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História Meu Coração é um Vaso de Flor - Ninguém sabe o que aconteceu na Quinta-Feira


Escrita por: Sias

Notas do Autor


Espero que gostem disto!

Capítulo 1 - Ninguém sabe o que aconteceu na Quinta-Feira


Em uma nublada manhã de segunda-feira despertou. Ela definitivamente não tinha, se quer, vontade de se levantar da cama. Fechou seus olhos, na tentativa de voltar para seu sonho, porém sua mãe logo bateu na porta de seu quarto, lhe obrigando a dar as caras para mais um tedioso dia na faculdade.
Levantou e caminhou lentamente para o banheiro. Em meio à bocejos, se despiu e iniciou um longo banho gelado.
Estava pronta e saindo de casa após alguns minutos.

Deixou transparecer meu cansaço naquela caminhada sem fim, em direção à universidade.

Ao passar das horas, pode perceber que tudo estava demasiadamente calmo, talvez ela estivesse paranóica. Fixou-se em um ponto qualquer e se preencheu com dezenas de pensamentos. Foi quando Anita a interrompeu.

- Em que tanto pensa, Lisa?
- Nada de importante.
- Parece perdida. - fitou seus olhos.
- Não é nada, Anita.
- Sabe que dia é hoje? - questionou-a.
- Segunda-Feira, dia 12. Por quê?
- Só para saber.

Dia 12 de Maio! Caiu em si, suas emoções pesaram como nunca. 8 anos desde que seu pai fora constatado como morto, ao final de uma ladeira.
Correu para casa no mesmo instante. Não queria continuar nem mais um minuto ali. Como em todos os anos decorrentes do acontecimento.
Ao chegar na porta de sua casa, um calafrio a percorreu por inteiro. Adentrou o local, sem preparar-se para o que veria a seguir.
Sua mãe estava presa no final da escada por uma corrente amarrada em seu pescoço.
Lisa correu à socorro de Marina, que já estara com as mãos empalidecidas e gélidas. Usou toda sua força para querar a corrente e a soltar. Sua mãe caiu em sua frente como uma matéria qualquer. Lisa pegou seu celular instantaneamente e chamou por socorro. Após alguns minutos muitas pessoas uniformizadas adentraram sua casa, colocaram sua mãe em uma maca e a transportaram para o hospital. A filha acompanhou-a dentro da ambulância por todo o percurso. Ela chorava, olhando sua mãe à sua frente, sem poder ajudá-la.

- Me perdoe, Lisa. - sua voz saiu em um mísero susurro.
- Mãe, por favor. - ela implorou, permitindo suas emoções se mostrarem como lágrimas e escorrerem por todo seu rosto.
- Eu te amo muito, filha. Obrigada por estar aqui. - sorriu fraco em meio à uma tosse.

Seu coração parou de responder naquele exato momento.

~ Terça-Feira

Ela voltou para casa ao amanhecer. Mal pode controlar suas emoções, que ainda estavam demasiadamente afloradas. Caminhou em direção à cozinha, olhando todo o espaço ao redor. Ao chegar no cômodo, notou um pequeno envelope sobre a mesa.
Abruptamente o segurou em suas mãos e o apertou, já sabendo do que se tratava. Respirou fundo, secando suas lágrimas, enquanto lia o verso do envelope "De: Marina, Para: Lisa e Jay." Abriu aquilo e tirou uma pequena folha de papel de dentro.

"Neste momento meu coração já não deve pulsar, não lamentem por isso, foi uma escolha minha.
Eu só quero deixar uma última explicação...

Tudo começou dois meses após a morte de Derrick. Fui constatada com depressão profunda e precisava de acompanhamentos, mas não o fiz. Eu queria superar tudo sozinha, queria ser quem eu não era, queria ser forte. Descobri a pouco que não sou uma muralha e que estou profundamente afetada. Jurei para mim mesma que já não deixaria meu estado piorar, eu acabaria com tudo de uma vez por todas.

Me perdoem, queridos. Eu não queria continuar e deixar transparecer meu péssimo estado psicológico para vocês. Agora eu já não sou a mãe que vocês conheciam, eu sinto por isto.
Não me levem como modelo, eu fui fraca.

Não vou dizer adeus, porque eu sempre os acompanharei. Um grande beijo, meus amores."

Lisa amassou a folha e a jogou contra a parede, caindo no chão, inconsolável.

~ Quarta-Feira

- Eu sinto muito. - a puxou para um abraço apertado e afagou seu rosto em seus cabelos.

Apenas aquilo conseguiu aliviá-la. Ficaram ali por um bom tempo, até que Josh precisou se despedir.
Lisa permaneceu friamente só naquela sala.

Jay apareceu ao tardar do dia e a fez companhia. Este que não quis ler a carta, tampouco ficar para o enterro. A chamou para passar a noite em seu apartamento, com sua mulher e filhos, pois sabia como seria duro voltar para casa nos próximos dias. A irmã aceitou seu convite sem hesitar.

~ Sexta-Feira

- Vamos, Lisa. Eu entendo que esteja mal e que queira ficar em casa, mas é a festa da Alisson, por favor, me acompanhe.
- Não, Anita. Eu não tenho vontade de fazer nada.
- Por favor. Não quero sair sem você. Planejamos tudo.
- Vou pensar. - suspirei, me virando de costas para ela no sofá.
- Pense com carinho. - sorriu de canto, com uma dose de empolgação. - Passo aqui as 20:00 horas.
- Tudo bem. Até.

Ela bateu a porta e Lisa voltou a dormir.
As 19:00 horas acordou com a vibração de seu celular. Se levantou e foi para o banheiro. Tomou um banho que lavou até sua alma. Saiu e se arrumou. Dez minutos depois sua amiga bateu em sua porta.
Elas foram para o local onde aconteceria a festa e, apesar de Lisa não estar nenhum pouco a vontade, a mesma colocou um pequeno sorriso em seu rosto e começou sua noite.
Duas horas depois ela estava extremamente alterada e agitada. Não ligou para nada, ela só queria beber até esquecer tudo que havia acontecido.
Josh avistou-a logo quando entrou no local e foi de encontro à ela. Tomou a garrafa de sua mão e começou a pronunciar-se.

- Lisa, eu sei que está passando por um momento difícil, mas eu não queria adiar ainda mais o que quero te falar. - ela sorriu em resposta as suas palavras. - Apesar de ainda ter um carinho enorme por você e te admirar, eu não quero continuar com nossa relação. Me perdoe.

Lisa fora abandonada novamente.

Ela correu dali, sem rumo algum. Apenas queria deixar tudo para trás. Foi para um lago próximo ao local. Arrancou seus sapatos e os atirou longe. Sentou no chão, com os pés na água e agarrou suas pernas, apoiando seu queixo em seu joelho, deixando que grossas lágrimas percorressem todo seu rosto. Ela queria sumir, era seu único desejo naquele momento. Seus pensamentos eram caóticos e as lembranças a atormentavam.
Tirou de seu bolso uma pequena caixinha de vidro com uma substância branca. Usou aquilo, se permitindo experimentar sensações que jamais sentira antes.
Quebrou a caixinha após se frustrar por ter acabado com aquele alucinógeno. Segurou fortemente um caco de vidro e riscou toda sua perna. Só queria passar o tempo com uma dor que não fosse aquela que a corroía. Talvez tenha funcionado. Ninguém sabe, Lisa se deixou levar.

Talvez vasos de flores sejam uma boa metáfora para quem teve seu coração despedaçado e se machucou com os cacos de vidro, mas a reparação do estrago com outro vaso e plantas já é outra metáfora, e esta é somente para quem não se deixa levar pelo stress do momento.


Notas Finais


Sem muitas palavras. Meus pensamentos estão caóticos e eu precisei descontar em algo. Esta história não é narrada, é um "eu lírico", apenas.


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