História Mesa De Pôquer - Todos São Suspeitos

Os restos de luz da tarde iluminam sua jaqueta de couro legitimo. Calmo, Himchan se coloca dentro do carro preto estacionado a alguns metros de distância, o homem desconhecido sentado no banco do motorista o entrega um documento com múltiplas folhas indefinidas, o qual é folheado por Himchan vagamente. Sem uma única expressão facial o mesmo entrega um envelope nitidamente recheado pelo pagamento citado na mensagem de texto anterior. O homem confere, afirma que está tudo de acordo e então permite a saída de Himchan, que segue o caminho de volta e some dentre as escadas.

Ainda checando gloriosamente as milhares de notas valiosas, o desconhecido não nota minha presença até que eu bata duas vezes na janela do carro. Com sua cara de desânimo ele finalmente abaixa o vidro.

— E então? — Curioso ele se pergunta o porquê de tal presença o incomodando.

Assim como no momento em que cheguei aqui, o estacionamento de uma rua qualquer permanecia sem movimento, talvez o silenciador na minha arma tenha sido desperdiçado. Um tiro. Inevitável, eu precisava de respostas, mas já estava supondo que ele jamais as me daria.  

Volto para aquela maldita casa noturna onde Youngjae me levara outrora, e abusivamente me encho de copos e mais copos dos whiskies mais fortes daquele bar imundo. Eu já não estou mais em si, minha cabeça queima e tudo ao meu redor gira, a imagem agonizante de Seyn Lee surgia a cada piscada que eu dera. Não quero ficar aqui, eu preciso encontra-la e tirar a vida do assassino que a machucou. Em uma tentativa de me retirar dali, acabo invadindo o espaço de uma garota, a qual está acompanhada por um homem que se irrita pela a minha atual situação e me empurra como gesto defensor. Tudo está apenas acontecendo, então eu perco o controle e vou pra cima do mesmo, e a discussão dali começa. Não tive tempo nem mesmo de acertar um soco em seu queixo, pois Himchan milagrosamente aparece e me tira daquela cena de combate, a qual todos do lugar aguardavam pela melhor parte.

— Daehyun, qual é a sua? Você tá arranjando briga por merda nenhuma.

— Eu ma--i o s-u capa-g-... — As letras sumiam de minha boca.

— O que porras você tá falando? — A imagem de Himchan segurando meu rosto no meio daquela boate se torna uma escuridão total, e no fundo sua ultima palavra ecoou — Daehyun?

                                                                *

Sem forças e ainda com dores na cabeça, acordo e deparo-me com a minha presença no “covil” dos B.A.P e com uma nova foto de Seyn Lee torturada. Frustrado, arremesso a foto amaçada para longe. Impaciente, corro para a sala principal onde todos os cinco estavam. Também ainda tonto, tudo continua rodando e agora meus olhos ardem, de repente é como se todos eles estivessem me observando dizendo alguma coisa com seus olhares duvidosos.

Agora, todos são suspeitos