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História Mermaid - Larry Stylinson - Me deixe agradecer por salvar minha vida


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Demorei? Sinto muito, está difícil escrever esses dias, mas eu sempre apareço <3
Boa leitura!

Capítulo 4 - Me deixe agradecer por salvar minha vida


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Larry Stylinson - Me deixe agradecer por salvar minha vida

– Louis, eu não estou muito certo disso... – James disse receoso. – Pode ser perigoso.

– Se eu puxar uma vez, é porque está tudo bem. – Eu disse segurando a corda que me prendia ao barco. – Mais de uma vez você me puxa, ok? – Ele assentiu, mas eu via o medo em seus olhos.

O melhor é que James ficaria no barco e eu é quem exploraria áreas não mapeadas, e ao contrário do que deveria, ele sentia medo e eu estava totalmente empolgado. Sorri para ele e coloquei a máscara, fiz o sinal de ok característico dos mergulhadores e me joguei no mar.

A água aqui era bem mais escura do que no resto do litoral, o que fez com que eu tivesse de ligar a lanterna para que pudesse ver algo. Mas mesmo sob a luz fraca, a riqueza do lugar me surpreendeu.

Puxei uma vez a corda para informar a James que estava tudo bem, logo depois mergulhei um pouco mais ao fundo, ansioso para explorar. A princípio apenas a popa do navio estava visível, todo o resto estava enterrado na areia, tudo muito antigo e corroído pelo tempo e pela água salgada.

Era tão frágil que o simples fato de tocar em uma das balizas fez com que ela se quebrasse. Mesmo assim eu continuei, adentrando o lugar. O painel da cabine reluzia quando era tocado pela luz da lanterna e quando eu limpei, afastando toda a sujeira, pude ver os detalhes feitos em ouro.

Porém riqueza de uma embarcação como essa não era medida só por todos esses detalhes feitos em ouro, mas apenas por imaginar o quanto isso significava para a história. Me fazia ter vontade de gritar enlouquecido.

Enquanto explorava, sentia como se estivesse sendo observado, o que fazia meu coração bater descompassado. Uma das piores coisas de se respirar ar comprimido por tanto tempo, eram os efeitos que podiam causar em seu cérebro.

Imaginar que estava vendo algo, principalmente com a minha mente fértil, poderia me fazer entrar em desespero, consumir o ar mais rápido ou causar qualquer outro defeito no aparelho. E essa não era uma opção.

Virei para o lado e a lanterna refletiu algo tão verde e reluzente que me cegou por alguns milésimos de segundo. Lembrei-me da sereia que vi há tantos anos e meu coração acelerou. Senti minha respiração pesada e vi que estava perdendo o controle.

Portanto, fechei os olhos e respirei fundo, acalmando-me. Não era hora de surtar.

Já deveria estar ali por muito tempo, pois senti uma puxada forte em minha cintura, o que significava que James já deveria estar apavorado. Puxei uma vez e aguardei para ver se ele tinha percebido e quando não obtive resposta soube que ele havia entendido.

Olhei o relógio em meu pulso e vi que ainda havia vinte minutos de oxigênio, tinha pelo menos mais doze minutos para explorar e ainda sobrasse um tempo razoável para voltar ao barco.

Sai da cabine e fui para o primeiro andar. Havia uma grande mesa no centro e pelo pouco que sabia podia muito bem ser a sala de reuniões dos argonautas. Alguns vidros ainda estavam presos às grandes janelas e as nas paredes haviam resquícios de quadros com a figura dos deuses antigos representados.

Tinha tanto a ser explorado ali que era realmente uma pena que a maior parte estivesse sob a areia. Fui até o fundo e prendi a corda a uma das janelas para que pudesse ficar ali por tempo o suficiente para ver quais eram as possibilidades de começar a tirar a areia e liberar novas partes do navio.

Como havia me prendido à janela, não percebi que James puxava a corda insistentemente, ele já parecia perto do desespero e quando olhei para o relógio em meu pulso, percebi o motivo. Tinha apenas cinco minutos de oxigênio, três a menos do que eu havia planejado.

Fui até onde a corda estava presa e comecei a desfazer o nó ou pelo menos a tentar a desfazer, porque só agora eu me dava conta do quanto eu havia apertado aquilo. Meu coração acelerou pelo desespero e eu tive de fechar os olhos novamente. Agora definitivamente era a pior hora para surtar.

James puxava com toda a força a corda e eu imaginava que ele já deveria estar à beira de um ataque de nervos. Continuava a tentar soltar a corda, mas não fazia ideia de como conseguiria, olhei para o relógio em meu pulso: três minutos.

Mudei de tática e comecei a tentar cortar a corda, mas não havia nada cortante o suficiente por perto. Fechei os olhos novamente e comecei a tentar desfazer o nó com os olhos fechados, me acostumando com a ideia de que eu não conseguiria e, mesmo se conseguisse, não teria tempo o suficiente para voltar à superfície.

E eu amava tanto a riqueza do oceano que morrer ali, explorando, não era uma ideia tão ruim assim. O mar sempre foi a minha maior perdição.

Quando o oxigênio me faltou, eu tirei o respirador, pronto para aceitar que não havia outra saída. Senti a água salgada queimar meu nariz e pisquei forte, sentindo todas as sensações de um afogamento.

Estava quase desmaiando quando senti alguém próximo, que após poucos segundos conseguiu me soltar e me puxar para longe dali. Tentava a muito custo manter os olhos abertos, mas era muito difícil. Meu corpo todo queria desistir.

– Só mais um pouco. – Ouvi uma voz grave e melodiosa soando em meus ouvidos. – Aguente só mais um pouco.

Abri os olhos uma última vez e vi a pele branca e leitosa, os cabelos longos e revoltos flutuando em volta de um rosto lindo e esplendoroso com um maxilar marcado apertando-se de tensão.

Aquele ser era a representação de meus maiores sonhos. Agora eu tinha a certeza de que deixaria esse mundo.

– Louis! – Uma voz conhecida soou ao fundo, muito baixo em meu subconsciente, mas não era nem de perto tão acalentadora quanto a voz que ainda dizia melodiosamente “aguente só mais um pouco” em meus ouvidos. – Fala comigo, pelo amor de qualquer deus que exista!

Senti um aperto em meu peito e a água que eu havia respirado foi puxada de meus pulmões, saindo de forma ainda mais incômoda e dolorosa do que havia sido para entrar. Tossi despejando tudo o que havia em mim e abri os olhos, vendo James ajoelhado ao meu lado, totalmente preocupado.

– Louis! – Ele gritou e se jogou sobre mim, me abraçando, o que me fez rir e sentir ainda mais falta de ar.

– Ei, eu estou bem. – Eu tentei acalmá-lo.

– Bem? Eu perdi você! O que houve? Eu puxava a corda, mas ela estava muito pesada. Eu mergulhei para te achar, mas era tão escuro que eu não consegui ver nada! – Ele dizia tudo muito rápido, me fazendo sentir tonto. – Eu fui seguindo a corda, mas de repente ela se soltou e você não estava na outra ponta. Eu não sabia se deveria chorar de desespero ou comemorar porque você conseguiu sair. Caramba, nunca mais faz isso comigo! – Ele me abraçou de novo e eu ri, me sentando no deck do barco.

– E como você me achou?

– Como assim? – Ele me olhou confuso. – Eu não achei você. – Agora era eu quem estava confuso. – Quando eu voltei ao barco você estava aqui. Não se lembra de ter nadado até aqui?

Alguém havia me trazido até o barco. E se não foi James, eu tinha uma ideia de quem poderia ter sido. Um ser que podia nadar como nenhum outro, que se comunicava mesmo debaixo d’água e que era dono de uma beleza sem igual.

Uma sereia havia me resgatado.

– Foi uma ideia absurdamente estúpida. – James disse enquanto negava com a cabeça. – Vamos para os corais, nada de explorar lugares novos. Nunca mais te deixo ir lá para baixo.

– Não! – Protestei. – James, a culpa foi toda minha, eu que fui idiota. Eu amarrei a corda no navio e depois não consegui soltar. É um lugar incrível, nós temos que voltar para lá.

– Louis, eu não vou te deixar passar por isso de novo. Você é claramente muito obcecado pelo trabalho, mas eu preciso ser a pessoa que vai velar pela sua saúde física e mental. Não vou te deixar voltar para lá. Depois desse susto, vamos voltar para a praia e descansar. Eu não aguento outra forte emoção.

– Mas, James, eu... – Tentei de novo.

Eu precisava voltar para lá. Alguém havia me salvado. E eu tinha certeza que era uma sereia. Uma absurdamente linda.

– Nada de mas. Vamos voltar para o píer e descansar. Depois vamos começar a transportar os turistas e vamos ficar muito famosos por nossos preços e nosso carisma. Nada de lugares perigosos! – Ele disse decidido e eu achei melhor não contrariar.

James parecia mesmo ter passado por um estresse muito grande, não queria piorar as coisas ou correr o risco de ter uma briga. Ele era um bom amigo para mim, não queria perdê-lo.

Passei o dia todo deitado em uma das redes presas ao barco. James me proibiu de fazer qualquer coisa, o que era bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por saber que ele se importava. E ruim por ficar sem fazer nada o resto do dia.

Acabei dormindo grande parte do tempo. E estava totalmente grato por isso, pois meus sonhos eram os melhores possíveis.

Em meu sonho, eu e a sereia que me salvou estávamos mergulhando em águas cristalinas, mais clara do que qualquer outra que eu já havia visto.

O sol refletia sua calda verde e esplendorosa, fazendo a água assumir a cor própria daquele ser incrível. Os cabelos longos e escuros flutuavam em centenas de direções. Mas por mais que eu tentasse, não conseguia ver seu rosto.

Mesmo assim, acordei absolutamente feliz na manhã seguinte. Sentindo-me realizado por ter estado tão perto do meu objetivo. Peguei uma xícara de chá e fui até a popa do barco, vendo James pescando em um canto e a imensidão de turistas que tinha na praia central.

Estava distraído olhando para o horizonte, sorrindo ao lembrar de meu sonho, quando percebi uma movimentação diferente atrás das pedras que ficavam ao pé de um dos picos que cercavam a praia.

Quando percebeu que estava sendo observado, o ser mergulhou rápido para o fundo, tão rápido que pude ver apenas o vulto verde de sua calda.

Sorri vitorioso. Ela se lembrava de mim tanto quanto eu dela. E agora era ela quem me procurava. Deixei a xícara sobre a mesa e gritei para James que voltava logo. Essa era minha maior chance.

Corri o mais rápido e silenciosamente possível até as pedras em que ela estava e me escondi atrás de uma delas. Esperei um tempo até que voltasse a aparecer e estava quase desistindo, achando que a havia assustado.

Mas os cabelos negros logo surgiram na superfície e meu sorriso se alargou.

– Que bom que lembra de mim tanto quanto eu de você. – Disse rápido e ela se assustou, olhando para trás de novo e mergulhando rápido quando me viu parado ali. – Por favor, volte! Está tudo bem. – Eu me aproximei da água, adentrando o mar até a altura das canelas. – Eu só quero conversar.

– E-eu não posso. – A voz grave e melodiosa soou de algum lugar que eu não podia mais ver e eu me assustei por ser uma voz masculina demais, diferente do que eu imaginei para uma sereia.

– Por favor. – Eu disse olhando para os lados, tentando encontrá-lo. – Me deixe agradecer por ter salvado a minha vida. – Olhei para todas as direções até achá-la novamente.

Apenas seus olhos estavam visíveis, escondidos atrás de uma pedra e, embora eu não estivesse perto o suficiente, eu pude ver o quanto eram verdes e puros.

– Seus olhos... – Suspirei encantado. – São lindos.

– Como você sabe o que eu sou?

– Eu tenho sonhado com você há tanto tempo que eu simplesmente sei. – Sorri. – Por favor, me deixe ver você...

– Não podemos ter contato com humanos.

– Existem mais de você? – Perguntei ansioso e ela se assustou e mergulhou. – Volte! Por favor, eu não quis ofender. – Silêncio. – Me deixe agradecer. Por favor...

– Não aqui. – A voz soou longe. – Me encontre amanhã na ilha próxima ao Argo.

Abri o maior sorriso no mundo. Deveria estar feliz apenas por finalmente poder comprovar minhas crenças. Mas, mais do que isso, a presença daquele ser misterioso e a pureza daqueles olhos verdes me faziam sentir de uma forma que eu jamais senti na vida.  


Notas Finais


E então, imaginavam que o primeiro encontro de verdade entre os dois seria com o Harry salvando o Lou? Imagina que fofinho, o Hazz carregando ele no colo <3 Não resisti rsrs'
Sobre o Louis se referir a ele como "ela" é porque ele ainda não sabe que é um tritão e não uma sereia, embora ele já tenha percebido algo nesse sentido, então relaxa que não foi erro meu, ok?
E esse final, co o Lou todo bobo só de ter visto os olhos do Harry? Eu não o culpo, vi o teaser do Harry com esses olhos verdes lindos e quase morri, então imagina o Louis que viu de pertinho? É de se apaixonar mesmo...
No mais, quero avisar que agora começam minhas provas e eu ficarei enrolada com isso por um tempo, eu vou ficar sem atualizar por umas duas semanas, mas eu volto o mais rápido possível. Prometo <3
Espero que tenham gostado.
XO


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