanha traição e fomentou ainda mais o ódio que os tritões deveriam ter pelos humanos. Poseidon odiava essa história.

– Minha sorte foi que ele sumiu logo após Harry desmaiar, deixando apenas sua risada sombria ecoar por um bom tempo. 

– Isso é mal, muito mal. – Disse com as mãos nos cabelos, totalmente desesperado. 

Eu nunca havia encontrado um deus, mas eu conhecia muito bem cada história e entendi, pelo menos o mínimo, da natureza de cada um. Deuses não eram do tipo que esquecem as coisas fácil, ainda mais quando isso significa uma traição. Se Poseidon deixou de punir Harry ali, quando teve a chance, significava que o futuro ia ser tão ruim, que isso iria satisfazê-lo o suficiente. 

A situação só piorava e agora todos ali naquela pequena sala pareciam sentir o mesmo que eu. 

– Como eu fui deixar isso acontecer? – Des perguntou enquanto olhava Harry que ainda dormia. – Como eu fui deixar o meu pequeno filhote passar por isso, carregar no ventre o filho de nossos piores inimigos...

Ouvimos um barulho da entrava da caverna e involuntariamente todos os olhares se voltaram ao local. Eu nunca gostei de dizer coisas como "a situação não pode piorar", principalmente, porque eu sempre soube que poderia. Essa era a maior prova disso. 

Na entrada na caverna, olhando-nos com olhos arregalados, estava Josh Devine e o líder de seu clã, Michael.   

Diferente do jovem tritão, que parecia totalmente chocado, o líder do clã Devine era uma rocha, totalmente sério, olhando para tudo com olhos julgadores. 

– O que está esperando, Desmond? – Ele perguntou rude. – Mande-o para as masmorras! 

Automaticamente, Des se ergueu, mantendo-se ereto e superior, assumindo sua pose de líder da colônia. Nada de bom poderia sair dali. 

Nós nem ao menos tínhamos discutido uma forma de lidar com a situação. Eu nem tinha pensado em algo para livrar Harry disso e agora meu tempo havia acabado. 

– Levem-no para as masmorras. – Des disse simplesmente. 

– Não! – Protestei, me jogando para impedir que Josh e Michael chegassem até ele. Mas fui impedido a tempo por Bobby. – Não! – Continuei a me debater, tentando impedir que o levassem. – Des, por favor! Por favor! – Pedi desesperado, mas fui totalmente ignorado, sendo imobilizado enquanto levavam Harry para longe.  – Você não pode... – Eu tentei, mas Des saiu da caverna, seguido de perto por Bobby, deixando-me falando sozinho. 

– Ele vai resolver, Niall. – Maura se aproximou. 

– Vamos ter fé. – Anne disse em um fio de voz, ela parecia destruída, mas ainda assim, se agarrava a Des e na esperança de que ele não deixaria nada de mal acontecer. Ouvimos ao longe a voz de Michael soar altiva.

– Olhem para o rosto pacífico de um traidor! – Fechei os olhos e senti meu corpo todo reagir. – Harry, o descendente do líder do clã mais forte de nossa colônia, se deixou levar pelos encantos de um humano. – Pensei em Louis e na forma doce que ele olhava para Harry. Pensei em como as palavras proferidas por aquele tritão pervertiam tudo de bonito que havia acontecido entre os dois. A raiva me consumiu. – Harry, do clã Styles, carrega no ventre o filho de nossos inimigos. 

O que se seguiu foi uma confusão enorme, toda a colônia se reuniu em torno de Desmond, gritando palavras de ordem, transformando tudo em uma briga por poder. Michael olhava tudo com um prazer descomunal no rosto, ao que tudo indicava, ele estava amando a instabilidade política que estava se instalando. Michael estava preparando-se para tomar o poder. 

– Levem-no para as masmorras. – Desmond usou seu tom mais severo, fazendo todos se calarem. Percebi que Harry remexeu-se desconfortável, ele estava acordando. 

– Eu o levo. – Me prontifiquei. Se Harry acordasse, ele precisaria de um amigo por perto, eu tinha que garantir que estaria lá. Mas uma risada debochada soou por parte de Michael quase me fez recuar. 

– Você? Todos sabem que você e Harry são amigos, Niall. Tal como Bobby e Desmond, vocês estão preparados para morrer um pelo outro. – Ele disse de forma rude.

– Que bom que sabe a quem a lealdade de meu clã pertence. – Bobby se prontificou, encarando-o. – Mas você tem razão quando diz, Niall conhece Harry melhor do que qualquer um, ele é a pessoa indicada para estar lá.

– Não seja ridículo...

– Mande um dos seus. – Bobby insistiu. – Josh e Niall podem tomar conta das masmorras. 

– Siga-o, Josh. – Michael ordenou. – E fique de olho nele. 

Eu e Bobby trocamos olhares significativos enquanto eu me aproximava para tomar Harry em meus braços e o conduzir até as masmorras. Eu não sabia exatamente o que fazer, mas assim que saímos, a confusão voltou a se instalar, fazendo soar os julgamentos indignados dos tritãos, lembrando-me que eu precisava agir e precisava fazer isso logo. 

Josh pareceu meio relutante em me deixar ficar com as chaves da grade que prendia Harry, mas ele acabou cedendo após eu dizer que achava a atitude de Harry tão repugnante quanto ele. Josh era do tipo que apenas seguia o que lhe era mandado, então acabou acreditando em minhas palavras. 

Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas ouvindo a deliberação que se estendia ao longe. Ouvi por tantas vezes a palavra "morte" que me sentia prestes a ter um colapso nervoso a qualquer segundo. Nada vinha à minha mente. 

– Acho que é a primeira vez que ficamos sozinhos. – Ele quebrou o silêncio. – Eu gosto de ficar sozinho com você. – Olhei para ele sem entender o que ele queria dizer. – Eu gosto de como Desmond e Anne são próximos, ou até mesmo Bobby e Maura, nós podíamos ser próximos também. 

– Olha, Josh, nós nem somos amigos, você é bem legal e tudo o mais, mas eu não acho que esse seja o momento apropriado para iniciarmos uma amizade. 

– Niall, nós fizemos um filhote juntos. – Desviei o olhar dele. 

– Um filhote que você chamou de coisa. – Disse frio. 

– Eu só não sei como agir com ele ou com você. Eu sinto até que estou quebrando regras quando vejo você com aquele ovo. – Revirei os olhos por ele se referir ao meu bebê assim. – Nós só deveríamos conversar mais, sabe? Eu posso te ajudar em algumas coisas, talvez possamos fazer alguma missão juntos. Eu quero ser seu amigo, quero te ajudar, quero saber do que você precisa. 

– Talvez eu precise de algo. – Preciso de uma chance, Josh. Obrigada por me dar essa chance. – Sabe, eu não comida nada o dia todo e, pelo jeito, vamos ficar de guarda pelo resto do dia. 

– Claro, eu posso ficar aqui enquanto você vai comer algo e ninguém precisa saber de nada. – Ele disse rápido, soando realmente interessado em me ajudar. 

– Na verdade, será que você não poderia pegar algo para que eu comesse? – Ele me olhou estranho. – É que eu quero estar aqui caso Harry acorde, ele ainda é meu melhor amigo. – Deixei minha voz o mais doce e amável possível, colocando ali todo o meu charme, para completar, segurei a mão de Josh. – Você entende, não é? 

Ele olhou nossas mãos unidas e logo depois olhou para meu rosto, abri um sorriso tímido, mantendo máximo de charme que consegui. 

Por dentro, eu me batia mentalmente por usar um truque tão baixo. Josh não parecia ser um tritão ruim, ele só não era o tipo de pessoa para mim. Eu nunca pensei em viver um grande caso de amor, mas se isso um dia acontecesse, eu não queria que fosse com alguém que é sempre tão "certinho", eu queria alguém que estivesse disposto a jogar fora tudo em sua vida para viver o amor ou, no meu caso, que não se importasse com as consequências de se ajudar um amigo. 

Josh, definitivamente não era para mim. E talvez essa pessoa nem existisse, mas tudo bem, era apenas uma ideia bonita sobre um amor altruísta.

– Claro. – Ele concordou feliz, mantendo nossas mãos juntas por um tempo. – Eu volto logo. – Ele saiu em disparada, provavelmente querendo voltar o mais rápido possível. 

– Obrigado, Afrodite. – Disse rápido enquanto entrava na cela que prendia Harry. – Acorda. – Comecei a chamá-lo. – Vamos, Harry, sei que já está melhor. Acorde! – Ele se mexeu, mas ainda não acordou. – Harry, pelo seu amor ao Louis, por favor, acorde! 

Finalmente, Harry abriu os olhos. 

Ele demorou algum tempo para se acostumar com a realidade ao seu redor e quando focou os olhos em mim, começou a rir. 

– Niall, eu tive um sonho muito bizarro. – Disse risonho. 

– Temo que não tenha sido um sonho. – Ajudei-o a levantar. – Vou encurtar tudo para você, porque estamos sem tempo. Você foi a uma missão com Desmond, vocês encontraram Poseidon, você não aguentou ficar na presença dele, Desmond e Poseidon sabem de tudo sobre você e Louis. Agora Anne, Maura e Bobby também sabem. Você vai ter um bebê, está com um filho de Louis no ventre, como os humanos e como a lenda. – Harry me olhava estarrecido. – Michael e Josh ouviram a nossa conversa, está uma confusão enorme, porque eles contaram para todos sobre o seu bebê. Te mandaram para as masmorras, eu consegui convencê-los a me deixarem de guarda, mas Josh está aqui também e pode chegar a qualquer minuto. 

– Niall, eu... – Ele estava completamente chocado e sem chão e eu nem poderia culpá-lo. 

– Harry, olha para mim. – Eu segurei seu rosto entre minhas mãos. – Esse lugar não é mais seguro pra você, vá até o Louis, conte a ele que você está esperando um filho dele, diga que ele terá que cuidar e esconder você, fique na ilha até que eu faça contato e diga que as coisas estão melhor. Se eu não conseguir contato com você, peça para Louis te levar para longe. 

– Mas eu... – Ele tentou. – Como eu...?

– Eu também não sei, não posso te ajudar muito agora, mas o Louis vai poder te ajudar, você precisa ir agora. Vá até ele e depois vá direto para a ilha, não converse com ninguém e não revele a localização da ilha para ninguém. 

– Mas e você? – Ele olhou fundo em meus olhos. 

– Eu vou ficar bem. - Disse para acalmá-lo. Eu não sabia o que me esperava no futuro, principalmente, porque todo mundo saberia que eu o libertei, mas eu não me importava agora. Harry tinha que sair dessa, se eu não teria a vida que sonhei, ele teria.   

– Promete? – Ele olhou para mim. 

– Você precisa ir, Harry. Agora! – O empurrei para fora da grade, desviando totalmente o assunto, não querendo dar-lhe falsas expectativas. – Vá até o Louis, diga para te encontrar na ilha, não desvie o caminho e diga que está carregando o filho dele. Vá! 

Ele olhou uma última vez para mim antes de efetivamente partir. Senti meu peito se apertar diante das incertezas que guardavam o meu futuro e o futuro de Harry. Essa poderia ser a última vez que eu o veria.

– Niall? – Josh me chamou enquanto eu ainda olhava para a extensão do oceano pela qual Harry havia sumido. Me virei para ele e o vi olhar chocado para a cela vazia. – O que você fez? 

 


Notas Finais


Sentiram como as coisas ficaram tensas na colônia? E se querem saber, a tendência é piorar rsrs'
Mas eu espero que tenha dado para notar que o Des não é um vilão, assim como Bobby, Maura ou Anne. Eles terão idas e vindas, mas já adianto que não é um vilão.
Eu quis fazer esse pov Niall para mostrar como as coisas ficariam para ele e para colônia, para explorar um pouco mais os personagens também, mas o próximo capítulo volta a ser pov dos Larry.
Estão preparados para a reação do Louis? Vem no próximo ;)
Espero que tenham gostado e me desculpem pela demora <3
XO


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