História Meu crime é você. - Era uma vez um coração.

POV – Youngji – ON

Não! Não! Por favor… não! Isso, não pode estar acontecendo! Eu não... por quê? Por que isso está acontecendo? O que eu fiz? Alguém por favor me tire daqui! Alguém me salve disso! Eu não quero... eu não posso...!

E essa ladainha é recitada repetidas vezes em minha mente enquanto eu assimilo o mundo a minha volta e vejo que eu não tenho escolha. Fitando-o como se ele fosse só mais um cliente, o que, na verdade, ele é! Não digo nada. Não deixo transparecer minha expressão de surpresa, de raiva, de tristeza...de nojo!

Eu me sinto como se estivesse fora do meu corpo. Como se estivesse me vendo pelos olhos de outra pessoa... e eu pareço, normal! Como se fosse só mais um dia de trabalho, e é! Me sinto como se estivesse debaixo da água. Eu ouço os sons, mas eles parecem distorcidos, distantes!

- Então você é a prostituta que tanto falam? – Ele diz enquanto mostra um sorriso esquisito.

Eu não posso fazer isso...

- Desde quando você trabalha aqui? – Eu acho que respondo um “ Desde sempre”, mas não tenho certeza se foi isso mesmo que disse.

Eu não quero fazer isso...

- Ela é realmente muito bonita, não é hyung? – O amigo sorridente pergunta, mas eu estou perdida no meu mundinho para se quer agradecer o elogio.

- É, sim!

Eu só quero morrer...

Sou levada até um quarto por ele. Não lembro do trajeto que fizemos para chegar até aqui. Minha mente está vazia!

 Tudo o que eu disse para ele... agora não posso nem ao menos negar...

Prendo a respiração enquanto ele tira a roupa. Eu não posso chorar, eu preciso desse dinheiro! Tento pensar no por que de estar fazendo isso... meu oppa!

- Vamos tire a roupa! – Ele me diz e me ponho no automático. Não consigo sentir meus membros, eles estão tão pesados.

- Então é isso, você vai se entregar para o seu... “estuprador”? O que uma puta não faz por dinheiro. – Essa fala acerta em cheio orgulho. E quando percebo uma lágrima silenciosa percorre meu rosto e cai no chão indefesa contra a gravidade, impossibilitada de qualquer outra opção...assim como eu. Esse pensamento só me deixa mais triste.

- Então agora você está chorando? Na minha despedida de solteiro? Será que devo reclamar com seu patrão? – Eu quero gritar um “ Foda-se você”! Mas sei o que isso irá causar então eu só me recomponho e volto a tirar a roupa.

- O que aconteceu com o: Eu nunca vou transar com você, Youngji? – Ele diz enquanto passa a mão pelo meu corpo. Eu não consigo sentir nada mais que um formigamento incomodo, como se ele estivesse me queimando com seu toque. Não chore! Não chore...!

Mais uma lágrima...!

- Eu quero que você me peça, Youngji! – Franzo meu cenho por míseros segundos até voltar para minha expressão vazia. Me obrigo a tentar falar e minha voz sai rouca e baixa. Eu me sinto doente.

- O-o que? – Ele dá uma gargalhada. Por que ele está fazendo isso? Por que está fazendo tudo ficar pior?

- Eu quero que você me peça para te foder... e é bom ser bem meiga, eu posso resolver não te querer mais, não te dar nenhum centavo! – Ele diz rente ao meu ouvido. Por favor! Fecho os olhos com força por um instante e quando os abro estou decidida. Não importa agora me lamentar, não é? Estou sem escolha agora, ele não vai parar. Não importa o quanto eu me sinta triste... eu...

- Você é só mais uma prostituta! – Ele. Jackson. Meu cliente. Meu superior... diz exatamente o que se passava em minha mente. Então algo estala dentro de mim e sinto que fui arrancada de meu corpo.

- Por favor me foda, Jackson! – Vejo duas pessoas num quarto de boate. A garota parece triste. Ela parece familiar, mas não consigo me lembrar de onde. Tento continuar meu caminho, seja ele qual for, mas por alguma razão estranha me sinto presa a cena e começo a prestar atenção.

- Boa menina. – O cara diz enquanto segura o seu grotesco pênis. Dando um sorriso anormal.

Ele segura na mão da menina e a leva gentilmente para a lateral da cama. Ele sussurra algo no ouvido da garota e ela se inclina sobre a cama apoiando seus cotovelos ali enquanto o rapaz se posiciona atrás dela. Tento voltar para meu mundinho feliz, mas minha visão está presa neles. Eu não quero ver isso!

- Você nunca foi grande coisa, nunca será na verdade, olhe agora para o que você está fazendo... depois de tanta relutância, não sente vergonha, Youngji? – Youngji! Esse nome me parece familiar, mas... de onde o conheço?

Tento mais uma vez virar o rosto para longe da cena, mas não consigo. Então o rapaz a penetra... parece que vejo uma linha brilhar no rosto da menina, mas não tenho certeza.

Então algo na minha mente percebe... isso é tão errado! E me sinto triste sem saber por que...

A garota é balançada no ritmo brusco do rapaz enquanto ele arfa e geme coisas sujas. Queria poder tapar meus ouvidos... então sem aviso, o rapaz desferi um tapa violento na bunda da moça que fecha os olhos com muita força, mas não grita.

- Se você não gritar, eu saio desse quarto agora e vou reclamar com seu patrão... – O rapaz diz parando seus movimentos, olhando fixamente para a moça.

- Me desculpe! – Ela mia para ele que dá um sorriso horrendo para segundos depois desferir um outro tapa mais forte que o último. Dessa vez a moça solta um grito que ecoa na minha mente de forma brutal.

Mas isso ainda não é o fim. Ele não para de bater. Não para de meter nela e dizer palavrões e se referir como se fosse o seu dono. E de alguma forma eu me sinto cada vez mais triste por ela. Pobre garota!

O momento em que quero mesmo fechar os olhos e nunca mais abri-los por nada, é quando ele a faz ficar de joelhos e beijar os seus pés.

- Diga que você é uma puta. – O sorriso dele não podia ser mais louco.

- Eu sou uma puta. – Ela diz sem pestanejar.

- Diga que merece ser tratada como tal. – Então é nessa hora que a máscara dela racha um pouco e mais uma lágrima desce.

- Eu mereço ser tratada como tal.

- Diga que me quer, diga... que me ama. – Não! Você não pode dizer isso para ele!

Então ela se reverencia e diz baixinho...

- Eu quero você, eu te amo... Jackson...

Então ele volta a foder a garota enquanto ela chora, borrando sua maquiagem, borrando a imagem de uma vida feliz. Machucando tanto seu corpo como sua alma. Destruindo uma visão simples de uma garota simples que achava que podia, algum dia, voltar a ter a sua vida de volta.

Então eu parei de fingir que essa não sou eu e voltei ao meu corpo. Olhando o teto do quarto. Machucada, sangrando, chorando... essa é a minha vida e isso nunca vai mudar. Servir! Dar o meu corpo! Ganhar a vida com isso!

Eu não posso mudar. Jackson tem toda razão. Eu não sou nada! Nunca serei! É isso o que eu faço. Isso!

Quando enfim eu consigo pegar no sono meus sonhos não são bem-vindos a mim. Eu sei que vou acordar e isso nunca vai deixar a minha vida...

De manhã ele me fez pegar o dinheiro de dentro da privada. Me fez vestir as roupas nele. Me fez beijar de novo seus pés... e eu... eu não me importo mais! É isso o que sou, não é? É para isso que sirvo, não é?

E mesmo que um dia eu consiga um outro emprego... o que vai mudar?

Eu sou e sempre serei... uma prostituta...

- Eu nunca vou deixar você esquecer essa noite, Youngji! Minha Youngji!

Apenas uma prostituta...

POV- Youngji- OFF

- Por que você está com essa cara? A noite passada não foi o suficiente para você? Quer que façamos de novo? – Digo para a garota que está deitada ao meu lado, encolhida nos lençóis.

- A sua hora já passou, assim como sua despedida de solteiro, eu não tenho mais nada a oferecer a você, a não ser a porta de saída. – Ela me responde sentando devagar na cama e fazendo uma careta. Uau! Ela está acabada.

- Você tem certeza disso? – Ela me olha com uma expressão cansada.

- O que você ainda quer de mim, Jackson? – Ah! Você nem pode imaginar Youngji!

- Nada! Mas...seria uma pena se todos na faculdade soubessem com o que você trabalha, não é mesmo? – Ela arregala um pouco os olhos, mas depois volta ao normal soltando um suspiro.

- Eu já perguntei o que você queria Jackson, deixe de rodeios, apenas me diga. – Eu me aproximo dela a passos lentos e coloco uma mão no seu rosto angelical.

- Você vai me servir, Youngji. Até o momento em que eu achar que não quero mais você e te descartarei como se não fosse nada!

- Tudo bem! – Ela diz dando de ombros. Nossa! Achei que teria de enfrentar um pouco de resistência da parte dela, mas vejo que Youngji está se pondo no seu devido lugar.

- Ok! Quando você terminar o seu expediente esteja pronta para mim. Seu trabalho comigo começa assim que eu passar por esta porta, então, até mais tarde. – Me estico e deposito um beijo nela que não faz nada para me impedir. Isso vai ser melhor do que o esperado.

Me despeço da minha mais nova garota da coleção e volto para a faculdade. Mal posso esperar até a noite, há tanto que quero fazer com ela...

- Aish! – Digo quando o toque do meu celular me tira dos meus devaneios. Nossa tinha que ser a Goo Hara!

- Jackson-ah! – Ouço-a dizer com a voz chorosa. O que foi dessa vez?

- Por que você está chorando?

- M-meu pai... o meu pai Jackson...

- O que tem o meu sogro?

- Ele... e-ele... – Já estou começando a ficar muito irritado.

- Goo Hara! Porra! Fala logo de uma vez! – Ela solta um suspiro pesado.

- Ele morreu, Jackson! – Por um momento me sinto travando no lugar.

- O que?

POV- Bambam – ON

Depois do que o Jackson fez eu não senti mais vontade de sair da cama. O que deu nele afinal? Ele nunca levantou a mão para mim antes ou para ninguém! Eu me sinto doente. As palavras dele ainda ecoam por minha mente me fazendo ter pequenos tremores. Ele tem nojo de mim! Ele nunca mais vai voltar a falar comigo de novo, tenho certeza disso!

- Bambam, você quer um chá? Alguma coisa? – Youngjae pergunta para mim sentando ao meu lado na cama. Consigo dar uma leve risada.

- Eu que deveria estar te paparicando hyung, mas não obrigado, eu estou bem. – Meu hyung franze o cenho.

- Eu sei que você não está Bambam, eu sei de tudo o que aconteceu ontem... olhe você não pode ficar desse jeito, eu sei que é difícil, mas tente se animar, tenta esquecer isso um pouco. Jackson não tinha razão em nada do que ele estava dizendo, além do mais, ele parecia alterado por algum motivo, tenho certeza de que se ele estivesse calmo não diria aquilo a você, então, por favor, não fique se martirizando por cousa disso, sim? Você é uma pessoa maravilhosa!

- Obrigado hyung, de verdade! Estou me sentindo muito melhor agora... vamos mudar de assunto, melhor esquecer isso mesmo. Então, o que vamos fazer em relação a sua gravidez? – Youngjae olha para o lado pensativo.

- Para falar a verdade eu não sei... o que posso fazer? Deveria contar a Jaebum? – Reflito por um momento.

- Acho que sim hyung, melhor do que você mentir para ele.

- Então está decidido, eu conto hoje mesmo para ele.

Reunindo todas as minhas forças, me levantei da cama. Ainda estava triste, obviamente, mas não queria deixar meu amigo na mão. É um momento ruim para ele também.

Seguindo para o refeitório, encontramos rapidamente o professor Jaebum no caminho até nossas mesas. Senti meu colega de quarto travando no lugar.

- Hyung não precisa ser agora, sabe disso! – Ele engole em seco.

- Eu sei, mas cada minuto que se passa sem eu contar parece que estou dando mais facadas nas costas dele! – A bandeja de comida que meu hyung carrega começa a tremer em suas mãos.

Estou prestes a nos tirar dali quando escuto alguém gritar o nome do meu hyung e somos obrigados a olhar para trás.

- Ah não! – Youngjae diz fechando os olhos.

- O que foi hyung? – O estranho chega até onde estamos e para nos encarando.

- Oi! – Ele diz acenado para nós. Faço um aceno de cabeça.

- Então, você é? – Eu pergunto.

- Eu sou Kim Yugyeom, prazer em conhece-lo!

- Olá Yugyeom, eu sou Bambam e este é o Youngjae. O que você está fazendo por aqui? – Ele lança um olhar persistente em Youngjae que permanece calado olhando para o chão.

- B-bem eu, gostaria de conversar com o Youngjae hyung. – Percebo uma atmosfera densa entre eles. Será que...

- Youngjae-ah! – Jaebum hyung acabou de nos ver e está vindo em nossa direção.

- Hyung! – Youngjae parece querer se encolher ao meu lado. Então é realmente o que estou pensando. Seguro na mão do meu amigo e o arrasto dali às pressas.

- Bambam?

- Desculpa gente acabei de lembrar que preciso da ajuda dele no meu trabalho, vejo vocês depois! – Grito e nos tira de lá. Isso vai dar mais trabalho do que eu pensei.

Corri tanto quanto podia e nos levei até o parque em frente a nossa faculdade. Quando olhei para o lado meu hyung estava da cor de amarelo. Droga! Eu não devia ter feito ele correr tanto.

- Hyung senta aqui.- E disse o colocando num dos bancos. – Você está bem?

- E-eu estou sim... – Ee está ficando roxo. Aimeu Deus! O que eue faço? Youngjae começa a respirar com dificuldade.

- Bambam...eu acho que vou...– Ele não consegue terminar sua fala, apenas vira para o lado oposto e vomita violentamente. Passo a mão nas costas dele. Droga! Isso é minha culpa!

- Está melhor agora? – Ele apenas acena com a cabeça.

- Eu tenho que resolver isso Bambam, não posso continuar calado!

- Hyung, aquele garoto, você acha que o filho pode ser dele? – Youngjae começa a ter lágrimas nos olhos.

- Eu fui um idiota! – Ele diz colocando o rosto entre as mãos.

- Hyung você não quer me dizer como isso aconteceu? – Ele respira fundo e joga a cabeça para o alto depois olha para mim.

- Está bem. Há alguns meses atrás eu e o Jaebum tivemos uma briga feia e nós meio que demos um tempo. Eu estava com tanta raiva dele... então resolvi que não queria ficar em casa chorando e fui em uma boate para poder extravasar... foi lá que eu conheci o Yugyeom. Ele é tão perfeito, atenciosos, carinhoso, gentil e quando percebi eu já estava na cama com ele. No outro dia quando acordei percebi a burrada que tinha feito, falei sobre o meu namoro para o Yugy e corri daquele quarto.

- Então ele apareceu hoje por que sabe da sua gravidez? – Meu hyung balança a cabeça negativamente.

- Não, pelo menos acho que não, acho que na verdade, ele veio se desculpar. Ele é mesmo um bom garoto. – Agora meu hyung não consegue segurar as lágrimas.

- Hyung mesmo assim ainda acho melhor você falar com eles.

- Eu sei, eu sei, mas e se tiver outra alternativa? – Um pressentimento ruim toma conta do meu peito.

- Q-que outra alternativa hyung? – Então Youngjae se põe de pé na minha frente e segura minhas mãos para que eu me levante junto.

- E se eu... e se eu fizer um aborto? – Arregalo meus olhos para esse comentário. Como assim abortar? Essa criança não tem culpa nenhuma. COMO ASSIM ABORTO?!? Não, não! Não aceito isso! Eu vou...

Então minha fala fica presa na garganta quando alguém aparece atrás de Youngjae.

- Aborto? Do que vocês estão falando... v-você está grávido, Youngjae? – Ah Não! Youngjae vira para trás bruscamente.

- Jaebum hyung!

POV- Bambam – OFF

POV- Youngji –ON

Fui deixada naquele quarto. Fui usada naquele quarto pela segunda pessoa que eu mais tenho nojo no mundo. Eu não posso acreditar que isso aconteceu? Eu não posso...

Eu não aguento mais nada por hoje, eu só quero ir para casa e dormir, esquecer desse dia, fingir que não foi real. Devagar eu me levanto da cama e vou me vestindo. Olho para meu próprio corpo e a visão que tenho dele não me agrada. Estou repleta de hematomas.

Antigamente estar dessa forma me dava uma imensa sensação de prazer, mas agora eu só sinto dor, arrependimento...

Sai daquele quarto nojento e fui logo para o escritório de Shownu. Não estou em condições de trabalhar hoje. Bato na porta duas vezes até ser permitida entrar.

- Ora se não é o nosso maior triunfo! – Ele diz levantando as mãos abrindo um sorriso nojento.

- Eu só vim aqui informar que não vou mais trabalhar hoje, senhor! – Completo e fecho os olhos por um momento segurando as lágrimas que ameaçam cair de novo.

- Informar? Não seria pedir um dia de folga? – Eu não pude deixar de revirar os olhos.

- Não, senhor, eu vim informar. Então, se me der licença... – Me viro para sair, mas meu patrão aparece do meu lado segurando meu braço firmemente. Logo penso que ele vai me dar um sermão, mas então...

- Está bem, tire o dia de folga, mas eu quero que você se lembre da encomenda que você tem que deixar na praça da sua faculdade amanhã... – Ele diz e já estou pronta para sair, mas ele me puxa de volta.

- E, eu quero que você vá até este lugar hoje. – Ele me passa uma folha que contém alguns números e nomes. Isso é um endereço?

- Para que eu tenho que ir lá?  Ele enfim me solta e abre um largo sorriso.

- Só vá e você irá descobrir. – Então ele me solta e eu me retiro daquela sala nojenta.

Ando pensativa até o meu apartamento, tentando enfiar na minha cabeça que tenho que chegar lá com a cara mais radiante do mundo. Não posso preocupar meu oppa!

Abro a porta de casa e como sempre, meu oppa está jogado no sofá assistindo Tv. Ele vem logo me cumprimentar.

- Youngji-ah! Eu estava com saudades de você! – Eu me seguro no seu abraço como se isso fosse salvar a minha vida.

- Oi oppa! Você já comeu? – Ele me lança um olhar sugestivo e me segura pela mão me levando até a cozinha. Puta que me pariu! A mesa está repleta de comida!

- Oppa! C-como você... quando você... de onde você tirou dinheiro para fazer isso? – Eu digo tentando ser chata, mas não consigo disfarçar a empolgação na minha voz.

- Ah! Deixa de besteira, eu só tinha umas economias guardadas, anda vai tomar um banho. – E sem pensar duas vezes eu já estou indo até meu quarto tirando as roupas e as deixando no caminho... então eu paro e encaro meu reflexo no espelho. Meu Deus! Há hematomas em cada parte dele, machas vermelhas, roxas, amarelas... estão minha felicidade repentina é pulverizada. Eu ainda vou ter que ser o bichinho do Jackson...

Tomo meu banho não mais tão animada e vou até a cozinha. Heechul percebe minha mudança de humor.

- O que foi? Ficou calada de repente! – Droga! Não transpareça Youngji!

- Do que você está falando oppa? Eu estou normal e olha esse banquete, todas as minhas comidas favoritas estão aqui! – Eu digo tentando disfarçar.

- Bem, você está sempre cuidando de mim, eu tinha que fazer alguma coisa por você também... – Aigoo! Meu oppa é tão adorável.

- Você existindo já é tudo o que eu queria no mundo! – Digo sem pensar, porque realmente é a verdade e algum dia eu vou conseguir apagar de vez nosso passado e nós nunca mais vamos precisar ficar nos escondendo.

As duas horas me lembro do maldito bilhete que o Shownu me deu. Argh! Eu não quero ir. Quero curtir o resto do final de semana com Heechul, mas ordens são ordens. Inferno!

- Oppa eu vou ter que dar uma saidinha, ok? Volto daqui a pouco.

- Aish, por que você nunca fica o dia inteiro? – Ele resmunga e tenho que ir até ele dar um beijo de desculpa.

- Eu volto logo, tá? – Ele revira os olhos.

- Tá! Não chegue muito tarde, eu amo você! – Aigoo! Meu coração não aguenta!

- Eu amo você também oppa, mais que tudo no mundo!

Não foi difícil de achar o local, mas eu não tinha certeza se estava mesmo no lugar certo o que caralho ele quer que eu faça num galpão abandonado? Me aproximo devagar da porta e penso até em bater, mas então escuto um barulho e paraliso...

- I-isso é...? – Mais outro barulho e dessa vez eu identifico o que é. Alguém está gritando! Olho ao redor do lugar e acho uma fresta ao lado dos grandes portões. Vou até ele e o que vejo me faz querer vomitar na mesma hora...

- Mas o que está acontecendo...?

POV- Youngji - OFF