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História Metafísica - Ambush


Escrita por: mahoneteria

Capítulo 32 - Ambush


 De longe aquele era o dia mais agoniante de todos que eu havia vivido.

Talvez nem quando meu pai havia brigado comigo e que eu literalmente estava agoniado sem saber o que fazer longe da casa dele se comparasse com o que eu sentia dentro dessa casa nesse dia. Os meninos deixaram somente algumas lágrimas cair mas estavam firmes andando pela casa e tentando organizar tudo para invadirmos o galpão de Portugual do qual Jeremy havia conseguido a exata localização.

Jeremy por sua vez, estava na sala de jantar junto a Brad que estava totalmente inconsolável, eu nunca tinha visto um homem de sua idade chorando tanto em toda minha vida. Era compreensível por um lado. Emily e Mike estavam em seus quartos, as vezes Nolan subia mas logo voltava, talvez indo tentar falar com algum dos dois ou mais provável com Emily.

- Está bem, Bieber?- Ryan apareceu na cozinha me tirando de meus devaneios.

- Estou- disse sem olhá-lo e ele deu de ombros.

- Você está quieto de mais- Ryan colocou a mão no meu ombro me obrigando agora olhar diretamente a ele, porém ele tinha toda a razão, eu estava quieto, pensativo.

Eu nunca havia tido um sentimento tão estranho como estava tendo naquele dia, queria gritar e subir pelas paredes e havia uma linha muito tênue entre minha razão e minha perda de controle.

- Só estou pensando em tudo- disse enfim.- Temos que ir logo atrás deles.- minha voz era quase inaudível, Ryan se esforçava para acompanhar o que saia de minha boca enquanto havia muitas pessoas de minha equipe e das equipes de Jeremy e Brad conversando para partimos para Portugal o mais rápido que pudesse.

- Já pensou na oportunidade dela estar viva?- Butler sentou-se em uma banqueta ao lado da ilha da cozinha batendo de mão fechada levemente contra o mármore.

Ri nasalado.

- Você acha que eles iriam deixar a Quinn viva por muito tempo?- aumentei o volume de voz.- Sabe o quem eu sou Ryan?

- Justin Bieber- ele me olhou- Um grande traficante do Estados Unidos.

- Não, eu sou um idiota- gritei recuperando o fôlego depois.- Eu sou um idiota por não ter percebido nada, por ter deixado levar ela e por não ter procurado por ela antes.- passei a mão pelos cabelos indo em direção a porta de saída e voltando até o meio da cozinha- Um mês Ryan, faz um mês que ela está nas mãos deles, com certeza a matariam, eu faria isso também. EU NUNCA VOU ME DESCULPAR POR ISSO.

Joguei um jarro de água contra a porta de vidro, estilhaçando o jarro e trincando a porta de vidro por completo.

- Eu sabia- Ryan disse levantando-se.- Eu nunca vi você assim, você sente algo por ela.

- Sinto, caralho- deixei escapar vendo os olhos de Ryan sorrirem para mim e os meus se transformarem em enormes pupilas.

Merda, eu havia falado. Eu havia admito pela primeira vez.

- Bieber..

- Você não ouviu nada Butler, está me entendendo? NADA- eu dizia tentando me refazer e então saí da cozinha correndo.

O que eu havia feito?

Meus passos largos tomavam conta da casa porém esbarrei em alguém, era Jeremy.

- Brigou com Butler? Escutei o barulho vindo da cozinha.- Jeremy havia um sorriso sacana em sua boca.

- Não- disse ríspido.

- O que te deixaria tão putinho então? Foi a morte da...

- Não fale nada sobre ela, Jeremy- olhei em seus olhos e ele ainda tinha aquela sorriso sádico no rosto.

- Eu sei, Justin, você gostava muito dela mesmo não querendo.- Jeremy piscou.

- Eu não gostava de..

- Eu ouvi sua conversa com Ryan- Jeremy deu de ombros- Mas relaxa, não vou falar nada.

- Algo me diz que não posso confiar em você- disse raivoso, Jeremy era a pior pessoa para ter ouvido algo desse nível.

- E algo me diz que temos Portugal para atacar e que você tem motivos maiores do que a máfia.- Jeremy arqueou a sobrancelha me fazendo sentir mais raiva do que já estava, passei a língua entre os lábios e segui meu caminho sem olhar para trás.

- IDIOTA- gritei entrando dentro do meu quarto, eu sabia que ninguém estaria lá para qualquer coisa então ali podia ser eu mesmo.- Eu sou um babaca mesmo, eu nunca vou me perdoar por isso, eu gostava dela e ela agora está morta. MORTA- gritei comigo mesmo, sabendo que nada poderia adiantar.

Apesar de Quinn sempre ser um pé no saco eu sentia, sentia desde que conheci na boate, sentia desde de seu primeiro toque de que ela era diferente. E por que não fui adiante com isso? Talvez ela não sentisse o mesmo, ou sentisse.

As perguntas me torturavam e eu não tinha mais ela ali.

Levantei-me rapidamente e pude sentir que uma lágrima escorreu.

Idiota, de novo.

Eu não poderia estar chorando, não por causa de uma mulher, não por causa dela. Era ridículo de mais ser o coxinha que chora por mulher.

Sequei a lágrima do jeito que deu e respirei fundo para que meus olhos não ficassem inchados com choro acumulado. Entrei no escritório indo direto as minhas garrafas de whisky.

- Você não vai beber- ouvi a voz de Chaz, desde quando ele estava ali dentro?

- Não me impeça, Charles- mas antes de eu pegar a garrafa o mesmo a pegou.

- Justin, olha para mim- Chaz estava parado em minha frente, e realmente eu estava evitando contato visual com todos, não queria que ninguém percebesse o estado que eu estava e muito menos os membros da minha equipe.- Então pelo menos me escuta- Chaz disse relutante enquanto eu sentava em minha mesa.- Você sair bêbado, chapado, drogado, louco por aí não vai adiantar de nada agora, temos menos de três horas para o voo e está tudo certo, agora vá arrumar suas malas que temos uma Portugal para dominar.

"Tem razão", pensei.

Dei as costas sem abrir a boca, esbarrei com Emily no corredor e seus olhos estavam completamente inchados, ela me olhou breve mas depois virou a cara furiosa. Com certeza estava me culpando, eu também estava me culpando. Cheguei no meu quarto peguei a maior mala que achei e comecei a jogar as roupas lá dentro, perdi um bom tempo ainda ajeitando tudo.

- Vamos Bieber, nosso voo logo saí, Jeremy já foi para lá- Chris disse entrando em meu quarto, apenas assenti pegando a mala e descendo as escadas. Entrei no meu carro sozinho, não queria a companhia de ninguém.

Chegando no aeroporto particular todos da equipe reuniram-se em um sala de espera privada, sentei em uma das poltronas sentindo o clima pesado.

- Brad- chamei sua atenção quebrando o silêncio que estava naquela sala- Podemos conversar?

Brad apenas assentiu levantando-se, ele estava em meio a transtornos, devaneios e quase nunca parecia estar consciente do que estava acontecendo. Havíamos sido pegos de surpresa logo pela manhã, o dia já estava anoitecendo e eu sabia que tudo seria diferente quando chegássemos lá.

Havia outra sala privada da qual entramos, eu depois de Brad, então ele apenas parou na minha frente, encarava o chão.

- Olha Brad, eu não sei como essa parada de pai funciona e...- Brad que encarava o chão deixou uma lágrima cair ao chão.- Se não quiser falar.- eu disse tentando ser o mais sensível por fora, mas eu sabia como estava e não conseguia ser do jeito que estava aparentando ser.

- Tudo bem, Justin- Brad disse.

- Me desculpe pela sua filha.- falei baixo e ele apenas deu de ombros.

- A culpa não é sua garoto- Brad secou mais uma lágrima, caralho, como ele chorava.- Se eu tivesse mudado essa história a alguns anos atrás...

- Mas eu deveria estar com ela na hora..

- Não, não se culpe- Brad continuou.- Agora é tarde para reverter essa situação, só precisamos de foco para acabar com eles.

- Eu não consigo entender sua tristeza- disse tentando ajeitar as palavras- Mas preciso de uma pessoa como você na minha equipe.

- Eu? Na sua equipe?- Brad levantou a cabeça enfim.

-Estamos sem experiência, precisamos de alguém que nos ajude com tudo, e vamos fazer isso por Quinn também.- Brad ainda me encarava, parecia não acreditar nas palavras que saiam da minha boca, mas dando-se por convencido esticou a mão a mim.

- Fechado- apertei sua mão dando um breve sorrisso e então voltamos a sala de espera onde nosso voo logo foi chamado.


 

Depois de oito horas chegamos em Lisboa, estavam todos cansados apesar de algumas pessoas terem pegado no sono facilmente dentro do avião.

Eu não conseguia dormir, mesmo que meu corpo pedisse ao menos uma dose de descanso minha mente trazia uma garrafa cheia de pensamentos que se perdiam ao ar, que me faziam delirar e me levavam a pensar nela cada vez mais. Um nó se formava em minha garganta toda vez que eu fechava os olhos por alguns segundos, eu conseguia vê-la naquela boate dançando, dominando a todos.

Jeremy havia alugado uma mansão em Lisboa e todos iriam para lá, entrei no carro com Butler, Chris e Mike. Respirei fundo antes de colocar os pés dentro daquela casa, ainda era noite em Lisboa, o fuso com Nova York era de cinco horas deixando minha cabeça mais confusa que o normal.

- Meia noite- Jeremy disse ao telefone quando entramos dentro da casa.- Sim, aqui é legal- arqueei a sobrancelha ouvindo a conversa- Aham, tem piscina e até quadra de tênis.- coloquei minha mala no chão sem fazer barulho enquanto todos iam procurar seus devidos quartos para descansar.- Ok, papai também te ama filho, agora vai dormir que está muito tarde aí, beijos- Jeremy desligou o celular virando-se e levando um susto ao me ver.

- Era o Jaxon?- perguntei e ele apenas assentiu.

- Acordou de madrugada por que queria saber que horas eram em Portugal- Jeremy disse e eu apenas sorri, fazia um bom tempo que não via Jaxon e Jazzy.- Contei que você estaria aqui.

- Você contou?- perguntei surpreso, geralmente Jeremy não falava aos meus irmãos por puro ódio, e as poucas vezes que os via me contavam que ele sempre estava falando mal de mim.

- Sim, Jaxon disse que queria estar junto- sorri novamente, talvez eram as únicas pessoas que eu amava incondicionalmente eram aqueles dois pestinhas.

- Sinto falta deles- disse e Jeremy me encarou com uma expressão estranha então saí dali, sabia que ele iria falar algo que iria mudar totalmente minha posição naquele momento.

Subi as escadas indo até meu quarto, tomei um banho e peguei na mala um remédio (quase uma droga) que me derrubava na cama. E assim me livrei de pensar nela e em tudo a minha volta.


 

{...}


 

- JUSTIN VAMOS- Brad invadiu meu quarto, sabia que havia esquecido de trancar a porta antes de ir dormir.

- O que aconteceu?- levantei já com a arma em mão, nunca sabia o que poderia ser.

- Jeremy encontrou o galpão, estamos indo invadi-lo.- Brad falou e eu fui colocando uma calça que achei pelo caminho.

- Mas assim? Sem planejamento?- disse já nervoso então vi a imagem de Jeremy na minha porta.

- Já são duas da tarde, Justin, enquanto você da uma de chefinho e dorme nós trabalhamos, agora siga o plano de quem realmente manda- Jeremy virou as costas e faltou pouco para que a arma que estava na minha mão descarrega-se em suas costas.

Desci as escadas desajeitado então entrei no primeiro carro que vi, era o de Jeremy por azar, mas ambos não incomodaram-se com a presença do outro ali. Jeremy ia rápido, pegando algumas estradas esburacadas e caminhos em meio a uma floresta sem fim, foi quando tivemos que deixar os carros para trás e seguir correndo.

- Estou quase perdendo o fôlego- Brad disse em meio a corrida, estava com os olhos inchado e com certeza não havia dormido a noite toda.

- Brad, você não precisa fazer isso- disse Jeremy.- Pode ficar aqui nos dando cobertura com os seguranças.

- Eu fico com ele- Nolan tomou a frente e então todos apenas assentiram continuando correr, logo chegamos perto de um galpão.

Em sua volta não havia carros e nenhum vestígio de absolutamente nada, porém as luzes estavam acesas. O plano era: cercar e invadir, como sempre fazíamos.

- Entra só os membros da equipe.- Jeremy disse e assim fizemos vendo que o galpão estava completamente cercado por nossos inúmeros seguranças.

Quando a enorme porta se abriu vi todos dando um passo para frente mas logo dois passos para trás. Havia sangue por todos os lados, alguns corpos jogados, todos corpos de mulheres.

- Isso é terrível- ouvi Butler sussurrar.

- Tem algo ali- tomei a frente mas sem abaixar minha arma, na mão de um dos corpos havia um papel.

- Ela não está aqui, nenhuma dessas vadias é ela- comecei a ler vendo que todos se aglomeraram em nossa volta.- Se quiserem os restos mortais de Maria terão que jogar um jogo um pouco mais difícil.

- Tenho certeza que não é só isso, eles devem ter armado mais uma com esse galpão- Jeremy virou o corpo da mulher e então havia um bomba presa a ela.- TEMOS TRINTA SEGUNDOS, CORRAM.

A única coisa que sentia era meus pés contra o chão, minha visão foi dominada pela adrenalina e poucos passos após do galpão a explosão.

Meu corpo caiu contra o chão.


Notas Finais


Continua...

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