História Meu Domínio - Descobrindo sentimentos

POV Arthur

Chegando no salão do jantar logo avistei a Julie que estava com as meninas da ginástica, fui até elas, cumprimentei elas e chamei a Julie pra conversar num local mais afastados, pois estava muito mexido.

Contei a ela todo o ocorrido, desde a escolha dos quartos até o meu confronto no quarto com o Sasaki, ainda falei sobre o que eu tava sentindo.

_ Ju eu não sei que se passa comigo, nunca deixei me abalar com as ofensas que recebi desde a adolescência, sempre  abri meu sorriso como forma de uma arma contra isso, nunca me ofendi e hoje com as coisas que o Sasaki falou me senti muito mal, indesejado, a forma e o olhar dele me magoou muito, era como se eu quisesse que ele me acolhesse como todos os outros, me importei muito com a opinião dele. Desculpe se falei muito, precisava desabafar. - Nessa hora já estava vermelho de vergonha e os olhos lacrimejando.

Julie me olhava com tanto carinho e amor, logo em seguida me abraçou e me deu um selinho, sempre fazíamos isso, nessa hora escutei uma cadeira se arrastar, ao olhar só vi as costas de um Sasaki saindo às pressas. Julie observava também e de repente ficou meio seria.

_Nono eu te amo muito, você é meu irmãozinho, meu melhor amigo, nunca abaixe a cabeça pra ninguém, nem pra esse preconceituoso, você é melhor que tudo isso, não merece nada disso, você sempre nos alegra quando abre esse sorriso perfeito, cheio de amor. E quanto a isso que você está sentindo, talvez você lá no fundo já saiba o significado de tudo isso, mas está com medo de esplanar, então na hora certa isso sairá e você entenderá melhor. Mas uma vez te digo, seja sempre você, nunca tire esse sorriso do rosto. - Julie terminou sorrindo e me abraçou

Nos despedimos e eu fui juntar com os meninos para jantar. Conversamos amenidades, não tocamos sobre a cena do Sasaki, e ele não voltou mais no salão. Deixei isso pra lá também, fui me diverti. Perto da meia noite já estava com muito sono e teríamos que ir dormir porque amanhã iniciaria os treinos. Me despedi dos meninos e segui para o quarto.

Emcontrei o quarto escuro, só o abajur ao lado da cama do Sasaki acesa, e ele deitado lendo um livro, não falei nada, peguei minhas coisas e fui até o banheiro tomar um banho, era um vício que eu tinha, sempre tomava banho antes de dormir. Sair do banheiro e ele continuava lendo, já tinha vestido a cueca no banheiro, enquanto estava procurando o short do pijama escutei ele se mexer e começar a sorrir. Não queria olhar, mas a curiosidade foi maior.

_Entao quer dizer que a flor corta pros dois lados?! - Ele disse e gargalhou

Eu fiquei só olhando pra ele, mas já estava de saco cheio das gracinhas dele.

_Por que, ficou com ciúmes?! - Falei debochado

Logo vi ele se levantar da cama e ficar vermelho de raiva, caminhou na minha direção, já me preparei pro soco, sempre fui ruim de briga e sempre apanhei. Fiquei em pé e ele chegou bem perto, tão perto que senti o calor do seu corpo, estremeci na hora, sem encostar em mim falou no meu ouvido:

_Ja te disse que tenho nojo de você, nunca teria ciúmes de você, primeiro porque eu não sou uma florzinha e depois você é muito feio pra alguém querer ficar contigo. -Falou com certo desprezo

Acho que se tivesse quebrado o tornozelo não teria doido tanto, prendi a respiração pra não deixar as lágrimas caírem e esperei ele sair, senti uma fungada perto do meu pescoço sem intenção arrepiei, mas acho que foi ele respirando forte pela raiva que estava sentindo. Saiu e foi  direção ao banheiro, respirei forte ainda tentando controlar as lágrimas, terminei de vestir o pijama e me deitei, virei pro lado oposto da cama dele e deixei as lágrimas rolar, naquela noite chorei silencioso, não daria o gosto dele saber que tinha me machucado com suas palavras. Cai no sono que nem vi quando ele deitou.

Mais tarde naquela noite, não sei se foi sonho ou eu tava ficando louco, mas senti uma mão no meu rosto me acariciando e senti imperdível do Sasaki. Acordei meio grogue, mas pela penumbra no quarto e meu cansaço não vi nada e  nem ninguém, mas meu rosto estava formigando, pareceu tão real.