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História Metanoia - .house of cards


Escrita por: pr1soner

Notas do Autor


Demorei, mas voltei!
Eu queria muito pedir desculpas pra Folks por causa da demora: essa fic é pra ela.
Espero que gostem <3

Dica: coloquem House of Cards no play.

Capa linda e feita pelo o meu amorzinho que se chama Taynara.

Capítulo 1 - .house of cards


met·a·noi·a; /ˌmetəˈnoiə/  (n.)

“capacidade de mudar a mente, coração, estado de espírito ou modo de viver de um indivíduo.”

 

 

 

O local estava mais cheio do que Jeongguk imaginava que estaria. 

O ambiente entupido de pessoas fúteis — infelizmente como ele — o fazia passar mal. 

 Não seria por menos, é claro. Sua irmã conhecia metade de Busan, tendo uma reputação boa o suficiente para convidar qualquer pessoa, e fazer com que qualquer um que fosse convidado, precisasse comparecer. Era uma das coisas mais óbvias. 

Seria realmente uma pena se toda aquela festa de noivado e todos os enfeites  fossem frutos de uma mentira. Uma mentira quase tão real quanto as flores nas mesas cobertas com véu. Uma mentira quase tão real quanto o seu casamento, que nem de perto era, de fato, real. 

Não era tão difícil de entender, Jeongguk sabia.

Yuna era uma golpista nata. Uma mentirosa e galanteadora de primeira, assim como seu irmão mais novo. Park Jimin? Um homem rico e bonito. Essas características eram, sem dúvidas, essenciais para entrar na lista de Jeon Yuna.

O único problema era que, quem entrasse, pagaria por todos os seus pecados.

Tudo o que ela precisava fazer era seduzir até onde seus limites a capacitavam, e é claro que ser absurdamente linda ajudava. Depois de ter todo o ''glamour'' que ela achava que merecia, uma gravidez repentina e falsa, pegando todos de surpresa. Talvez ela queimasse a casa com todos dentro logo após todo o ocorrido, fugindo com toda a grana que ela e seu irmão Jeongguk conseguiriam guardar. Mudariam de identidade, aparência e país. 

Não era a primeira e nem a segunda vez que ela fazia isso. Yuna e Jeongguk já participaram de vários golpes — não por vontade do mais novo, mas ele só havia ela de família —, atraindo vários homens e os levando à falência. 

E até a morte. 

Mas nenhum desses homens era tão deliciosamente interessante quanto Park Jimin, e Jeongguk não perderia a oportunidade de se aproveitar enquanto podia. Mas, é claro, sem sua irmãzinha saber.

O único problema era que Jeongguk já havia se envolvido com o outro, que se jurava hetero para todos os santos existentes. Ficou feliz em saber que sua tática de sedução havia funcionado com Jimin, o que apenas aumentou o seu ego. Desviar alguém do próprio rumo era tão prazeroso, e Jeongguk tinha certeza que Jimin havia gostado.

Na verdade, o próprio gostava. Mais do que devia. 

 Ajeitou o colarinho e varreu os olhos pelo local, olhando atentamente para seu alvo em seu terno escuro, com o sorriso nervoso. Ele estava tão bonito. Ah, mas Jeongguk sabia que ele não queria estar lá. Sabia também que não era Yuna que ele queria sentir em seu corpo, que não eram os seus gemidos que ele queria ouvir ao pé da orelha. Jeongguk tinha certeza que, apenas com um toque, conseguia tirar tudo de Park Jimin. Inclusive suas roupas.

Um sorriso de lado foi o suficiente para o entendimento de Park: Jeon queria conversar. ''Conversar''.

Jeongguk observou o de cabelos negros dirigir os lábios para perto do ouvido da sua noiva, sussurrando enquanto ela assentia com um sorriso. Yuna não ligava para ele, de qualquer jeito. Tudo o que ela precisava estava ali: o luxo e a atenção.  

Com passos lentos, Jeongguk se dirigiu até o andar de cima, cumprimentando todos com um aceno enquanto passava. Ele precisava manter a postura, afinal. 

Quando colocou a mão na maçaneta da enorme porta da biblioteca velha — que pelo menos havia um banheiro dentro —, suspirou; já imaginava o que estava por vir, pelo menos da sua parte. Portanto, seus pêlos se eriçaram por antecedência. Adentrou no local, observando o sofá e as estantes com os livros pouco utilizados. Passou o dedo pelo antigo toca-discos que havia, se surpreendendo ao ver um de seus favoritos ali dentro.

 — E então, — ouviu uma voz baixa dando vida ao ambiente escuro e silencioso. — o que quer? 

Jeongguk sorriu de lado, ainda de costas para ele. O tom de voz era melodia para seus ouvidos. 

— Não tinha certeza se viria, Pak Jimin... estou surpreso.  

— Você tinha, sim. — Jimin soltou, trancando a porta atrás de si. — Eu sempre venho, Jeongguk.

E ele tinha razão. Desde a primeira vez em que se beijaram, no próprio quarto do mais novo em uma noite chuvosa, tinham a certeza de que aquilo se tornaria um vício. Ambos tinham. O modo como se olharam logo depois do ato os assustou, mesmo que Jeongguk tivesse feito o possível para manter a pose. Aquilo seria passageiro, ele tinha certeza. 

Ele esperava... 

— E então, hyung? Feliz com sua festa de noivado? Olha, devo dizer, tudo está muito bonito... — Jeongguk virou-se para ele, gesticulando com as mãos. — Preparado para  ser meu cunhadinho?  

Jimin sorriu de maneira sarcástica, o rosto cheinho aumentando de tamanho. 

— Me poupe, Jeongguk. Por que não vamos logo ao que interessa? — o de cabelos pretos tomou a iniciativa, colocando a mão nos bolsos

— E o que lhe interessa, hyung? — seu tom era inocente demais para o momento, e Jeongguk fez questão de olhar diretamente para o outro por cima do ombro, a malícia presente em seu olhar. — Eu o interesso?

Jimin engoliu a saliva. 

— Já falamos sobre isso, Jeong...

— Blá, blá, blá... — ele o interrompeu, ironicamente. — Mil perdões, Park Jimin. Me esqueci por um minuto que você é hetero. 

— Aquilo não pode mais se repetir... — Jimin disse mais para si, se referindo ao beijo, olhando para o chão.

— Tudo bem. — Jeongguk suspirou, um pouco frustrado. Colocou a música para tocar e se voltou para o de cabelos negros, o fitando com calma e de perto pela primeira vez na noite. — Então deixe-me pedir uma última coisa?

— O que seria? — Jimin sentiu o sangue congelar por alguns segundos.

O moreno caminhou a passos lentos na direção do mais velho, um jeito casual e sexy ao mesmo tempo. Apenas estando a centímetros de distancia e com um sorriso galanteador, Jeongguk estendeu a mão para o hyung, sendo ainda mais motivado pela música. Jimin leu os lábios do mais novo com calma enquanto a melodia gostosa se dava início, sentindo um arrepio ao ouvir a voz pela última vez antes do local ser tomado pela música: 

— Dança comigo?  

 



Tto witaerowo tto wiheomhae 
(Em risco novamente, está perigoso novamente) 
So bad (why?) urin yeah 
(Tão mal (por quê?) nós estamos, yeah) 
Deo beotigido jitaenghagido 
(Para suportar mais, para sustentar mais) 
So hard (hard) an dwae 
(É tão difícil, (difícil) eu não consigo) 
 

 

 

Park Jimin o encarou com surpresa e desconfiança no olhar. O sorriso galanteador e sugestivo ainda estava ali, presente, dando vida à seus olhos, e quando se deu conta, Jeongguk o guiava com facilidade.  

O outro apoiou uma mão na cintura do mais velho e o puxou levemente para mais perto, deixando Jimin sem saber como reagir a princípio. Aos poucos, seus dígitos se encontraram aos lugares certos; seu ombro e sua mão.  
 

 


Imi algo isseodo 
(Mesmo se você já soubesse) 
Meomchul suga eobseosseo 
(Não conseguiríamos parar) 
No way, no way, no way sseureojyeo 
(De jeito nenhum, de jeito nenhum, de jeito nenhum) 
Sigani jinagalsurok 
(Conforme o tempo passa) 
Deo manggajyeogagiman hae 
(Apenas fica mais destruído) 
No way, no way tto muneojineun geol 
(De jeito nenhum, de jeito nenhum, está desmoronando novamente) 

 

 

— Me chamou aqui para dançar, Jeongguk? — sua voz saiu forçadamente natural, enquanto por dentro, se sentia gritar em confusão.

— Eu não sei por quê o chamei. — Jeongguk se deixou dizer, indo contra todas as regras iniciais. — Talvez eu só quisesse o ver.

Sentiu Jimin suspirar contra seu ombro, encostando os lábios ali enquanto se permitia fechar os olhos.

No dia em que beijou Jeongguk pela primeira vez, Park Jimin sentiu-se tremer por inteiro. Não apenas dos pés até a cabeça, e sim por dentro. Seu coração havia batido de maneiras absurdamente anormais com aquele simples contato singelo, aquele misto de confusão e de um sentimento que, ainda desconhecido por ambos, se encontrava enterrado.

Mas estando ali com ele, com os corpos colados, as respirações irregulares e ao som de uma música estimulante e sexy, sua sanidade mental se encontrava em risco. Todo raciocínio lógico parecia se esvair, e tudo o que ele procurava era ainda mais contato. Portanto, tirou sua mão da de Jeon com delicadeza e a recostou nos ombros do mais novo, segurando-os firmemente com os dedos enquanto sentia o aroma forte e embriagador em seu pescoço. Park Jimin sabia que poderia fechar os olhos e dormir ali mesmo.

Jeongguk, por outro lado, notando o comportamento do outro, deslizou lentamente a própria mão para cintura em sua frente, segurando o tecido do terno com firmeza enquanto ainda o guiava com tranquilidade, movendo os pés junto aos dele. O problema era que Jeongguk não planejava ficar com os lábios tão próximos do pescoço lisinho, na qual um único suspiro fosse capaz de denunciar o seu súbito nervosismo.

Esquecendo de comandar os próprios movimentos, Jeongguk encostou levemente os lábios na pele alva de Park Jimin, notando a igualdade na temperatura. Um simples roçar foi capaz de deixar o de cabelos negros arrepiado, o fazendo se apoiar mais no moreno. 

— Jeongguk...? — ele chamou, os olhos levemente arregalados e as bochechas coradas.

— Continue dançando. — Jeongguk sussurrou contra seu ouvido, apertando-se mais contra o corpo do outro.

Park Jimin pensou em rebater e pedir para que ele parasse, mas ao sentir os lábios do mais novo pela segunda vez em seu pescoço, puxando levemente a carne com os dentes, ele desistiu da ideia no mesmo instante.

— O que está fazendo? — um suspiro sôfrego e contido escapou de seus lábios enquanto seus pés paravam de se movimentar.

— Te provocando. — o tom grave de Jeongguk  era tudo o que Park Jimin queria (conseguia) ouvir. A música havia igualmente sido esquecida. — Quer que eu pare?

Jimin não respondeu. Era como se o silêncio o fizesse sentir menos culpado, de alguma forma. Estar deixando Jeongguk beijar seu pescoço era um erro; um gravíssimo, por sinal.  

Mas não era como se pudesse ou conseguisse evitar. 

Os dedos do mais novo desceram lentamente para o quadril do outro, deixando Jimin com o coração acelerado ao ansiar por mais contato, se dando conta do caminho perigoso na qual ele estava se direcionando

— A gente deveria parar... — o de cabelos negros tentou arrumar forças para empurra-lo, pedindo ajuda de alguma forma para o seu lado racional.

— É... — mas Jeongguk apenas chegou ao seu destino e apertou com força a carne de Jimin, fazendo os quadris roçarem um no outro e deixando o mais velho na ponta dos pés. — Deveríamos...

Um gemido baixo e sôfrego teimou por sair da garganta de Park enquanto seus olhos se fechavam, sentindo o calor e o atrito gostoso dos dois corpos entrando em um contato mais íntimo. Jimin segurou os ombros de Jeongguk com mais força e enterrou o rosto em seu terno, se recusando a deixá-lo vê-lo em um estado tão entregue. 

— Todos os seus gestos são como incentivo para eu continuar, você sabe disso, não sabe? — Jeongguk segredou no ouvido do mais velho, deixando os lábios encostarem de propósito em seu lóbulo. — Um suspiro seu contra meu corpo é como uma permissão para te tocar mais, te sentir mais... — seus dedos se direcionaram para barra da blusa dentro da calça, soltando o pano cuidadosamente. — isso tudo só me deixa com ainda mais sede de você, Jimin. — os dígitos de Jeongguk tocaram as costas quentes do mais velho, o fazendo arfar. 

— O que você quer de mim, Jeon? — sua voz tímida e falha soou, fazendo Jeongguk quase tremer por imaginar aquela voz delicada gemendo o seu nome. Ele riu da pergunta. 

— Eu quero te fazer pedir, hyung. Quero acabar com toda essa vontade que eu sei que você também tem. — segurou o lóbulo da orelha com os dentes e o arrastou, se aproximando ainda mais do mais velho ao sussurrar: — Eu quero foder você.

Jimin teve a certeza de que conseguia ouvir as batidas de seu coração em seu ouvido. 

J-Jeongguk... — ele gaguejou, apoiando todo o peso de seu corpo nos braços do mais novo dessa vez. — Não fala essas coisas. 

— E por quê não? — em um movimento lento junto da música, Jeongguk trocou as posições, pegando Jimin de surpresa e os deixando com ambos narizes encostados.

— Porque é errado. — Jimin tentou ser convincente, deixando a voz apenas como um sussurro batendo contra a pele do outro. — Porque... porque eu...

Antes que Jimin pudesse terminar a frase, ele sentiu o toque leve dos lábios de Jeongguk nos seus. Seu coração saltou pela boca quando o sentiu encaixar as mãos habilidosamente  em sua cintura, mas com uma pressão fraca demais para o que ele queria. As bocas apenas roçaram uma na outra, o que foi o suficiente para Jimin não ter tempo de fechar os olhos, tamanho era o seu choque momentâneo, fazendo o contato acabar tão rápido quanto começou.

Sem entender, Jimin observou Jeongguk sorrir a sua frente, passando a língua no lábio inferior. 

— Então você não quer? — o mais novo o provocou, erguendo uma das mãos até o rosto do mais velho. Deslizou o polegar para o lábio inferior de Jimin e o viu fechar os olhos, observando a boca cheinha que ele tanto desejava beijar. Beijar de verdade. — Eu nunca faria algo que você não quisesse, hyung. Muito pelo contrário... — observou Jimin abrir os olhos pesados e os direcionar aos seus. — eu prometo que consigo te fazer pedir por mais. 

 


Kadeuro mandeun jip geu sogeseo urin 
(Uma casa feita de cartas, e nós dentro) 
Kkeuchi boindaedo got sseureojindaedo 
(Mesmo que o fim esteja visível, mesmo que esteja para desabar logo) 
 

 
 

Jimin fechou os olhos pelo o que pareceu a milésima vez na noite.  

As palavras de Jeongguk o atingiram em cheio. 

Deixou o mais novo se aproximar o quanto quisesse dessa vez, sentindo o hálito quente bater em seu rosto, o leve cheiro de uísque colidindo o seu próprio hálito.  

Não havia como negar mais. Não queria mais fugir. 

— Eu quero te beijar. — o mais velho disse em voz alta, se amaldiçoando por ter deixado aquelas palavras ecoarem pela sala. Era o fim, ele pensou. Jeongguk o esnobaria.

— Então me beije.  

 
 

 

Kadeuro mandeun jip babogachi urin 

(Uma casa feita de cartas, somos como idiotas) 

Heotdoen kkumiraedo idaero jogeum deo stay 

(Mesmo que seja um sonho vão, fique assim um pouco mais)

 
 

 

Alguns segundos foram necessário para Park Jimin processar o que estava acontecendo, mas quando por fim se deu conta, o ímpeto de se jogar em Jeongguk já havia, de fato, ocorrido.

Os dedos do mais novo se moldaram em sua cintura, apertando com força o tecido fino do terno, como se ele pudesse  – o que não era o caso – fugir dali. Cegamente, Jimin se viu movendo a mão para a nuca do outro, enchendo-a com seus fios de cabelo enquanto os apertava com uma força consideravelmente forte. Arfou ao sentir Jeongguk o apertando novamente contra si, deixando-o quase desnorteado ao fazê-lo sentir seus quadris em um novo contato. Todo aquele clima lento era responsável por deixa-lo tão tenso, tão sedento e, estranhamente, tão excitado. Não era como se nunca tivessem se beijado, mas ali, trancados em um local a parte e com mais de cinquenta pessoas do lado de fora, deixava tudo mais excitante.  

Quando Jeongguk – que estava tão aéreo quanto o mais velho – brincou com a ponta da língua no lábio inferior de Jimin, pedindo passagem de maneira calma, o de cabelos negros sentiu toda a tensão entre os dois explodir. 

A partir dali, não teria mais volta. 

Apertou os dedos com força nos cabelos de Jeongguk e o beijou com vigor, descontando toda a sua frustração de todos esses tempos por querê-lo em segredo e não poder tocá-lo como deveria. 

Oh, isso chegava a ser pecado. 

Um pecado torturante e delicioso, ele tinha que admitir. 

Sentiu Jeongguk andar desengonçadamente com ele, apertando sua cintura com tanta força que ficariam marcas dos dedos em seu terno escuro. Brincou com a língua dentro de sua boca, enrolando-a sensualmente na sua, separando-se dele apenas quando precisava respirar. Um arfar foi ouvido, deixando Jimin arrepiado dos pés até a cabeça. 

— Vem aqui. — a ordem foi ecoada pela sala, fazendo Jimin se perguntar o que ele estava fazendo se encontrava-se parado em sua frente. Só então se deu conta de que Jeongguk havia sentado no sofá no canto da sala, ao lado das prateleiras, e que fazia um gesto com as mãos para que Jimin chegasse mais perto. — Vem aqui, hyung. 

Por alguns segundos, Park Jimin pode contemplar a bela visão que Jeongguk era sentado daquele jeito jogado, com o terno amassado e os cabelos ainda em ordem — o que realmente o fazia querer bagunçá-lo por completo — e se deixou obedecer. 

Era isso. Ele simplesmente obedeceu. 

Passou as pernas em volta da cintura do mais novo e o deixou analisá-lo, sentindo-o passar os olhos por todo o seu rosto. Quando estava prestes a fazer menção para beija-lo novamente, Jimin recuou alguns centímetros, deixando o garoto à sua frente com um grande ponto de interrogação no rosto. Devagar, o mais velho dirigiu os dedos para os botões do terno do mais novo, abrindo cada um deles e se sentindo estranhamente poderoso quando dirigiu o olhar para Jeongguk, que o encarava com uma espécie de admiração. Os lábios róseos entreabertos e a respiração alta eram um sinal claro de que ele realmente queria o que estava por vir, e Jimin se sentiu motivado.  

Que se fodam as consequências, afinal. Eles só viveriam uma vez. 

Recebendo ajuda do castanho, o Park removeu a primeira peça de roupa da noite, o deixando apenas com a blusa social branca o vestindo. Jeongguk já se encontrava impaciente, apesar de gostar de observar o mais velho tirando suas roupas. Aquilo tudo o deixava nervoso, porém no bom ou no mal sentido? Ele não sabia dizer. A única certeza que tinha era que precisava urgentemente de mais contato, mais apertos, mais mordidas. Seu pênis chegava a latejar por antecipação.

Em um ato violento, Jeongguk grunhiu e puxou violentamente a nuca de Park para seu rosto, fazendo o mais velho gemer em surpresa e segurar com extrema força sua nuca e seus ombros, mordendo o lábio inferior do outro como castigo por pegá-lo desprevenido. Jeongguk chegou a sorrir com o ato rebelde, apesar de realmente ter sido doloroso. 

— Gosto de você tirando minhas roupas, hyung, — ele disse entre os beijos, retirando a mesma peça de roupa de Jimin enquanto voltava a cravar os dedos na cintura do mais velho, os lábios roçando um no outro. — mas prefiro que faça isso enquanto me beija. 

Como se fosse um pedido entrelinhas, Jimin mordeu o próprio lábio inferior antes de voltar para os de Jeongguk, sentindo os dedos do mais novo apertarem sua carne sem hesitação, o forçando para baixo. Jimin sentiu seu volume já bastante perceptível em sua bunda, o fazendo arfar e buscar mais contato, esfregando-se em cima de Jeongguk enquanto ouviu o outro grunhir novamente em sua boca.

— Porra, Jimin... — ele reclamou na boca do outro.

— Jeongguk. — Jimin o repreendeu, se movendo mais uma vez em cima do mais novo, mantendo os olhares fixos, o ouvindo gemer baixinho. — Me respeite como seu hyung. 

Essa foi a deixa para Park Jimin tirar as pernas de cima do mais novo e ajoelhar-se em sua frente, deixando suas mãos trabalharem novamente, acariciando com suavidade o membro de Jeongguk por cima da calça, o ouvindo suspirar acima de si. Park o sentiu com os dedos antes de abrir o único botão que havia ali, revelando uma boxer que parecia apertada demais naquele momento. Desceu a calça até os joelhos e voltou com os dedos na barra do pano que ainda o cobria, descendo-o com os indicadores devagar enquanto direcionava os lábios para o abdome rígido em sua frente, beijando e passando língua até chegar ao lugar desejado.  

Com um sorriso sacana de canto e uma paciência no ponto morto, Jeongguk levou as próprias mãos para boxer e a desceu, deixando seu amigo de cara com Jimin, que soltou uma risadinha.  

— Você realmente não sabe curtir o momento, não é? — Jimin sorriu, segurando toda a extensão de Jeongguk e a apertando levemente, ouvindo-o grunhir. 

Iniciou uma masturbação dolorosamente lenta, o observando franzir o cenho enquanto erguia a cabeça, apoiando-a no encosto do sofá. 

— Jeon Jeongguk? — Park Jimin fez a sua melhor voz sedutora surgir. — Vai mesmo ficar de olhos fechados? 

Jeongguk, estimulado pela voz manhosa e baixa, abaixou os olhos lentamente até o mais velho, tendo certamente a visão mais erótica até então: Park Jimin com a língua para fora, passando a ponta devagar em sua glande enquanto o encarava fixamente. O olhar carregado de luxúria atravessou sua pele, enviando choques elétricos até o sistema nervoso do mais novo. Assim que mergulhou o pau de Jeongguk em sua boca quente e úmida, o mesmo grunhiu pela terceira vez na noite, sentindo o músculo molhado de Jimin trabalhar de maneira enlouquecedora. Uma mão buscou apoio no sofá enquanto a outra se perdia nos tufos negros, segurando apenas delicadamente. Jeongguk mordeu o lábio inferior, evitando um gemido vergonhoso e nada ativo quando Jimin chupou-o intensamente, fazendo-os ouvirem os barulhos estalados por conta da saliva toda vez que o tirava completamente da boca, apenas para brincar com a sanidade do mais novo e testar a sua impaciência.  

E dava certo.

Tudo em Park Jimin era motivo para querer dar início a uma série de desafios; os olhos castanhos o desafiavam a manter o contato, a persistir mergulhando naquele universo escuro; a boca carnuda e desenhada o desafiava a manter a distância quando, tão convidativa, o fazia querer colar os lábios com tremenda urgência; as coxas grossas, mesmo de longe, desafiavam seus dedos a se afundarem ainda mais naquela carne quente, querendo saber sua textura, sentir o seu calor.

E ter o mesmo Park Jimin ali, ajoelhado no meio de suas pernas, o fazendo ter o acesso permitido à todas essas coisas, certamente o deixava com a impaciência aflorada.

Quando o mais velho decidiu alterar a velocidade de lento-torturante para um vai-e-vem curto, quase sem intervalos para respirar, Jeongguk se sentiu ter espasmos. Enterrou os dedos nos tufos negros e começou a, involuntariamente, mover o quadril, indo de encontro com a boca de Jimin em um ritmo inconstante e ríspido. Ele iria gozar, e não queria ainda.

Para sua surpresa, o de cabelos negros parou o que estava fazendo.  

Jimin lambeu uma última vez o falo rígido e posicionou as pernas ao redor da cintura de Jeongguk novamente — não antes de tirar apenas a sua calça antes desse processo, ficando apenas de cueca —, sentando-se, sentindo o pênis de Jeon entre suas nádegas, contendo um suspiro ao ter feito o contato e, com um sorriso, começou a se movimentar. Moveu o quadril para frente com maestria, sentindo toda a extensão de Jeongguk em sua pele enquanto o outro o observava com luxúria, segurando firmemente sua cintura. Jimin se aproximou e segurou sua nuca, grudando os lábios mais uma vez antes de fazer uma pressão gostosa para baixo, esfregando-se com mais força no mais novo. O movimento de sua língua ia de acordo com o seu quadril, de maneira lenta e torturante. Enroscava-se em Jeongguk, mordia seu lábio inferior e apertava os dedos em seus cabelos, tornando aquilo tudo a oitava maravilha do mundo.

Mas era insuficiente.  

Os dois sabiam disso.

Park Jimin mal percebeu quando Jeongguk havia tirado ambas as blusas enquanto se beijavam, o calor emanando dos dois corpos agora em contato, parecendo pegar fogo.  

— Hyung... — Jeongguk se pronunciou enquanto sentia seu pênis latejar dolorosamente, direcionando os dedos para o elástico da cueca alheia. — tira logo isso.

O que Jeongguk viu a seguir o fez perder o fôlego de vez. 

Park Jimin havia se levantado de seu colo e apoiado as costas no braço do sofá, ao seu lado, tudo em questão de segundos. Suas pernas estavam abertas para o moreno, totalmente exposto. Jimin direcionou uma mão para seu pênis, o massageando por cima de cueca, fechando os olhos em seguida. Sentiu o olhar pesado de Jeongguk em si, sua respiração audível o suficiente por toda a sala.  

— Você não vai fazer isso... — Jeongguk se pronunciou, desesperado, olhando o mais velho por entre suas pernas abertas. Era uma visão pecaminosa demais.

Jimin apenas riu baixinho e ultrapassou o limite do pano, finalmente tocando o próprio membro pulsante. Soltou um gemido baixo ao sentir seu polegar na glande, jogando a cabeça para trás enquanto, com a mão livre, acariciava o próprio peito. Decidiu encarar sua vítima. Contato com os olhos era sempre mais excitante.

Segurou a própria cueca e a passou pelas pernas, voltando para posição anterior, expondo sua entrada para Jeongguk e o vendo morder os lábios de maneira nervosa.

Então, Park Jimin começou.

Se masturbou olhando fixamente para os olhos de Jeongguk, tombando a cabeça de lado, o observando respirar com a boca entreaberta. Soltou um gemido sôfrego ao acariciar a própria fenda com o indicador, já sentindo-se molhado com toda aquela tensão.

Começou a movimentar o quadril, fodendo a própria mão enquanto mordia o lábio inferior, se excitando com a ideia de se tocar na frente do mais novo.  

— Jeongguk... — deixou o nome do outro escapar de seus lábios enquanto separava ainda mais as pernas, apoiando agora uma no encosto do sofá e a outra no chão. Park Jimin se sentia uma puta, e se orgulhava do efeito que causava no outro. Abriu os olhos e deu de cara com Jeongguk também se tocando, parecendo o devorar com o olhar. 

O mais novo achou aquele o cúmulo: ouvir seu nome ser pronunciado com tanta luxúria era tentação demais para ele. Para qualquer um.

— Jeon? — o hyung o chamou, percebendo que o outro estava em seu limite. Sorriu como um caçador sorri para a presa. — Eu não aguento mais... — sentiu a própria perna dar um único espasmo, o fazendo gemer em surpresa. 

E então, esperando que fosse a gota d'água, Jimin desceu a outra mão e rodeou a própria entrada com o dedo, quase o introduzindo em si.

Oh, não. Aquilo Jeongguk não suportaria. 

O mais novo se lançou no outro, o fazendo rir alto. 

— Eu sabia que não duraria muito. — Jimin beijou seu maxilar, o mordiscando logo em seguida. 

— Aquilo foi golpe baixo. — Jeongguk disse entredentes, enterrando o rosto no pescoço do hyung, chupando a pele com força, na intenção de deixar marcas. 

— Você tem camisinha? — Jimin se lembrou desse detalhe estúpido, pedindo à todas as entidades para que a resposta fosse ''sim''. 

Jeongguk esticou a mão em direção a calça do seu terno e tirou sua carteira dali, pegando o pedaço de plástico e logo o rasgando com os dentes. Deus, como estava impaciente

Com tudo preparado, se posicionou em Jimin, ficando cara-a-cara com o mais velho enquanto roçava sua entrada com a ponta do pênis. Ouviu o outro arfar com o contato o puxou para um beijo necessitado e cheio de línguas.

— Ande logo com isso, Jeon. — sussurrou, com os lábios roçando um no outro. 

Jeongguk o estocou com força, fazendo o outro se contorcer de dor no mesmo instante. As pernas grossas de Jimin enlaçaram a cintura do mais novo, sentindo o mesmo distribuir beijos por seu pescoço, peito e clavícula, tentando amenizar a dor. O Park certamente estava mais interessado nos lábios de Jeongguk. 

— Estou te machucando? Eu posso para, se quiser... — perguntou um Jeon, estranhamente, preocupado. Jimin não imaginava ver esse lado dele. 

— Nem... pensar. — Jimin tentou sorrir, tentando afastar as lágrimas do canto dos olhos. — Se você parar, nunca mais vai me foder de novo. 

Jeon riu baixinho da resposta do outro, adorando ver aquele lado inusitado do mesmo. 

— E se eu não parar, hyung? — Jeongguk mordiscou o lóbulo da orelha do mais velho, percebendo que o mesmo já começava a se acostumar com a dor. 

— Se você não parar, Jeon Jeongguk, — Jimin arfou e o olhou, buscando seus olhos negros. — saiba que será dono de uma grande parte de mim. 

Sem saber o que responder ou pensar — e com a garganta subitamente seca —, o mais novo o beijou. O beijou como ainda não havia beijado; lenta e profundamente, apenas saboreando o quanto era bom ter o mais baixo tão vulnerável. 

— Você é lindo, Park Jimin, — Jeon interrompeu o ósculo, dando um último selar naqueles lábios tão cheinhos. — e eu não vou deixar minha irmã se casar com você.

Segundos depois, o mais novo forçou-se dentro do hyung, ouvindo murmúrios de prazer. Palavras desconexas deixavam a boca do Park, que apertou mais o corpo de Jeongguk contra o seu, buscando, inevitavelmente, mais contato.

Jeon ia forte e fundo desde o início. Os dedos dos pés de Park Jimin se contorciam conforme as mãos de Jeongguk apertavam sua cintura com extrema força, o rosto enterrado em seu pescoço. Selou os lábios no pescoço do hyung, variando entre mordidas e lambidas, fazendo o Park esquecer totalmente da dor. Ele apalpou as costas de Jeongguk, descendo os dedos calmamente até chegar em sua bunda, a apertando com força e enchendo os dedos com sua carne quente. Jeon gemeu, indo involuntariamente mais ao seu encontro, lançando seu quadril mais violentamente enquanto xingava baixinho no ouvido do outro.  

Retirando-se do hyung e ouvindo um murmúrio de reclamação, Jeongguk sentou-se no sofá novamente, puxando Jimin com a mão. O mais velho se ergueu com dificuldade, passando as pernas pelo redor da cintura alheia, acomodando-se em seu colo novamente. Jeongguk o deu um último olhar cúmplice antes de segurar sua cintura, apenas superficialmente, deixando Jimin comandar os movimentos que viriam a seguir.

O hyung se encaixou lentamente, segurando o falo de Jeongguk com uma das mãos e descendo o tronco, sentindo-se ser preenchido pela segunda vez. Ergueu a cabeça quando Jeon foi fundo, seus dedos apertando sua cintura com força, o quadril se levantando para ir de encontro com o mais velho. Jimin segurou seus ombros, rebolando devagar no membro do mais novo, o vendo fechar os olhos vez ou outra.  

Há tanto tempo ele não se sentia bem assim. 

Jeongguk, por outro lado, apenas apreciava a visão do moreno começando a suar em sua frente, o rosto corado e bonito se contorcendo, o pênis alheio entre os dois corpos. Park Jimin era uma visão boa demais para não ser apreciada.  

— Olhe para mim. — o mais novo disse, baixinho, esperando ver todo o desejo que seu hyung transparecia estar sentindo em seus olhos. — Olhe para mim, Jimin. 

E ele o olhou, abrindo os olhos devagar, sentindo o corpo dormente e extasiado. Encararam um ao outro durante todo o ato a seguir, ambos sentindo a sala esquentar três vezes mais e os ventres formigarem.  

Jimin gemeu quando Jeongguk levantou o quadril ao mesmo tempo em que direcionava a sua cintura para baixo, indo de encontro com a sua bunda de maneira brutal. O mais velho mordeu o lábio ao sentir Jeongguk o atingindo LÁ, gemendo com deleite, ainda com os olhos fixos nas íris do outro. 

Ele queria mais.

Jeongguk... — o chamou, desesperado para sentir a sensação novamente. — Forte. De novo.

As palavras-chave foram o suficiente para o entendimento do mais novo, que cravou os dedos com força no quadril alheio e levantou o próprio, ditando o movimento. Jeongguk grunhiu ao sentir Jimin o apertando, e Jimin gemeu com o mais novo o acertando na próstata seguidas vezes. 

Estavam descontrolados e sedentos. 

O mais velho segurou-se no encosto do sofá e intensificou o ritmo do quadril, literalmente cavalgando em Jeongguk e enterrando o rosto em seu pescoço, sentindo o cheiro caraterístico do sexo em sua pele misturado com seu perfume. Mordeu a pele sensível, ouvindo o outro arfar e o sentindo morder sem ombro.

Perceberam que estavam chegando ao limite quando Jeongguk subiu uma das mãos e agarrou os cabelos de Jimin, puxando sua nuca para trás e travando o maxilar tamanho era sua vontade — necessidade — de gozar. Olhou para o membro teso e molhado de seu hyung entre os corpos assim que o ouviu: 

— Jeon, me toca. — pediu de maneira firme. 

— Não... — Jeongguk ergueu o corpo, descolando as costas do sofá e grudando ambos os peitos. — você vai gozar sem se tocar, hyung. 

Jimin gemeu com o comentário, sabendo que não estava nem um pouco longe de seu orgasmo. Sentiu Jeon quase o erguer, tamanha era a força que botava nos quadris, e seu ventre formigar com a masturbação que ocorria entre os dois: a barriga de Jeongguk em atrito com seu membro, que também encostava na própria barriga. Aquele era o limite. 

Jimin gozou ao sentir o mais novo lhe acertar novamente na próstata, seu interior engolindo e imprensando o membro alheio enquanto gemia com satisfação, segurando-se nos ombros e nuca de Jeongguk. Ouviu o mais velho grunhir e apertar-se mais em si, dizendo um ''Hyung!'' enquanto apertava seu quadril e preenchia seu interior.  

Com a bochecha apoiada no ombro do mais novo, Park Jimin recuperava a respiração ofegante, sentindo-se momentaneamente exausto.  

Jeongguk não estava diferente. Seu peito subia e descia rapidamente, uma mão descansando na coxa do hyung enquanto a outra acariciava seus cabelos. 

O que havia acontecido ali, afinal?

O mais novo, estranhamente, sentia uma certa culpa dentro de si. A sensação de estar ali com Jimin, de querer * fazer carinho e estar perto, o deixava tonto — ainda mais tonto que o orgasmo que havia acabado de ter

Não era justo querer aquilo sendo um cafajeste como ele. 

— Hyung... — sua voz arrependida soou. — eu preciso te contar...

— Eu já sei, Jeongguk. 

Sua boca ficou seca.  

— O-o que...?

— Quantas vezes vocês dois já fizeram isso? — ao contrário do que Jeongguk esperava, a voz do mais velho estava calma. — Umas quatro, cinco? 

Jeongguk ergueu a cabeça, olhando-o diretamente nos olhos. 

— Então... por quê me deixou te beijar?

— Eu não deixei! — Jimin aumentou o tom de voz, na defensiva. — Você meio que me beijou do nada, não consegue se lembrar?! ''Então você não quer?'' — ele imitou a voz de Jeon, recebendo um tapa na coxa e um sorriso do mesmo. Jimin riu. — Eu vou fugir, se quer saber. Sei que ela não está grávida. — explicou calmamente. — Todas as vezes em que transamos, nós usamos camisinha, e nenhuma delas estourou. As pílulas dela estão em dia; não deixava de tomar nunca. Quando soube da minha herança, adivinha só? Inventou uma gravidez repentina uma semana depois, achando que eu seria estúpido o suficiente para não ficar de olho em cada movimento seu. Ah, e Jeongguk? — o mais velho o encarou, sorrindo de lado. — Eu não sou estúpido. 

Jeongguk, em anos, nunca imaginou que sua irmã cometeria um deslize tão, aparentemente, idiota. 

— Eu poderia apenas dizer ''não'' para isso tudo, mas, sinceramente? Fugir vai ser muito melhor. — ele riu contra a pele do mais novo. — Estou cansado da minha vida aqui,  cansado de me esconder. Quero ser quem eu realmente sou em um lugar diferente, longe de olhares críticos. Essa vai ser a oportunidade perfeita para fugir e deixá-la plantada no altar, porque ela merece. 

— E você não me odeia? — Jeon disse, se perguntando o por quê do mais velho não estar o batendo logo após ter descoberto tudo isso. 

— Achei que eu pudesse te odiar, mas... bom, você me beijou. Fodeu com o meu plano inteiro, Jeongguk, — ele confessou, abaixando o tom de voz em seguida. — porque não consegui te esquecer desde então. 

O peito do mais novo pareceu se encher de uma alegria inexplicável.  

— Não vou deixá-la fazer nada com você... — Jeon explicou. — eu só não tenho mais ninguém, entende? Tenho medo de acabar sozinho. Ela sempre me protegeu, apesar de tudo. 

— Você não está sozinho. Caso não tenha percebido, eu estou nu, com o corpo grudado no seu, igualmente nu. — ele riu baixinho. A simplicidade do Park o encantava. 

Jeongguk segurou o queixo do mais velho, selando os lábios demoradamente, apenas sentindo sua textura. 

— E agora? — sussurrou, ainda de olhos fechados, as bocas roçando. 

Jimin apenas sorriu. 

— Ainda posso abandoná-la no altar. Ainda podemos nos libertar, Jeon Jeongguk. Sei que tudo pode dar errado, que talvez não fiquemos juntos e que podemos estar embaixo de uma casa feita de cartas, mas... vem comigo? 

Jungkook piscou. Um nó parecia ter se formado em sua garganta.  

— Jimin, eu... eu não sei... 

Jimin se desencostou do mais novo, o encarando com olhos acusatórios. 

— Depois de tudo isso o que acabamos de fazer? Sério mesmo? — ele se levantou, com dificuldade, pescando todas as suas roupas espalhadas no chão. Colocou peça por peça rapidamente, sentindo o coração afundar no peito. 

— Eu só tenho medo, hyung! Medo. — o mais novo disse, depois longos segundos. — Não posso deixar minha irmã assim, depois de todos esses anos.  

— Ela é uma assassina, Jeongguk, — Park Jimin vestiu o blazer, encarando o mais novo, com olhos magoados. — e eu sei que você não é. 

— Eu não quero que você pense que isso aqui aconteceu só por acontecer, Jimin... porque não foi. Até pensei que essa poderia ter sido minha ideia inicial, mas... sinceramente? Agora tenho certeza de que não vou esquecer disso tão cedo. 

— E você acha que eu vou? — Park o olhou derrotado, com um dos sapatos na mão. — Eu não estou pedindo pra esquecer sua irmã, Jeongguk. Só quero que pare e pense. Todos nós merecemos uma chance de ser feliz, uma chance de recomeçar. — ele sorriu triste, percebendo o olhar em confusão do mais novo. — Não estou dizendo que o amo, pelo amor de Deus! Mas quero que venha comigo. Vamos aproveitar tudo o que temos pra descobrir juntos, e se não der certo... você pode voltar quando quiser.  

Jeongguk pensou. Balançou a cabeça para espantar tudo o que estava ali dentro o sufocando e levantou-se do sofá, começando a vestir suas roupas, sob o olhar do mais velho.  

Park Jimin suspirou diante a demora do mais novo. Ele sabia que não seria tão fácil convence-lo, mas em seu peito, pelo menos lá no fundo, ainda tinha uma pequena esperança de que conseguiria. Virou-se, deixando para trás um Jeongguk frustrado e confuso. Tocou na maçaneta e a girou, destrancando-a preparado para deixa-lo naquele local vazio. 

— Se mudar de ideia, me avise. — segurou a porta, saindo do recinto — Pretendo ir ainda amanhã. 

— Hyung! 

E o Park, surpreendentemente, parou. Virou o rosto para trás uma última vez, observando a carinha de confusão na qual o mais novo se encontrava. Sabia que nada daquilo seria fácil, e que se Jeongguk desistisse, ele se forçaria a entender.

— Eu... eu não gosto da ideia de fazer o que meus pais fizeram com nós dois. — respirou fundo, se referindo à ele e a irmã, recebendo um olhar compreensivo. — Não quero que ela se sinta abandonada pela segunda vez. 

Então era isso, Jimin pensou, caindo em compreensão.  

— Se você ficar, Jeongguk, — ele ainda se encontrava na mesma posição, tentando lutar com todas as forças para não correr até o mais novo e abraçá-lo. — isso poderá custar a sua felicidade. 

Jeongguk estava tão frágil. Não parecia nada com o garoto que acabara de destruir suas estruturas há minutos atrás, e isso o assustava. Ele era nada mais do que uma criança perdida e confusa, e apenas por alguns segundos, se permitiu sentir mal por causa das obscenidades anteriores. 

— Hyung? — ele sussurrou uma última vez. Isso poderá custar a sua felicidade...

— Jeon, não podemos ficar aqui mais... 

Hyung... 

— As pessoas vão começar a perceber que estamos fora por muito tempo, e... 

— Cala essa boca, Park Jimin. — ele fingiu raiva, deixando um sorriso de canto vacilar em seu rosto. 

O mais velho estreitou os olhos, tentando entender essa súbita mudança de comportamento. Por isso, se assustou ao ouvir as seguintes palavras que, mesmo sem saber,  pelos menos em alguns meses (ou anos), seriam capazes de mudar a sua vida. 

— Olha... — ele soltou o ar dos pulmões, fechando os olhos e abrindo-os lentamente, voltando a mirar o rosto do mais velho. Sentia que se não falasse de uma vez, não teria coragem de fazer algo parecido novamente. 

Mas, por incrível que pareça, sorriu com sinceridade ao dizer:

— Onde nos encontramos amanhã?

Jeongguk teve a certeza de que não esqueceria de nem um mísero detalhe daquela noite; os toques, os beijos e suspiros. Os olhares compartilhados, ambos carregando o brilho da luxúria e de algo a mais. 

Porém, naquele exato instante, soube que carregaria algo em sua mente que, sem dúvida alguma, era melhor do que todas as coisas anteriores.

O sorriso iluminado de Park Jimin ao ouvir sua resposta.


Notas Finais


SIM, terminou desse jeito. Não me batam!
Eu não tinha ideia de como terminar esse capítulo; esse foi o terceiro final feito, e mesmo assim, não estou satisfeita.
Gostaria de explicar umas coisinhas aqui:
1. Sim, Jeon e Yuna foram abandonados quando era pequenos, por isso ele permanecia com ela sem se importar com as consequências.
2. Exatamente por causa desse motivo, era difícil pra Jeongguk se libertar. Por favor, entendam isso. Eu que escrevi ele sendo pouco relutante, mas eu não conseguia mais enrolar kkkkkkkkkkkkkk
3. Fiz essa fic apenas por causa de House of Cards, o que me leva diretamente à Folks, porque essa é uma das nossas músicas preferidas e eu prometi que faria uma assim pra ela. (e por outros motivos também rs)

ENFIM, vou deixar vocês aqui e já começar a escrever outra, porque apesar de eu ter bloqueio as vezes, não consigo parar!
Até a próxima, amo vocês. Se puderem, me contem o que acharam *~*


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