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História Meu Alfa - Dia do casamento


Escrita por: Akira___

Notas do Autor


Oláaaah
Ainda se lembram de mim? *0*
Gente, me perdoem a demora, aconteceu de tudo, desde bloqueio criativo, crise existencial básica, até falta de luz...
Enfim, eu refiz tantas vezes esse capitulo, e realmente agora, eu estou satisfeita com ele, espero que gostem <3
E FELIZ NATAL atrasado eheheh - >///<
Eu até disse que postaria ontem, mas tinha que ser feita a revisão, então ontem e hoje, foi só betagem.. juro que me esforcei para deixar bem bonito o capitulo, e se a caso passar algum erro, prometo corrigir assim que possível.

E sobre os favoritos, MUITO OBRIGADA, eu me sinto muito feliz por ter tanta gente acompanhando a minha história,eu não pensei que ela seria tão bem recebida, então.. muito obrigada. Agradeço mais ainda a todos que me incentivam com seus comentários, sério, ler eles até melhora o meu dia. Muito Obrigada, eu amo vocês <3
E novamente, me desculpem a demora.

Boa Leitura <3

Capítulo 19 - Dia do casamento


Dia do casamento 

 

Após o café da manhã, Baekhyun recebeu uma chamada da empresa de seu pai, onde ele fora convocado para uma reunião urgente, nem tivemos muito tempo para conversar. Ele me deu um beijo rápido e disse que não almoçaria em casa. Por isso não me preocupei em ir fazer a refeição cedo.

Para não ficar entediado, resolvi cuidar de algumas plantinhas no quintal, reparando mais naquele jardim que pouco frequentava por ficar mais dentro de casa. Depois fui ao escritório de Baekhyun usar o seu computador, já que antes de sair ele disse que poderia usar livremente, então aproveitei aquele tempo para pesquisar algumas universidades ideais para o curso que havia escolhido, e quais matérias que era preciso estudar para passar na prova de admissão. 

Como havia escolhido literatura coreana, vi a nota que era necessária para entrar no curso, não me surpreendi ao ver uma nota tão alta para ser aceito. Eu sabia que não era um dos melhores alunos no meu tempo de escola, porém, eu nunca fiquei para recuperação final, e sempre conseguia passar com média, sabia que, se eu me esforçasse conseguiria passar. Essa prova para a faculdade seria um bom exercício de autoconfiança. 

Após todas as pesquisas e algumas anotações no meu caderninho, fui para o quarto de hóspedes que tinha uma boa mesa e cadeira, ideal para os estudos. Organizei a mesa com alguns livros que havia trazido da minha casa. 

Deixando tudo perfeito para o dia que fosse começar a estudar. 

Iniciaria os estudos após o tempo de lua de mel. Toquei em minhas bochechas de leve, por que eu ainda me sentia tão constrangido? Só de pensar na minha lua de mel, que pelo visto iria coincidir com o meu primeiro cio — porque meu aniversário era dois dias depois da cerimônia de casamento. Sentia-me empolgado, curioso e com certo medo. E se eu fosse ruim demais? E se eu não soubesse dar prazer a ele? E se na hora de satisfazer o desejo latente causado pelo cio eu fosse afobado demais, pior, se eu passasse vergonha... Nunca fui muito seguro com o meu corpo, e se... E se o Baekhyun não me achasse atraente quando ele me visse sem roupa? 

Eu nunca fiquei nu na frente de ninguém, era tão constrangedor. Pensando melhor, como será que o cio me deixaria? Será que seria muito pervertido, atrevido ou escandaloso? Ah! São tantas perguntas, tantas coisas a se pensar, mas não vou ficar focando nisso! Eu falei ao Baekhyun que iria melhorar esse aspecto em mim, que iria ter controle sobre os meus pensamentos, não quero deixar que eles me dominem! Nem que me deixassem desesperado com algo que nem aconteceu. Eu prometi a mim mesmo tentar ser alguém mais maduro. Eu tinha que ver essa situação com naturalidade, certo?! Ele era meu noivo! O amor da minha vida! Não tinha por que ficar assim tão afobado. 

Deixei o quarto e fui para a cozinha ajudar no almoço. Xiumin e eu tivemos uma conversa descontraída sobre a série de terror que ele morria de medo, mas que não deixava de ver. 

O mais velho até me disse que havia encontrado o rapaz do mercadinho que ele havia achado atraente, sem querer na rua perto da sua casa. Ele disse que o rapaz estava fazendo caminhada e que ele estava perfeito com roupa de academia. Ambos tiveram uma conversa longa, até marcaram um jantar. Xiumin falava empolgado sobre o tal beta chamado Jongdae, eu esperava que desse tudo certo para os dois. 

[ … ]

Quando já estava dando umas quatro horas, eu ouvi um barulho que vinha da entrada, a porta havia sido fechada bruscamente. Assustei-me e logo estiquei um pouco no sofá para ver quem havia entrado, já que Baekhyun sempre entrava tranquilamente, até avisava que chegou. Porém me surpreendi ao ver que era Baekhyun entrando rapidamente e se jogando no sofá da sala. Ele soltou o ar e deixou a maleta no chão de qualquer maneira, afrouxou a gravata, enquanto franzia o cenho e olhava fixamente para lareira como se estivesse em batalha interna dentro de sua cabeça, estava visivelmente nervoso. 

— Meu pai me estressa. — disse depois de alguns minutos. Como eu estava em outro sofá, mudei e sentei no sofá onde ele estava. Deixando o livro que lia na mesinha de centro. 

— O que aconteceu? 

— Ele fica me enchendo de trabalho, mesmo que eu esteja oficialmente de férias! Ainda ficou nervoso quando eu recusei outros trabalhos que nem eram do meu departamento na empresa, por causa disso, ele quis me humilhar me comparando com o meu irmão. Mesmo que Kris não faça nada que preste na empresa. A única coisa que ele faz é mandar os outros fazerem o que ele devia fazer. Enquanto eu fiquei a minha vida toda fazendo tudo que ele mandou, e ainda sim, nunca é o suficiente! Eu estou cansado de ser tratado assim. — respirou profundamente, passando as mãos de modo apressado no rosto. 

— Eu não vejo a hora de toda papelada da minha agência sair logo para que eu possa pedir demissão e assim poder me dedicar ao que eu gosto de fazer. E claro, ter o meu próprio dinheiro, sem que meu pai tenha que falar que tudo que tenho é por causa dele! O que não é justo porque ele mesmo deixa o trabalho nas mãos dos funcionários, o único trabalho que ele tem é de contar as notas! — suspirou, e se virou para mim. — Desculpa falar tudo isso para você! Eu não devia ter entrado assim! — se ajeitou melhor no sofá e colocou a maleta na mesa de centro. 

— Está tudo bem, Baekhyun! Você tem total direito de ficar nervoso. Eu nem imagino como deve ser difícil aguentar esse tipo de situação. — não imaginava mesmo, pois meu pai era muito bom para mim, mesmo que às vezes eu tivesse raiva dele por concordar com algumas coisas que a minha mãe dizia, porém, ele sempre foi paciente e calmo comigo, era um bom pai. 

— E tem mais, ele achou ruim o fato de somente a minha mãe ser convidada para o nosso casamento— Passou a mão de modo afoito no cabelo. — Nunca que eu convidaria ele para o nosso casamento! Ele é o tipo de pessoa que eu quero longe da gente! E sem dúvida se eu por acaso o chamasse, ele chamaria o MinHo, e eu não quero vê-lo ... — ele falou com pesar, me aproximei dele e toquei de leve em sua mão, a segurando. 

— Não ligue para o que seu pai diz. Você está correto em chamar somente a sua mãe! Em momentos como esse, a gente só quer as pessoas que a gente ama perto, não quem nos faz nos sentir mal. 

— Você está certo, eu não quero me estressar por isso. Não vou convidá-lo só porque ele acha que deve. E só quero pessoas queridas no nosso casamento. Falando nisso, vou até colocar um segurança na porta para barrá-lo, ou qualquer um dos seus amigos, que com certeza já sabem do meu casamento! Eles sempre gostaram de me ridicularizar, mas, eu não vou dar esse gosto a eles— seu olhar estava determinante, denota poder, segurança. Eu o admirava por isso. 

— Ah! Quase ia me esquecendo, você queria ir à casa dos seus pais, também na casa do seu amigo e no Luhan, não é? — perguntou com tom de preocupação. 

— Podemos ir outro dia, você parece cansado, não tem problema se a gente não for hoje. Eu ligo para o Kyungsoo avisando que mandei o convite pelo correio. E o Luhan eu posso convidar ligando, assim como para meus pais também. 

— Não fiquei muito cansado! Só estressado com o meu pai mesmo. Eu acho até legal a gente sair, você está há muito tempo sem ver os seus pais e o seu amigo. Fora que estou também um pouco preocupado com Luhan. Se quiser podemos ir. — disse se levantando e arrumando sua gravata. 

— Está bem, então vou me arrumar para irmos. — eu disse já me levantando. Não queria admitir, mas eu queria muito visitar meu amigo, estou há muito tempo sem conversar com ele. E claro, meus pais, principalmente meu pai. 

Baekhyun falou que iria conversar com os seguranças primeiro, e pela sua postura, tom de voz ao chamar os seguranças, a conversa não seria tão amena

 

[ … ]

Chen andava de um lado para o outro, fazendo barulho de ranger sobre o tatame de madeira de sua pequena sala. Olhou para o lado e novamente fitou a foto de seu falecido irmão. Respirou fundo e desviou o olhar para o chão. 

— Você a amava, não é, Hyung? — disse em um tom baixo ainda com os olhos fixos no chão. Por que se sentia envergonhado? 

Fora cortado de seus pensamentos quando ouviu a porta da sala ser aberta bruscamente. Ele já havia dito diversas vezes para ela bater antes de entrar, mas MiHee não aprendia. 

— Você me mandou uma mensagem para que eu viesse logo, para termos uma conversa... Eu até saí da casa dos meus pais o mais rápido possível. — MiHee ofegava, como se tivesse corrido uma maratona, e podia se dizer que havia feito mesmo uma, correu com toda força que tinha, assim que recebeu a mensagem. Esse desespero se apoderou de MiHee pelo simples fato de Chen nunca ter lhe mandado este tipo de mensagem. Era mais do tipo “vem aqui, agora” do que “vamos conversar”. A jovem teve uma sensação ruim em seu peito, como se fosse premonição de algo, e isso foi o combustível para que suas pernas fossem mais rápidas possível para o encontro de Chen. 

— Sua idiota, não precisava vir correndo! — não resistiu em repreender a menor. Que se sentou de qualquer maneira no tatame, respirava mais calmamente, mas sua expressão era de preocupação quando fitou Chen, pouco se importou com o que ele havia dito, só queria saber o que tanto ele queria. 

— O que você quer me falar? — foi curta e grossa, não se sentia bem internamente e torcia para ser só impressão. 

Ela se sentira assim quando viu seu amado Kwan falar com Chanyeol no dia do baile de laços, o que resultou em sua morte depois da confusão. E agora ela temia pelo pior quando Chen lhe enviou a mensagem, e ela não queria que nada de ruim acontecesse com ele. Aquele pouco tempo que passara com Jongdae foi suficiente para saber que seu coração poderia amar outro, a não ser Kwan. 

Chen se sentou ao lado de MiHee, e a notou séria demais para se importar com sua fala implicante. Então tomou uma postura mais madura e respirou fundo, para depois voltar o olhar para ela e começar a se pronunciar. 

— Não quero mais você envolvida no plano de vingança! Muito menos, vindo aqui! — Chen disse com tom rouco, como se fosse difícil de dizer, como se sua garganta fosse fechar diante daquelas palavras tão contraditórias com o que seu coração sentia. 

Jongdae não desejava ficar só, porém, ele não queria que Mihee se envolvesse demais com o plano. Porque após o dia em que falara com o Senhor “X” sobre as informações que a jovem havia lhe trago, ouvira todos os passos que ele deveria dar para que a vingança se cumprisse. Viu que o perigo era certo, talvez ele não conseguisse sair vivo dessa, mesmo que fosse lhe prometido uma boa quantia de dinheiro, mas nada era tão concreto de ser cumprido. 

Chen não queria esse mesmo destino à pequena, que não era sozinha no mundo como ele. MiHee tinha sua família, era nova, muito bonita e saudável, poderia arranjar o companheiro que quisesse. Tinha um belo futuro pela frente, ele não queria estragar isso a envolvendo em plano quase suicida. 

— Não! Como assim? E o nosso combinado? Esqueceu que faríamos isso juntos? Que vingaremos a morte de Kwan. Você... — MiHee falava sem dar pausa. Respirava rapidamente. Ela estava se sentindo abandonada, ela não queria. Não queria se afastar de Chen. Seus olhos arderam quando o mesmo se levantou e ficou procurando o cigarro na jaqueta gasta jeans. Ele fingia não se importar com os apelos da menor, mesmo que seu coração estivesse comovido, até mole demais para si que sempre foi dono do próprio nariz, do tipo que se mantém durão a qualquer situação, até se sentiu estúpido ao notar que estava sentindo... Sentindo aquilo ele sempre evitou. Aquele sentimento que deixa borboletas no estômago. 

MiHee se levantou revoltada com a falta de resposta do outro, que, além de acender o cigarro, foi para a sacada, a ignorando por completo. E como se uma fúria crescesse em si, junto com o desespero, correu até Chen na sacada e tomou o cigarro do mais velho o jogando longe. O mesmo resmungou por ter perdido seu cigarro. E antes que pudesse fazer qualquer coisa, MiHee segurou seu rosto com as suas duas mãos trêmulas fazendo com que Chen olhasse diretamente para si, e ele se surpreendeu com que aquela atitude, como também com a expressão sôfrega de MiHee, que já tinha lágrimas nos olhos descendo pela sua face delicada. 

— Por que você não me responde? Eu quero vingar a morte do Kwan. Eu o amei por muitos anos! Eu sei que ele era do tipo encrenqueiro! — sorriu fracamente ao lembrar-se das encrencas que o mais velho se metia. — Mas pouco me importava. Porque ele era o meu chão, meu tudo, ele era o amor da minha vida, tínhamos tantos planos juntos, e... — sua voz ficava cada vez mais fraca, e Chen sem reação não conseguia desviar dos olhos amendoados em sua frente. Sentia seu lobo interior se agitar, e se condenou por isso. — Eu não quero deixar de vingá-lo, eu quero está ao seu lado nessa! Eu sei que ele se sentiria orgulhoso de nós! 

Após a última frase, MiHee soltou o rosto do mais velho e chorou. Chorou porque se lembrou com mais força dos sorrisos de seu amado, chorou ao lembrar-se dos planos que tinham, chorou porque sentia que seria deixada novamente. 

Chen não se conteve em abraçá-la, de passar algum conforto, ele não queria que ela ficasse daquela forma. JongDae achou que ficar sem ele seria até um alívio para ela. Chen era rude e grosseiro com a jovem, não porque ele sempre fora assim, até tinha seu lado mais ameno, mas às vezes seu lado frio aparecia com mais frequência devido a tudo que já havia passado na vida. E não conseguia evitar ser mais frio do que receptivo com MiHee, culpava-se por isso, e sentia ainda mais culpado por seu coração estar tão envolvido com a jovem, ele não queria desrespeitar seu irmão. Ela era a pessoa que Kwan mais amava. Chen não se sentia no direito de vê-la com tais sentimentos. 

Quando o choro havia se cessado, Mihee se encolheu mais ainda nos braços do mais velho, sentindo o calor reconfortante que o outro transpassa para si; temendo que o mesmo a afastasse, quando percebesse que não chorava mais. Porém, se surpreendeu quando os braços de Chen a acolheram mais ainda, a deixando tranquila. 

O vento frio do fim da tarde já batia em seus corpos. Passaram-se alguns minutos que estavam abraçados, sem dizer uma única palavra, embora não fosse tão necessária para que entendesse que era um adeus. A voz de Chen se fez presente ao pé do ouvido de Mihee, que ainda se matinha envolvida pelos braços do mais velho, se arrepiando com a respiração e com a tonalidade de sua voz. 

— Desculpe-me, mas você não poderá participar mais disso! É para seu próprio bem... — deu uma pausa pequena, como se estivesse pensando nas melhores palavras para descrever com perfeição o que queria dizer. — Siga sua vida de forma tranquila e feliz, Kwan iria querer isso. Ele sempre desejou o seu melhor, e por mais que eu tenha te envolvido nesse plano no começo, eu não quero mais que você participe ou volte a falar comigo. Porque eu quero assim como ele, o seu melhor, e o seu melhor não é está ao meu lado! — suas palavras saíram mais roucas que o normal, o coração de Chen se apertou, como se alguém estivesse segurando com uma mão. Respirou fundo antes de soltá-la, virou-se e fitou ao longe a cidade toda iluminada, em cada apartamento uma luz acesa, de longe pareciam colmeias. “Kwan gostava de associar os prédios a colmeias, ele achava engraçado, aquele idiota!” pensou Chen. Ainda imerso naquele clima nostálgico ao mesmo tempo denso por MiHee ainda estar ao seu lado, em silêncio. Ele não queria ter que explicar mais coisas a ela. Achou claras as suas palavras. 

— É um adeus... — MiHee falou em um tom baixo, como se pensasse alto. Sua respiração estava descompensada, era claro sinal que queria se desmanchar em lágrimas, mas segurou, respirou fundo e foi para perto do mais velho tocando em seu braço. 

— Acho melhor você ir, está ficando tarde e... — virou-se para a menor e se viu sem palavras. A luz fraca que vinha do poste de luz na rua, iluminava a face de MiHee de maneira que os tons amarelados da iluminação realçam sua pele levemente bronzeada, e ressaltou a forma delicada do rosto da jovem. Seus fios castanhos pareciam fios de ouro com aquela luz sobre eles. 

“Tão bonita!” pensou Chen, antes de repousar seus olhos sobre os lábios avermelhados dela, que lhe pareciam tão convidativos. Jongdae engoliu seco, e subiu o olhar, visualizou os olhos de MiHee que pareciam lhe detalhar como ele mesmo fazia com a jovem. 

— Posso passar pelo menos essa noite ao seu lado? — perguntou a jovem, se aproximando mais de Chen. Ela não sabia de onde tinha tirado tal coragem para o pedido, mas MiHee tinha sentimentos demais transbordando de dentro de si, e se fosse um adeus, ela deixaria tais sentimentos aparecerem, para não se arrepender mais tarde. 

— Eu não tive oportunidade de me despedir de Kwan... Eu sei que pode dar tudo certo com o plano, e que você poderá voltar bem... Mas se não tivermos mais contato, pelo menos me deixe ficar... Somente hoje, não me tire isso. Eu... — suas palavras foram cortadas pelos lábios quentes de Chen, que não reprimiu a vontade de sentir os lábios carnudos e avermelhados da mesma, que retribuiu com o mesmo vigor que o mais velho. Ela parecia desejar a tempos aquele contato, percebeu Chen, mas não se aprofundou em tais pensamentos 

Foram aos beijos e tropeços para dentro, rumo ao quarto do mais velho. Jongdae poderia se culpar mais tarde por estar beijando a mulher amada de seu falecido irmão, mas no momento ele só queria deixar fluir o que prendia em si. 

Ambos preferiram ser sinceros pelo menos uma vez, pois sabiam que seria a última vez que teriam essa oportunidade. Era a despedida de pessoas que amaram certo no tempo errado. 

[ … ]

 

Como esperado; assim que chegamos a minha casa, os meus pais estavam super respectivos com o Baekhyun. Não que eles não fossem assim normalmente com quem nos visita. É que depois que foi entregue o convite do casamento, a minha mãe quase surtou de alegria, ela ficou até rindo. Eu esperava que o Baekhyun não achasse que a minha mãe fosse louca! A senhora Park quando estava muito feliz tinha tendência a ficar rindo do nada. Não era como se ela não soubesse do noivado, mas a mesma tinha tendência a exagerar as emoções. Chamei meu pai assim que ele voltou da cozinha, aproveitando o momento em que minha mãe estava distraída falando sobre planta com Baekhyun. Pedi o número da minha antiga psicóloga, ele nem indagou o motivo, meu pai sabia ser discreto quando o assunto era tratamento psicológico, então só me passou o número e sorriu de forma gentil. 

Já eram umas seis horas quando conseguimos sair da casa dos meus pais. Minha mãe estava engatando um assunto atrás do outro, e o Baekhyun educado, dava continuidade, mas cortei o assunto inventando um motivo qualquer. E foi no momento certo, porque minha mãe já estava com aquele sorriso de que iria pegar o álbum de família e mostrar as minhas fotos e falar dos meus momentos constrangedores para Baekhyun. 

Entretanto, eu fui mais rápido; logo o segurei pela mão e disse que iríamos para um compromisso. A senhora Park me abraçou e me beijou a testa, desejando que tudo desse certo, e que eu fosse feliz — disse daquele jeito meio seco, meio frio, mas muito ela, eu sentia a sinceridade de suas palavras e isso me alegrou. 

De lá fomos rumo à casa do Kyungsoo que agora morava em outro bairro, um pouco mais afastado. Quando paramos na frente da sua residência, notei-a fechada. Até tentei ligar, mas dava caixa postal, associei aquela ausência às suas viagens. Ele gostava de visitar seus pais de vez em quando, e como eles moravam em uma cidade do interior, não tinha sinal. Optei em deixar o convite na caixa do correio, torcendo para ele chegar a tempo para o meu casamento. Kyungsoo era parte da minha família, como um irmão mais velho, que eu poderia contar sempre, ninguém melhor do que ele para o dia mais especial da minha vida. 

Conversamos sobre alguns assuntos aleatórios antes de chegar ao prédio do Luhan, que era em um bairro mais longe. No caminho recebi a ligação do cerimonialista avisando que passaria lá em casa para falar os detalhes finais, e que tudo estava adiantado para o dia vinte cinco, sexta feira. Faltavam três dias para o casamento. Eu me sentia tão ansioso, tão animado. Tudo parecia tão irreal, acho que só iria cair a ficha no dia. 

 

[ … ]

 

Depois de três batidas na porta do apartamento de Luhan, ele veio atender. Foi engraçado vê-lo todo descabelado, com um avental torto no corpo e sujo com farinha, não somente o avental, mas até sua bermuda e pernas. Parecia que tinha tomado um banho de farinha. 

— Entrem, entrem... — falou de modo afobado, antes de correr para a cozinha desesperado. Mal entramos já sentimos o cheiro de queimado. 

— Luhan, está tudo bem aí? — perguntou Baekhyun, já indo para onde Luhan tinha ido, o segui curioso também com o que estava acontecendo. A cozinha era bem pequena, com poucos armários, uma geladeira e um fogão simples, e uma mesa de madeira pequena, bem no meio dela estava o que eu imagino ser um bolo, porém parecia mais um carvão. Luhan estava com uma feição de raiva ao mesmo tempo de decepção, foi um pouco engraçado, quase ri. 

— Droga! Eu fiz a merda da receita direito, como pode acontecer isso, inferno! — olhou para nós parados na porta da cozinha. — Me desculpe receber vocês de qualquer jeito, é que... Ah! — passou as mãos rapidamente no rosto. — Eu queria comer um bolo, e tentei fazer, estou tão puto! — gritou a última frase vindo até nós. 

— Fiquem à vontade, só vou ao banheiro me limpar e venho conversar com vocês, rapidinho. 

Saiu rapidamente e entrou no corredor estreito. 

Baekhyun e eu estávamos conversando sobre alguns lugares que poderíamos ir depois da lua de mel, até combinamos de correr na forma lupina na sua fazenda. Eu fiquei empolgado porque fazia tempo que não me transformava, seria bom sentir a sensação de liberdade que a forma de lobo trás. 

— Gente, vocês nem me deram um toque para dizer que estavam vindo, se não, eu teria comprado alguma coisa para oferecer. — Luhan entrou na sala falando e gesticulando rápido. Sentou-se em uma poltrona de frente para nós. 

— Bom... Eu achei melhor vir do que ligar... Queria saber como você estava, já que você passou mal na festa. — disse a Luhan, que rapidamente se ajeitou na poltrona, como se estivesse incomodado com algo. 

— Estou bem... Ferrado. — falou em um tom baixo, desviando o olhar. 

— Ferrado, como assim? Amigo, o que você aprontou? — dessa vez foi Baekhyun que perguntou. 

— Bom, gente, eu vou contar uma coisa, mas é porque vocês são os meus amigos. — novamente se mexeu na poltrona, como se estivesse mesmo incomodado. Balançou as pernas, mexeu os dedos da mão sobre o colo, desviou o olhar e depois de um tempo olhou para nós novamente. — Estou grávido, já tem algumas semanas, não lembro quantas, mas já tem um tempinho.

Aquilo me chocou, foi automático os meus olhos encontrarem com os de Baekhyun. Foi como se o nosso cérebro estivesse conectado, sabíamos que ômega grávido e solteiro não eram bem vistos pela nossa sociedade. Ele era até proibido de entrar em alguns lugares muito tradicionais, e arrumar emprego era mais difícil ainda. Infelizmente essa sociedade maldita associava um ômega solteiro a alguém vadio, que em consequência de uma aventura, teve um filho indesejado. Em outras palavras, era considerado sujo. 

— O Sehun..— Baekhyun falou depois de um tempo de silêncio. 

— Não, ele não precisa saber, nem vai! Eu não preciso de alfa nenhum para cuidar do meu filho, eu posso ser um ômega solteiro, isso não faz de mim alguém menor, embora a sociedade ache que sim. — Luhan interrompeu Baekhyun, mantendo sua postura confiante que eu tanto admirava. 

— Uma hora o cheiro dele vai se misturar com seu, até ficar muito forte em você. — eu disse a ele. Pelo pouco que tinha aprendido, eu sabia que era difícil esconder o cheiro do seu parceiro na gravidez. 

— Estou pouco me lixando, posso estar cheirando a ele, mas, de verdade, não ligo, Chanyeol. — respirou fundo, fitou a janela como se estivesse fazendo uma reflexão interna, como se todas suas palavras estivessem prontas para serem ditas. — Eu estou lutando muito para me virar sozinho, me acostumando com a pouca fartura. Aprendendo a cuidar da casa, de mim. — sorriu de lado, voltando a me fitar, e a olhar Baekhyun vez ou outra. 

— Mas eu estou feliz em está aprendendo a me virar. Estou deixando o meu lado materialista aos poucos, não é fácil! — riu — Tive que ir a um posto de saúde público, ah! Foi uma experiência única, finalmente vi o valor do dinheiro, eu não tinha ideia como era importante, para conforto, para tudo praticamente. Sei que posso passar alguns perrengues cuidando desse filhotinho sozinho. — tocou em sua barriga, acariciando em seguida.

 — Porém, a alegria de ser livre, e de poder cuidar do meu filho em um ambiente com amor. Faz-me pensar que todo sacrifício vale apena. — sorriu largamente, com os seus olhos marejados. Eu tive tanta vontade de abraçá-lo, e foi o que eu fiz. Me levantei e fui para seu lado, abraçando-o. 

— Se essa é a sua decisão, fico orgulhoso de você. — disse Baekhyun após finalizarmos o abraço. Luhan parecia sem graça, ele estava chorando. 

— Não liguem para as minhas lágrimas, eu estou chorando à toa. Fico feliz que tenha orgulho de mim, Baekiie! — sorriu, enxugando as lágrimas. 

— Lu, estou para abrir uma agência de publicidade e propaganda, e vou precisar de funcionários de confiança para ajudar essa empresa a crescer. E como eu sei que é design de formação, queria saber se você aceitaria trabalhar na minha agência? Sei que não aceitará ajuda dos seus pais, nem o meu dinheiro. 

— Você tem razão, não aceitaria nada dos meus pais, e, amigo, eu gosto de você, mas não iria querer o seu dinheiro. E, sim, aceito o emprego, obrigado. — se levantou e abraçou de qualquer jeito Baekhyun, Luhan quase caiu em cima dele, eles até riram. 

— Não faz essa cara, Chanyeol. Só foi um abraço. — Luhan mostrou a língua, depois de se soltar do Baekhyun e a arrumar sua postura. 

— Aishi! Não pensei em nada, juro! — fiz uma falsa expressão de mágoa. Ele veio até mim e brincou com os meus cabelos. Achando graça da cara que eu fazia. 

— Só estou implicando com você, seu bobo. — riu, e apertou as minhas bochechas. Até reclamei olhando para o Baekhyun, mas ele achava graça do Luhan que quase arrancava minhas preciosas bochechas. 

Após passarmos o final da tarde com ele, fomos para uma cafeteria fazer um lanche. Foi bem tranquilo, porque era uma cafeteria mais simples, tinha um ambiente mais acolhedor. Só foi quando estávamos lá, que eu percebi a presença dos seguranças, eles pareciam mais afastados, porém, mais atentos a tudo que fazíamos. Seja o que o for que o Baekhyun tivesse dito, realmente surtiu efeito. 

 

[ … ] 

 

Eu estava quase explodindo de nervoso, bateu até uma tontura. A minha ansiedade me dava ânsia. O grande dia havia chegado, os três dias anteriores haviam passado tão rápido como um piscar de olho. 

Encontrava-me na sala azul destinada ao noivo. Baekhyun estava na sala verde, também aguardando o momento da cerimônia. Seguindo corretamente o ritual de nos separar até o início do casório, pois, diziam que dava má sorte os noivos se verem horas antes. 

No momento, eu me mantinha sentado, ou melhor dizendo, praticamente jogado no sofá da sala, esperando minha mãe trazer água com açúcar, para me acalmar, mas pela demora eu acho que ela foi buscar na fonte a água, talvez até; fabricar o açúcar. 

— Mãe! — chamei sem força pela terceira vez. Mas nada dela aparecer. Não podia passar mal no dia do meu casamento, tinha que me recompor, esse nervoso não podia estragar o dia mais importante da minha vida! 

Então levantei e procurei o meu celular; coloquei uma música suave, dessas de meditação que havia baixado no computador do Baekhyun, eu meio que previ que poderia ficar levemente nervoso. Eu acho que sou vidente, estava uma pilha de nervos!

 

A música era acústica, com aqueles sons de animais de fundo, fechei os olhos, fiz a técnica de respirar fundo. Até juntei as minhas mãos, sabe, só para entrar naquele clima de meditação. Estava quase chegando ao meu estado de calma e harmonia, porém, o clima calmo foi cortado pela risada escandalosa da minha progenitora. 

— Menino, que isso! — aproximou-se de mim segurando o copo com água que havia pedido e uma sacola que não dava para saber o que era. 

— Mãe, eu estava quase conseguindo relaxar, a senhora me atrapalhou. Aishi! — bufei chateado, fazendo bico com os lábios, assim como eu fazia quando era criança. Minha mãe parou de rir, já se recompondo, me olhou de cima a baixo e entornou a boca. 

— Não fala “Aishi” comigo não, garoto! Está achando que eu sou o quê? Desliga essa droga, e senta aqui. — apontou para o sofá. — Eu pedi para o seu pai trazer o floral que uso de vez em quando, vai te ajudar. E bebe logo essa água, está gelando a minha mão. — me ofereceu o copo, não me demorei a pegar e beber todo líquido sentindo um gosto estranho, não parecia açúcar. 

— Mãe, tem mesmo açúcar aqui? — perguntei, porque estava meio amargo. 

— Não, é adoçante. E não me olha assim, onde você acha que eu conseguiria açúcar em um salão para casamento? Teve sorte que um beta gentil dono de um barzinho aqui em frente tinha adoçante e me deixou usar— estalou a língua daquele jeito dela de sempre. 

— Não reclamei, eu só... Ah! Deixa para lá, mãe, estou tão nervoso! — desabafei, respirando fundo novamente. Senti o toque suave em meu ombro. 

— Chanyeol, é o dia do seu casamento, o dia que você sempre sonhou. Não precisa se afobar! Tem que ficar feliz! — sorriu de modo gentil, depois sacudiu a sacola na minha frente. — Aquela música não ia fazer efeito tão rápido, mas isso sim. Esse floral é o que minha médica recomendou, mas como você está nervoso, algumas gotinhas vão te deixar de boa. — fez um sinal de “okay” com a outra mão. Eu nem tive tempo de pensar se queria ou não, logo ela já estava com a mão no meu queixo. 

— Abre a boca, Chanyeolzinho da mamãe. — riu e apertou mais o meu queixo. 

Eu odiava ser chamado assim, no diminutivo. Só minha mãe para me fazer essa graça no dia do meu casório. Abri a boca e senti as gotinhas caírem, foram poucas, mas o suficiente para me deixar mais leve. 

— Obrigado, mãe. — disse a ela, que já guardava o floral na bolsa. 

— Posso não ser a melhor mãe do mundo, mas eu só quero o seu bem. — sentou-se ao meu lado, me dando um abraço desajeitado. Até ri, mas ela me apertou mais ainda. Quando a senhora Park me soltou fez uma expressão estranha. — Filho? — falou com tom que eu já não estava gostando, seguindo de um sorriso muito suspeito. 

— Sim, mãe— respondi ainda meio baixo, elevando minha sobrancelha. 

— Você fez aquilo que eu te falei por telefone ontem? — perguntou olhando no fundo dos meus olhos. Minhas bochechas coraram na hora. 

— Fiz sim, tudinho. — respondi desviando do seu olhar, sentindo que meu rosto poderia derreter. 

— Isso é bom, sabe... O corpo sem pelo é mais atraente, fica mais sexy. — bateu na minha bunda. Levei um susto, até gritei um “Mãeeeh”. 

— Não é hora de ter vergonha, se preparar para a lua de mel é normal. Use o perfume de jasmim, não esquece, viu! — se levantou ajeitando a coluna e com um sorriso debochado nos lábios. Ela sabia que era constrangedor ficar falando aquilo, mas a senhora Park me lembrou só para fazer graça, ah! Só minha mãe mesmo. 

— Com licença. — ouvi uma voz suave e calma ser dita atrás da porta. Logo me levantei e a abri, sorrindo largamente em seguida, era Kyungsoo, eu o abracei tão apertado, coitado, quase o machuquei. 

— Estou tão feliz em te ver. Ah! Kyungsoo, eu achei que não conseguiria vir, já que não estava em casa no dia em que eu fui entregar o convite. Kyungsoo! Ah! Estou tão... — o abracei quase chorando, ele sorriu para mim, me acolhendo em seus braços, fazendo carinho em minhas costas. 

— Eu tinha ido para casa dos meus pais, mas não fiquei muito tempo, ainda bem, porque eu não me perdoaria se eu perdesse o seu casamento. — segurou meu rosto, eu pude ver seus olhos marejados. — Ah! Chanyeol, eu sabia que daria tudo certo no final. — me abraçou novamente. Ele estava emocionado, eu pude sentir suas lágrimas em meus ombros, Kyungsoo sempre foi mais emotivo do que eu. 

— Meninos, eu vou lá fora. — minha mãe falou depois de tanto tempo em silêncio, antes dela sair eu pude ver seus olhos marejados. Ela não podia ver uma cena de choro, que já se emocionava. Depois de muito choro e abraços. Finalmente nos acalmamos e sentamos no sofá, Kyungsoo segurava minha mão assim como a gente fazia quando era criança. Ri com aquele ato. 

— Ainda bem que você apareceu, minha mãe estava me deixando constrangido, lembrando-me da preparação, você sabe, aquela que todo ômega tem que fazer antes do casamento. — confessei para o meu amigo, ele riu, Kyungsoo sabia do dom da minha mãe de me deixar constrangido. 

— Mês que vem eu vou saber. Eu e Jongin ainda estamos vendo se faremos o casamento na praia ou no campo, nós dois gostamos muito da natureza. — sorriu timidamente. 

— Não vejo a hora de ir ao seu casamento, amigo. — apertei de leve sua mão. — Daqui algumas horas a cerimônia do meu casamento vai começar, e eu ainda sinto como se tudo isso fosse um sonho, e que vou acordar a qualquer momento. Lembra-se do que eu disse anos atrás, que não encontraria alguém que me aceitasse do jeito que eu sou? — Kyungsoo assentiu com a cabeça. — Eu estava errado, felizmente errado. Baekhyun, além de me aceitar, se declarou para mim, eu me declarei para ele. Isso soa tão mágico…

— Magia do amor? — riu. 

— Magia do amor! Sinto-me meio Disney agora. Era para ter soado romântico. — não resisti e ri, sendo acompanhado pela risada contagiante do meu amigo. 

Kyungsoo não demorou muito, porque ele havia combinado de buscar o seu companheiro, pois o alfa ainda não tinha carro. Por isso eu não o segurei muito na conversa.

[ … ]

Já estava devidamente vestido com a roupa do casório, sentado em frente a um grande espelho. Uma moça escoava o meu cabelo, já outra passava uma base em meu rosto e um hidratante labial, para ficar mais apresentável.

Esse serviço havia sido a dica do Luhan. O mesmo até tinha vindo mais cedo falar comigo, ele estava apavorado porque ele seria o padrinho e não tinha companhia para entrar com ele. Mas nada que uma ligação não resolvesse; eu liguei para o Xiumin e perguntei se ele não se importava de acompanhar um amigo. Ele já viria para o casamento, só que agora teria outro papel, não só de convidado, e sim de testemunha. Foi engraçado que quando citei quem era o meu amigo, Xiumin lembrou-se na hora de Luhan, ele já o conhecia de vista por ser amigo de Baekhyun, mas, nunca tinham tido contado além do formal, quando o servia toda vez que o mesmo vinha visitá-lo. Ele além de aceitar a proposta, ainda confessou que achava o Luhan um gato. Eu ri tanto da confissão espontânea, quanto do uso da expressão “gato” para elogio, quem usava esse termo hoje em dia? Impliquei com ele só de brincadeira antes de encerrar a ligação. Contei ao Luhan, ele quase pediu o número do Xiumin, porém, ele achou melhor não se envolver com ninguém, já que ele agora teria um filho a caminho.

Vi que o Luhan ficou meio murcho com esse fato, mas se recompôs rápido e saiu. Porque ele tinha que ir à loja buscar o terno que havia alugado. No fundo, torço para que um dia ele dê uma chance ao Xiumin, eu adoraria ver os meus dois amigos juntos, seria até cupido deles. 

 

[ … ]

 

Mesmo com o floral que a minha mãe havia me dado, o nervoso voltou; porque faltavam poucos minutos para a cerimônia começar. Sentia o meu coração acelerado, minhas pernas meio trêmulas. Por isso procurei ficar observando o salão para me distrair até a chegada do Baekhyun, e eu fiquei tão maravilhado com tudo.

O salão estava impecável com todas as cadeiras brancas, o caminho até o altar tinha várias flores silvestres, do jeito que tínhamos pensado. O painel de vidro detrás do altar, onde tinha visão do jardim, estava com muitas luzes pequenas penduradas, dando aquele brilho que muito me lembrava um céu estrelado, e o verde das plantas dava um contraste perfeito. 

— Chanyeol. — ouvi a voz grave do meu alfa. Logo me virei para ele. 

Baekhyun estava vestido com o seu terno totalmente preto, clássico de sua vestimenta, mas o diferencial foi a gravata de couro, que deu um charme a mais. Seu cabelo estava em um topete perfeito, seus olhos esfumados, do mesmo jeito que estava no dia do baile de laços. Será que tem como se apaixonar pela mesma pessoa duas vezes? 

Já próximo a mim, selou os meus lábios de modo rápido, porque a música de entrada já havia começado. A melodia era perfeita, digna de um artista como Yiruma, uns dos maiores pianistas da atualidade. Quando ele disse que gostava deste artista e eu disse que também gostava dele, porque já tinha visto os seus concertos na internet, não imaginei que o Baekhyun contrataria o beta para tocar na nossa cerimônia de casamento. Não poderia ficar mais perfeito. 

Uma mulher mais velha, funcionária da empresa que contratamos para a cerimônia, nos deu uma coroa de flores brancas, era um objeto importante para cerimônia de casamento. Porque significava que o amor tinha início mas não tinha fim, em outras palavras, eterno amor. E as flores eram brancas, pois simbolizavam a pureza dos sentimentos verdadeiros. Quando o mestre de cerimônia nos explicou cada parte do casamento, dias atrás, eu fiquei muito comovido, porque tudo tinha um sentido, era uma cerimônia muito bonita.

Seguramos a coroa de flores um de cada lado e entramos. Baekhyun tinha uma expressão serena quando me olhou de lado, sorrindo. Até sorriu para os convidados presentes, fazendo uma breve reverência. 

Fiz o mesmo cumprimentando os convidados, até vi o meu pai sendo consolado pela minha mãe, sorri para ele assim que passamos perto de onde os mesmos estavam sentados. Cumprimentei com uma reverência breve à mãe de Baekhyun, que conheci dias atrás. Era uma mulher muito bonita, e gentil.  Logo atrás de nós, entrou Kyungsoo que seria meu padrinho, junto com seu alfa. Atrás deles estavam Luhan, padrinho do Baekhyun, sendo acompanhado pelo Xiumin, que parecia todo cheio de si. Faziam um belo casal. 

 

O sacerdote beta começou a dizer as palavras obrigatórias, enquanto seguramos a coroa de flores pequena. Após algumas palavras, ele jogou a água sagrada, para que abençoasse o nosso casamento. Após o líquido, deixamos o adorno no lugar predestinado a ele, na mesa do altar

O sacerdote em seguida nos deu dois vidros de óleo ungido, para os laços de nossos lobos interiores. Eu coloquei uma gota em meu dedo e passei sobre o queixo do Baekhyun, esse ato simboliza que depois da mordida seu lobo seria ligado a mim eternamente. 

Baekhyun depositou o óleo em seu dedo e passou em meu pescoço, em cada lado. Esse ato significava que o meu lobo aceitaria aquele laço eterno que seria feito pela mordida. Após o óleo, o sacerdote disse algumas palavras sagradas que eram direcionadas aos lobos interiores. E nos pediu para que assinássemos os papéis que estavam dispostos sobre a mesa. Assim fizemos, nós assinamos, e nossos padrinhos também. 

— Seguindo o ritual, agora é hora dos votos de laço eterno— o sacerdote disse após a assinatura. Meu coração até saltitou, se eu estava trêmulo das pernas, agora estava com as mãos trêmulas também. O papel com os votos parecia querer sair da minha mão, de tão difícil que estava segurá-lo. 

Peguei o microfone dado pelo sacerdote, minha mão suava, parecia que ele iria escorregar a qualquer momento. Mas eu respirei fundo, firmei o papel e o microfone, e me virei para o meu alfa, olhando nos olhos amendoados do mesmo. Baekhyun parecia tão radiante, eu precisava dizer tudo que tinha escrito, não poderia passar vergonha. Respirei fundo novamente e comecei a pronunciar. 

— Por muitas das vezes eu não quis viver, eu via a vida como um peso. Era diferente demais para essa sociedade, que vive de padrão. As pessoas riam da minha diferença, elas não me aceitaram do jeito que eu era, nem eu mesmo me aceitava. — minha voz estava mais rouca, eu queria chorar, porque eram palavras que me remetiam a dores do passado, mas aquele era um momento de alegria, de mostrar o valor do amor, então segurei as lágrimas, e com olhos fixos em Baekhyun, continuei. 

— E foram anos difíceis, minha família e meu amigo Kyungsoo sabem o como. — olhei para o lado, vendo Kyungsoo já chorando sendo consolado por seu alfa. Como não podia desabar, tentei estabilizar a minha voz, visualizando os olhos afetuosos de Baekhyun sobre os meus. — Houve um tempo que eu não quis mais estudar, nem fazer mais nada, somente dormir e chorar, estava perto de desistir de mim. Mas eu não desisti, porque algo dentro de mim não quis largar tudo. Então eu voltei a estudar e até a fazer terapia. Eu fico tão feliz por ter dado essa chance a mim, porque assim eu pude te conhecer naquele dia do baile de laços. — eu senti que Baekhyun queria vir até mim, me confortar, ele até deu um passo para de encontro, mas não podia ser interrompido o discurso, então ele parou e me olhou com afeto, o que deixou meu coração ainda mais acelerado. 

— E conhecer você foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. — minha voz ficou embargada, meus olhos já estavam marejados, quase não conseguia enxergar as letras no papel. — Eu sei que fui arredio no começo, porque eu não sabia que poderia ser escolhido, muito menos aceito e amado. Devido alguns acontecimentos eu fui morar com você, pude ver que não era só belo por fora, como por dentro também. — senti minhas lágrimas descerem pelo meu rosto, Baekhyun estava com os olhos marejados também, minha vontade era de deixar o papel juntamente ao microfone, e ir abraçá-lo ao mesmo tempo enchendo-o de beijos, entretanto, tinha que me segurar, aqueles votos eram meus sentimentos descritos e deviam ser ditos corretamente.

— Eu fui me apaixonando por você a cada dia. Tive tanto acanhamento, e medo do amor que crescia em mim. Mas eu não precisava ter medo. Porque você é o meu lar, meu chão, a segurança que eu precisava. Sabe, Baekhyun, te amar; foi o incentivo que eu precisava para que eu me visse melhor, para que eu me aceitasse, e procurasse crescer, amadurecer. Pois assim eu poderia estar todos os dias ao seu lado, construir uma família, envelhecer junto. Baekhyun, eu te amo! Pelo que você é e pelo o que você me faz sentir. Eu te amo porque te amar faz parte de quem eu sou. Então, eu Park Chanyeol, prometo amar-te em todos os dias da minha vida, e que os Deuses nos ligam um ao outro eternamente. — encerrei meus votos, deixando o papel e o microfone na mesa de qualquer maneira. Naquele momento eu já não continha as lágrimas, acho que minha voz iria demorar a sair novamente, senti os braços de Baekhyun me rodearam a cintura me abraçando. Seu calor, e o seu cheiro amadeirado me acalmaram. 

Baekhyun me soltou e limpou minhas lágrimas, e disse “eu te amo” baixinho, deixando um selar sobre os meus lábios e voltou para sua posição inicial. Respirei fundo, me recompondo, até recebi um copo de água do meu amigo Kyungsoo que estava com os olhos vermelhos, olhei para o lado do Baekhyun, Luhan também estava na mesma situação. 

Baekhyun pegou um papel no bolso do paletó, eu pude ver pelo balanço que papel deu que ele estava tão nervoso como eu. Segurou o microfone e fitou meus olhos, começando a se pronunciar. 

— Nunca fui muito bom com as palavras, prefiro demonstrar. Porém, quando os sentimentos são fortes demais, que até parecem transbordar em mim, não tem como não dizê-los. Chanyeol, eu fui cativado por você há muito tempo atrás, quando ainda era garoto, você me consolou quando estava chateado demais com as bobagens de meu irmão, desde aquele dia eu senti que você era especial. Dizem que nada é por acaso, não é mesmo? — sorriu tão lindamente para mim. — Suho havia dito que poderíamos nos encontrar, pois, o destino fazia isso com as pessoas, e ele estava certo, nos encontramos anos depois no baile de laços. Quando eu te vi não reconheci de primeira, mas meu coração sim, após ler o seu nome. E não tive dúvida que você era o meu escolhido. Sei que os acontecimentos fizeram com que convivêssemos antes do tempo, juntos como um casal. Mas eu agradeço a esses acontecimentos. Porque convivendo com você, eu pude ver a pessoa doce que era. E com suas palavras gentis, seu colo, eu me sentia consolado no meu momento de dor. — seus olhinhos marejados chegavam apertar o meu coração. 

— A cada dia eu pude notar todos os seus nuances, desde o sabor da refeição preparada por você, ao seu sorriso de manhã que parecia iluminar o meu dia. Chanyeol, eu sei que não tenho poder de curar suas dores passadas, sei que não sou perfeito, mas eu quero estar seu lado, ter uma família contigo, porque eu te amo com todo meu ser. — ele deu uma pausa, respirando fundo, se eu estava segurando para não chorar de novo, com essas palavras eu estava em lágrimas novamente. — Então, eu Byun Baekhyun, prometo amar-te todos os dias da minha vida, e que os Deuses nos liguem um ao outro eternamente. Após ele deixar o microfone e o papel sobre a mesa, eu o abracei. Ele escondeu seu rosto em meu peito, pude sentir suas lágrimas molharem minha blusa, e isso fez com que eu acolhesse mais ainda o seu corpo.

Antes que eu pudesse me afastar, ele falou baixinho “Desculpe-me se eu não fui muito bom com os votos” ele falou com a voz fraca e com corpo trêmulo. Cortou meu coração na hora. Como assim não foi bom? Ninguém tinha dito palavras tão bonitas para mim, eu nem sei se é normal se reapaixonar sempre pela mesma pessoa. Porque Baekhyun tem esse dom de me fazer mais apaixonado por si em cada gesto. Respondi em seu ouvido que estava tudo bem e que ele era perfeito. Deixei dois beijos em suas bochechas que estavam molhadas pelas lágrimas, e sorri para ele, ainda segurando em seu rosto, beijei seus lábios rapidamente, porque o sacerdote já nos chamava.

— Tragam os anéis. — o sacerdote disse após nos afastarmos. Kyungsoo trouxe em uma almofada o meu anel, e Luhan fez o mesmo, levando o anel até Baekhyun. — Esses anéis são somente símbolos sociais da união, a marca será o verdadeiro elo. Por favor, coloquem os anéis e mostrem para todos aqui presentes. — seguindo o que havia sido mandado pelo sacerdote, colocamos os anéis e mostramos a todos. 

— Com poder em mim disposto pelos Deuses, pela ordem social Alfa, Ômega e Beta. Os declaro casados— Nós viramos um para o outro e demos um beijo, nada muito longo, porque estávamos na frente de todos. Saímos ao som de aplausos. 

Mas antes que chegássemos ao final do salão, ouvimos um barulho alto de algo caindo, a porta começou a tremer até ser aberta bruscamente e um dos nossos seguranças ser jogado bem próximo aos nossos pés, ele estava muito ferido, e isso me assustou muito. As pessoas no salão gritaram, Baekhyun segurou a minha mão, meu coração acelerou, senti meu corpo tremer, eu estava com medo. Quem havia feito aquilo? Olhei para a porta e vi uma figura alta, de cabelos pretos, seu porte físico era atlético. Pelo cheiro forte; era um alfa. 

— Ficou com saudades de mim? — direcionou o olhar a Baekhyun, que estava com uma expressão séria e que segurou com mais firmeza em minha mão. 

 

— MinHo! — usou seu tom de alfa, rosnando em seguida. 

 

Continua...

 

 

 


Notas Finais


eheheheh sim tem uma treta básica, ehehe
Eu nunca tinha feito um capitulo tão grande, e olha que eu cortei muita coisa, mas foi preciso colocar algumas coisas a mais, porque mais tarde elas farão sentido. Tudo tem que ser respondido ao longo dos capítulos.

Sobre o Luhan, eu realmente quis dá uma evoluída nesse personagem, ele era muito mimado, materialista, sempre teve tudo muito fácil, e agora solteiro, morando sozinho e com um o filho, ele começou dá mais valor as coisas.
ah! E sobre o Xiumin sair com o Chen, bom... não foi por acaso que o Chen estava andando por onde o Xiu mora, tipo.. lembram da vingança, e sobre o Chen usar o Xiu cof cof
O próximo será o Cio, estou nervosa/tensa com esse próximo capitulo, eu acho que é o mais esperado. Espero que dê tudo certo.

O que vocês acharam do capitulo?

Muito Obrigada por terem lido.

beijinhos :*


[AVISO] Leiam o jornal, por favor ^^ https://spiritfanfics.com/perfil/ladyakira/jornal/sobre-a-demora-com-a-atualizacao-de-meu-alfa--agradecimentos-7662626


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