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História Meu Destino - That Bittersweet Moment


Escrita por: jungsy

Notas do Autor


- Desculpem-me pela demora para atualizar. Às vezes, é difícil encontrar motivação, inspiração e confiança para escrever. Espero que entendam.
- Essa fic não vai ser terminada antes das férias como eu planejava. Eu só tenho uma semana restante agora (infelizmente).
- Reservei algo para vocês. Então leiam e espero que gostem.

Capítulo 6 - That Bittersweet Moment


 

O tempo corria seu trajeto enquanto eu entrava em meu quarto. Jessica estaria chegando em menos de uma hora e meia e eu nem sequer havia tomado banho. Ao entrar em meu quarto, meu pé bate rigorosamente contra algo duro perdido no escuro. Só após tal acontecimento, e só depois da dor despertada em uma parte de meu corpo, é que percebo que entrei no quarto sem ligar a luz. Cambaleando, vou até o vão entre o quarto e a sala e aperto o botão do interruptor.

É engraçado pensar que ainda faltava uma hora e trinta minutos para a chegada de Jessica, e eu já estava nervosamente apressada, pensando que demoraria e que a irritaria. Eu nunca havia tido tanto cuidado antes por outra pessoa exceto os meus pais, mas eu estava o tendo com uma garota que havia acabado de conhecer e que nunca mais veria novamente ao deixar Nova York. Eu era apenas uma turista, conhecendo A Grande Maçã pela primeira vez em minha vida, e em poucos dias estaria deixando meu destino atual para ir a outro. Eu conheceria novas paisagens e pessoas, mas por algum motivo, eu sentia um cuidado com ela. Era como se ela fosse uma boneca frágil de porcelana que, com qualquer movimento equivocadamente brusco, quebraria.

Ao terminar de me arrumar, o telefone do quarto toca: é a recepcionista. Ela me comunica que uma mulher espera por mim no saguão, e neste momento eu não consigo fazer mais nada além de cerrar meus dentes numa tentativa de conter a explosão de felicidade e nervosismo que estaria por vir. Todas as vezes que saí com alguém eu não sabia o que me esperava. Nós nunca sabemos. Mas por algum motivo que até então eu desconhecia o fato de não poder prever o que viria pela frente deixava-me ansiosa. Com ela, todos os sentimentos que eu nunca havia sentido antes vinham à tona. E eu sentia-me extasiada.

Ao chegar ao saguão, as portas do elevador abrem-se diante de mim, revelando a bela figura de Jessica. Ela se vira e então nos olhamos e esboçamos um sorriso quase que instantâneo, como se uma movesse a outra. Saio de dentro da caixa de espelhos e paro a sua frente:

― Boa noite. Você está linda.

― Obrigada. Você também está. Vamos? – neste momento, Jessica estende sua mão para mim. Cautelosamente eu a seguro. Ao sentir o frio de minha mão, Jessica a pega e a esquenta. Andamos de mãos dadas até o carro que nos espera do lado de fora. Durante aquele momento, meus olhos a enxergavam única e exclusivamente. Era como se o mundo ao meu redor fosse composto por vultos que passavam rapidamente, mas ela permanecia.

O carro é uma limusine preta, com um balde metálico de champanhe mergulhado no gelo e um motorista particular usando aqueles típicos chapéus de chofer. Quando entramos no automóvel, nos acomodamos uma do lado da outra. Ela dá o sinal e a viagem começa:

― Uma limusine, um chofer e champanhe caro. Você consegue me surpreender quando eu menos espero. – digo enquanto observo a paisagem do lado de fora do vidro preto. ― Que peça musical nós iremos ver?

― Uma adaptação de Romeu e Julieta. – Ela inclina-se para pegar uma garrafa de champanhe e duas taças de vidro. – Servida?

― Sim, por favor. – respondo pegando uma das taças que ela me oferece. Ao estourar o champanhe, ele espuma, mas não derrama nem uma gota sequer em nossas roupas.

Levanto-me e fico de dentro para fora do teto solar da limusine. Estamos na Times Square, e a beleza daquela área da cidade ainda está em minhas lembranças mesmo agora. Os prédios exageradamente luminosos contendo os mais diversos tipos de anúncios tinham suas luzes e cores debruçando-se sobre mim. O vento gelado causado pela velocidade da limusine em movimento não me incomodava porque eu estava submersa naquele festival.

A limusine estacionou bem em frente ao teatro, que estava repleto de homens de sobretudo e mulheres de vestimentas finas. Musicais tendem a ser frequentados por pessoas da alta sociedade, então eu não estava surpresa por Jessica ter escolhido tal atração para o nosso primeiro encontro. Provavelmente ela não frequentava lugares mais baratos, como um fast food, por exemplo.

Ela já estava com os ingressos, provavelmente os havia comprado pela internet. Os entregou para um rapaz franzino na entrada, que nos concedeu acesso. Ela gasta dinheiro com tudo do bom e do melhor, quando quer, o que explica os nossos lugares serem distantes do restante da audiência. Eu não sabia se ficava nervosa por estar sozinha ao seu lado ou completamente feliz por isso.

As pessoas iam chegando e se acomodando em suas respectivas poltronas. O teatro estava cheio. Eu nunca fui uma pessoa de me sentir nervosa perante desconhecidos, mas ficar ali, em uma área isolada do restante da multidão de ricos empresários, socialites e jornalistas me fez sentir-me intimidada.

As luzes se apagaram, restando apenas pequenas luzes guias nos corredores. As cortinas se fecharam e a as luzes do palco apareceram. As cortinas grandes e vermelhas abriram-se, dando início a um espetáculo que duraria 1h30 minutos. Durante o tempo de duração do espetáculo, Jessica e eu não trocamos uma palavra sequer. Na verdade, até ali, a Jessica que eu havia conhecido no bar e que havia reencontrado na loja de café da manhã parecia diferente da que estava comigo naquele encontro.

Após o fim do espetáculo, uma enorme e barulhenta salva de palmas ecoou de todos os cantos da sala. Os atores curvaram-se, agradecidos pela atenção e pelo tempo de todos ali presentes, e as cortinas fecharam. As luzes do teatro inteiro ligaram-se e as pessoas iam se retirando. Jessica virou-se para mim. Agora eu tinha sua atenção:

― Vamos? – disse inspirando e expirando fortemente, esboçando um sorrisinho.

Ela não estava conversando direito comigo. Na verdade, estava distante, quieta e aparentemente séria. Naquele momento, eu havia descoberto que ela era uma pessoa de nuances contrastantes e distintos. Todos os seres neste planeta possuem seus momentos de alegria, tristeza, raiva e seriedade, mas era diferente com ela. Naquela noite, até aquele momento, ela havia mostrado uma imagem misteriosa. Tudo o que eu queria era saber o que se passava, no que ela pensava.

Ao sairmos do teatro, o ar gélido batia em nossos rostos e o vento soprava em nossos cabelos. É incrível pensar em como eventos simples da natureza favorecem Jessica, fazendo-a parecer etérea.

Após um longo silêncio, onde poucas palavras foram ditas, decido quebrar o gelo e dizer algo:

― Tem algo de errado? Comigo ou com isto? – pergunto dando toda a minha atenção para ela.

― Como? – pergunta surpresa.

― Desde que nós saímos do hotel você só trocou umas três palavras comigo. Tem algo de errado comigo? Você arrepende-se de ter vindo a este encontro? - pergunto quase levantando o meu tom de voz, e com um olhar quase que desapontado em minha expressão.

Jessica solta uma risadinha:

― Não é isso, é só que... Você é a primeira pessoa em tempos por quem eu ando sentindo algo forte. Desde o término do meu antigo relacionamento, eu não consigo sentir algo tão intenso assim por ninguém, mas eu sinto por você agora. – explica. Ela então vira o rosto: ― Acontece que você não pertence a esse lugar, e irá embora em poucos dias. Eu não quero sentir algo tão forte assim para depois te perder.

― Jessica...

Fiquei sem palavras perante aqueles dizeres. Ninguém nunca havia me dito algo como aquilo. Após aquele surpreendente discurso e minutos de um silêncio tão alto, decidi falar algo:

― Nós podemos aproveitar os momentos nos proporcionados. Eu vou embora eventualmente, mas eu estou aqui agora, estou com você. O que eu sinto por você é recíproco e é algo que eu nunca senti antes por ninguém. Você faz eu me sentir extasiada, me eleva e leva a lugares onde eu nunca estive antes. É uma sensação completamente nova.

Após eu ter dito aquilo, Jessica virou-se e aproximou-se de mim. Compartilhamos um beijo. Naquele momento, todo o mundo a minha volta havia desaparecido, o tempo havia parado e só nós duas existíamos. Seus doces e macios lábios com gosto de batom de morango preenchiam o vazio. Eu queria que aquilo durasse para sempre.

Pela primeira vez, eu descobri que Jessica era diferente, e percebi que o sentimento enraizado no fundo do meu coração havia crescido e se tornado algo maior do que eu esperava. As borboletas acordaram e despertaram voo em meu estômago. Eu descobri o que era o amor.



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