História Meu crime é você. - Bipolaridade ou safadeza?

- Você está bem? – O cara pergunta a Bambam que balança a cabeça afirmando.

- Obrigado, policial...Park? – Pergunta Bambam.

- Só Jinyeong está bem para mim. – E ele sorri para Bambam – E você...venha, queria mesmo falar contigo.

Puta que pariu! Fodeu!

- Comigo por quê? – Franzo meu cenho, mas logo lembro...o depoimento! Logo sinto meus músculos relaxando. – Ah! Seria por causa do depoimento?

- Isso mesmo, me acompanhe por favor.

- Depoimento? – Bambam entorta a cabeça para o lado e eu olho para ele. Solto um suspiro. Isso...essa briga idiota tem que acabar! Porra! Nós somos melhores amigos...!

- Depois eu te conto o que aconteceu, ok? Por hora...só...me desculpe Bambam, por tudo! – Eu digo e o policial Park segura no meu braço me guiando para a sala dos professores.

Antes de chegarmos lá, ele me para e olha para mim sério.

- Você ia bater naquele garoto? – Eu arregalo um pouco meus olhos. Porra!

- Não senhor. – Ele bufa e cruza os braços na minha frente.

- Ok, depois discutimos sobre isso, entre.

Sou levado até uma sala reservada e lá sou interrogado por esse Park Jinyeong, pessoa a qual estou vendo que não vou gostar. Cada palavra que eu dizia ele me encarava por um tempo depois levantava a sobrancelha como se duvidasse do que eu dizia. Grr! Cara irritante!

- É só isso? Mais alguma coisa em que eu possa ajudar? – Pergunto com certo sarcasmo em minha voz, que o Park Jinyeong não deixa de notar.

- Claro que pode, comece me dizendo por que ia bater naquele garoto. Ele me parecia mais novo que você, por que estaria batendo num dongsaeng daquele jeito? – Eu olho para o lado para que ele não perceba que estou revirando meus olhos.

- Senhor, primeiro: eu não estava batendo nele, segundo: você está aqui para me interrogar sobre o assassinato do diretor Siwon mais nada que isso, então se me der licença, eu tenho trabalhos para fazer... – Me levanto para ir embora, mas antes de chegar na porta o policial segura meu braço me fazendo parar.

- Estou de olho em você garoto...é melhor você tomar cuidado com o que faz de agora em diante. – Seguro minha vontade de mandar ele ir se foder e abro a porta da sala. Quando faço tenho o vislumbre de Youngji correndo em nossa direção e ela passa quase esbarrando em mim.

- Youngji-ah! – Ela para só para me olhar como se eu fosse a pior coisa do mundo, logo calo minha boca e ela se vai. Estou começando a achar que foi um belo erro ter tentado chantagear ela. Principalmente ter feito aquilo com ela lá na boate. Ponho as mãos nos bolsos e começo a ir embora.

- Espere... – Reviro meus olhos.

- O que foi agora, senhor policial? – Eu me viro sem querer. Ele está olhando para onde Youngji foi...parece até que viu um fantasma. Eu hein!

- V-você conhece aquela garota? – Franzo meu cenho.

- Conheço sim, por quê? – Ele volta a sua expressão séria e passa uma mão pelo cabelo.

- A quanto tempo ela está nesta instituição? – Por que ele quer saber da Youngji? Que merda é essa?

- Não sei, algumas semanas... por quê? – Ele olha para o chão pensando e acho que escuto ele sussurrar um “realmente parece ela”, mas ele logo se recompõe e...

- Por nada, obrigado por seu tempo...então até depois. – E ele bate a porta na minha cara. Mas que merda foi essa? Que estranho!

Sem nem ao menos nenhuma resposta sigo então para o quarto de Bambam...preciso por um fim nessa briga sem sentido!

POV- Youngji – ON

Para mim já chega desses rodeios! Eu não aguento mais ter minha vida comandada por esses idiotas! Eu vou resolver essa merda de uma vez por todas, nem que para isso eu tenha que fazer aquilo de novo...!

Pego meu celular e disco primeiro o número de meu oppa. Ele tem que saber, não posso mais ficar escondendo as coisas dele. Ele tem que saber, tem que tomar mais cuidado, principalmente agora que Shownu já está a par de tudo. Que eu sei o seu real trabalho.

- Alô! Oppa! Oi é a Youngji! Como você está?

- Preocupada como sempre hein? Eu estou bem, meu amorzinho! – Aigoo! Meu coração aperta só de pensar em contar a ele, mas se ele ficar nas escuras como eu sempre tentei o manter...talvez isso faça com que ele esteja em mais perigo do que sabendo de tudo!

- O-oppa, e-eu tenho uma coisa a te dizer... – Ele pausa de repente como se notasse o desespero na minha voz.

- O que? O que aconteceu? Shownu fez alguma coisa com você? Ele te machucou, ele te tocou? Me diz logo menina, tá me deixando nervoso porra! – Fico surpresa com a atitude dele. Nossa! Meu oppa deve estar realmente nervoso, ele não é de ficar me xingando assim!

- Não! Não é nada disso! – Ele solta um suspiro.

- Youngji! Assim você me mata de susto menina! Aish! – Consigo soltar um riso estranho de nervoso. É agora...

- Oppa...eu encontrei Leeteuk hoje... – A outra linha fica muda e eu sei que ele está tentando não surtar.

- E?

- E eu descobri umas coisas sobre o Mark oppa, sobre Shownu também...eles trabalham com tráfico de pessoas! – Tento manter minha voz calma, mas à medida que vou falando eu sinto o peso dessas palavras e me seguro para não chorar. Eu realmente gostava de Mark oppa!

- Eu disse a você que não gostava desse tal Mark. – Meu oppa diz, mas ele não está em condições de me repreender agora. Sinto sua voz tremer.

- Eu sei oppa, eu sinto muito, mas isso não é o mais importante, escute...eu quero que você pegue aquela coisa na minha gaveta, você sabe onde está, não é? – Ouço ele segurar a respiração.

- Eu não vou deixar você fazer isso de novo sua doida! Você quase mo...

- Kim Heechul faça o que eu estou mandando agora! Oppa não temos muito tempo se eu não fizer ele vai vir atrás de nós, ele vai... – Eu lembro de um ano atrás, quando ainda morava com eles...seguro as lágrimas. Não chore porra!

- Mas...

- Oppa, é nossa única chance! Não podemos contar com a polícia, você sabe, ele tem gente lá dentro também.

- Quem diria que ter como pai um dos maiores empresários da Coréia seria uma coisa ruim...? - Meu oppa tenta fazer graça e eu até consigo rir um pouco.

- É verdade...! Então faça o que estou pedindo, sim...? Não abra a porta para ninguém. Se ouvir algo suspeito saia pela nossa janela, não é tão alto assim...! Faça de tudo para se manter seguro enquanto eu ainda não resolvo esse assunto, ok?

- O-ok! Youngji...tome cuidado, por favor! – Sua voz está com o tom de pânico de novo.

- Eu vou oppa, você também... tchau!

- Eu não posso perder você... – Meu oppa diz e eu trinco meus dentes para não chorar.

Se eu apenas tivesse uma família normal, nada disso estaria acontecendo! Preferia mil vezes nascer como um mendigo do que como filha de Leeteuk “o grande empresário”.

- Nem eu a você...! – Digo e antes que possa ouvir meu oppa chorar eu desligo o celular e me agacho tentando segurar a histeria que ameaça explodir a qualquer momento. Eu tenho que me manter calma!

Respiro profundamente, seguro, depois solto bem devagar o ar. Isso me faz ter um pouco mais de calma, mais controle sobre meu corpo. Eu ainda tenho que falar com mais alguém...talvez eu possa “salvar” ele também, não quero ter que... Balanço a cabeça espantando esse maldito pensamento. Suspiro. Ok, vamos lá!

- Alô! – Ouvir a voz dele nessas circunstâncias me faz arrepiar por completo. Droga! Se acalma porra!

- M-mark oppa! – Franzo meu cenho, onde que isso é se acalmar?!? Inferno!

- Você está bem?

- Sim! – Não! Eu quero desligar agora mesmo! Não tenho coragem para isso, por que merda eu te liguei caralho?

- Não parece. Está precisando de ajuda? Foi aquele tal de Jackson de novo? – Merda! Merda! Merda!

- Não... oppa!

- Quer que eu dê uma surra nele?

- O que? Não! Me escuta! – Acabo gritando com ele. Isso Youngji! Está realmente indo bem! Inferno! Melhor ir direto ao ponto.

- Olha, Mark...eu tenho uma coisa a te perguntar...!

- Ok! O que foi? – Olho para o céu nublado de Seoul tentando juntar coragem. E se ele vir atrás de mim também? Ah! Agora já foi, melhor perguntar mesmo, se ele quiser sair dessa vida, agora é a chance dele!

- Mark, seja sincero comigo, ok? Você trabalha para o Shownu? Você trafica pessoas? – Ele começa a tossir do outro lado da linha. Está aí sua resposta Youngji! Uma parte de mim ainda acreditava na hipótese de ele ser inocente.

- Onde você ouviu isso garota? Está ficando louca? É óbvio que não! – Suspiro.

- Por que você está mentindo para mim? Achei que fossemos amigos...! – A tristeza começa a tomar conta de mim de novo. Seria melhor se ele não mentisse...

- Eu não estou...

- Está sim! Eu vi você Mark! Lá no galpão abandonado, pelo amor de Deus! Era por isso que você estava cheio da grana? Dinheiro de tráfico?

- Você me viu? Quando?

- Está vendo? É verdade, não é? – Longa pausa na linha seguida por um longo suspiro.

- Você não devia saber disso...

- E você não devia estar trabalhando com isso! Está ficando louco? Por que Mark?

- E-eu...

- Quer saber não importa, eu só queria saber se você está disposto a parar com isso e vir comigo denunciar o Shownu? – É agora, se ele disser não vai entrar para a lista também...! Por favor diga sim!

- Eu não sei bem Youngji, não é assim que as coisas funcionam...! – Isso é um não?

- Então isso é um não?!?

- Youngji por favor...! – Ok! Então é assim que vai ser! Por favor o caralho!

- Você é quem sabe, foi bom te conhecer Mark!

- O que? O que você quer dizer com isso? Youngji?!? – Mas eu já estou desligando em sua cara. Ele fez sua escolha...fez sua escolha...

Mas por que eu estou sentindo como se eu é que estivesse perdendo?

Queria poder parar de chorar!

POV- Youngji –OFF

POV- Yugyeom – ON

Ah não! Ele está com o namorado…então é verdade que eles voltaram. Sinto meus olhos arderem. Eu sei que não devia chorar, afinal de contas foi apenas uma noite, mas eu sinto como se pudesse dar todo o meu amor para ele!

Não posso desistir assim, posso?

- Youngjae hyung! – Eu grito para ele e as outras duas pessoas que desconheço também olham para mim. Me aproximo deles a passos leves.

- Yugy, que surpresa! – Ele está com cara de: “ O que você está fazendo aqui”?

- Eu queria conversar com você.

- E você é? – O tal namorado pergunta. Não posso culpar meu hyung de se apaixonar por ele. Esse cara é muito bonito!

- Eu sou Kim Yugyeom, sou amigo do Youngjae hyung! – Digo fazendo uma reverência.

- Oh! Olá Yugyeom, eu sou Im jaebum, namorado do Youngjae, prazer em conhece-lo. – De repente sinto uma pontada de culpa. Poxa! Ele parece ser uma cara legal! – E no momento também sou o homem mais feliz no mundo, ouça, meu Jae aqui acabou de me dizer que está grávido!

Holly shit! Puta merda!

- O-o que? – Olho para Youngjae que parece querer se esconder atrás do namorado me lançando um olhar de desculpas.

- Sim, isso não é maravilhoso? – Eu pisco diversas vezes tentando me manter calmo. Não dê uma de bebê chorão aqui Kim Yugyeom!

- Sim, isso é ótimo...parabéns! – Então um pensamento passa por minha mente. Na vez que nós dormimos juntos...não usamos camisinha, será que...

- Peço mil desculpas por interromper esse maravilhoso momento, mas eu realmente preciso falar com o Youngjae hyung! – Digo tentando não parecer urgente.

- Não precisa se desculpar por nada Yugyeom... amor eu já estou indo, mas hoje à noite vamos comemorar... – Ele diz e antes que eu possa ver ele beijando o jae eu viro meu rosto para o lado.

- Então... eu te vejo mais tarde hyung, tenha cuidado, não fique se estressando, isso faz mal para o corpo e agora não é só você! – O outro cara diz a meu hyung e sai andando. Agora estamos a sós.

- Yugy eu... – Levanto uma mão indicando que ele pare.

- Antes de tudo...esse filho é meu? – Youngjae parece congelar no lugar.

- Não!

- Não? Você tem certeza disso? – Ele franze o cenho preocupado.

- Não, não tenho!

- Quando iria me contar sobre isso Youngjae? E se essa criança for minha? Você iria me privar de ver ela?

- Não! Ai meu Deus! Por que está acontecendo isso comigo? – De repente Youngjae me parece tonto e eu tenho que o segurar antes que chegue ao chão.

- Você está bem? – Ele se segura em mim me abraçando.

- Estou, eu só senti uma tontura, não é nada!

- Youngjae você está muito pálido, está se alimentando direito? Lembre-se que você está comendo por dois agora! – Eu digo com certo temor na voz.

- Na verdade, não muito, sinto muito enjoo, tenho medo de comer e depois vomitar tudo... – Ele diz com a voz calma. Aish!

- Mas você tem que comer hyung! Caralho! – Ele faz uma careta.

- Será que você pode brigar comigo depois? Eu realmente não estou me sentindo muito bem... – Então ele passa os braços a redor de meu pescoço e encosta a cabeça no meu peito. Tenho que me segurar para não fazer nenhuma loucura. Como por exemplo, começar a beijar ele e só parar quando estivéssemos impossibilitados de fazer isso durante o sexo. Balanço a cabeça afastando essa linha de pensamento.

- Ok! Eu falo com você sobre isso mais tarde... – Eu digo e encosto de leve os lábios na testa dele e quando o faço fico logo surpreso.

- Meu Deus! Youngjae você está ardendo em febre...! Hyung? – Ele não me responde. Eu tento sacudi-lo um pouco.

- Hyung? Hyung! Meu Deus! Hyung fala comigo...! Ah não!

Seguro Youngjae nos braços e o carrego para fora da faculdade sinalizando como posso para um táxi que vai passando.

- Senhor por favor nos leve para o hospital! – Digo desesperado.

- Se acalme filho, o que aconteceu? - O motorista pergunta.

- Eu não sei, estávamos conversando e do nada ele desmaiou, por favor vá rápido!

Não morra hyung, por favor não faça isso comigo!

- Me filho...! Por favor, não leve meu hyung, não leve meu filho...! – Eu digo desesperado segurando o choro.

E partimos rumo ao hospital...

POV- Yugyeom – OFF

E aqui estou eu na frente do quarto de Bambam. As coisas entre nós têm andado tão estranhas, desde quando nós transamos. Não vou mentir, eu gostei do que fizemos, mas não quero ter mais nada do que isso. Comigo é só sexo. Ele sabe disso! Sempre soube!

Paro com a mão na maçaneta. Será que é realmente uma boa ideia? Mas e se...

- Jackson hyung? – Olho para o lado e Bambam está aqui. Minha chance de desistir já era.

- Oi Bambam, eu queria falar com você. – Ele balança a cabeça.

- Já vejo... vamos entre! – Ele abre a porta e me lança um olhar convidativo.

- Obrigado! – Me sento na cama dele enquanto ele vai até a sua mesa e senta lá. O mais longe de mim possível. Uau! Ele deve estar mesmo furioso. E lá no fundo eu sei que ele tem razão de estar.

- Então?

- Primeiro de tudo, me desculpe por bater em você...eu não sei o que deu em mim naquele dia!

- Hum..

- E me desculpe pelas coisas que eu disse, nada daquilo foi verdade, Bambam, você é uma ótima pessoa e um ótimo amigo...eu realmente sinto muito por tudo que fiz você passar, sinto muito por não poder gostar de você da mesma forma, mas eu não posso mentir para você dizendo que te amo, não posso fazer isso...!

- Eu sei hyung, mas o que você me disse...aquilo realmente me magoou! Poxa! Se ponha no meu lugar, como você acha que eu me senti? – Ele diz começando a ter um tom desesperado. Colocando a mão no peito.

- Eu sei, foi horrível o que eu disse e vou entender se você não quiser mais falar comigo, eu...só quero que você me perdoe, eu nunca, nunca mais vou fazer algo assim do tipo. Desculpe Bambam! – Então meu dongsaeng começa a chorar e eu me sinto pior ainda. O que estava acontecendo comigo afinal? Como eu pude ser tão mesquinho, tão frio? Não só com Bambam, mas Youngji também! Meu Deus! O que foi que eu fiz?!?

Eu me levanto devagar e vou até meu dongsaeng. Passo a mão por sua cabeça e vou me aproximando mais, até nossos corpos estarem totalmente colados. E eu permaneço ali abraçado com meu melhor amigo, sentindo um certo alivio por ter dito a ele que sinto muito. Não pode ser assim! Não mais, eu tenho que dar um jeito no meu temperamento, não posso mais só machucar as pessoas a minha volta com esse meu egoísmo ridículo!

- Desculpe Bambam, de verdade!

- Hyung, eu não posso te prometer nada, mas eu vou tentar te perdoar, ok? – Ele diz com o rosto enterrado no meu abdômen.

- Tudo bem! Isso me basta por hora! – Me abaixo e beijo o topo de sua cabeça. Isso! Estamos voltando ao normal finalmente.

Finalmente!

Deixei Bambam dormindo. O coitadinho parecia estar sobre muita pressão, logo que o coloquei na cama ele adormeceu. O que eu estava fazendo conosco? Passo as mãos pelo cabelo...tenho que parar com isso!

Então lembro que tenho mais uma pessoa a quem pedir desculpas e sei que com esta as coisas não vão ser tão fáceis. Principalmente pelo que eu fiz a ela, o que ia fazer...

- Bambam tem razão, minha mãe nunca que devia ter se sacrificado por mim, não por mim...

Entro no quarto e Youngji está saindo do banho. Ela nem ao menos olha para mim.

- Youngji...eu... – Paro quando percebo que os olhos dela estão muito inchados e vermelhos. Ela andou chorando? Será que foi por minha causa?

- Youngji! – Tento me aproximar dela, mas ela se afasta e vai até sua cômoda tirando uma muda de roupa. – Youngji, por favor!

- Jackson, por favor digo eu, ok? Hoje não! Eu não aguento ter que brigar com mais alguém hoje...não faça isso! – Ela diz se vestindo e eu posso ouvir o embargo na sua voz.

- Mas eu tenho que falar com você...! – Tento me aproximar, mas ela se afasta de novo olhando para mim com os olhos repletos de magoa. As lágrimas fazem seus olhos terem um brilho estranho por causa da luz que entra pelas janelas. Essa garota...ela...

- Não, não Jackson, por favor! – Ela dá mais um passo para trás e fecha os olhos com força. De repente ela meio que balança para a frente e cai de joelhos.

- Youngji! – Me apresso em ir até ela.

- Por favor me deixe em paz...eu não quero ter que fazer isso com você também... por favor! – Ela diz chorando e eu fico sem saber o que fazer.

- Fazer o que Youngji? Do que você está falando? – Então inesperadamente ela enrosca os braços no meu pescoço e sobe no meu colo. Eu congelo.

- Por favor! – Sua voz é tão cheia de dor, sofrimento que eu quase posso sentir isso no ar. O peso que isso traz!

- Tudo bem, me desculpe, desculpe Youngji por tudo! – Eu a envolvo com meus braços afagando seus cabelos. E eu pensei que eu era o bipolar!

Fico naquela posição com ela até o momento em que seus soluços cessam. Parece que ela adormeceu. Melhor por ela na cama.

- Não quero dormir ainda... – Ela diz com o rosto no meu pescoço e eu paro o que estava tentando fazer.

- Então o que você quer fazer agora? – Eu digo só por dizer mesmo achando que ela não ia responder, mas então ela levanta a cabeça e me encara.

Nos seus olhos há tanta coisa misturada que fico tonto por um momento só de olhar para ela. Mas há algo mais, algo que eu reconheço muito bem, e isso faz com que eu me aqueça. Todos os meus pelos sofrem um delicioso arrepio.

Então é isso, luxúria...