História Meu Domínio - Um passeio num passado, não tão distante..

3 anos atrás...

POV Arthur

Desde minha pré adolescência venho sofrendo algum tipo de preconceito pelo meu jeito de andar, conversar, gesticular e até mesmo por ser carinhoso. 

No início não entendia porque agia desta forma, me sentia excluído, não gostava muito de futebol preferia a ginástica, isso já foi o início do meu drama por ser "diferente". 

Pensa no choque quando depois da aula de educação física, entrei no banheiro, juntamente com os outros colegas, para tomar banho pra depois voltar pro restante da aula, me peguei observando meu colega Frederico tomar banho, várias imagens e pensamentos tomaram minha mente e isso foi se repetindo recorrente, observava ele na sala de aula, nos corredores e parece que o desejo não ia embora nunca. Me assustei pra caramba, porque até então já tinha beijado não muitas, mas foram garotas, nunca tinha desejado um menino. Acho que de tanto encarar o Frederico, ele foi percebendo, assim como alguns dos meninos, começaram a ri e cochichar quando eu passava, era algo muito novo pra mim e não estava compreendo direito esse novo sentimento. 

Frederico não gostou muito das minhas encaradas, creio eu que pra não ficar mal falado, um certo dia depois da aula de educação física, só restava eu, ele e dois de seus amigos no banheiro, quando percebi Frederico já partia pra ofensas e violência, me bateu muito e falou coisas horríveis, me chamando de "bichinha, nojo pra escola, aberração" e outras coisas que me deixaram bastante assustado. Fiquei com alguns cortes nos lábios e muitas dores nas costas, já que tinha recebido bastante socos na região.

Fui embora nesse dia, minha mãe muito assustada com meu estado quis ir na escola, mas não a deixei. Era muito confidente com minha mãe, não vi porque esconder nada dela, já que ela sempre me apoiava, contei todo o ocorrido pra ela, na hora ela ficou meia pensativa e não quis me falar nada, mas na minha cabeça já achava que minha mãe estava decepcionada comigo, por gostar de garotos ao invés das garotas. Passando um bom tempo ela me abraçou muito forte e disse que a noite quando meu pai chegasse a gente ia sentar e conversar. Até chegar a noite eu já tinha roído todas as minhas unhas, criado várias situações na minha mente, uma delas era eu sendo expulso de casa pelo meu pai, mas a noite quando sentamos e minha mãe contou tudo ao meu pai, assim como minha mãe ele ficou muito pensativo, logo depois abriu um sorriso e falou que já desconfiava há um tempinho. Quem ficou em choque agora tinha sido eu, mas eles me aconselharam bastante, falou sobre os preconceitos que eu iria sofrer, mas que não abaixasse a cabeça nunca, que eu procurasse sempre ser feliz. 

As ofensas na escola continuaram e pioraram depois do meu episódio com o Frederico, deixavam ofensas escritas no quadro, na minha carteira, quando passava nos corredores me xingavam. Mas como tinha o apoio da minha família não deixava essas afrontas me abalar.

Fui me destacando bastante na ginástica, comecei a competir na região, logo fui para as competições estaduais e nacionais. Terminei os estudos e continuei focado nas competições, sonhando em, um dia entrar na seleção brasileira de ginástica e um dia está ao lado do meu ídolo Diego Hypolito competindo nas olimpíadas. Sonhar não custava.