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História Mermaid - Larry Stylinson - Sacrifício


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Preparem-se para as revelações rsrs'
Boa leitura!

Capítulo 18 - Sacrifício


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Larry Stylinson - Sacrifício

Tínhamos acabado de trazer um grupo de turistas. James estava mais sorridente do que já esteve em toda a sua vida, segundo ele, não tinha tantos clientes assim há muito tempo e eu me sentia realmente feliz por fazer parte disso. James merecia fazer muito sucesso com seus passeios.

Vi os cabelos negros e flutuantes de longe e não precisava de nada para ter certeza que era Harry. Ele se aproximou meio incerto e eu sabia que tinha algo de errado. Meu Harry não tinha um lindo e desconcertante sorriso de covinhas, ele não nadava até mim gracioso e determinado. Ele parecia confuso e perdido, bem diferente do que eu imaginei que aconteceria depois de algumas noites longe um do outro.

Eu sabia que algo de errado estava acontecendo nas últimas semanas, Harry estava sempre cansado e preocupado, por vezes até distante, mas agora eu estava mesmo muito preocupado.

E se Harry tivesse se cansado de mim? E se eu tivesse feito algo de errado? Como poderia viver em um mundo em que meu Harry está longe de mim?

Deus, eu o amava tanto!

– Amor? – Disse receoso assim que ele estava perto o bastante. – Aconteceu alguma coisa?

– Lou, eu preciso que me encontre na ilha agora. Vá de barco, me encontre lá. – Sua voz soou afobada e amedrontada.

– Harry, o que aconteceu? Você está bem? Está ferido?

– Só me encontre lá, rápido, por favor.

– Eu posso ir com você agora mesmo. – Me prontifiquei, já tirando minha camiseta.

– Não, você precisa ir de barco, eu não vou poder te trazer de volta.

Então eu paralisei. Eu já tinha vivido algo parecido com isso antes. Logo no início, Harry quis desistir de nós dois pelo medo do que poderíamos causar um no outro.

Na época, eu consegui fazê-lo mudar de opinião e provar o quanto eu o amava e esperava que já tivéssemos superado isso. Agora eu não tinha mais tanta certeza. Mas Harry me aliviou quando se aproximou ainda mais.

– Venha logo, eu preciso de você. – Tocou nossas mãos e me olhou profundamente, logo em seguida ele mergulhou e sumiu.

Meu coração martelava forte contra o peito enquanto eu arrumava tudo o que podia no menor intervalo de tempo possível. Logo, eu estava em alto mar, odiando o fato de que o pequeno bote emprestado de James não tinha força o suficiente para ir mais rápido.

Amarrei o barco rápido, peguei a mochila que tinha trazido e corri até a clareira. Ele estava boiando sobre as águas calmas e cristalinas do lago e eu suspirei aliviado. Ele estava ali.

– Amor? – Chamei e ele despertou, arrastando-se para a parte rasa do lago.

– Oi...

Ele disse aquilo tão tímido que me fez ter a certeza de que algo estava errado. Então tirei a camiseta e a bermuda e me preparei para entrar no lago. A água, assim como tudo o que havia naquela ilha, era agradável, sempre na temperatura certa. Me sentei ao seu lado e passei o braço por seu corpo, abraçando-o.

– Eu quase morri de saudade. – Desabafei.

– Eu também. – Ele me encarou e seus olhos brilharam. Segurei seu rosto delicadamente entre meus dedos e o beijei. – Me sinto perdido. – Confessou e sua voz embargou.

– Por quê? – Delicadamente acariciei seu rosto.

– Eu tenho tanto para te contar que nem sei por onde começar.

Ele começou sua história do dia em que Desmond lhe contou que ele havia sido escolhido para o ritual. Não disse a ele, mas só a possibilidade de Harry se unir a outra pessoa dessa forma fez tudo dentro de mim querer gritar em puro desespero. Mas apenas deixei que ele continuasse.

Finalmente entendi o porquê de estarmos distantes nos últimos dias. Ele me contou sobre como planejava deixar a colônia para não ter que participar do ritual e que não havia me contado porque ficou com medo de que eu me sentisse culpado.

Ele tinha toda razão, eu me sentia culpado agora. Eu não queria ser a pessoa pela qual ele tem que desistir de tudo. Mas também não queria que Harry tivesse que fazer parte dessas coisas incômodas da colônia, como o ritual de acasalamento, porque por mais que não houvesse envolvimento emocional, queria ser o único a ter qualquer experiência com Harry. Queria ser eu a dar-lhe um filho.

Então Harry passou para o momento em que aceitou fazer parte da missão com Desmond e senti que sua confusão começava a aumentar.

– Espera você conheceu Poseidon? Tipo o Poseidon? O deus grego? Deus dos mares e oceanos? – O interrompi soando totalmente incrédulo.

– Sim, Des queria me apresentar como o novo líder da colônia, então tinha que me levar até ele. – Ele explicou como se não fosse totalmente bizarro.

– Mas ele é um deus e... – Nem deveria existir, completei mentalmente.

– É, ele é um deus que não deve gostar muito de mim. – Suspirou. – Ele não gostou quando Des me apresentou, ele sabe sobre nós e disse que eu não poderia ser o líder porque eu amo você e porque eu estou com um filho seu no ventre. – Paralisei, mas Harry não pareceu perceber. – Eu não sei como ou o que isso significa direito, acho que é como as baleias. – Disse inocente, ainda não compreendendo meu atual estado de espírito. Como era possível? – Eu não sei bem o que aconteceu depois disso, eu acordei muitas horas depois preso em uma das masmorras da colônia, Niall estava me libertando e me pedindo para vir encontrá-lo, porque todos já sabem sobre nós e, bem você sabe sobre a lenda... – Ele me olhou em busca de algo. – Eu só não sei o que fazer, me sinto perdido e não sei o que está acontecendo comigo. – Um filho. Harry, por um milagre da natureza, estava grávido. – Me diz alguma coisa, por favor. – O desespero em sua voz partiu meu coração.

– Nós vamos ser pais. – Murmurei, tão chocado que nem conseguia dizer em voz alta.

– Eu não entendo. – Ele continuava confuso.

– Harry... – Segurei seu rosto entre minhas mãos. – Você está grávido! Eu não sei como isso é possível e provavelmente vamos ter que comprovar por algum exame, mas você está! Isso não faz nenhum sentido, tecnicamente, você é um homem como eu, mas você também é um ser mitológico, então quem se importa? – Comecei a rir involuntariamente. – Você vai me dar um bebê!

– Você está feliz? – Perguntou confuso.

– Feliz? Harry, eu estou mais do que feliz! Meu amor, eu nem sei como lidar com uma notícia dessa. Eu sempre quis ter filhos com alguém que eu amo e eu amo você. – Ri e comecei a beijar seu rosto. – Obrigada, muito obrigada. Eu nem sei o que dizer para demonstrar o quanto isso me deixa feliz. Você é a melhor decisão de minha vida. – Olhei para sua barriga e coloquei minhas mãos ali. – Tem ideia do quanto isso parece um sonho? – Disse abobado, olhando para a barriga lisa de Harry.

– Tem um filhote aí? Como as baleias? – Ele parecia bem mais aliviado por ver que eu estava feliz, mas parecia ainda não saber o que estava acontecendo em seu corpo.

– Sim, amor, como as baleias. – O puxei para meu colo e comecei a acariciar sua barriga. – Aqui dentro, tem um pequeno ser, um bebê.

– Você colocou ele aqui dentro? Colocou um bebê em mim enquanto nós fazíamos amor?

– Sim, nós fizemos amor e eu coloquei um pouquinho de mim aqui dentro, mas você ajudou, tem muito de você nesse bebê também.

– Então nós temos um bebê fruto do nosso amor?

– Sim! – Abri o maior sorriso de minha vida. – Eu te amo tanto, Harry. – Acariciei a pele molhada de seu rosto e afastei os cabelos que estavam colados a seu rosto, ele abriu um sorriso de covinhas e, em seguida, nos beijamos lenta e profundamente.

Harry e eu passamos a noite deitados sob nossa tenda, eu acariciei e beijei sua barriga por diversas vezes e por mais que eu soubesse que precisaria fazer um exame para confirmar a gravidez, eu já tinha certeza que era verdade. Com Harry nada seguia as ordens da natureza, com ele era puro e mágico.

Quando acordei pela manhã, ele ainda dormia enroscado a mim, confortável e lindo como sempre. Me desvencilhei de seu abraço e colhi algumas frutas, fazendo uma nota mental de arrumar um jeito de trazer mais variedade de comidas para Harry, ele precisava se manter bem e saudável.

– Bom dia, baby... – O acordei com uma salada de frutas em mãos.

– Bom dia. – Ele sorriu. – Eu ainda tenho um bebê? – Levou uma das mãos para a barriga.

– Sim. – Eu ri de sua inocência. – Você vai continuar tendo um bebê por nove meses. – Selei seus lábios e lhe entreguei as frutas.

– Lou... – Disse receoso enquanto comia um pedaço de mamão. – Você sabe que eu não vou poder sair daqui, não é? Agora eu sou um fugitivo.

– Eu sei e quero que saiba que sinto muito por ter que passar por isso. – Acariciei seu rosto. – Eu vou tentar fazer o melhor para você aqui na ilha, para que fique confortável e qualquer coisa que precisar eu estarei aqui. Eu vou proteger vocês dois até o fim e com a minha vida se for preciso. Você e o nosso bebê são tudo para mim. – Dei um beijo em sua testa.

– Lou, eu queria que soubesse que se eu tivesse a oportunidade, eu faria tudo de novo, exatamente do mesmo jeito. Viver um amor sempre foi o meu sonho e sou grata por você vivê-lo comigo.

Nos beijamos por um longo tempo antes que eu finalmente criasse coragem para deixá-lo, o que não foi nenhum pouco fácil. Agora, toda despedida minha e de Harry seria assim: uma tortura lenta e dolorosa, até que eu voltasse correndo para ele novamente.

Minha mente trabalhava a mil por hora enquanto eu guiava o barco pelo mar, mas em alguma parte do caminho, uma onda se ergueu à minha frente, revelando o corpo adulto de um tritão desconhecido.

Senti todo o meu sangue circular mais rápido por meu corpo, parei o barco em abrupto e tive que me segurar para não cair no oceano. Fiz uma busca rápida com o olho, buscando qualquer coisa que pudesse me ajudar em um possível confronto. Tudo o que eu tinha era um remo antigo, mesmo assim, o empunhei, posicionando-me de forma ofensiva. O tritão gargalhou.

– Eu me esqueço como os humanos podem ser ridículos quando querem. – Sua voz grave soou, mas eu não recuei. – Abaixe isso, humano. Eu poderia ter te afogado com um estalar de dedos. – Desdenhou.

– Quem é você? – Continuei em minha posição.

– Desmond, o líder do clã Styles e da colônia do Mediterrâneo. – Vacilei e cai sentado sobre o barco. – Vejo que já me conhece, como eu também já te conheço, vamos facilitar as coisas.

– O que você quer? – Voltei a me levantar, dessa vez sem apontar o remo em sua direção.

– Eu não confio em humanos. – Ele iniciou. – Para ser sincero, eu os odeio e os desprezo. Vocês são responsáveis por todas as desgraças do mundo e continuam a errar, uma vez atrás da outra e de novo e de novo, e eu me pergunto todos os dias quando é que vocês vão parar. – Não respondi sua provocação, pois concordava totalmente com ele. – E você, em especial, conseguiu fazer pior do que qualquer outro humano. Você roubou o que eu tenho mais especial. Roubou um dos meus melhores guerreiros, roubou o meu descendente, roubou o meu filho. Você é pai agora, humano. Pode me dizer a dor que seria se te levassem o seu filho? – Um frio percorreu meu corpo e eu não tive coragem de sustentar seu olhar.

– Achei que os tritões não pudessem criar laços.

– Nós não podemos nos organizar em laços, como vocês fazem, mas criar laços é inevitável. Eu posso não chamar Harry de filho, mas isso não significa que ele não seja ou que eu não sinta nada por ele. Eu o amo tanto que eu o vi jogar toda a vida fora por sua causa e não fiz nada para impedi-lo.

– Harry e eu nos amamos! – Quase gritei. – Erro cometeu quem nos proibiu de viver esse amor, quem proibiu os tritões de terem uma vida de verdade, sem se esconder do mundo.

– Você parece ser um humano inteligente. Diga para mim o que aconteceria se os humanos descobrissem que deuses existem, todos eles, de todas as religiões, que bruxos, sereias, centauros, anjos, tudo é real. – Respirei com alguma dificuldade por saber que tudo o que eu lia em minha infância era real. Como era possível? – Diga que não haveria um caos total e que os humanos saberiam lidar com tudo isso. Diga que a perversão e a sede por poder não faria com que os humanos corrompessem tudo isso e usassem todos nós em busca de sua própria ganância. Diga.

Me calei. Ele tinha razão. Os humanos não respeitariam sua natureza como eu fiz. Os humanos não respeitavam nem a si próprios.

– O que você quer de mim?

– Eu eduquei Harry, eu o conheço muito bem e, apesar de discordarmos em muita coisa, eu confio em seu julgamento. Se ele confia em você, é porque você o corresponde. Você conhece a antiga lenda? – Eu assenti. – Sabe qual dos dois amantes morreu primeiro? – Neguei. – O humano. Ele se sacrificou pela sereia e pelo filho, disse que eles podiam matá-lo e deixar os outros dois, sua família, em paz. Você daria sua vida por Harry, humano?

Louis não sabia o que ele queria com tudo aquilo. Talvez Desmond só quisesse contar essa história para que Louis fizesse o mesmo. E se fosse preciso, ele faria.

– Sim. – Fui firme, não queria que ele pensasse que eu o temia ou não estava convicto de minha resposta. – Você pode me matar agora se me prometer que deixará Harry e meu filho em paz.

– Eu não vim para matá-lo. Eu vim pedir para que me prove que eu estou errado. Pedir para que ajude a Harry e Niall. – O encarei, mostrando que estava disposto a tudo. – Eu estou de mãos atadas, meu cargo está a um fio e qualquer passo em falso significará a minha queda. E eu tenho que me manter no poder, tenho que manter as rédeas, assim eu posso contornar as situações e fazer o possível para mantê-los seguros. Por isso eu mandei Harry às masmorras, eu não tinha planos efetivos de deixá-lo lá, eu só precisava de tempo, mas Niall foi impulsivo e o libertou. Agora Harry está a salvo, mas Niall foi condenado ao sacrifício. – Arregalei os olhos. – Ele será sacrificado e oferecido a Poseidon na primeira noite de lua cheia.

– O quê? Mas isso é bárbaro! – Disse completamente indignado. – E a lua cheia é em dois dias!

– Niall foi condenado por máxima traição, está preso e proibido de receber comida. Nós tentamos levar ajuda, mas ele se nega, disse que não quer condenar ninguém junto dele. Niall precisa de ajuda e rápido.

Lembrei-me do amigo sorridente de Harry e de como Harry havia me contado que tinha Niall como um irmão. Pensei no tamanho do amor que sentiam um pelo outro e em como Niall estava se sacrificando por Harry, por mim e pelo nosso bebê. Niall merecia que alguém também se sacrificasse por ele.

– O quer que eu faça? – Perguntei decidido. – Eu vou resgatá-lo, só me diga como.

– O sacrifício é feito em um ritual muito formal. A colônia toda estará empenhada nisso, então a segurança estará mais fraca. Vou te indicar o caminho, mandar os guerreiros mais fracos e deixar a cela dele aberta, mas é tudo o que eu posso fazer.

– Deixe o resto comigo, eu vou resgatá-lo.

Ele me passou as coordenadas do local e eu anotei tudo em meu celular, me disse o horário em que faria a troca dos guerreiros que farão a segurança e se preparou para partir.

– Como é o seu nome, humano?

– Louis.

– Salve o Niall e garanta a segurança de Harry e ganhará um aliado importante, Louis.

Nem tive tempo de responder e ele partiu. Demorei um tempo para me recuperar desse encontro, mas logo comecei a guiar o barco para a costa. Afinal, eu tinha um resgate para planejar e não podia haver falhas. A vida de Niall dependia de mim.

Tentei de todas as formas pensar em salvá-lo sozinho, não queria comprometer ninguém, mas era impossível fazer isso, por isso peguei o celular e liguei para a pessoa que mais confiava no mundo. Eu precisava da ajuda de um amigo de verdade. Eu precisava da ajuda de meu irmão.

Alô? – Sua voz soou sonolenta.

– Liam, eu preciso de sua ajuda.

 


Notas Finais


Eu disse que não tinha motivos para odiar o Des, porque eu explicaria tudo. Como eu disse, ele não é um vilão, ele vai até sem bem útil ;)
Sobre a forma como Louis descobriu que seria pai, não acho que ficou da forma que eu imaginava e talvez temnha ficado "frio" demais, me perdoem por isso.
Para todos que estavam desesperados para que Liam aparecesse na fic, o momento chegou. Liam chega no próximo e com uma missão nada fácil.
Quanto ao Niall, eu entendo a dor de todos vocês, também me dói fazer o Niall passar por essas coisas, mas é necessário e eu o recompensarei no futuro, prometo!
Espero que tenham gostado <3
XO


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