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História Meu bebê secreto - Capítulo 14


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 14 - Capítulo 14


Fanfic / Fanfiction Meu bebê secreto - Capítulo 14

Renata sorriu e acenou para alguns clientes enquanto passava. Do lado de fora, pôs os óculos escuros antes de virar-se para encará-lo.

- Não deixe tia Helen ouvi-lo fazer uma pergunta dessas. Ela é capaz de jogar uma assadeira de cookies na sua cabeça.

Ele não riu. Na verdade, parecia realmente preocupado.

- Relaxe,Jerónimo. Tia Helen é extremamente competente. Ela cuida da padaria sozinha, inúmeras vezes.

- Mas...

- E olha Dann ao mesmo tempo. Nós duas fazemos isso. Tia Helen é uma dádiva dos céus - admitiu ela. - Eu não sei o que faria sem ela.

Ou o que teria feito sem ela quando se encontrara sem emprego, sem marido e grávida... Tudo no espaço de poucos meses.

- Então, vamos com o seu carro ou com o meu? - perguntou ela, numa tentativa de distrair a preocupação dele com o filho.

- Com o meu.

Renata acompanhou-lhe os passos enquanto eles iam em direção aos escritórios de Matias e Lázaro, onde Jerónimo deixara o Mercedes. Ela ainda estava com a saia e blusa
que usara para a reunião desastrosa daquela manhã. Desejou agora que tivesse tido tempo de vestir uma roupa mais confortável. 

Desejou especialmente que tivesse trocado os saltos altos por sapatos sem saltos. Jerónimo, por outro lado, parecia totalmente à vontade em seu terno impecável,
segurando o paletó sobre um dos ombros, enquanto a outra mão descansava no bolso da calça.
Quando chegaram ao Mercedes, ele abriu a porta de passageiro para ela, antes de rodear o veículo e acomodar-se atrás do volante. Virou-se para olhá-la.

- Você pode me fazer um favor antes de irmos para o hotel? - pediu ele.

Renata ficou imediatamente tensa. Ela já não fizera o bastante? Já não estava fazendo o bastante, simplesmente aceitando a presença de Jerónimo na cidade, quando o que queria fazer era pegar seu filho e se esconder nas montanhas? Ela também não pôde deixar de lembrar quantas vezes eles tinham ficado sozinhos num carro no passado. Nos primeiros encontros, quando embaçavam as janelas com sua paixão. Depois de casados, quando uma simples viagem ao mercado incluía toques intencionais e intimidade confortável. Sabia que ele lembrava também, o que só aumentava seu nervosismo. 

- O quê? - ela conseguiu perguntar, prendendo a respiração para esperar a resposta. 

- Mostre-me a cidade. Ofereça-me um rápido tour. Não sei por quanto tempo ficarei aqui, mas você não pode largar tudo toda vez que eu precisar de instruções sobre locais. 

Renata exalou. Certo, então o pedido dele não era tão traumatizante quanto ela esperara. Na verdade, ele estava mostrando consideração. Ela apenas assentiu com a cabeça, e ele ligou o carro e saiu do estacionamento. 

- Qual é o caminho?

Renata levou um momento para pensar por onde começar, e o que deveria lhe mostrar, mas Summerville era tão pequena que ela decidiu que poderia lhe mostrar tudo.

- Vire à esquerda — disse ela. - Iremos para o centro, e depois para a área mais residencial. Acabaremos na Hospedaria do Porto, sem dar muitas voltas.

Muitos estabelecimentos, ele identificou por si mesmo. O restaurante, a farmácia, a floricultura, o correio. Um pouco mais longe do centro, havia algumas lanchonetes, postos de gasolina e uma lavanderia. As construções eram  predominantemente casas, e havia saídas para sítios e fazendas.

Renata lhe contou um pouco do que sabia sobre seus vizinhos, tanto sobre donos de estabelecimentos quanto sobre alguns residentes de Summerville. Como Polly, dona de Ramalhetes Polly, que entregava uma única flor fresca em todas as lojas da Avenida Principal todas as manhãs, de graça. O vaso que ela fornecera para Renata ficava no centro do balcão, ao lado da caixa registradora, e, embora ela nunca soubesse que tipo de flor Polly escolheria dar no dia, tinha de admitir que o pequeno ponto colorido adicionasse um toque de aconchego a cada estabelecimento comercial na cidade.

Ou Sharon, a farmacêutica da Drogaria Main Street, que dera a Renata excelentes conselhos pré-natais e lhe indicara o pediatra atual. Ela  tinha tantos relacionamentos próximos com muitas pessoas na cidade. Algo que nunca tivera enquanto morava em Pittsburgh com Jerónimo. Em Summerville, ninguém dava uma passada rápida em qualquer estabelecimento comercial. 

Cada tarefa que você ia fazer envolvia paradas numerosas para cumprimentar amigos e conhecidos.
E, embora ela nunca tivesse sentido falta desse tipo de coisa antes, sabia que sentiria muita falta se isso deixasse de existir em sua vida.

- Você viu praticamente tudo - murmurou ela vinte minutos mais tarde, após apontar na direção geral do hotel onde ele ficaria. - Não há muito mais para ver, a menos que você esteja interessado num tour dentro da indústria de laticínios.

Ele sorriu.

- Passo, obrigado. Mas acho que você esqueceu alguma coisa.

Ela franziu o cenho, não imaginando o que poderia ser.

- Não me mostrou onde você mora - perguntou ele numa voz baixa.

- Você realmente precisa saber? - perguntou ela, ignorando a onda de calor que o olhar ardente dele lhe causou.

- É claro. De que outra maneira eu saberei onde apanhá-la para jantar?


Notas Finais


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