História Mesa De Pôquer - Desconfiança

E por que, pergunto-lhe eu, insiste em negar com teus olhos que a tua sanidade foi-se junto com a tua lealdade? Assuma, você caiu nas tentações do mundo, aprendeu como se joga e agora quer ser um campeão. Mas saibas tu, nem todos os jogos possuem prêmios, ou conquistas.

                                                                           *

                                                                  DAEHYUN

                               Drogas, sexo, álcool, do que isso adianta? Tal imagem desumana não sairá de meus pensamentos tão rápido, os pesadelo não irão embora tão cedo.

— Eu desisto — Aquele que se encontrava em uma posição que o deixava desfrutar de meu interior quente retorna para um dos lados da cama espaçosa, onde eu me localizava no centro, e de quatro.

— Qual é? Tá tudo bem, sei que você demora pra gozar, eu espero, sempre esperei. — Preocupado, perguntei —  Por que tá desistindo?

— Não tem nem como gozar quando se transa com uma pedra.

— Eu não sou uma pedra.

— Tá agindo como uma. — Ele me encara friamente — Daehyun se eu não te dou mais prazer, não precisava nem ter me chamado.

— É claro que me dá — Me aproximo o suficiente para sentir seu halito refrescante —, eu só não tô em um dia bom.

— Faz tempo que você não tem "dias bons", é de se perceber, mas se está assim por que insiste em tentar algo? Não vou fingir que não escutei aquela merda de discussão que você e o Zelo tiveram as 5 da manhã. O que você tava pensando?

— A gente se desentendeu alguns momentos...

— Se tava satisfeito comigo por que foi atrás do Zelo?

— Eu só tava... — Pauso em um momento errado do diálogo — querendo ocupar a cabeça.

— Pra mim chega. — Ele levanta brutalmente em direção ao banheiro.

— Ei! — Agarro seu braço esquerdo o impedindo de prosseguir, se olhar gélido cruza com o meu seguido de um movimento que provavelmente mais tarde mostrará as marcas das minhas unhas fincadas ali. Ele bufa enquanto seguia nu.

Repito a ação, solto um bufo cansativo, seguido de um trago no cigarro que acabara de acender e me afundo na cama. Tirando minha concentração no profundo barulho que o banho do meu parceiro causava, o celular do mesmo vibra e acende sua tela mostrando uma nova mensagem. Duas. Despertando minha curiosidade.

" eu e os documentos, seus documentos, estamos a caminho "

 

                         " não se esqueça do meu pagamento "

 E retornam os pensamentos que só possuem questionamentos. Perguntas e mais perguntas iam surgindo cada vez mais que eu analisava a mensagem vinda de um número privado. Cautelosamente deixo o celular em seu devido lugar e fingo estar em um leve cochilo ao ouvir o encerramento do banho do moreno, que surge de um vapor quente e úmido. Finjo me incomodar quando o mesmo se irrita ao pegar no aparelho e ler o que ali estava, ingenuamente começo a atuar.

— Droga... — Ele cochicha.

— Pra que tá se arrumando, não ia ficar aqui?

— Ia, mas preciso resolver uma coisa séria.

— Quer ajuda?

— Não. — Seu lado grosseiro e rude floresce — Apenas fica aqui e, descansa. Vai ser melhor pra você esquecer tudo isso.

— Himchan? — Suspira como alguém cansado, se vira para mim olhando diretamente em meus olhos — Só... toma cuidado.

Apenas afirmando com a cabeça ele continua o caminho até a saída, em passos ágeis coleto toda minha roupa e deixo o recipiente.

                                                        Himchan, suspeito número 1...