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História Meu Amigo De Olhos Castanhos - Deixe O Ir


Escrita por: SeraphinDrake

Notas do Autor


OIE!
Saudades de vocês.
Esse capítulo era pra ter saído ontem, mas não consegui escrevê-lo a tempo. Porém isso é algo bom, já que deu um tempo pra reformulá-lo.
Acho que isso é só.
Boa leitura o/

Capítulo 14 - Deixe O Ir


No dia seguinte eu não soube como tocar no assunto e, ao que parecia, Derick não estava a fim de conversar sobre a noite passada também.

Foi um dia bem normal.

Acordei e fui tomar um banho pra me preparar pro dia que estava por vir. Quando voltei pro quarto vi que Derick havia acabado de acordar.

“Bom dia.” Eu disse sorrindo.

“Bom dia…” Ele respondeu ainda com sono. Peguei uma roupa confortável pra passar o dia, e uma toalha pro Derick usar após o banho. Assim que ele criou ânimo pra sair da cama, arremessei a toalha em sua direção, qual ele pegou e já foi saindo do quarto. Vesti a roupas que escolhi momentos antes e fui para a cozinha.

Fiz um café da manhã bem simples, com dois pães com manteiga pra cada, junto de dois grandes copos de chá. Voltei pro quarto e lá estava Derick terminando de se trocar.

Passamos a manhã inteira assistindo à programação de desenhos de sábado. Porém, não foi como sempre, foi em total silêncio, salvo algumas risadas aqui e ali. Não era aquele tipo de silêncio agradável, como os de nossos encontros e desencontros românticos, mas algo estranho e desconfortante.

Assim que os desenhos acabaram, sugeri que fossemos fazer a lição de casa que nos foi dada durante a semana de aula. Derick assentiu e então passamos boa parte da nossa tarde fazendo a tonelada de lição que os tiranos dos professores nos passaram.

A noite já havia caído quando havíamos terminados todas as tarefas.

“Não precisávamos ter feito tudo hoje…” Disse Derick se jogando na cama.

“Pelo menos não precisaremos nos preocupar com nada disso amanhã…” Respondi sentando ao seu lado. Minha cabeça doía um pouco, e tenho certeza que Derick estava passando pelo mesmo processo.

Me deitei ao lado dele e suspirei bem alto em alívio, e comecei a rir depois de notar que Derick havia feito a mesma coisa. Pensei que aquele momento de relaxamento poderia ser bom pra questioná-lo sobre a noite passada, e sobre o que estava o deixando tão nervoso nessas últimas semanas.

“Deri–”

“Meninos?” Chamou minha mãe, batendo algumas vezes na porta.

“Entra mãe.” Respondi num volume alto o bastante pra que ela ouvisse.

“O que vocês acham de pedirmos uma pizza?” Ela perguntou casualmente, como se esperasse uma resposta menos que ótima.

Olhei pro Derick que estava do meu lado, só pra ter certeza de que ele estava tão animado quanto eu. Ele respondeu exatamente da forma que eu gostaria, com aquele sorriso genuíno. Retornei a ele um sorriso parecido e voltamos o olhar pra minha mãe.

Após decidirmos os sabores e outros detalhes do pedido minha mãe foi efetuá-lo, enquanto Derick e eu jogávamos videogame pra passar o tempo. Depois de muitas vitórias minhas no Super Smash Bros., ouvimos a buzina de uma moto na porta de casa. Fui pegar o dinheiro com a minha mãe, enquanto Derick ia descendo as escadas. Assim que pagamos o entregador, entramos em casa e fomos até a cozinha com nossa janta.

O aroma que exalava da caixa por si só já estava me hipnotizando. Deixamos tudo em cima da mesa e minha mãe logo veio nos servir. Com uma faca em mãos, ela abriu as caixas e já foi traçando as bordas das fatias, separando-as umas das outras no tradicional formato triangular.

Sem prolongar minha vontade, peguei um pedaço da pizza de bauru e abocanhei metade. Minha papilas gustativas foram à loucura assim que todo aquela mistura divina de ingredientes adentraram minha boca. Saboreei aquele pedaço como se fossa a última coisa que eu comeria pro resto da vida.

Quando terminei com aquele pedaço, e abri os olhos – que por alguma razão estavam fechados – notei que minha mãe e Derick me olhavam com de um jeito meio estranho. Depois de prestar um pouco mais atenção, notei que eles estavam contendo suas risadas.

“Que foi?” Perguntei pros dois. Foi então que eles começaram a rir quase que descontroladamente.

“Runf!” Bufei em protesto fazendo um biquinho. Em seguida voltei a me deleitar com a pizza que ainda estava em minhas mãos. Tentei não expressar, mas fiquei um pouco envergonhado, aquele tipo de vergonha boba entre amigos.

Continuamos nossa refeição normalmente, as vezes ressaltando o quão gostosa estava a pizza e coisas do gênero. Após o quarto pedaço me senti satisfeito e senti que não teria mais espaço pra comida em mim, então decidi parar. Derick parou na mesma marca que eu, enquanto minha mãe parou no terceiro.

Mesmo após terminarmos de comer, ficamos ali sentados na mesa conversando sobre qualquer assunto que aparecesse e tomando refrigerante.

“E a escola?” Perguntou minha mãe.

“Cansativa.” Respondi me apoiando com os cotovelos na mesa.

“Chata.” Completou Derick se deixando deslizar na cadeira em que estava.

Minha mãe riu e direcionou seu olhar pra parede, mais especificamente um relógio analógico com decoração de frutas. “Está ficando tarde… Eu já vou indo pra cama, meninos.” Ela então se levantou e começou a arrumar a mesa.

Olhei pro relógio e me surpreendi com o horário que este apresentava. Já se passava de 10 PM. Olhei pro Derick e quietamente perguntei se ele já estava a fim de ir deitar. Ele respondeu da mesma forma, e juntos saímos da cozinha após dizer ‘boa noite’ pra minha mãe.

Deitamos e nos colocamos em uma posição confortável colados um no outro.

Mais uma vez eu senti a necessidade de perguntar ao Derick o que estava o incomodando, porém desisti assim que vi o sorriso dele. O sorriso que me fez me apaixonar, e que me assegura de que tudo está bem.

Se não está o incomodando agora, não tem porquê tocar no assunto.’ Pensei enquanto sentia minha mente lentamente deslizar em direção ao mundo dos sonhos, ouvindo as batidas do coração da pessoa que amo.

Aquela noite passou, assim como mais algumas semanas. O nervosismo de Derick pareceu cessar após aquela noite, e tudo ia bem. Estávamos beirando o mês de junho, e logo mais um bimestre acabaria. O fato das férias estarem a um mês de distância me animava, e dava energia pra continuar a aturar a dureza da vida escolar.

Porém o problema que eu achei ter acabado, voltou a incomodar o Derick, e dessa vez era mais nítido. Até mesmo Noah notou como Derick parecia ansioso com algo.

“Thomas. Qual o problema com Derick?” Perguntou ele aproveitando que Derick havia acabado de sair pra ir no banheiro.

“Também notei que ele está um pouco diferente…” Disse Sarah.

“Eu não sei…” Respondi com um suspiro. “Já tem alguns meses que algo o perturba, mas ele não toca no assunto e eu não sei como perguntar.”

“Você tem que falar com ele. Talvez ele esteja com medo de falar, mas se você pressioná-lo ele vai se abrir. E parece que é algo sério.”

Olhei o Noah direto nos olhos, e ele respondeu com um sorriso simpático. Repeti diversas vezes as palavras dele em minha mente.

Logo chegou o horário de irmos pra casa. Derick e eu fomos caminhando lado a lado, e silêncio. Ao decorrer desses últimos meses, eu me acostumei com esse silêncio. Depois de uma caminhada razoavelmente longa, chegamos em casa.

Antes que Derick pudesse entrar em sua casa, eu segurei a manga da blusa dele.

“Algum problema?” Ele disse com um tom de curiosidade.

“T-temos que c-conversar.” Eu o respondi com a voz meio fraca, e olhando pro chão.

Quando criei a coragem pra fazer contato visual, me deparei com o rosto fechado de Derick, e uma expressão que eu não soube reconhecer. Mas essa expressão logo se esvaiu e foi trocada pelo seu lindo sorriso. Ele então me puxou pra perto de si e tocou nossos lábios em um breve selinho.

“Não se preocupa… Podemos conversar melhor na sexta-feira, tudo bem?” Ele disse após se afastar levemente. Como resposta eu apenas assenti com a cabeça.

“E me desculpa por deixá-lo preocupado.” Ele continuou.

Novamente fiz um sinal com a cabeça por me faltarem palavras. Ele apenas riu e me deu mais um beijo rápido antes de sumir na porta de sua casa. Fiquei ali por alguns momentos, tentando entender o que aconteceu.

De fato foi bem melhor do que eu havia imaginado…’ Pensei abrindo o portão de casa.

Com o meu Derick de volta, minha preocupação sumiu totalmente. Minha prioridade agora era esperar pela sexta-feira, e rezar pra que não demorasse muito. Claro que minhas preces foram completamente em vão.

Depois de muito antecipar, a sexta-feira finalmente chegou. Foi uma manhã completamente normal de escola. Nos despedimos do Noah e da Sarah e seguimos nosso caminho pra casa. Andávamos normalmente lado a lado como de costume quando fui surpreendido por Derick. Depois de olhar para os lados algumas vezes, entrelaçou nossos braços e também nossas mãos. Em vez de questioná-lo, apenas respondi com um sorriso.

Caminhamos assim até chegar em casa.

Como de costume, ficamos a tarde inteira jogando. Logo caiu a noite e minha mãe voltou pra casa. Jantamos juntos na cozinha, e depois de terminarmos voltamos pro quarto.

Derick se sentou na cama e deu uns tapinhas ao seu lado no colchão, me chamando pra me juntar ele. Me sentei ao lado dele e o olhei direto em seus olhos, sabendo que ia me perder na imensidão castanha que havia ali.

“Thomas.” Disse ele depois de respirar bem fundo. Percebi que seu semblante se tornou sério, então virei toda a minha atenção pra ele.

“Sim?”

Derick me olhou por longos segundos, como se estivesse pensando profundamente no que dizer a seguir.

“E-e-eu tenho algo m-muito i-importante pra te d-dizer.” Aos poucos as lágrimas começaram a rolar ao canto dos seus lindos olhos castanhos. Quando fui abraçá-lo para prover algum tipo de conforto, Derick me impediu. “Preciso que você me deixe fazer isso…”

Assenti com a cabeça e esperei ele continuar. Demorou um pouco, mas ele conseguiu prosseguir, mesmo que aos soluços.

“Thomas… Eu… Minha mãe…” Ele deu uma longa pausa e respirou fundo diversas vezes antes de continuar. “Você lembra quando eu vim morar aqui?”

“Claro. Eu jamais esqueceria.” Eu respondi encarando seu rosto sério.

“Você se lembra o motivo?”

“Sim. Você me disse que sua mãe tinha recebido uma proposta de trabalho melhor…” Lancei a ele um olhar desconfiado.

O tempo pareceu parar nesse momento.

Lembrei de tudo que eu e Derick passamos enquanto estávamos juntos. Lembrei de quando ele me conheceu, e como ele me segurou em seus braços quando eu estava triste. Lembrei da nossa noite no parque de diversões, que ele me carregou para fora da Casa dos Horrores porque eu não conseguia me mexer. Do beijo que ele me deu pra me acalmar, e do beijo que eu dei nele pra mostrar que eu estava bem. Lembrei do meu aniversário, e de todas as ações românticas que ele havia preparado pra mim. Lembrei de quando nos separamos, e como aquilo apenas serviu para que nos tornássemos um casal ainda mais próximo.

Eu senti que sabia o que ele diria a seguir, e esse sentimento sozinho já foi o bastante pra fazer muitas lágrimas escorrerem. Olhei pra ele e silenciosamente expressei minha dúvida. O olhar doloroso dele me respondeu da mesma forma.

Ali, sentado ao lado de Derick, senti algo familiar. Algo que eu não sentia a muito tempo. Senti meu corpo gelar, como se o calor que viesse do Derick havia cessado. Senti algo apertar meu peito e aos poucos me puxar pra um lugar que eu já era bem familiarizado. Aos poucos a solidão me chamava pra fazer companhia.

Então, como no dia em que me apaixonei, Derick me abraçou e fez com que qualquer rastro de tristeza fosse embora. Nenhuma palavra foi pronunciada naquela ocasião, não pereciam necessárias. Apenas nos deitamos e continuamos nos braços um do outro.

Quando as lágrimas acabaram, olhei pra ele pedindo um carinho, algo que me assegurasse de que tudo ficaria bem, e de que alguma forma ficaríamos juntos. Ele olho pra mim e mais uma vez alimentou o vício que eu tenho por seu lindo sorriso.

“Não importa se você estará longe ou perto de mim. Eu serei pra sempre seu…” Ele disse.

“Por que eu te amo.” Completei.

Derick aproximou nossos rostos e tocou nossos lábios. Senti sua língua aos poucos invadir minha boca e lentamente fazer contato com a minha. Respondi no mesmo ritmo lento. Ambas se moviam com paixão, porém com movimentos suaves, saboreando o momento. Cada toque eram ondas de prazer que corriam pelo meu corpo. Após vários segundos demonstrando o amor que tenho pelo meu amado, comecei a sentir a ausência de oxigênio, então graciosamente nos separei.

Encarei ele, mas dessa vez com um sorriso. Um sorriso que ele alegremente retornou. Me posicionei um pouco mais abaixo da cabeça dele, colocando minha cabeça em seu peitoral. Não demorou para suas mãos começarem a afagar meu cabelo. Foi com essa demostração de afeto, e com as batidas calmas de seu coração que consegui cair no sono.


Notas Finais


Acho que é isso galera.
Muitíssimo obrigado por lerem até aqui.
(~^-^)~ Bjos e byes.


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