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História Meu bebê secreto - Capítulo 15


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 15 - Capítulo 15


Por mais que Renata tivesse gostado de discutir com Jerónimo sobre a prepotência dele, no final, não se incomodou. Ele tinha o péssimo hábito de conseguir o que queria em quase todas as situações, então, de que adiantava discutir? 

Ela também decidira que, pelo tempo que Jerónimo se determinasse a ficar em sua vida e na vida do seu filho, era melhor ser gentil com ele. Não fazia sentido antagonizá-lo o tempo todo, quando ele potencialmente tinha tanto do futuro dela nas mãos. 

No momento, tudo que ele parecia querer eram tempo com o filho e informações sobre ele. Não estava tentando lhe tirar o bebê ou ameaçando tirá-lo mais tarde, mesmo se ambos soubessem que ele estava no seu direito de fazer isso. 

De ameaçar, não de tirar o bebê dela. Mas se ela estivesse no lugar dele, raiva e traição a teriam feito agir de maneira hostil e ameaçadora. Então, naquela tarde, quando ele pediu para que ela lhe mostrasse onde morava com tia Helen, ela o levara até o pequeno sobrado em Evergreen Lane. 

Não era grande coisa comparada à propriedade luxuosa onde ele crescera, com quadras de tênis e um quilômetro de caminho ladeado por árvores apenas para chegar ao portão da frente, mas durante o último ano a pequena casa se tornara seu lar. 

Helen lhe dera o quarto de hóspedes e ajudara a transformar o quarto de costura num quarto para Dann. Também oferecera sua cozinha para as centenas de tentativas e erros com as receitas culinárias, antes que elas tivessem coragem de abrir a própria padaria. 

Em retorno, Renata ajudava com a manutenção geral da casa, tinha plantado novas begônias nos canteiros que alinhavam a varanda da frente. E até mesmo ensinara Helen o bastante sobre computadores, de modo que ela pudesse enviar e-mails para velhas amigas de escola, que nunca sonhara que poderia contatar novamente. 

Apesar de Renata ainda acreditar que jamais poderia pagar a gentileza de sua tia, Helen insistia que gostava da companhia e que estava feliz por ter tanta juventude e atividade na casa novamente. O que, para Renata, tornava a casinha branca com menos de um acre de área verde mais um lar do que a Mansão Linhares, com seus sinos e luxos, algum dia poderia ser. 

Respirando fundo, ela olhou-se no espelho do banheiro uma última vez... Embora não soubesse por que se importava com sua aparência. Sim, fazia tempo que não tinha um motivo para se amimar, muito menos duas vezes num único dia.

Mas apesar de jeans e tênis ser mais seu estilo ultimamente, Jerónimo já a vira de todo jeito, desde vestida em short e camiseta até em vestidos longos e jóias inestimáveis. Além disso, ela não estava tentando impressioná-lo esta noite, estava? Não, estava tranqüilizando-o. 

Depois de mostrar-lhe a Hospedaria do Porto, e depois que ele a deixara em Doce Cabana novamente, ela tinha terminado seu dia na padaria, fechado o estabelecimento e ido para casa com Dann e sua tia. Enquanto Helen preparava o jantar para si mesma e mantinha Dann entretido,Renata fora se arrumar no andar de cima.

Não estava se arrumando para Jerónimo, disse para seu reflexo. Estava simplesmente se aproveitando de um convite para jantar que incluía a chance de parecer mulher, em vez de apenas uma mãe trabalhadora lutando para ser uma empreendedora bem-sucedida.

Somente por isso estava usando seu vestido vermelho favorito sem alças, sandálias vermelhas de saltos altos e brincos que imitavam rubis. Estava sofisticada demais para o restaurante mais caro de Summerville, mas não se importava. Talvez nunca mais tivesse a oportunidade de usar aquele traje... Ou de lembrar a Jerónimo que ele desistira quando a deixara ir embora.

O toque da campainha fez seu coração disparar. Renata rapidamente passou outra camada de batom e se certificou de que tinha tudo que precisava em sua pequena bolsa vermelha. No meio da escada, ouviu vozes, e soube que tia Helen havia atendido a porta em sua ausência. Não sabia se estava grata ou nervosa sobre isso; dependia da disposição
atual de tia Helen.

À base da escada, ela encontrou tia Helen do lado de dentro, uma das mãos na maçaneta. Nenhuma arma ou panela à vista, o que era um bom sinal. Jerónimo estava do outro lado da porta, ainda na varanda. Ele estava vestido no mesmo terno cinza chumbo de antes, agora com o paletó no corpo. Com as mãos unidas
atrás das costas, sorria para tia Helen, com todo charme de um vendedor de carros. Ao avistá-la, transferiu o sorriso para Renata.

- Oi - cumprimentou ele. - Você está linda.

- Obrigada.

- Eu estava dizendo à sua tia que casa adorável ela tem. Pelo menos do lado de fora,  adicionou-o com uma piscadela, provavelmente porque tia Helen não o convidara para entrar.

- Gostaria de entrar? - perguntou ela, ignorando a carranca da tia.

- Sim, obrigado. -  ele também ignorou a carranca, entrando e passando por tia Helen.



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