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História Meu bebê secreto - Capítulo 18


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 18 - Capítulo 18


Mas nem por isso parecia se sentir deslocado. Fechando a porta, ele removeu o paletó e colocou-o sobre uma poltrona em seu caminho para uma escrivaninha de canto. 

Enquanto ele ligava o notebook, Renata apreciou a vista. Uma atitude superficial de sua parte sabia. Sem mencionar inconsistente, considerando com que veemência
declarara, para si mesma e para quem quisesse ouvir, que o divórcio tinha sido uma bênção, e que ela não sentia mais nada por ele.

Ser ex-esposa de Jerónimo não a impedia de ser uma mulher com sangue nas veias, todavia. Uma mulher que apreciava a vista de um homem bem constituído e saudável.
Os ombros e costas largos esticavam o tecido da camisa branca quando ele se movia.

A calça escura abraçava-lhe os quadris estreitos, e o traseiro era arredondado e perfeito, parecendo não ter mudado muito desde a última vez que eles tinham estado juntos.
Erguendo uma das mãos para o rosto, Renata fechou os olhos e censurou-se
silenciosamente por ser tão fraca. 

Qual era o seu problema? Estava louca? Ou seus hormônios ainda estavam alterados por causa da gravidez? Abrindo os dedos, e espiando através deles, ela soube exatamente qual era seu problema.

Primeiro - sabia o que havia por baixo dos tecidos de algodão e lã. Conhecia a força dos músculos dele, a textura da pele. Sabia como ele se movia o cheiro que tinha, e qual era a sensação daquele corpo poderoso pressionado contra o seu.

Segundo - seus hormônios estavam em rebuliço, mas não por causa da gravidez. Eles sempre se descontrolavam na presença dele.
Considerando quanto tempo fazia que eles não, ficavam juntos quanto tempo ela não era nada além de mãe e empresária não era de admirar que seus pensamentos estivessem tomando aquela direção.

E, sem dúvida, se Jerónimo soubesse, ou suspeitasse, ele se aproveitaria de sua vulnerabilidade e de seu tumulto interno, então ela precisava tomar cuidado para não
lhe passar a idéia errada.

Através dos dedos, Renata observou-o abrir os dois primeiros botões da camisa e afrouxar o colarinho. Um hábito tão familiar. Ele costumava fazer isso todas as
noites quando chegava, em casa do trabalho. No geral, passava algumas horas no escritório de casa, mas sem gravata e paletó, com as mangas da camisa enroladas até os cotovelos.

Ela abaixou a mão antes ele pegasse o notebook e se virasse. Atravessando o quarto, ele sentou-se na beira da cama, colocou o notebook ao seu lado, então deu um tapinha na colcha branca. 

- Sente aqui por um minuto - convidou ele. — Eu quero lhe mostrar uma coisa.

Renata arqueou uma sobrancelha.

- Essa parece outra tentativa ruim de flerte. 

Jerónimo riu. 

- Desde quando você se tornou tão cínica? Agora, venha aqui para que eu lhe mostre alguns dos planos que criei para Doce Cabana. 

Aquilo acalmou algumas de suas desconfianças e medos... E despertaram outros. Indo para a cama,Renata se sentou, puxando a saia do vestido para baixo. Ele apertou algumas teclas, então virou a tela, de modo que ela visse melhor.

- Você disse que quer expandir no espaço da casa ao lado, certo? Usá-lo como uma possível divisão para vendas por catálogos.

- Sim.- responder ela. 

- Bem, este é um prospecto rápido que fiz antes do jantar, para o que imagino que irá custar para renovar o espaço... Quais seriam suas despesas gerais etc. E claro, há
muitos aspectos do negócio de padaria com os quais eu não estou familiarizado, então tudo precisará ser ajustado. Mas isso lhe dá um cálculo aproximado, e uma idéia de por
onde começar.

Ele se levantou por um segundo e foi até a escrivaninha, pegando um grande bloco amarelo, antes de voltar para cama. 

- E este é um esboço rudimentar de um possível layout para a expansão. Balcões, estantes e coisas do tipo.

Renata estudou o desenho, visualizando exatamente como ficaria a casa vizinha à Doce Cabana. O esboço era bom. E a idéia de que alguma coisa tão simples um dia pudesse se tomar realidade fez o coração dela bombear no peito. Só havia um problema. Levantando a cabeça, ela encontrou o olhar de Jerónimo. 

- Por que fez tudo isso?  -perguntou, devolvendo-lhe o bloco de papel.

- Nada está escrito em pedra - murmurou ele, pondo o bloco de lado, e virando o notebook de volta para si. - E não será barato, acredite. Mas a expansão é uma boa idéia, com o potencial de dar bons lucros em longo prazo. Especialmente se você for
bem o bastante para começar aquela coisa do Clube do Cookie do Mês que mencionou.

O coração dela disparou de novo. Era tão bom ter alguém compartilhando seu entusiasmo sobre expandir a padaria e apoiando suas idéias. Mas, nesse caso, havia elos atados. Muitos elos.

- Isso não responde a minha pergunta - murmurou ela suavemente. - Por que você fez tudo isso?

 Jerónimo fechou o notebook e colocou-o sobre o criado-mudo, com o bloco de desenho. 

- Você precisa de um sócio para realizar a expansão, Renata. Sabe disso, ou não teria ido a Matias e Lázaro para pedir ajuda.A temperatura do quarto caiu dez graus. Ou talvez tivesse sido sua própria temperatura interna que caíra bruscamente.

- Eu lhe disse Jerónimo, não aceitarei seu dinheiro.

O maxilar dele enrijeceu uma indicação clara de que ele ia teimar e decretar a lei de acordo com Jerónimo Linhares.

- E eu lhe disse Renata, que não vou a lugar algum. Não por algum tempo, pelo menos.

Um silêncio tenso se estendeu. A última coisa que ela precisava era de um lembrete da recusa dele em deixar a cidade, agora que ele sabia sobre Dann, e de todos os medos e preocupações que a presença dele trazia à superfície.

- Então, enquanto eu estiver por perto - continuou ele -, podemos usar esse tempo sabiamente. Por que não começar a expansão e colocá-la a um passo mais perto de seu objetivo?

Oh, o que ele falava fazia tanto sentido.Renata sempre detestara o fato que Jerónimo geralmente estava certo, pelo menos no que dizia respeito aos negócios. Especialmente porque ele também sabia e era convencido por isso.

- Não quero sua ajuda, Jerónimo.

Levantando-se da cama, ela cruzou os braços à sua frente e começou a andar pelo quarto.

- Não quero ficar ligado a você, dever-lhe alguma coisa.

- Bem, é um pouco tarde demais para isso, não acha?

Renata parou, encontrou-lhe os olhos. Uma sobrancelha estava arqueada, os lábios dele curvados num sorriso irônico.

- Nós temos um filho, juntos. Eu diria que isso nos liga mais fortemente do que qualquer sociedade profissional que poderimos fazer.

Renata piscou. Ele estava certo e sendo presunçoso sobre isso novamente. Para o bem ou para o mal, eles estavam unidos até o fim da vida por meio de Dann. Aniversários, eventos escolares, atividades extracurriculares, catapora, sarampo, puberdade, namoradas, a primeira tatuagem ou piercing...

Ela tremeu. Oh, Deus, por favor, sem piercings ou tatuagens. Na verdade, esse era um assunto que delegaria a ele de bom grado, considerando que ele teria um
pouco de pai antiquado. Mas, considerando quão feia e devastadora, pelo menos de sua parte, a separação dos dois tinha sido não era de admirar que Vanessa não quisesse compartilhar tais
coisas com ele. 

E não era de admirar que tentara manter Dann em segredo. Podia não
ser a coisa certa a fazer, mas sem dúvida tomava a vida menos complicada.



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