História Mestiço {HunHan Fanfic} - Capítulo 6

Tao e Minseok seguiram Luhan até a pequena sala da direção, deixando o rapaz cuidar do pequeno, enquanto eles procuravam algo importante na sala. Tao encontrou alguns documentos no nome de Luhan, mas nada que explicasse de onde ele veio. 

Atrás da mesa Luhan estava abraçando o pequeno garoto, ele se levantou com o pequeno que se agarrou em sua cintura. 

Todos estavam se preparando para ir embora, quando os 4 ouviram barulhos no andar de baixo, os meninos se entreolharam, Luhan não precisou de muito tempo para entender o que fazia aquele barulho, era exatamente o demônio que havia destruído a sua antiga casa, e acabado com sua família. O rapaz levantou e colocou a luva que ganhou de Baekhyun, se aproximando de Minseok. 

-Precisam de uma prova que eu estou do lado de vocês, certo? Vou dar uma prova… 

O pequeno se soltou de Luhan assustado, correndo para as pernas de Tao que encarou Luhan com calma. Imaginava sua pressão psicológica, tinha perdido tudo em um dia. 

Luhan segurou o pulso de Minseok, se lembrando do que BaekHyun o ensinou no treino, O Rapaz olhou o desenho das armas de fogo que estavam nos braços do outro, Luhan se concentrou e conseguiu tirar as duas armas da marca, precisava ser ele mesmo a ter o prazer de acabar com aquela criatura, o rapaz estava quase salivando por seu desejo de vingança. Minseok não se envolveria, sabia que Luhan precisava daquilo, mesmo que fosse errado deixá-lo cometer tal ato. 

Tao pegou o pequeno e saiu correndo para fora da sala, dentro do recinto Luhan estava apontando as duas armas para a criatura ele queria mesmo acabar com aquela criatura, mas algo no fundo de sua mente, o Impedia. Seus olhos estavam ardendo, ele não sabia como mas era como se conseguisse prever os movimentos da criatura. 

O rapaz correu em direção a mesma, apontando as armas para a mesma. Ele tinha flashes passando por sua cabeça, se sentia em um tutorial de videogame para lutas. Ele conseguia acertar nos lugares exatos, e o monstro não tinha como segurar o garoto, mesmo sendo grande, o próprio garoto se movia mais que um humano comum. Um pouco afastado, Minseok estava assustado, ele via o rapaz se movendo como se fosse uma sombra, só o que se via eram o brilho das balas saídas dos canos das armas, e um brilho acinzentado que Minseok julgava serem os olhos de Luhan. Aquilo não devia acontecer, Luhan não era de nenhuma família de Arcanjos, ou ele poderia ser? 

Luhan estava num ponto de descontrole, que nem o próprio se reconhecia. Nunca havia ficado com tanto ódio na vida, atacava desesperado. Quando a criatura caiu no chão, Luhan se aproximou a encarando de cima. A arma em sua mão estava carregada, mas ele não conseguia apertar o gatilho e acabar com tudo, o rapaz sentiu algo molhar seu rosto, porque estava chorando? Queria matar aquele demônio, porque sentia receio? Luhan caiu sentado no chão, com as mãos na cabeça, sentia dores que o faziam querer gritar de desespero. Mas seu incômodo maior foi uma voz jovem no fundo de sua mente, ela uma voz feminina. Parecia desesperada por algo. 

“NÃO, POR FAVOR. EU NÃO FIZ ISSO, MEU IRMÃO, ONDE ELE ESTÁ. EU PRECISO ENCONTRÁ-LO, ELE VAI MORRER SOZINHO. ELE É APENAS UM FILHOTE!”

Minseok viu o desespero de Luhan, e por instinto, se aproximou tirando as armas de Luhan, atirando na criatura e matando a mesma. Ele ajudou o outro a se levantar, saindo do Orfanato com o mesmo. Tao estava esperando com o garotinho, sem nenhuma palavra, todos foram até a mansão, onde o pequeno foi dopado e deixado dormindo, já Luhan foi carregado para a sala do líder onde todos estavam reunidos ouvindo Minseok explicar tudo que tinha acontecido. 

-Ele caiu no chão chorando, e eu terminei com aquela coisa… 

Sehun riu sentado no batente da janela, para ele tudo tudo envolvendo o mestiço era uma pura perda de tempo. 

-Além de ser uma dor de cabeça, ele ainda tem pena de acabar com os irmãosinhos dele? Porque ainda mantemos essa coisa viva? 

JunMyeon estava sentado na cadeira atrás da mesa, com o queixo apoiado nas mãos, era um verdadeiro problema não terem conseguido nada além de que Luhan fora abandonado e todos do seu orfanato estavam mortos. 

-Precisamos descobrir de onde ele veio. Mas como não conseguimos, manteremos ele em treinamento aqui. E nem adianta reclamar e dar um show aqui Sehun!

O Oh abriu a boca para reclamar, porém a mão de Kris em seu ombro o fez se calar. JunMyeon mandou que saíssem da sala, ficando sozinho com Minseok, que se sentou à sua frente. 

-Acha mesmo que manter essa coisa aqui é seguro? Não por nossa causa, mas por ele. Sehun não vai ficar quieto te obedecendo mais muito tempo. 

-Eu sei, mas se o mestiço vai ficar. Sehun vai ter que se calar e aprender a conviver com isso. E é por isso que ele vai passar a cuidar do treino do mestiço, e não me interessa a opinião de Sehun contra tal. 

-Espero realmente que você saiba o que está fazendo. Porque com certeza não vai dar certo no final… 

-Tem que dar. Sehun precisa aprender que nem tudo é como ele quer, não é porque ele vai bater o pé que todos vão obedecer. 

Ao anoitecer houve a esperada discussão entre JunMyeon e Sehun, que acabou entre palavrões e o mais novo sendo obrigado a concordar em treinar o mestiço. Assim que se resolveram, o Oh foi até o quarto onde o seu - agora- aprendiz estava. O mais alto abriu a porta grosseiramente encontrando o garoto recém saído do banho. Luhan vestia apenas uma cueca box que encontrara na velha mochila, e uma camiseta preta. O menor encarou Sehun assustado, tinha muito medo do mesmo ainda. 

-Vamos lá, eu vou ser obrigado a aguentar você. Mas só te avisando que se fizer alguma besteira, eu faço questão de te matar, fechado? 

Sehun levantou a camisa e tirou de uma marca uma pistola de cano duplo. A colocando em cima da mesinha que ficava ao lado da porta, depois que o maior saiu, Luhan correu para trancar a porta, se virando e pegando a arma. Era longa e seu cano duplo tinham desenhos de rosas pintadas de azul. A única coisa que assustava o rapaz em tudo aquilo, era o fato de que Sehun havia lhe dado aquela arma. O rapaz tentou ignorar a sensação e deixou a arma sobre a peça novamente, seguindo de volta para a enorme cama. Onde se enroscou entre os lençóis e não tardou a pegar no sono. 

--------------------------------------------------Uma Semana Depois----------------------------------------------------

Luhan estava cansado de tanto treinamento com Sehun, o Oh deixava claro seu desprezo pelo menor. O deixava se ferir propositadamente, e tudo piorava quando precisava ensinar ao mestiço a lutar diretamente. Chegava a ser injusto, os outros ficavam afastados assistindo. Sehun agredia o menor sem pena, era por isso que quando ia a enfermaria à noite, Jongin tinha que dizer a KyungSoo que o rapaz tinha o corpo cheio de manchas roxas. Sehun estava levando a sério a ideia de descontar suas frustrações no mestiço, e Jongin podia ser contra o convidado, mas admitia que agredí-lo daquela forma era totalmente errado. 

Luhan de qualquer forma não desistia, queria conseguir derrubar Sehun. Queria ter força para se vingar de todas as vezes em que o Oh teria o socado e jogado no chão, mas talvez essa vingança também demorasse um pouco. 

O pequeno que fora salvo do orfanato, fora deixado na porta de uma família que parecia poder cuidar bem dele. Fora a segunda vez que Luhan saíra da mansão para algo. 

Numa das manhãs que Luhan conseguiu acordar sozinho, ele se preparou, tomou um longo banho, e quando saiu, colocou uma box azul, que fora coberta por uma calça de moletom branca, e uma camisa larga cinza. Não ligava nada para aparência, apenas para chegar logo antes que encontrasse um Sehun pronto para castigá-lo e isso só lhe custaria uma noite inteira na enfermaria sob o olhar de pena de Jongin, e quase apanhando de KyungSoo para que contasse a JunMyeon sobre o exagero de Sehun, afinal o mestiço estava literalmente sendo violentado pelo Oh, e isso era algo que KyungSoo repudiava. 

Luhan desceu correndo para a sala de treino, parando nas escadas quando viu Sehun e sua noiva aos amassos contra a parede da sala. E em um puro silêncio o rapaz subiu as escadas tentando evitar chamar a atenção, não fazia ideia do motivo, mas sentia um incômodo no peito. Tentou ignorar o fato e foi a uma das salas, encontrando JongDae que estava ajoelhado no chão, limpando uma lâmina curvada que parecia ser egípcia. O mestiço respirou fundo e se aproximou sentando no chão com as pernas cruzadas. 

-Eu, posso ajudar? Parecem ter bastante coisa pra limpar… 

-Sehun não devia estar te treinando? 

-Bem, sim… Mas a noiva dele resolveu ir vê-lo, e digamos que não estou interessado em ver aquele UFC de línguas. 

O rapaz fez uma careta que arrancou risadas de JongDae, ele ensinou a Luhan como limpar cada arma na sala, era uma amizade inesperada, mas JongDae não negava que estava gostando da companhia do mestiço. Os dois riam com brincadeiras um com o outro, e juntos limparam muito mais rápido todas as armas da sala. E em seguida, colocaram as mesmas em algumas caixas de madeira, as levando juntos para a sala de treino, onde agora Sehun estava sozinho, socando um saco de areia. Luhan ignorou sua mente tentando lhe mostrar a cena que vira mais cedo. O Oh ignorou os dois e se concentrou em dar socos mais fortes no saco de areia, Luhan e Chen arrumaram as armas no lugar, e o mestiço ficou sozinho com Sehun, que o ajudou novamente a atirar nas miras com uma arma comum. O mais alto em nenhum momento comentou sobre o atraso do rapaz, apenas cumpria sua obrigação, ensinando um pouco de tudo para o rapaz. 

No fim do dia cada um seguiu seu caminho, e o menor tomou um longo banho para se arrumar. Descendo novamente e encontrando todos reunidos na sala da escadas, os rapazes estavam com um joelho apoiado no chão, prestando respeito a um homem que estava parado na porta, o mestiço se apoiou na barra da escada vendo o homem com cuidado. Era alto e forte, as marcas de armas enfeitavam seu corpo, até mesmo algumas cicatrizes em sua pele davam ao homem a aparência de um guerreiro que passou muitas batalhas. O rosto lembrava o da irmã de Sehun vagamente, apenas com o maxilar que o Oh devia ter puxado do pai. Os olhos escuros encaravam os rapazes com dureza, e todos abaixavam sua cabeça com medo desse olhar. 

-Então JunMyeon… Algo que precise ser relatado a mim? 

O rapaz sabia que não podia contar tudo a ele, mesmo que o homem tratasse todos ali como filhos. Não era de confiança, o pai de Sehun faria o que fosse necessário para que o nome Oh fosse um dos mais fiéis a família Byun e aos arcanjos. Independente do Sacrifício necessário para tal. 

-Apenas um novo integrante a mansão senhor. BaekHyun e ChanYeol o encontraram há algum tempo, não o avisamos porque seria uma preocupação desnecessária, podíamos lidar com isso… 

-Mais tarde teremos uma longa conversa sobre essa sua ousadia em não me avisar sobre o fato, JunMyeon… E o rapaz, tem treinado? 

Sehun levantou o olhar orgulhosamente para o pai, sabia que ele poderia ficar orgulhoso em saber que seu filho estaria cuidando  do tratamento de alguém. Significaria que seu filho era maduro o suficiente para guiar a mansão sozinho, JunMyeon era desnecessário. 

-Me responsabilizei por seu treino até agora pai, e vou continuar  cuidando disso. 

-Já sei que não posso esperar bons resultados, com tantos bons Hunters, você dá a responsabilidade para Sehun? Eu esperava mais de suas capacidades de escolha JunMyeon. 

A irmã de Sehun parecia pronta para retrucar o pai, mas o olhar duro do mesmo a fez ficar calada. Sehun ficou de cabeça baixa, novamente estava sendo rebaixado pelo pai, por simplesmente ser um Hunter mais devoto à sua noiva que os outros, diferentemente de seu pai, que era extremamente machista e preconceituoso com mulheres Hunters. 

O homem percebeu uma presença e encarou o topo da escada, encontrando o olhar de um novo rapaz, já não tinha nenhuma empatia pelo mesmo. Aquele rosto feminino o irritava, lembrava aquela mulher que o atormentava todas as madrugadas e todas as vezes que olhava para Sehun. 

O Oh mais velho, fez questão de manter seu rosto sério, e apontar para o rapaz na escada e para sua sala. 

-Conversaremos rapaz… A sós… 

Luhan sentiu seu corpo gelar com o olhar frio do homem a si. Rapidamente correu para o quarto se trancando dentro do mesmo, não tinha coragem nenhuma de ficar sozinho em uma sala com aquele homem, seu olhar era como se fosse matá-lo a qualquer instante. Não conseguiria aguentar aquele olhar, qualquer palavra e ele contaria toda sua vida para evitar morrer. 

Naquele momento, Sehun já não parecia um perigo tão grande quanto o próprio pai.