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História Meu bebê secreto - Capítulo 7


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 7 - Capítulo 7


Fanfic / Fanfiction Meu bebê secreto - Capítulo 7

Jerónimo descansou as mãos na extremidade da ilha, observando-a trabalhar. Os movimentos dela eram graciosos, mas também rápidos e eficientes, como se pudesse realizá-los de olhos fechados se necessário. Ele definitivamente não queria fechar os próprios olhos. Estava apreciando a vista, impressionado mais uma vez pelo quanto sentira falta de estar perto de Renata

O divórcio tinha sido tão simples e rápido, acabando quase antes que ele soubesse o que estava acontecendo. Num minuto, estivera casado com uma linda mulher que adorava, achando que tudo estava bem. No momento seguinte, ela anunciara que não podia mais “viver
daquele jeito”,
e queria o divórcio. Dentro de poucos meses, os papéis haviam sido assinados e Renata ido embora.

Pensando no passado, Jerónimo admitiu que, deveria ter lutado mais arduamente pelo casamento deles. No mínimo, deveria ter perguntado por que ela o estava deixando, o que ela precisava que ele não estava lhe dando.

Na época, todavia, estivera ocupado com a companhia e com as demandas de sua família, e deixara seu orgulho assumir a posição de que ele não queria estar casado com uma mulher que não queria estar ao seu lado. Uma parte sua, entendia agora,
também achara que Renata estava sendo dramática. 

Que ela o estava ameaçando com o divórcio porque ele não era um marido tão atencioso quanto deveria ser, ou que, uma vez que ela percebesse que ele não ia brigar, mudaria de idéia e reconheceria como o casamento dos dois era bom. Mas ela não mudara de idéia, e no momento que ele percebeu que isso não ia acontecer, era tarde demais. 

- Lopes me mostrou alguns livros contáveis da padaria - disse ele, imaginando se ela bateria em sua mão com a espátula se ele roubasse um daqueles cookies de dar água na boca. - Parece que seus negócios estão indo bem. 

Sem olhá-lo, ela assentiu.

- Sim, estão, mas poderiam estar melhor. Temos muitas despesas, e o aluguel aqui é caríssimo, mas estamos conseguindo sobreviver.

- Então, por que está procurando um investidor?

Acabando o que estava fazendo, ela largou a espátula, removeu a luva e virou-se para encará-lo diretamente.

- Eu tenho uma idéia para expansão - disse Renata, obviamente pesando as palavras com cuidado. - É uma idéia boa, que dará frutos. Mas vai requerer alguma construção e mais dinheiro do que temos a nossa disposição.

- Então, qual é a idéia? - ele quis saber.

Ela umedeceu os lábios.

- Vendas por catálogo. Quero começar com um serviço de assinatura de Clube do Cookie do Mês, que um dia possa se transformar num catálogo para todos os nossos
produtos.

Julgando pela qualidade dos itens que experimentara até agora, Jerónimo achou a idéia boa. Certamente consideraria comprar, por um ano, produtos da padaria para
presentear diversos membros da família e associados de negócios. E talvez para si mesmo, porque apreciaria se uma caixa de cookies de Doce Cabana aparecesse à sua
porta uma vez por mês. Não que tivesse dito isso a Renata. Até que decidisse com certeza se ia investir
na padaria dela e da tia, era melhor guardar seus pensamentos para si mesmo.

- Mostre-me onde aconteceria a construção - pediu ele. - Imagino que você tenha alguma área nos fundos que possa ser convertida, ou talvez esteja pensando em alugar a casa vazia ao lado?

Ela assentiu.

- A casa ao lado. 

Checando novamente o timer e os conteúdos dos fornos, ela liderou o caminho para fora da cozinha. Eles passaram por uma escadaria estreita, afastada da frente da loja, de modo que era quase invisível para qualquer pessoa que não soubesse da existência da escada. 

- Para onde a escada leva? - perguntou Jerónimo, inclinando a cabeça. Se não estivesse enganado, Renata tinha empalidecido.

- A lugar nenhum - replicou ela. Então, aparentemente percebendo que ele saberia que existia alguma coisa no andar de cima, acrescentou: - E apenas um pequeno apartamento. Nós o usamos para depósito, e como um lugar para tia Helen tirar uma soneca durante a tarde. Ela se cansa facilmente. 

Jerónimo arqueou uma sobrancelha. A menos que Helen tivesse envelhecido muito em um ou dois anos, ele achou difícil acreditar nisso. A mulher podia estar beirando os 80 anos, mas possuía a disposição de uma garota de 20. Mas ele deixou aquilo passar, decidindo que se o piso superior não tinha nada a ver com a padaria, então não era de seu interesse. 

Renata o conduziu para frente da padaria e para fora, a fim de lhe mostrar o espaço que estava para alugar ao lado. Embora a casa estivesse trancada, ele podia ver
claramente, através das vitrines de vidro, que era metade do tamanho de Doce Cabana, mas o espaço estava completamente vazio, o que significava que uma reforma muito pequena seria necessária para transformar o lugar em qualquer coisa que Renata quisesse. 

E se sua visão sobre vendas por catálogo combinasse com a dela, Jerónimo imaginou que não seria necessário mais que alguns computadores, espaço para empacotamento e um caminho aberto e direto conectando com Doce Cabana. Enquanto ele continuava espiando dentro, Renata deu um passo atrás, parando no meio da calçada. 

- O que acha? - perguntou ela.

Ele virou-se para descobrir o sol da tarde brilhando nos cabelos dela, e uma onda de desejo quase o desequilibrou. Sentiu-se enrijecendo, apesar de saber que não tinha mais o direito de ficar atraído por ela. Mas, então, a quem estava enganando? Seria necessário muito mais do que um divórcio assinado para impedir que seu corpo respondesse à presença de sua ex- esposa. Reprimindo a vontade de se aproximar e entrelaçar os dedos naquelas mechas  castanhas... Ou beijá-la até deixá-la de joelhos bambos...Jerónimo falou: 

- Acho que você se saiu muito bem sozinha. - ele, lamentava admitir.

Renata pareceu levemente surpresa pelo elogio. 

- Obrigada.

- Eu precisarei de algum tempo para estudar os livros contábeis e discutir as coisas com Matias, mas se você não for completamente contra a idéia de trabalhar comigo, há uma boa chance de que eu me interesse em investir.

Ela assentiu friamente, e não respondeu. E Jerónimo não tinha mais motivo para continuar lá.

- Bem, acho que é isso - murmurou ele. - Obrigada pelo tour... E pelos doces que provei.

Ora, ele se sentiu como um adolescente em seu primeiro encontro amoroso, e o sorriso educado que ela lhe deu apenas piorou as coisas.

- Eu entrarei em contato - murmurou ele após um silêncio desconfortável.

- Eu preferia que Matias me ligasse se você não se importa. 

Jerónimo se importava, e um músculo saltou em seu maxilar quando ele cerrou os dentes para se impedir de dizer isso. Por mais que aquilo o irritasse, todavia, entendia
a relutância dela em estar em contato com ele novamente. Suspeitava que
mesmo se ele oferecesse investir grande soma de dinheiro em Doce Cabana, talvez ela recusasse por princípio. 

Um princípio ridículo que se voltaria contra ela mesma, mas
princípio de qualquer maneira. Ela permaneceu na calçada do lado de fora de Doce Cabana, observando Jerónimo voltar na direção dos escritórios de Matias  e Lázaro. 

Somente depois que ele  desapareceu de visão ela deu um suspiro aliviado. Então, assim que seu coração voltou ao ritmo normal, virou-se e voltou para a padaria, indo diretamente para a escada que levava ao apartamento em cima da casa.



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