História Meu delírio - Min Yoongi (Suga) - BTS - 16

- Acorda, (S/N).

Abri os olhos com dificuldade e notei Seohyun sentada em minha cama.

- Depois... – Voltei a tapar meus olhos com o lençol.

Mamãe puxou o lençol de cima de mim e pôs a mão na cintura, batendo o pé no chão. Já sabia o que iria vir.

- Você bebeu?

- Não.

- (S/N)...

- Um pouco.

- Mesmo com Yoongi tendo se libertado há pouco tempo desse vício nojento, você vai e...

- Eu não sou o Yoongi. Eu sei me controlar.

- A questão não é essa.

- Então você e papai tem que parar de engolir qualquer gota de álcool que seja, não acha? Começando pelo vinho nas refeições. – Levantei-me com raiva e fui fechar as cortinas. – Agora, por favor... – Abri a porta de meu quarto e lhe pedi que saísse.

Ela abaixou a cabeça e caminhou para fora dali.

Voltei a dormir. Estava exausta. Eu e Taehyung saímos da festa só quando os primeiros raios de sol apareceram.

YOONGI POVS

Dois dias depois

A ideia de Kim Taehyung ser o namorado falso de (S/N) tinha consistência, apesar de não me agradar nenhum pouco. Eu sei que seria mais fácil de despistar qualquer possível suspeita que possa surgir, mas, não queria que fosse desse jeito. Sabia que aqueles dois já haviam trocado alguns beijos, e quando cheguei em casa, e vi ele e toda sua família junto de meus pais e (S/N) foi como uma rasteira. Percebi muito claramente naquele instante que não a suportaria vê-la com mais ninguém, mesmo que fosse um faz de contas.

(S/N) ainda era tão ingênua diante da vida. Sei que sou apenas três anos mais velho que ela, mas, sentia que deveria protege-la contra tudo que fosse errado, contra todas as pessoas ruins, contra toda a maldade do mundo. Desde quando éramos crianças, e eu brigava com todos os garotos da escola que eram rudes com ela, desde aquele tempo, eu vivia para ela, só não sabia disso ainda. Compreender que Taehyung era agora, seu namorado me dava nos nervos.

É só uma farsa. Mas, mas... mesmo assim... Eu não consigo suportar.

Dei o melhor de mim ao fingir estar bem com aquilo. Queria vê-la feliz e não quis que ela pensasse que eu tinha dúvidas de seu caráter. Mas, após um dia, quando os vi na sala de minha casa, conversando sobre um passeio... Ah, merda! Não consegui me recompor e fui cego pela vingança e ciúme.

Tudo em que eu consegui pensar o resto do dia foi em como fazer (S/N) sentir a pontada que eu senti.

E assim eu fiz, convidei Yewon para terminar o trabalho em minha casa. Por dois dias seguidos. Um após o outro. Eu não faria isso se não tivesse certeza absoluta de que ela é lésbica e muito bem resolvida. Mas tudo piorou, e (S/N) e eu acabamos brigando. Isso era a última coisa que eu poderia querer, porém novamente, eu só conseguia enxergar o ciúme.

Quis que ela sentisse um pouco do que eu sinto quando a vejo com nosso vizinho e veja só, piorei tudo. Como sempre!

Inferno... Ainda continuo um moleque de quinze anos?

Tudo piorou em escalas catastróficas quando cheguei naquela maldita festa e vi como Taehyung a tinha para si. Como ele cuidava da minha (S/N). Como ela gostava de estar ao seu lado...

Por que essas coisas ruins estão acontecendo assim tão de repente? Como desejava que tudo voltasse ao normal. Desejava fortemente que voltássemos para o dia em que comecei a beber... Faria tudo diferente, e lhe esperaria voltar do Brasil. A beijaria no primeiro dia. Teria (S/N) só para mim. Não deixaria que tivesse o mínimo de envolvimento possível com Taheyung.

Se eu pudesse voltar no tempo...

Mas, você não pode Min Yoongi!

E agora, eu estou há três dias do vestibular. Minha cabeça só consegue pensar na pessoa que dorme no quarto em frente ao meu. O trabalho que eu tinha arranjado pensando nela, tivera perdido toda a graça. Não sabia o que fazer lá todos os dias, se agora já não a tinha mais comigo. Entretanto, de certa forma, serviu-me como uma válvula de escape, pois não teria que passar o dia em casa dividindo o mesmo ambiente que ela.

(S/N) passava as horas trancada em seu quarto, e quando passávamos um pelo outro, não me dirigia uma palavra sequer.

Aquilo estava me matando.

Infelizmente, agora eu não posso me preocupar mais com isso. Preciso me concentrar nesta prova que irá decidir se tenho capacidade ou não de entrar na universidade.

(...)

- Você vai conseguir! – Mamãe beijou minha bochecha. (N/P) me deu um aperto de mão e um aceno com a cabeça.

Segui para o local de prova. Utilizei todo o tempo que me foi dado e na saída, encontrei com Taehyung.

- Suga!

Parei de abrir a porta do carro e virei-me para ele, tentando sorrir.

- Tae.

- Como foi?

- Não sei. – Fitei o céu. Eu realmente não queria conversar com ele.

- Não aconteceu nada comigo e (S/N), se é isto que está pensando.

- Eu não estou pensando nada.

- Suga... – Tae olhou ao redor. – Por que paramos de ser amigos?

Meneei a cabeça.

- Eu não sei.

- Eu lembro quando aconteceu. (S/N) foi embora para o Brasil e suas idas à minha casa ficaram difíceis de acontecer.

- Onde está querendo chegar?

- Você foi um idiota.

Sorri. Aquele cara veio falar comigo para me chingar?

- É só isso?

- Você sempre foi mais infantil do que ela.

Pus a garrafa de água que segurava no banco do carro e caminhei até Taehyung lhe dando um soco.

- Fique longe dela!

- Está vendo? Não consegue enxergar que ela só tem olhos pra você? – Enquanto o segurava pelo colarinho de sua blusa, ele mantinha um sorriso nos lábios.

O soltei. Algumas pessoas estavam nos cercando. Entrei em meu carro e fui para casa.

Ele tinha razão. (S/N) era muito preciosa para que eu a deixasse tão facilmente. Precisava de seu perdão, para que nunca mais ficássemos longe um do outro.

O engarrafamento estava absurdo naquele dia, só podia ser em razão do vestibular. Acabei chegando em casa quando estava de noite.

Abri a porta afoito, e olhei ao redor, vi (S/N) sentada na sala, em uma poltrona, a TV estava ligada. Corri até lá e fiquei em pé lhe observando.

- Precisamos conversar! – Minha boca estava seca.