Aquela imagem escura no espelho descrevia quem eu não gostaria de ver.
As olheiras.
O cabelo desbotando.
As feridas do tempo.
Os olhos lacrimosos e o riso que insistia, a todo custo, permanecer indiferente àquela situação.
Percorri, brevemente, todo o contorno do meu corpo e eu vi um Eu aprisionado. Um alguém que implorava por socorro, um alguém que queria ser liberto. Estava cansado daquela casca, mas eu temia! Eu temia a reação das pessoas, a forma que elas me veriam, a forma como que até meus pais me tratariam após descobrir… Mas, se o amor é a coisa mais linda do mundo, por que estava sendo punido por amar alguém como eu?
Foi então que uma luz iluminou todo o cômodo e minha mãe se aproximou, mostrando-se não só o meu, mas o reflexo de uma mulher esgotada.
Em seus olhos vi uma alegria confusa de aceitação.
— Estou realmente cansada de brigar. — Ela me intimou, focando-se em mim. — Não importa o que vê aqui, meu filho. Eu te aceito como você é. — E me abraçou, por entre os prantos. — Sua escolha, é a minha escolha. ESTOU AO SEU LADO. O que você vê agora, é o nosso recomeço, certo?!
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