O que vejo quando me olho no espelho? Uma pessoa normal? Definitivamente não... Uma pessoa boa ou má? Nenhuma das duas.
Então o que eu vejo? De volta do meu espelho de bordas brancas, uma pessoa com um sorriso desdenhoso me encara, me enchendo de raiva. Ela sussurra com sarcasmo: “Ninguém me conhece”.
No momento em que pisco, uma pessoa depressiva substitui a sarcástica, me enchendo de tristeza. Ela sussurra melancólica: “Ninguém me conhece”.
Pisco outra vez, e quem me observa do espelho é uma pessoa com uma expressão louca, me enchendo com o desejo psicopata de quebrar o espelho e vê-lo se despedaçando. Ela sussurra alienada: “Ninguém me conhece”.
Seguidamente, pessoas angustiadas, loucas, cansadas sussurram a mesma coisa: “Ninguém me conhece”.
“Não entendo...”, sussurro para elas.
Pisco uma última vez, e quem me encara é uma figura sorridente e compreensiva, me enchendo de esperança. Ela fala em voz alta: “Você se conhecerá”.
Então me responda, meu espelho, espelho meu: quem sou eu?
“Você descobrirá. Ainda há muito tempo.”
Minha alma sentia tantas coisas, mas se recusava quebrar. Ainda estava completamente firme e inteira. Porque ela sabia, assim como eu, que eu iria descobrir, com o tempo, quem eu sou.
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